Luxo

Foto de Paulo Gondim

Descobertas

DESCOBERTAS
Paulo Gondim
05/02/2011

Acostumei-me desde cedo com pouco
Tudo isso no meio de muita opulência
Mesas fartas, vestes suntuosas
Brinquedos caros, muito luxo, pouco proveito
Só um detalhe: isso não me pertencia

Aprendi a contornar dificuldades, viver simples
Perdas sempre fizeram parte de mim
Nem por isso fui menos feliz
Apenas adaptei-me ao meio. Sobrevivi!

As paixões se resumiram em alguns soluços
Diante da precariedade da existência
Não podia mesmo alimentá-las... Melhor assim
Sofri pouco, já que o instinto de vida era maior

Apesar dos desacertos da vida, ainda sorriu
Acabei conquistando até muito para “meu tamanho”
E na hora do ajuste de contas, me pergunto:
De que vale tudo isso?... Só pelo prazer de conquistar?

E entre estudos, descobertas e filosofias
Entendi tudo não passar de fantasias
Tudo se resume em mistério, mera sorte
Tudo termina num cemitério
No convite final que nos faz a morte

Foto de Leonardo André

Monólogo do Louco

Chega !!!
Vocês não têm o direito de me chamar de louco !
Por que sou louco ?
Só porque vivo sorrindo feliz ?
Só porque me emociono ao ver a rosa que nasceu em um jardim ?
Por que sou louco ?
Só porque converso com as plantinhas e os animais que crio em casa, ou porque fico feliz ao contemplar um sorriso de criança ?
Será que sou louco porque, às vezes, me revolto contra o poder das forças políticas de nosso país, que nunca se preocupam com a existência de uma “massa humana”, chamada “povo”, a não ser em época de eleições ?
Droga ! Eu não sou louco !
Loucos são vocês, que destróem centenas de florestas para construir cidades de pedras e arranha-céus de luxo. Vocês, que constróem fábricas que jogam elementos químicos nos rios e mares, envenenando a água que seus próprios filhos bebem e a comida que comem.
Loucos são vocês, que fabricam armas para destruir a vida de crianças, velhos, mulheres e de adolescentes, que morrem sem saber porquê, enquanto vocês arrecadam lucros enormes com o mercado bélico.
Loucos são vocês, que recrutam meninos, que sonham ser homens, lhes dão uma farda, os ensinam a ser violentos e a matar; depois os enviam para campos de batalha com a “patriótica missão” de matar outros meninos que, como eles, carregam armas e matam pessoas que nunca viram, sem mesmo questionar por que fazem isso.
Loucos são vocês, que deixam inocentes e miseráveis morrer de fome e frio nas favelas, enquanto comem do bom e do melhor, sentados em suas mesas luxuosas, portando seus talheres de prata.
Eu...? Eu não sou louco, gente !
Eu sou apenas um ser que chora, ri, se emociona, sente frio, fome, sede, calor e, às vezes, indignação. Indignação ao ver tanta coisa errada, tanta pobreza, tanta gente morrendo por ser mau atendido em hospitais públicos, ou por falta de segurança.
Eu não sou louco, não !
Loucos são vocês !
Eu... ? Ora... eu sou apenas mais um rosto na multidão !

Foto de Hirlana

Um dia...

Um dia... quando o amor estiver acime do ódio
... quando o perdão estiver acima do desprezo
... quando a fé estiver acima da ganância
... quando um sorriso preencher o vazio de uma lágrima
... quando um abraço acalentar uma perda
... quando a caridade for de coração
... quando o trabalho for digno para todos
... quando a honestidade ganhar seu lugar no poder
... quando o luxo passar a ser apenas um item esquecido
... quando a família tiver a sua devida importância
... quando o bem comum estiver atrelado à justiça
... quando o sonho de um futuro melhor for concretizado
Neste dia, meu caro amigo...
Este dia, meu caro amigo...
Existirá...

Foto de Cecília Santos

AMOR E SIMPLICIDADE

*As Faces do Amor*
AMOR E SIMPLICIDADE
#
Natal da simplicidade, menino pobre nascido na manjedoura.
Poderia se quisesse, nascer em berço de ouro.
Mas, teu pai quis que viesse pobre, pra ensinar a simplicidade
aos homens na Terra.
Natal de luz, brilho dourado em todos os cantos, o ouro que
seu filho recebeu foi o ensinamento, espalhar aos povos do
mundo todo, Amor, Carinho, Fraternidade e Gratidão.
Natal é a reflexão presente, é o momento que os homens
esquecem de sim mesmos, pra pensar um pouquinho em seu
próximo.
É o momento de dar as mãos, desejar que o outro seja feliz.
Natal da simplicidade, não precisa ostentar luxo e riqueza.
Basta acender a chama do Amor, da Amizade, e do Carinho.
Basta acender as velas dos castiçais que estão sobre a mesa.
O calor das chamas das velas aquecerá os corações dos
homens, tornando-os mais humanos e benévolos.
Assim deve ser o Natal da simplicidade, sem ouro, nem prata,
mas, recheado de sentimentos verdadeiros, que ainda estão
escondidos nos corações dos homens de boa vontade.

Cecília-SP-12/2010*

Foto de KAUE DUARTE

naquele tempo

Vi no final da estrada
Aquela casa rosada
rodeada de colinas
ao seu redor pinheiros
arbustos e flores
dela vinha um aroma
de fogão a lenha
de comida caseira
de sua chaminé
saiam fumaças e mais fumaças
leves e brancas, rumo ao céu
dali de perto se ouvia o riacho
com suas águas virgens
arvores frutíferas e floríferas
rodeavam todo o cenário
a volta da pequena casa
a imensidão verde de pura relva
onde cantavam os passarinhos
pastavam o gado
onde fazíamos fogueira a noite
contávamos piadas, riamos a toa
falávamos do passado e da simplicidade
poucas coisas eram necessárias para sorrir
poucas eram as preocupações
pois a providência estava ali
no silêncio éramos felizes
não tínhamos luxo nem muitos bens
mais o necessário nos era dado
acordar, agradecer e ser feliz.........(kaue Jessé 26/10/2010*)

Foto de Ana Rita Viegas

Tenho Sede

Tenho sede
das tuas mãos,
que percorrem meu corpo.
Das pontas dos teus dedos,
tocando suavemente minha pele.
Da palma côncava da tua mão.
Amarrando meu corpo.

Tenho sede
das tuas pernas atléticas,
entrelaçadas nas minhas.
Dos teus joelhos quentes,
roçando nos meus.

Tenho sede
do teu olhar ao acordar.
Do brilho no escuro,
iluminando o meu espaço,
cobrindo-me de luxo.

Tenho sede,
desses teus beijos fogosos,
que atrevidamente e ardentes,
saciam todo o meu ego, todo o meu ser

Tenho sede,
e esta sede não vai saciar-se...
Cada dia que passa
fico com mais e mais ardor

Tenho sede,
sede dos nossos desejos latentes
de quando nos inundamos
em jogos intensos
do suor escorrendo pelo teu corpo.

Tenho sede,
sede das tuas veias em relevo.

Tenho sede,
sede de ti.

Foto de Carmen Lúcia

Viaduto (in memoriam)

Nível divisório (e ilusório) entre dois mundos,
Que não se encontram, mesmo perto, sempre juntos,
Realidades paralelas, não se cruzam, se recusam,
A apoteose e o apocalipse, a discrepância, a discordância.

Em cima o sol, a passarela, a vida bela,
Poder sonhar, a ostentação, a ambição.
Embaixo a escória, restos de vida, degradação,
O submundo, o escracho, a solidão.

No alto, a vida indo ao encontro do sucesso;
Debaixo, escorrendo ao retrocesso.
Passa o burguês, indiferente à desigualdade,
E indiferente, o indigente...o que perdeu a identidade.

Muitos despencam lá de cima, lá do luxo,
Feito suicidas, enclausurados pela dor...
Sombras que assombram, que retratam o desamor
São bichos-homens, vira-latas, degustam lixo.

E permanece lá em cima, a indiferença.
Todo o glamour, a arrogância, a burguesia,
E os maltrapilhos, recolhidos, embevecidos
Com os out doors, os pisca-piscas...Zombaria!

Até quando esse cenário revoltante?
Só se aproximam pra tirar fotografias,
Virar manchete nas colunas de jornais,
Tão cordiais com tais problemas sociais!
E as soluções? Ora, quanta hipocrisia!

Quando acolhido pelo abraço maternal
E acarinhado pela morte, o indigente,
Seu corpo jaz, caído ao chão, sobre um jornal,
Do pedestal (aí se cruzam), a sociedade
Vem dissecá-lo para o bem da Humanidade.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Vida não vivida

Hoje lembrei-me de você...
Sua lembrança me veio de súbito.
Nem sei porque
invadiu-me um certo júbilo,
o mesmo que sentia anos atrás
quando ainda era tempo de amar.

Há tempos me ausentei de mim
sufocada pela vida que me fora imposta
ou que eu mesma escolhi,
desperdiçando os melhores momentos,
aqueles que a gente mais gosta,
que passamos e que passaram por nós...
Que se enroscaram nos nós
e se perderam, após,
nessa vida louca que dá e cobra,
libera e acorrenta,
atiça e não sustenta.

Hoje lembrei-me de você
e consequentemente de mim também...
Fechei-me e não me abri a ninguém,
dei-me ao luxo dos devaneios,
passeei nas emoções...
Voltei ao passado
onde o deixei parado
sem nada entender....
Que fiz a escolha errada,
que eu queria muito mais
do que simplesmente ser amada,
que só o seu amor não seria capaz
de me satisfazer e me fazer feliz...

Hoje caminho apressadamente
sem nada buscar... Inutilmente.
Tento apagar de minha mente
e de meu coração vazio
a vida que com você seria,
que não vivi ... que eu perdi...

Carmen Lúcia

Foto de robson oliveira

Máquina de escrever

Quando criança achava o máximo uma maquina de escrever
Quando a vi pela primeira vez
Fiquei maravilhado
Ia-se apertando as teclas na maquina
E as palavras apareciam no papel
Naquele tempo não tinha essas outra maquina (computador)
Então maquina de escrever era luxo
Minha professora tinha uma
E um dia eu a vi escrevendo
Eu disse um dia eu vou ter uma
Criança quer tudo
Mas eu queria uma maquina
Passaram-se os anos e eu queria maquina igual
Veio o computador e tomaram conta
Daí um dia em um trabalho que eu havia arrumado
Lá estava ela
Uma máquina de escrever
Fiz um brigue
Pobre não compra, faz brigue.
Levei pra casa e tal maquina
Feliz era eu ia escrevendo pelo caminho
Um peso
Morava longe
Cheguei lá cansado
Mas nem cabia em mim de felicidade
Coloquei no meu quarto
Feliz era eu
Pena que eu morava com minha tia
Que tinha um filho pequeno
E meu quarto não tinha porta
Quando eu voltei do trabalho no segundo dia
Não tinha mais teclas a maquina
Eu arrumei
No outro dia não tinha mais fita
Eu arrumei
No outro dia nem fita nem tecla
Não deu mais pra arrumar
Tanto quis uma maquina
E quando a tive durou apenas dois dias
Às vezes queremos tanto uma coisa
Mas quando a temos ou a conquistamos
Esquecemos o valor que ela realmente tem

Foto de Carmen Lúcia

Coisas que não têm preço...

Tantas coisas bonitas nos rondam,
belezas que nos confrontam,
passeiam sob nossos olhos
que se fecham distraídos
aos verdadeiros valores da vida
olhando mais além,
querendo sempre mais,
desprezando o aquém,
verdades que à alma convêm...

Coisas simples, sem etiquetas,
sem preços ou marcas de grife,
que marcam todo o tempo
em que durem as lembranças
da grande emoção vivida,
da paixão intensamente sentida,
do sorriso escancarado,
do simples gesto de agrado.

Um beijo, um abraço, um afago,
uma palavra de alento,
rimas sopradas ao vento,
colhidas, plantadas em versos
gravadas na alma do artista...
As cores da primavera
indecifrável e imprevista riqueza
que não tem etiqueta nem preço,
presente da natureza...

A canção da brisa que passa e inebria,
a espontaneidade sincera de uma criança
que corre a sorrir trazendo alegria,
a felicidade batendo à porta,
o sol entrando pela sua fresta
realçando a vida em grande festa,
luxo que não tem preço ou marca
e que o tempo jamais apaga,
que nos é dado gratuitamente
sem nunca perder a validade.

_Carmen Lúcia_

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