"Assistindo ao filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulin" me veio a idéia deste poema... Ele não tem explicitamente nada a ver com a história, mas basicamente fala da sensação de se um fugitivo que às vezes nos domina e nos impede de fazer o coisas importantes..."
FUGITIVO
=Allan Dayvidson=
Ele pôs os olhos em você,
mas os dois pés na estrada;
Ele corre feito um louco,
um vulto de jeans e camisa listrada;
Qualquer “olá” é um alerta, uma oferta, um perigo iminente;
Sua imaginação e curiosidade tem um caso estranho, criminoso e indecente...
Mas é só um garotinho assustado
que se move, balança e esquiva;
Sempre tão escorregadio e atento,
não importa quantas tentativas.
Detenham aquele fugitivo,
aquele eterno foragido
que está longe de chegar!
Peguem aquele forasteiro,
aquele pequeno encrenqueiro...
não o deixem escapar!
Mas tudo que ele diz,
cada palavra que se joga de seus lábios inseguros
parece um suicida sensacionalista
que curte mais o suspense que o próprio pulo.
O vento no rosto enxuga as lágrimas e tenta deixa-lo a salvo.
Ele morre de medo de dar mais tiros no escuro e ser de novo o próprio alvo.
E ele não aparece nos filmes,
comerciais ou programas de tv
Mas talvez mudando de antenas,
você ouvisse menos estática e mais o ele que tem a dizer.
“Meus medos falam, meus pés não param
e eu não faço idéia de onde vou chegar...
Só mais um pouco, é quase um jogo
e eu não vejo a hora de te deixar ganhar...
Não desanime, somos um time
e sei que só você pode me alcançar...
Pois.. é sua chance... é minha chance!
Por favor, me alcance”!!
Peguem este lábil forasteiro
de coração mochileiro
que não para de acelerar
Procura-se morto ou vivo
este adorável fugitivo...
Não o deixe escapar!
Vai lá...