A se catar, como passara a fazer diariamente durante os últimos anos, a montanha se surpreendeu com algo estranho, entre ramos franzinos de um jovem arvoredo. Já havia visto coisa parecida e sabia não ser nada que a natureza produza de boa vontade. Logo a brisa trouxe um cheiro desagradável e ameaçador de fumaça, e tudo então ficou claro. Aquilo era uma gaiola, dentro havia um pássaro aprisionado e do lado de fora uma rede. O pássaro preso cantaria o seu canto, isso provocaria outro pássaro da mesma espécie, que viria reclamar seu direito aquele território e pronto, ficaria também este aprisionado para o resto da vida. Só pode ser coisa de gente ― asseverou a si mesma ― em nenhum lugar do mundo a natureza é tão cruel por tanto tempo. Embora possa parecer também cruel, o fardo do Criador é leve e o seu jugo é brando. A alguns metros para baixo dois homens, um maduro e outro bem jovem, fumavam os seus cigarros de palha, e riam, sabia Deus do que, tentando não fazer barulho.
Indignada pelo uso das suas encostas para tais fins, ela pôs-se a matutar numa forma de fazê-los correr de ladeira abaixo. Depois, em um segundo passo, encontraria um jeito de libertar o bichinho, de quem já se compadecia por demais. Até porque, ele parecia um pouco com o seu querido pintassilgo. A montanha começou então a produzir uma série de truques, como fogos-fátuos e sismos comedidos, pequenos segredos de uma velha montanha que, entretanto, não surtiram o efeito desejado e ainda assustaram a bicharada. Impaciente, a montanha batucava numa laje com as pontas dos dedos, usando para isso a queda d’água de uma tímida cascatinha que havia por perto, quando o pássaro da gaiola começou a piar a cada vez com mais disposição. Era um indício certo de que logo ele estaria cantando a todo peito. Necessário se fazia que agisse mais rapidamente, o que, para uma montanha milenar, não é lá uma coisa das mais fáceis e cômodas, a se fazer naturalmente.
Como os homens se mostravam inabaláveis, talvez insensatos por sequer imaginar o imenso poder de uma montanha, pensando bem, por demais burros simplesmente, ela optou por tentar impedir que o passarinho desse vazão aos seus impulsos canoros. Para isso, ela se aproveitou de um ventinho e se aproximou do arvoredo dissimuladamente. Chegou-se bem pertinho e, respirando antes profundamente, entrou na gaiola. Todavia, tamanho foi o seu susto, que saltou do ventinho e recolheu-se nas suas profundezas. E lá perambulou durante algum tempo. Aquilo tudo mais lhe parecia uma peça do destino. Vagou por entre as suas lembranças sem fim, relaxou nas suas profundas escuridões, onde os sóis jamais chegaram, e banhou-se nos seus refrescantes lençóis subterrâneos. Reconheceu por fim, que poderia estar fugindo da verdade, e isso é algo que uma boa montanha jamais deve fazer. As montanhas são sábias e fortes. Vivem muito e é justo que o sejam. Não conhecer uma determinada verdade pode ser um direito, mas tentar impedir a sua revelação é uma idiotice, uma fragilidade. A mentira ou a ilusão podem ser mais agradáveis à razão em certos momentos, no entanto corrompem os sentidos de ser e existir. Estava tentando criar uma certa realidade paralela e perdendo com isso um tempo muito precioso, que talvez custasse caro a outros pássaros.
Outra vez tomou-se de ânimo e voltou à gaiola. E lá, todas as suas parcas esperanças se dissolveram, à luz claríssima do sol que já se erguera todo acima do horizonte. Não podia mais negar, era mesmo o seu pintassilgo e, misteriosamente, cantava como um menino. Mas que ironia cruel! Teria que tentar interromper a sua inspiração, depois de tanto tempo lamentando a sua ausência. E nem tinha naquele momento mais tempo para as suas reflexões, pois um outro pintassilgo, pleno dos arroubos naturais da sua evidente juventude, já cantava e fazia manobras rasantes cada vez mais próximas à rede, com intuito de intimidar o outro, um velho inconveniente e abusado, um intruso, imperdoável. Embora não pudesse concordar inteiramente, a montanha percebia os pensamentos e a determinação do jovem, corajoso e afoito como todos os jovens. Mas a Providência concede maior proteção a eles, e ela estava ali para exercer esse papel. Ao antecipar que no próximo rasante ele ficaria preso na rede, numa atitude exageradamente emotiva para uma montanha, ela pressionou suas entranhas com tanta força, que os gases subterrâneos liberados provocaram uma ventania súbita e empoeirada. Correndo para encontrar um abrigo, os homens se afastaram, sem se dar conta de que o ramo não suportara o peso e a gaiola havia caído na relva.
Os segundos tornaram-se angustiadas eternidades. Ela viu os ventos se enfraquecerem até pararem por completo. A gaiola tinha uma pequena porta corrediça que com o tombo se abrira, os homens voltariam para buscá-la a qualquer instante, porém desgraçado era o desespero da montanha, porque o pintassilgo não encontrava a saída. Pulava pra lá e pra cá, estranhava os poleiros que estavam então na vertical, pendurava-se nas varetas de cabeça para baixo, porém nada de sair. Enfim, o mais jovem dos homens chegou a tempo de fechar a portinhola, satisfeito por ver o bichinho ainda do lado de dentro, e voltar ao encontro do mais velho. E a cascatinha afinou-se mais ainda, como o choro triste da montanha, perdeu a ansiedade.
Enviado por pétala rosa em Seg, 07/04/2008 - 00:14
VELA VERMELHA
A nudez das palavras
te assusta.
A minha liberdade fechou a tua prepotência.
Resta um mistério dolorido, e o
meu corpo dessarumado.
Mas, no fascínio deste tango que
não dançámos, ouvirás os acordes duma paixão
soltando-se na noite dos infieis.
Serei eu a DEUSA a descansar
na folhagem da tua sombra, e nos teus
abraços vazios de paixão.
E no florir de mais um dia, passo por ti
sem te olhar, e dos teus olhos cairá uma lágrima
que vai chorar por dentro dessa pele fria
e da tua existência dum amor ausente.
Os gestos vazios de sentindo serão a
companhia nas tuas noites nos lençóis brancos
e das paredes que falam da
minha nudez.
Não te conheço mais no espelho da minha
imagem, não sinto mais o ritual dum orgasmo sem nome...
Chegas tão bela Primavera meu amor
Ajoelho-me apaixonado pelo teu fascínio
Vergando todo o meu talento a teus pés
Primavera madrinha do nascer do dia dos amantes
És poesia das cores que os pássaros cantam
A magia das flores que me encantam
Um poema escrito com os olhos na tua fonte
Jorrando as maravilhas do paraíso pelos campos
Adormecidos pelo Inverno que agora parte triste
Deixando seus versos na pétala de uma flor
Rimando abraços com passos nas fragrâncias vivas
Num quadro que contempla a voz dos poetas
És musa que me acorda no bailado das ervas frescas
Uma sinfonia de alimentos á vida da terra
Chegas capital ás vénias da tua filha paisagem
Mãe sorridente dando á luz o florir das árvores
Vestidas com o branco virgem e ficam noivas
No altar do sol que as honra com amor da natureza
Para seres vitamina e avó lírica de novos frutos
Ah Primavera que inveja desse teu poder lindo
O teu ar dá privilégio á harmonia das coisas belas
Depositadas no olhar e desaguadas nos sentimentos
Se fosses mulher era contigo com quem casava
E fazíamos amor sobre um colchão de utopias
Em lençóis de rosas formando letras de paixão
Entre o cantar de novos tons á luz da lua
Num coro de cigarras ao luar dos sonhos
Primaveris na cortina da inspiração nascente
No cintilar das estrelas nos teus abraços
Que rendam a vida de muita vida Primavera
Vem comigo acordar no autêntico da beleza
Agarra-me com toda força e ondularemos
Pelo maravilhoso e deixaremos oscilar
Nossos corpos em vagas de volúpia
Tombando fogosamente uma muralha de pecado
Sobre uma abrupta cortina de prazer espantoso
Que nos faz subir ao céu avolumados de suor
Apinhados de azafama num impulso de luxúria
Fazendo tremer o Sol com a nossa depraves
Amortecendo a gravidade em sedução
Engolidos por excitação no estremecer do corpo
E aspiramos as nuvens com fôlego destravado
Desencadeando maremotos entre os lençóis
Numa memorável visão do extraordinário
Desenfreados por gemidos profundos
Celebrando a extremidade de um orgasmo
Que se proclama Deus dos nossos movimentos
Sem deplorar o tempo gasto nesta calma fugaz
PROSA POÉTICA INTERATIVA: JARDIM ENCANTADO II - VIAGEM DO TREM ENCANTADO I ( Com destino a "Escolinha da Fernanda".
1ª PARTE:
"Maquinista dos versos
Transforma-se em Maestro
Regendo sonhos em trilhos dirigidos
Num caminho infinito
Muitos irão embarcar....
Pois a poesia não pode parar!" (Rose Felliciano).
Ó Musa aqui vale a inspiração,
Você vai aqui juntinho
Do meu coração.
Da Estação de Londrina
Vamos a Pirajuí
Piraaajuuuiiiiííí...
Buscar aquela menina
Carmem Cecília,
Pois ela vai fazer as imagens
Desta nossa viagem encantada,
Seguiremos até Cuiabá,
Pegar a Ivaneti,
No balanço do trem “cana
Ivete, cana-ivete, cana–ivete...”.
"cana-ivete, cana-ivete,cana-ivete..."
Desceremos até Santa Catarina
Para o embarque de Grasciele
Gesnner ... “ges ner... ges ner...”
Após passaremos por Lençóis Paulista
Onde vai embarcar
“O princípe da lagoa”,
que nos indicará a rota até Paris.
Pela rota da “paulista”:
Passaremos em Sumaré
Lá onde mora
A Tereza.
Amiga de minha mãe
Terezinha do Menino Jesus
E da Santa Tereza das Rosas
Que nos abençoará
Nesta viagem das rosas
Enfim das flores
Como vós...
Rose.
Além das matrículadas
Vamos pegar na Estação de Sorocaba
A mais nova poetisa deste site:
"..._A minha neta Laura Marcelino!",
Ela vai levar no colo o Caio
E ainda o Urso,
Da Senhora Morrinsson,
Não sei onde ela fica,
Se é no Estados Unidos,
Mas irá à frente,
No primeiro carro de honra
E olhará nossas crianças
As esperanças
De "Nosso País Feliz".
Em São Paulo:
Na Estação do Paraíso:
Embarcarão Ceci e Rosana – A poderosa.
Na Estação da Luz: o Professor Starcaca.
Vejamos com que roupa ela estará vestido?
A seguir, pela “serra do mar”
Desceremos até a Estação de São Vicente
Onde embarcará o escritor
Edson Milton Ribeiro Paes.
Ladeando o mar chegaremos até Parati
Subiremos pela Estrada Real do Brasil
E chegaremos a São João Del Rey,
Iremos até Poços de Caldas,
Ou passaremos por Montes Claros,
Ou então iremos a Boston,
Ou retornaremos à Pirapora,
O que precisamos e embarcar a Coordenadora
A nossa mineira encantadora, a "Fer", ou "Nanda",
Não importa é a nossa querida Fernanda Queiróz
E sob seu comando desceremos novamente,
Passando por Santos Dumont,
Para ver a poetisa de “olhos verdes”,
Ainda nas Minas Gerais. Uai, Uuuaaaiiiiíii...
Após pela mesma rota do sol
Vamos à Mauá
De Visconde de Mauá...uuuá..uuuá...
Onde embarcará a Açúcena.
Ela vai viajar na frente
A “gata borralheira”
A linda poetisa guerreira
Que com seus “olhos de gata”,
Guiará-nos à noite.
Como a atriz do “Titanic”
Que do alto da proa,
Vislumbrará o mar,
Como se fosse o farol de minha “Maria Fumaça”
Que agora terá dois faróis:
Dois “lindos olhos verdes”
Brilhantes que virão nossos caminhos
Até a Estação do Corcovado
Onde nos espera ao lado do “poetinha”
Sob a proteção do Cristo Redentor,
Civana, sua amiguinha,
E, a seguir, procuraremos,
Nem que seja para flutuarmos sobre o mar,
Pois, é na beira do M A R
Que encontraremos a minha salvadora:
"Vanessa Brandããoooooo...Uuuh, Uuuh, Uuuhhhhh...!"
Em seguida iniciaremos a travessia do Atlântico
Desceremos na Costa de Caparica
Onde na Estação 9.3/4
Estará a Diretora Joaninha,
Que irá à frente voando,
Ou, nos meus braços
(Do Maquinista...Eh, Eh,Eh...),
Pois é a Diretora.
Após vamos a Lisboa,
Estação de Santa Aplônia,
Perto da Alfândega do Jardim do Tabaco,
Onde vamos beber algo a ser servido
Por nossa anfitriã.
Ali embarcará nosso amigo MFN:
O Manuel.
Com "U".. Uuuuuuuu... ooooo.. nãããoooo.. uuuu....
O Joaquim não sei se matriculou.
Levarão-nos até o Porto,
Para embarque de Albino Santos,
Ele marcou passagem
E vai nos ajudar a achar
A Salomé,
Se é que é,
Que vamos lá encontrá-la
Pois, vocês sabem como é que é
Ela pode ter saído de Paris,
Ido para a Galícia
Mas o Carlos sabe onde encontrá-la,
Pois, vai levar sua flauta encantada.
Acho que a encontraremos na Galícia,
Ou então, em Buenos Aires,
À rua Corrientes, nº 3458,
No segundo andar,
Com Carmem Vervloet
Que só volta em trinta dias.
Pelo menos, foi o recado que deixou.
Pois disse que foi dançar tango:
Inspirado em nós:
Eu e Carmem Cecília, já estamos aqui,
Só falta a Salomé.
Então, talvez, tenhamos que retornar para a América Latina
E ver onde estão tocando e dançando:
“Uno ‘Tango Galego Spanish Guitar”.
Xiii! Agora temos mais uma preocupação.
Uma das passageira pretende ficar em Portugal,
Para achar o Português,
Aquele que "roubou o coração"
De mais uma "brasileirinha",
Como diz o Hildebrando.
O Hilde, da Enise...
E sabem quem é a brasileirinha?
-"É a Claraaaaaa..."
(Cá entre nós, sem "fofoca", dizem por aí que é a própria
Carmem Cecília), aquela de
"Amor sem fronteiras".
Mas não se preocupem,
Pois, todos nos reencontraremos
Na Escolinha da Fernanda,
Ao lado da Casa Transparente de CECI
No Jardim Encantado com o seguinte endereço
www.poemas-de-amor.net
Queiram tomar seus lugares...
E boa viagem
Phiiirriiii...
OBSERVAÇÃO: 1. Esta é uma PROSA POÉTICA INTERATIVA, pode ir aumentando, diminuindo, até todos embarcarem, ou transforma-se nas versões III, IV...
2. Em face da limitação em 10 minutos, a viagem terá de ser dividida.
Solicito as colegas poetas que vão embarcar que por favor apresentem fotografias, do tipo dessas utilizadas pelos primeiros passageiros, pois, assim todos aparecerão na "janelinha do trem". Desculpe quem ainda não inclui, mas fiquem sossegados que o trem é muito grande, como o coração deste amigo.
Enviado por angela lugo em Dom, 16/03/2008 - 02:36
Vou fazendo viagens imaginárias
Entregando-me as imagens que faço
De quando estamos entrelaçados
Naquela nossa cama aconchegante
Com os lençóis desalinhados
Em nossa pequena ilha de amor
No meu pensamento somente você
Sentindo teus carinhos a me enlouquecer
Fazendo-me sentir no seu interior
Navegando num rio de paixão
Onde a parada é o seu coração
Ouço-a pedir... Toque em mim
Deixe meu mundo com o seu fundir
Navegando em profundezas sem fim
Assim vou deixando as imagens vagar
Até o dia em que te encontrar
E não mais precisar sonhar
Somente em teus braços me aninhar
E como no conto de fadas
Para sempre contigo estar
Na viagem da vida real
Hoje senti
que queria o mundo branco,
branca a folha do jornal
escrita a tinta branca.
Um véu branco
em rosto encoberto.
Sentir a noiva de branco,
antes de ser desflorada.
O branco da primeira comunhão,
Com a hóstia de pão ázimo, consagrada .
Atirar pétalas de rosas brancas,
ao soldado que a bandeira branca ergue ao alto.
Ler em linhas brancas ódio e a ambição
e tornar livre o Homem dessa escravidão.
Queria ter a pomba branca a saltar
das minhas mãos e livre voar.
Um mar branco de águas,
para banhar meu corpo em anáguas.
Sentir o cheiro do branco dos lençóis lavados,
antes de uma noite de amor.
Ter numa folha branca este poema escrito
com palavras gravadas em branco de êxito.
Como eu queria ter um coração branco
e pintar uma lágrima branca numa tela cã.
O branco e só o branco e mais branco queria,
a reflectir todas as cores deste dia.
Enviado por pétala rosa em Sáb, 08/03/2008 - 00:06
MIL DESEJOS DE MULHER
Esta noite há luar!
Quero saciar a minha sede de te amar!!
Dispo-me em segredo, mas a minha cama está vasia.
Nem o teu cheiro de ternura,
nem o teu sorriso numa paisagem de aromas,
nem o tango que dançámos na embriaguez
dessa sinfonia de mistério
nem as pétalas perfumadas que espalhas no
meu corpo de mulher,
nem as tuas mãos saciadas de
tantas ilusões,
nem a vertigem que me roça no corpo de mansinho
deste sonho já gasto
nem o som dum violino misterioso
desperta o mistério do teu silêncio,
do teu olhar faminto, que em
segredo saborea os cheiros desta paixão feita
de odores sobre a noite.
Tu,
que as sombras do meu corpo
amas em silencio.
Tu,
que me abraças e escreves melodias entre
os teus dedos.
Tu,
que aqueces o meu corpo nú, com
as palavras escritas em lençóis de paixão.
Tu,
corres num rio de cristal no deserto das palavras.
Tu,
que me esperas, em madrugadas de
Mil DESEJOS...
Amália LOPES
NESTE DIA DE MIM...MULHER, DE MIM AMANTE
este rio de cristal em madrugadas de MIL DESEJOS
Sonhei seus olhos
Roda-gigante
A circular em mim
Emoções rodopiam
No meu corpo
Movimentam
Lençóis azuis
Moinhos de nuvens
A desabar
E encharcar
A cama...
Desejo líquido
Contido na íris
Do teu olhar
Que traz a noite
E suas vertigens...
Hipn (ótica)
Eros na ótica
Erótica!
Aprisionada
Em teus círculos
Claustro libertino!
Retinas retendo-me
Lá dentro...
Onde me molho
E moro
Nas noites
Em que seus olhos
Me visitam...