Lados

Dois meninos.
Moradores da mesma cidade.
Um de olhos azul outro verdes.
Eram orgulhos da cor de seus olhos?
“_Ah! Meninos vaidosos”.
Falava nossa professora, Dona Marta.
Foram poucos os episódios de que um não participou na vida do outro.
Um deles ainda no “parque infantil”, neste ainda não haviam se encontrado.
Foi quando o de “olhos verdes” fora expulso da escola em face de se envolver em uma briga juntamente com seu irmão de três anos.
Não aceitaram a justificativa do menino de cinco anos e naquela época ele não sabia se defender.
Vamos pular vários episódios, pois, o objetivo deste conto é apenas justificar o porquê da carta-poesia postada aqui e endereçada ao primeiro depois de muitos anos.
Mas, tem fatos marcantes que precisam ser mencionados:
Tal como a apresentação para incorporação ao Exército Brasileiro.
Lembra-se: Todos nós bem arrumados. Você com um terno que parece que fora tirado do baú de seu pai, o mesmo com que ele viera da Espanha.
Eu, com uma roupa esporte.
Na rua um comboio de mais ou menos vinte caminhões do Exército Brasileiro e no ponto de ônibus do Mercado Municipal não parava de descer jovens cabeludos, muitos naquela época queriam imitar os “Beatles”.
Lembro-me que no momento de subir no caminhão meus cabelos longos caíram na testa e meu pai com os olhos lacrimejados dizia:
_ “Pare com isso. Você agora vai ser soldado!”.
Sinceramente, só fui entender isso depois que já estávamos na barbearia do quartel.
Justamente, quando via os que estavam na fila saírem de “coco pelado”.
Cerca de oitocentos jovens com dezoito anos de idade deixavam caídos ali no chão da barbearia madeixas de vários tipos de cabelo, dava-se para perceber que pouca era ruiva, outras loiras, mas a maior parte de cabelos negros e castanhos escuros.
Como os meus. Os seus eram loiros.
Quanta recordação poderia falar do quartel, ei!
Lembra-se daquele que ocorreu dias depois dos cortes de cabelos.
Sabe que como “cabo da guarda” soube por ele próprio que fora uma vingança, pois, não se conformava com o fato de lhe cortarem os cabelos.
Com ele aprendi que cadeia não regenera ninguém, o pior é que ele dando baixa do quartel, entrou em outra corporação importante e a desonrou, pois cometeu um crime maior: “latrocínio”. Justamente contra um industrial alemão que instalava uma indústria em nossa cidade. Esse não é assunto para comentarmos aqui. Muito grave.
Mas eu tenho que mencionar nossa viagem para aquela pequena cidade vizinha, onde participaríamos do desfile comemorativo de aniversário da municipalidade, quando um comboio de seis caminhões nos levou.
Você dirigia um deles e eu estava na carroceria.
Você teria com certeza condições de narrar melhor o acidente ocorrido, pois via a frente uma estradinha de terra batida, o aclive acentuado e a curva à esquerda. Eu na carroceria só pude ver e pressentir o caminhão que derrapava, empurrado pelo obus 105 mm, peça de artilharia muito pesada que ao mesmo tempo servisse para segurar o veículo não o deixando que caísse abruptamente o tombava, devagarinho, dando-me tempo de pressentir a metralhadora ponto 50, tombar e seus ganchos inferiores caírem sobre meu pescoço, mas eu o colocar como um “boxista” entre os ferros e evitar ser atingido.
Salvo desses fomos para o desfile.
Você dirigindo aquele caminhão com a frente amassada e o vidro dianteiro quebrado e eu como sempre na carroceria, com mais dez soldados.
Lembro-me que conforme treinamento feito durante semanas no quartel todos os soldados deveriam descer e depois sob a ordem do comandante todos deveriam subir rapidamente, dando-se às mãos, o que lhes proporcionava subir com facilidade, mas eu, como sempre ficava isolado, sozinho, pois era o “cabo serra fila”.
A que dificuldade foi subir naquele caminhão, primeiro que me desconcentrei ao ver entre os assistentes que se acotovelam uma linda morena de “olhos verdes”.
Ela me olhava de tal modo que me atraía, me seguravam, me dominavam, mas acredito que quando ela percebeu que eu iria passar vergonha pois os caminhões já estavam sendo acionados, ela me liberou e então em movimento mágico pulei e não sei como já me vi segurando os guidões da metralhadora.
Sim. Espécie de guidões, semelhantes ao de uma bicicleta.
E, naquela posição o comboio circulou por toda a praça e ao retornar, novamente, eu vi ali defronte ao cinema, mas sobre a calçada da Praça Rodrigues de Abreu aquela musa.
Alguém poderá perguntar, mas como ele sabe o nome da praça se aquela era a primeira vez que tinham ido aquela cidade. Bem, aí é outra estória, a ser contada no capítulo II do “menino que queria ser maquinista de trem”.
Antes de perseguir o objetivo deste conto, ainda tenho de contar mais uma breve estória, pois ela está registrada nos anais da história do Brasil.
Refere-se ao período ditatorial, mas sobre um episódio no QG do II Exército época de subversão e quando alguém soltou da porta do ginásio de esportes do Ibirapuera um veículo carregado de bombas que adentrou pelo acesso do quartel semi-subterrâneo e explodiu espetacularmente, matando uma das sentinelas. Sua foto consta de arquivos da internet.
Com esse episódio o jovem de “olhos verdes” acabou sendo promovido a sargento.
Posteriormente, terminado o período do serviço militar obrigatório, nos separamos por vários anos, mas outra vez, o destino nos uniu.
Fomos nos encontrar em Campo Grande – MS.
Em uma academia e depois designados para trabalhar na região da tríplice fronteira entre os Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai. Esta região ainda fazia fronteira com uma parte do Estado de São Paulo.
Sei que em contos não se devem por nomes. Mas o faço, pois é um conto baseado em fatos verdadeiros.
Verdadeiros mas desconhecidos das autoridades responsáveis, dos chefes, dos governantes.
Talvez, saibam eles de alguns dados estatísticos, do número de carros furtados que são levados para o Paraguai, interessante, ainda hoje da mesma forma que acontecia há vinte anos.
O “menino de olhos verdes” agora se transformara no Delegado Regional e o “menino de olhos azuis” no Delegado de Polícia da cidade mais importante da sub-região. Mas a deste ficava exatamente na confluência da tríplice fronteira.
Este episódio ocorreu em porto Caiuá, local onde estava sendo construída uma usina hidrelétrica no Rio Paraná e a estrada se delineava exatamente sobre a barreira de contenção.
A operação consistia na abordagem dos veículos suspeitos ainda sobre as balsas que faziam travessia dos veículos do Estado do Paraná para Mato Grosso do Sul.
Na primeira incursão foram apreendidos quatro carros, dois Del Rey e dois Monza, furtados na cidade de São Paulo, no dia anterior, cujos veículos eram conduzidos até as pequenas cidades do Paraná, e ali permaneciam aguardando o momento adequado para serem atravessados. Depois faltariam cerca de cem quilômetros para alcançar uma das inúmeras cidades fronteiriças “Del Paraguay”.
Logicamente, desconhecíamos no que consistia esse “momento adequado”.
Outro fato interessante, mas, por favor, não dêem risadas, más é verdade, os presos eram levados para a única cadeia da cidade e ela era de “madeira”. Aliás, a maioria das casas daquela cidade era de madeiras, naquela época. Não sei hoje.
Só viemos, a saber, na segunda operação, quando afoitos em realizar um trabalho maior escalamos doze policiais que deveriam agir em duplas.
O Delegado Regional chefiava, mas também fazia parte de uma dupla operacional, seu companheiro era um Agente de Telecomunicações. Este tinha a incumbência de se comunicar com os demais componentes e transmitir-lhes as ordens operacionais.
Mas que operação, pois, logo após a descida dos carros da balsa, quando tudo deveria estar concluído, o que vê o Delegado Regional, cada grupo de seus agentes, sim, perto dos carros apreendidos, mas aos seus lados, também, outros homens armados, desconhecidos e entre eles ainda teve a chance de reconhecer um famigerado bandido procurado justamente por ser famoso nesse tipo de tráfico de veículos.
O que restou ao delegado regional, ao ver aqueles homens armados caminhando em sua direção, a não ser, lembrar-se do brocardo:
-“Pernas para que te quero”.
Subir então no veículo que acabara de aprender, praticamente, obrigar o preso e o Agente de Telecomunicações a adentrarem no veículo, tomar o assento no banco de motorista, acelerá-lo e arrancar provocando muita poeira e deixar atrás de si uma nuvem.
Acredita que essa ação os deixou momentaneamente desorientados, pois já estava a uma distância de 40 ou 50 metros quando os viu subindo em suas camionetes, alguns na carroceria e começavam a acioná-las e em comboio a persegui-lo.
Poderia dizer que foi uma delícia, se não fosse trágico, mas lembra-se como se fosse agora do ronco acelerado do Monza, vermelho, lindo... “Vrrooouuummmmmmmmmmm” e o chiado dos pneus nos pedregulhos do chão de terra batida “tchuaaaaaaaaaaaaaa”.
A corrida do carro que batia a “Kart” e assoalho em algumas saliências irregulares da estrada que na verdade era a barreira da futura hidrelétrica.
Olhando para trás via que se formava uma nuvem de poeira que com certeza inviabilizava a perseguição dos bandidos e desse modo foi possível ao término da barreira, adentrar em solo pedregoso sem deixar rastros e desse modo adentrar num paiol e enfiar o veículo sob um monte de feno, que parece que ali fora adrede preparado para esconder o veículo como vemos nos filmes americanos.
O feno cobriu o veículo, desceu do mesmo cuspindo capim, o bandido com um monte enroscado em sua algema, o agente reclamando de estar sujando seus equipamentos.
O delegado regional puxou o preso pela algema, praticamente o arrastou e com palavras de ordem obrigava o agente de telecomunicações a segui-lo e assim subiram em um morro, onde em local alto e camuflado, se assentaram. Dali se podia ter uma visão geral da planície formada pelas margens do grande rio e da estrada que se descrevia agora sinuosa para o oeste.
Dentre os veículos perseguidores três camionetes Ford e duas de marcas Chevrolet, além de um Fiat 147.
Sorte que coube aos dois ocupantes do Fiat fazer a verificação neste paiol, onde o Monza estava escondido. Negligentes os bandidos, deram uma espiada e sequer tiveram o cuidado de cutucar com varas o monte de feno. Depois de alguns minutos também seguiram para o Oeste.
E, nós ali.
Passadas cerca de seis horas viu-se ao longe sobre a barreira o ônibus interestadual que se dirigia para a cidade sede da sub-região, dando tempo de escrever, em uma caixa de bala CBC, um bilhete pedindo ajuda.
Entre as dobras da caixa colocou o Delegado Regional outro bilhete, que teve tempo de redigir, afinal ficou ali várias horas.
Depois de mais algumas horas chegou o reforço, o pior, que entre eles retornavam alguns dos mesmos policiais que tinham participado da nefasta operação.
Mas agiam como se nada tivesse acontecido.
Posicionou-se o Delegado Regional adequadamente de modo que pudesse reagir com armas, mas logo percebeu que tudo aparentava certa normalidade, iria fazer o jogo deles, talvez fosse naquele instante a estratégia adequada.
E, assim, retornaram para a sede.
O “bandido” foi autuado por receptação. Presidiu o flagrante o Assistente do Delegado Regional que foi o condutor.
Ah! Que trabalho em vão, o “cidadão” autuado, no dia seguinte foi posto em liberdade por ordem judicial.
Mas, tudo isso se repetiria depois, quando convidado para uma pescaria o ingênuo Delegado Regional foi e lá depois de ter pescado um grande “serubim”, que ajudou a limpar, no momento de saboreá-lo começaram a lhe contar a estória do “Delegado Bigode”.
Bem, esta estória, será narrada em outro conto, talvez, até o término do concurso, logicamente, se esta for bem recebida.
Ah! Sim.
Vocês querem saber por que contei tudo isso.
É simples.
Só quis justificar porque não entreguei a poesia ao amigo ODAIR ANTONIO ORTIZ, diretamente a ele e naquela época.
Justamente, porque, ela a carta-poesia, fora o bilhete que escrevera em um papel de revestimento de maço de cigarros e a introduziu, entre as frestas da “caixinha de balas CBC”. A mesma caixinha e papel que tem guardada em seus arquivos.
Normalmente, esqueço-me do teor das poesias que escrevi horas antes.
Aconteceu recentemente.
Escrevi para “baianinha” e perdi em meus escritos no próprio computador.
Espero encontrá-la. Mas ainda ontem quando não conseguia revisar este texto, em razão de erro de formatação, reescrevi a poesia “Baininha”, mas exatamente, no momento em que falava com ela pelo MSN.
Amigo com tudo isto estou lhe querendo dizer, que da mesma forma que tenho amigas, musas, você foi uma pessoa importante na minha vida, veja, fiz uma poesia, pensando que iria morrer.
Imaginava que você continuasse naquele Estado, como outros de nossos colegas continuaram.
Mas o destino não quis assim, outra vez nos encontramos aqui em nosso Estado, trabalhamos novamente juntos, divertimos em alguns momentos, trocamos nossas confidências e até fomos confundidos com buques de flores que mandamos.
Finalizando, para corroborar nossas brincadeiras, veja como fiz para você tomar conhecimento da poesia que ainda tenho aqui guardada em casa, no papel celofane, revestimento do maço de cigarros e da caixa de balas CBC, que a recuperei, pois afinal. Eu era o Delegado Regional. E, finalmente, desejo lhe dizer que tivemos a oportunidade de acabarmos com Defensores, pois sempre quis sê-lo, como quis quando tinha apenas quatro anos de idade e não conseguia dizer à minha Diretora que agira em “legítima defesa de terceiro” de meu irmão que contava apenas três anos e eu mais velho: cinco.

Autor: Emerson
Data: 17/07/05

Na minha felicidade
A brisa é amizade
O sopro é a bondade
Da minha simplicidade

Na minha pessoalidade
Às vezes tranqüilidade
Às vezes só vaidade
Mostrando voracidade
Com muita velocidade

Com travessura vou indo
Movendo muito o moinho
Bornais no redemoinho
Deixados pelo caminho

Na minha descontração
Eu brinco com atenção
Papéis pro alto irão
Pra muitos lados se vão
Alguns caindo no chão

Na minha ira vai ver
Ciclone aparecer
Do furacão vão correr
De medo vão se esconder
De frio irão tremer
Poeira nos olhos vão ter

As casas vou derrubar
As árvores, arrancar
Os fios, arrebentar
E tudo vou carregar
Logo depois vou parar

A princípio, é preciso integrar o ensino médio à educação profissionalizante, em contrapartida, o educador necessita mostrar ao estudante a importância de se buscar uma formação superior, sendo que o conhecimento humano sempre se encontra em estado de fazimento.
O ensino médio integrado à formação profissional poderá contribuir para a redução do desemprego e das desigualdades sociais.
O papel da TV Escola?Programa Salto para o Futuro é fundamental nesse processo de integração da grade curricular do ensino médio à Educação Profissional.
Sabemos que a educação pública no Brasil teve uma insuficiente expansão durante seu período histórico, um dos fatores é as desigualdades sociais, isto é, pessoas que trabalham sem carteira assinada, com uma mão de obra em condições precárias, isso tudo contribui para o aumento das disparidades sociais no país.
É importante mostrar a importância do trabalho ao estudante de ensino médio, recurso importante para o desenvolvimento da interatividade de cada individualidade, sabendo-se que temos que aprender a viver no meio social respeitando as diferenças de culturas e raças.
A sociedade globalizada exige uma qualificação profissional eficaz, no entanto podemos reconhecer que tal globalização precisa ser repensada, procurando dar mais assistência e educação às sociedades que estão a margem desse processo, mostrando a elas que,se a busca do saber sempre foi importante,hoje é ainda mais, porque sabemos que o sistema capitalista é predominante, e com isso, os países capitalistas ricos tendem a se enriquecer ainda mais e aumentar a concentração de renda, ainda mais, nas mãos de uma minoria rica que controla o poder econômico mundial.E com isso, a miséria e as disparidades sociais tendem a aumentar. Porque sabemos que a questão étnica representa uma problemática no mundo ainda, e as divergências ideológicas fragmentam a democracia e corrompem a soberania dos países. Imaginemos hoje, se tivéssemos uma terceira guerra mundial?É claro que não estaríamos esperando isso, mas as possibilidades ainda existem. Imaginem o Oriente Médio, quantas facções religiosas existem lá?, e ainda os problemas ligados à questão da ocupação territorial.
Sendo assim,por meio de um planejamento organizado, é preciso e possível fazer um trabalho interdisciplinar significativo nas escolas.
É preciso que se faça parcerias entre União, Estados e Município nesse processo de integração do ensino médio integrado à formação profissional, eliminando as resistências entre ambos os lados.
É importante que se faça um trabalho integrado à pesquisa científica, recurso imprescindível para o futuro profissional de cada um, porque todo estudo tem uma base, e essa base deve ser fundamentada na pesquisa científica, com o objetivo de formar um conhecimento sólido e que cada um seja portados de um porto seguro, isto é, de um conhecimento seguro.Porque um estudo sem um objetivo não tem importância, temos que ter uma meta, isto é, um planejamento, e nisso está envolta a questão de se trabalhar a pesquisa científica juntamente com a interdisciplinaridade., se estamos pesquisando algo, é porque temos uma finalidade, e com perseverança alcançaremos tal êxito.
Sabemos dos cursos supletivos que existem no país, esses cursos procuram uma conclusão rápida do Ensino Fundamental e Médio, o que acaba comprometendo a qualidade do ensino, isso precisa ser revisto, e ampliado. Não é possível o país continuar aceitando aluno concluir um estágio escolar com uma simples prova objetiva. Precisa-se reverter essa situação, porque um aluno que conclui um simples Ensino Médio com um supletivo tem poucas condições de enfrentar um vestibular de cara. A Educação é trabalhada desde a Educação Infantil, e os famosos supletivos acabam corrompendo esse processo de formação individual do aluno.Não é com supletivos que iremos acabar com o analfabetismo, precisamos realmente aprimorar o Ensino Médio juntamente com a Educação profissional, supletivos servem apenas para enfraquecer a qualidade do ensino no país.Em contrapartida, precisamos conscientizar a sociedade, de forma geral, sobre a importância do ato de estudar.
Enfim, temos que repensar nossa concepção de Educação e formação profissional, sabendo-se que nossa preocupação maior é com nossa nação, digamos melhor, nossa missão. Temos uma nação rica, mas que ainda possui um balanço socioeconômico marcante. No entanto, a Educação é o primeiro passo para a soberania de um povo, por meio de uma educação descentralizada, onde cada escola, seja ela de qualquer hierarquia, tenha o direito de elaborar sua proposta pedagógica, de acordo com a realidade de cada região.Porque sabemos que o Estado infelizmente ainda procura ser um centralizador das decisões a serem tomadas no país, e a sociedade precisa buscar reverter esse quadro, porque somos merecedores de uma educação pública de qualidade, e para que esta se torne de qualidade é preciso, primeiramente, planejamento.

OS PROCESSOS EDUCATIVOS.

* Currículo e Desenvolvimento humano
A nova LDB coloca como finalidade garantir o pleno desenvolvimento humano. Sendo assim, devemos analisar que aspectos precisam ser considerados. Mesmo que não falemos de nossa cultura negra, somos produzidos pela combinação da História, e o educador tem o papel de fornecer a formação de todo indivíduo de acordo com um sistema simbólico.
A memória é um fato marcante, a escolha dos temas para a composição de um currículo deve ser os fatos marcantes que compõem o currículo do aluno.
A escola deve ampliar a busca do conhecimento universal para a autonomia do indivíduo, dando importância ao currículo, levando os alunos a bens culturais que ele não tem acesso na sociedade. O acesso a partir do que não está acessível à pessoa. Levar o aluno a participar daquilo que ele não conhece, desta forma, o currículo deve ser voltado ao conhecimento humano, à globalização. Devemos facilitar esse acesso.
O que seria ter a escola de memória? , seria reconhecer que a escola é espaço de memória, inclusive memória é uma palavra que a gente usa pouco, o que vemos é um descaso com a memória, violência e exclusão.
Uma palavra que seja importante é o diálogo, para se dialogar com diferentes culturas cada aluno tem o chamado currículo universal, na verdade ele não se dá conta das especificidades de cada região. O educador vai ter que tentar desenvolver um olhar para outros saberes que o menino traz, isto é, o diálogo entre saberes, a importância da leitura e escrita.
Somos dotados de conhecimento formal, sistematizado, isto é, a escrita, para se comunicar. E as formas que o ser humano precisa adquirir para conseguir esse conhecimento. O currículo envolve o conhecimento e as práxis para que a criança adquira esse conhecimento. É difícil adquirir este se ela não for ligada ao que ela já tem.
No Ensino Fundamental, é um período de transformação, onde o professor se engaja num processo de animação cultural, isto é, um processo de sensibilização, cujo professor tem uma opção a seguir.
Algumas opções devem ser feitas, hoje, através da Ciência tecnológica, temos um acesso a uma grande quantidade de informação de forma que se crie uma consciência crítica no aluno, para que ele possa acessar a essas informações.
O professor sente dificuldades em adequar-se a essas normas, sendo assim, temos que buscar a educação para inserir o professor como peça fundamental. A formação humana é um espaço de geração de idéias, sendo que uma coisa é fantástica, a relação com o conhecimento. O educador tem uma função humana. A busca do respeito à infância deve ser a busca do respeito ao educador, é um caminho de várias entradas, mas principalmente centrado na questão de formarmos o futuro de nosso país e do mundo.
Teremos que buscar outro jeito de caminhar, e o primeiro é termos uma maior consciência de nosso currículo. Que tipo de ser humano estamos querendo formar. A Literatura deveria fazer maior parte em nossas vidas. Se queremos um caminho, precisamos saber aonde queremos chegar.
Enfim, a escola é feita com pessoas que irão trabalhar a questão da humanização. O professor necessita de um engajamento sério, isto é, um projeto de vida. Temos que reivindicar algumas coisas em determinadas situações, pois temos uma coletividade para organizar, e muitas vezes falta essa liderança, nosso desenvolvimento enquanto sociedade. Toda nossa memória é constituída por experiências positivas e negativas. É um desafio propor que o aluno viva novas experiências de memória, como dizia Paulo Freire: “Ser mais gente”. A gestão na sala de aula, contrição, memória pedagógica, o acervo que os professores fazem são importantes, e geralmente não temos o hábito de observar esses atos.
A nossa pedagogia é sem memória, ainda estamos memorizando as memórias pedagógicas externas, e é o coletivo que faz a nova geração.

* Múltiplas Linguagens

O fato dos professores trabalharem com maquetes com os alunos é muito importante, , isso faz com que os alunos possam perceber diferentes olhares. A idéia é que os alunos possam ser multiplicadores das artes.
No processo educativo o professor precisa fazer a diferença, foi mostrada a linguagem fotográfica e a cartografia, sendo que um trabalho deve ser contado e sistematizado pela arte.
O letramento tem o poder de participar de práticas sociais. Se houvesse um único tipo de texto, bastava o professor do primário ensinar contos de fadas, pois o que se precisa é trabalhar diferentes textos, e com o avanço tecnológico, a diversidade de textos se acentua.
A idéia de falar em letramento nos remete uma segunda intenção, o letramento está ligado às práticas culturais, sendo assim, precisa-se considerar o letramento que o aluno traz à escola. O letramento na Educação Física é muito importante também, podendo ser trabalhado na linguagem corporal do movimento, porque é por meio do movimento que interagimos com o mundo. O que diferencia a linguagem do movimento das demais é que é difícil entende a relação do movimento como objeto, podemos pensar a produção do movimento por parte do sujeito, contando que cada área do conhecimento conserve sua natureza do objeto. A Educação Física pode intercalar a escrita em suas aulas, trabalhando o esporte, saber escolas, inter e transdisciplinaridade. O professor tem o direito de discutir esses currículos, o contexto, a avaliação, pensar a proposta curricular de currículos próprios.
Enfim, o objetivo maior das disciplinas é integrarem-se entre si, e isso pode ser feito até nos estudos universitários. Os professores trabalharem juntamente, integrando os conteúdos, isto é, associando-os, sem rivalidades. Aliás, nenhuma disciplina pode ser rival da outra, o que se precisa é de união entre as disciplinas, e ainda, o professor precisa dominar sua área específica e se aprofundar nas outras também, para facilitar essa integração interdisciplinar. A Educação ainda carece de melhoras, pois hoje não se vê um educador apenas voltado para o Ensino Fundamental. As exigências aumentaram na formação superior. Toda relação entre habilitação e formação precisa ser problematizada. Se aumentar as exigências e formação, haverá uma enorme concentração do professor na área social, com isso a formação continuada é uma das formas de se garantir uma boa educação. A formação inicial é uma das dimensões desse processo de formação do professor que se estende por toda sua vida profissional. A escola deve se organizar e se constituir num espaço de formação do professor.

*Currículo, conhecimento e Cultura

Gênero, Etnia , sexualidade e cultura são conjuntos de práticas onde tudo é praticado. A relação entre cultura e mente humana foi estabelecida no século XVI. No século XX a cultura popular é integrada, já no currículo o desafio é respeitar a diversidade cultural, isto é, o que é vivido por cada pessoa(isso é cultura).
A cultura foi mudando, deixando de ser classista para se tornar cultura do povo. Na escola e no currículo aprendemos uma série de significados, e isso é importante para ampliarmos a cultura para um processo de construção continuada. A Escola recebe a cultura e lida com a diversidade cultural, por essa razão precisamos construir uma forma de acabar com a antiga cultura de unificação, sendo que a cultura é heterogênea, e se o professor tenta desconstruir que determinado currículo é único ele está caminhando para a diversidade dos saberes, e precisamos valorizar a diversidade negra e indígena, trabalhando-as em sala de aula, sendo esta uma maneira de valorizar o currículo.
O mundo está atualmente em grande transformação, e a escola deve trabalhar essa transformação, e deve-se trabalhar o currículo na busca do saber,isto é,da praticidade, a necessidade de instrução do professor estar recebendo agora, esse currículo escolar é fundamental, onde o professor sai do papel para a ação, sendo tão grande que chega a atingir a especificidade.Algumas escolas ainda não despertaram para discutir a relação currículo, escola e aluno. O que se determina oficialmente nessa ação é que o professor está envolvido, queira ou não, nesse processo .O coletivo dos professores podem fazer uma pressão para que os recursos possam ser bem utilizados, alguma ação positiva deve acontecer agindo assim.. A escola tem um grau de autonomia de acordo com as condições de determinada escola.
Quando se fala em currículo que valoriza a diversidade cultural estamos mexendo em um currículo polêmico. O que precisamos fazer é implementar ações que possam incorporar essas questões no currículo. As vezes professores isolados usam práticas multiculturais , de várias disciplinas, e ainda o olhar que o professor trata o racismo. Não é ideal o professor agir sozinho.
O professor tem o direito de usar o saber dele, como ser competente. O professor não se sente a vontade de falar do desconhecido, a África, por exemplo, possui uma diversidade cultural incomensurável, e é preciso abrir-se a novos conhecimentos. O anseio pela igualdade social é um sonho distante, mas todos esperam que a Educação vá resolver os problemas do país e do Mundo, e trabalhar com a auto estima entre escola, diretor, professor e aluno.
Os atletas paraplégicos, por exemplo, possuem uma boa experiência de vida, e ainda, podem fazer coisas que pessoas normais fazem. O currículo da escola deve buscar valores humanos, e isso perpassa todas as falas, atitudes e compromissos, porque uma das coisas que se precisa aprender é conviver.
Todos temos diferenças e necessidade de conscientização, além do mais, todos somos diferentes, e temos o potencial de melhorarmos como pessoa.
O que precisa ser plantado é que a escola, trabalhando os valores humanos, alteridade, identidade, relações ambientais e identidade, proporcione um momento riquíssimo no universo cultural do aluno. A exclusão é criada pelos preconceitos de cultura. A Escola é beneficiada pela Inclusão, sendo esta considerada uma riqueza do saber.
É necessário questionar como desenvolver um ensino significativo devido à falta de tempo dos profissionais (tempo, recurso didáticos, salários ),são tempos que dificultam a integração do professor. Nossa luta é coletiva, professores e escolas com o objetivo de fazer um trabalho competente.
É preciso proporcionar um diálogo com as culturas locais, valorizar o dialeto com diálogo da escola.Precisamos dar chances para que as Escolas Rurais também adquiram o poder. Escola é sempre ampliação de horizontes culturais, estabelecendo diálogos sobre o que o aluno traz.

Educação Infantil.

A Educação Infantil é uma fase muito importante na vida da criança, além de tudo, é preciso dar valor á questão da fantasia na vida da criança, pois ela está se autodescobrindo.
A arte deve ser intensamente valorizada na Educação Infantil, por meio da ludicidade, mas sempre procurando incentivar o hábito da leitura desde a infância. É importante que o Educador procure trabalhar em suas aulas a questão da lenda e dos costumes populares intensamente com os alunos na Educação Infantil, mostrando às crianças que cada pessoa possui uma individualidade.
Desta forma, podemos afirmar que somos seres sociais, socializáveis e socializados, precisamos aprender a conviver na sociedade respeitando as diferenças de crenças e costumes.
É muito importante o Educador trabalhar a Oralidade profundamente com os alunos da Educação Infantil, mostrando-os que a fala influencia na escrita.
Enfim, a criança já possui seus conhecimentos lingüísticos em sua Gramática internalizada e o papel da escola é sistematizar esses conhecimentos, e as brincadeiras e os jogos contribuem profundamente para esse sucesso.
Miséria Social

O Mundo encontra em flagelos. Precisamos dar mais valor à Educação de nossos filhos, pois temos que aprimorar nosso intelecto e nosso espírito. A Globalização precisa trabalhar no sentido de unir os povos e acabar com as rivalidades entre Religiões. Porque todos somos iguais perante Deus.
Tudo o que temos é empréstimo de Deus, e devemos procurar fazer melhor uso de nossos bens terrenos, praticando a caridade ao próximo, porque teremos nossa recompensa na espiritualidade.
Desta forma, ainda enfrentamos muitos Holocaustos, facções religiosas no Oriente Médio, destruição de nosso Ecossistema. Os Estados Unidos são considerados campeões na emissão de gases nocivos à atmosfera. Precisamos reflorestar boa parte do Mundo, mas para que isso aconteça é preciso a integração do Mundo como um todo nesse processo. Temos tecnologia até para reflorestar os desertos, e por que não fazer isso?. Se o aquecimento global continuar aumentando perderemos nossas geleiras polares.
Ainda dá tempo de salvar nosso planeta, temos tecnologia suficiente para isso, é possível resolvermos as desigualdades sociais no Mundo, redistribuindo melhor a Renda Mundial, mas para que isso aconteça é fundamental o apoio de todos os blocos econômicos. A Globalização precisa observar e criar solução para os balanços socioeconômicos do Mundo.Contudo, o primeiro passo para a soberania de um povo está na Educação. É preciso que as autoridades invistam maciçamente no conhecimento teórico e prático aprofundado de informática associada ao projeto de pesquisa científica com os alunos, desde os primórdios da Educação Básica.
Ainda além, é preciso mostrar o real valor da Educação ao aluno e as relações que as diferentes disciplinas possuem entre si e sua respectiva importância na vida social de cada individualidade. A prática de leitura crítica e escrita são recursos indispensáveis nas aulas de Língua Portuguesa. É preciso que se faça um trabalho de inclusão das comunidades rurais pobres no processo de Educação Continuada, isto é, mostrar o real valor do estudo para a vida profissional.
Enfim, há muito que ser feito por nossa sociedade tão atrasada ainda, mas devemos realmente engrenar nessa Globalização econômica não esquecendo de olhar o lado social da vida de cada um,seres humanos cheios de conflitos psicológicos. Precisamos buscar a verdadeira paz espiritual, fazendo-nos merecedores dessa paz, reconstruindo o que já destruímos na natureza devido nosso atraso moral, faço um grande apelo ao mundo, vamos usar nosso potencial científico para reconstruir a fauna e flora desse Mundo ameaçado, pelo amor de Deus. O Planeta Terra chora de desgosto, nossas desculpas ao planeta Terra podem ser tarde.

Murilo Braga Silva- Jataí- Goiás. Escritor da Folha do Sudoete, cujo site é: www.folhadosudoeste.com.br. escritor do jornal "Comunique-se, cujo site é: www.comunique-se.com.br. tenho 18 orkuts com o nome: murilo braga silva, e para maiores contatos, adicionem meu msn: murilobraga25@hotmail.com