Justificação

Foto de A.J

Lembrança Dolorosa

Oiço o barulho da chuva...
Ela que me faz lembrar de ti.
De como a ouvíamos juntos,
Antes de eu partir.

Lembro-me das perfeitas palavras,
Ditas por ti naquela noite tão linda!
Inesquecíveis ficaram,
Perseguindo-me na vida.

A Saudade mata, meu amor.
Não fui forte e não lutei.
Não lutei contra esta dor...
Que de propósito provoquei.

Choro constantemente,
Quando me lembro do por quê e como te deixei.
A tua linda face, inundada em lágrimas...
Perfeitas amigas da dor, eu sei...

Deixei o meu coração contigo,
Porque a ti ele sempre pertenceu.
Hoje sou um ser tão frio.
Já não existe um Eu...

A razão porque te deixei...
Nunca será uma razão,
Não pode ser!
Não tem justificação.

Merecias toda a felicidade existente no Mundo,
Dizias sempre ser o mais feliz.
Eu senti isso no fundo...
Mas desacreditei, porque quis.

Vejo-te hoje tão triste e sozinho.
Abre o teu coração de novo,
E enterra o meu tão mesquinho.

Deixa a minha alma descansar em paz agora.
Lembra-te sempre destes olhos azuis que brilhavam ao ver-te!
Irei vigiar-te a cada minuto, a cada hora...
Estarei ao teu lado porque nunca me perdeste.

Meu amor, sinto a tua falta.

Foto de BIENVENUTI

INIMAGINÁVEL

Quando nada mais aconteceria,
nada mais mudaria,
como "ver estrela cadente"
voce surgiria...
Voce é completo mistério,
um Ser, completo e repleto,
de dúvidas, de paz, de indignação...
Um Ser capaz de romper meu Coração...
Não encontro seu começo,
nem tampouco sua continuação...
Se vejo seu semblante,
ocorre transmutação...
Ja não me vejo,
neste mundo não...
Navego no inimaginável,
onde o Incerto é a razão,
nada é abominável,
onde não existe o Mal...
É um mundo noutra dimensão,
onde para o Amor,
não se exige Justificação...

Foto de Edson Cumbane

Viola da minh`alma

A viola da minh`alma
retumbila em jeito de introdução
ressuscita as tristezas do meu coração
tenha calma minha alma
é simplesmente música!
Música do meu sofrimento

que veio atormentar as dez maneiras
que eu não tenho de entristecer
que eu nem sei quais são,
simplesmente as sussurou meu coração!

Há vida, música desprovida de sorte
que de sorte me conduz a não-morte
que de morte finge sofrer
fingindo simplesmente viver
auto-designando-se de vida!

É esta música que escuto
dentro de dentro de mim
no meu mais íntimo impossível
tentando eu, entristecer o inentristecível
querendo não dar atenção
a música que toca no meu coração

lá apareço eu e zás!
O silêncio toma-me conta.
O que houve afinal de contas?
Desvairadas lembranças tornaram
as minhas entristizadas penúrias
sentimentais em música o meu pesar?
Pesar por esta triste vivência
que me fez ver o Homem não pesar:
amor e ódio, alegria e tristeza

e assim disto criou-se o desbalanço
que faz do Homem um verdadeiro aço!
Posso de maldades irracionais
emboscadas no que se diz racional!
O que é afinal?
Terror humanitizado no que de civilizado se chama?
Arrogância do saber imprioritário?
Pecado, a morte do salário?
Sim, porque há por aí justificações
insanificadas que fazem um trabalhador
não receber o seu nobre salário! Justificação:
morreu o salário devido a crise!
Sim, a tal crise financeira
causada por vírus de insanidade
Humana com intenções de racional!

Por infinalidade, a viola da minh`alma
Se cala e assim termina
esta impoetifisciência ciência
da minha nobre alma poetificada!

Foto de Edson Cumbane

O natural

É natural! Sim é natural falhar,
é meu opróbio, é o meu anoitecer.
É natural errar e dizer: é natural!

O Homem tem justificação para tudo e nada,
basta um: "é natural" e tudo volta ao normal.
O natural agora é banal.
Tudo agora é natural! É natural:
mentir, roubar, saquear, odiar, amar,
casar, desquitar, enfim, tudo é natural!

O que é natural? O que é afinal?
Será mesmo que tudo é natural?
Deito-me em um mar de perguntas
indagando o que é realmente natural,
não é banal buscar o verdadeiro significado
do natural: é natural! É natural?

Foto de SonhoReal

Significado

Dizer que amo,dizer desejo-te
Não significa nada

As palavras que tem valor
Não são do amor
São as que saem de mim
sem nunca terem fim

Na minha alma nascem só
palavras brancas

Perguntas sem justificação
Porque o que sinto não tem uma razão
Um amor como o meu não se pode afogar
Como uma pedra no rio até ao fundo chegar

Nem estando longe eu me esqueço
quem és tu que me preenche

Este amor não se pode queimar
porque é feito de fogo
Também não o posso perder nem ganhar
porque não é um jogo

Beijar-te e amar-te
É tão mas tão bom

Eu e tu, nós
Um grande amor nada mais
Dirá sempre a minha e a tua voz
Ninguém nos separará jamais

Foto de Jorgejb

E de um poema nasceu 2

Deixou um poema em cima da mesa e saiu. Sabia que ela, ao sentir o frio do outro lado da cama, saltaria pronta, procurando onde tinham feito amor, a mesa nua e fria, ainda quente do seu corpo, sulcos de si própria espalhados nela, e assim, perceberia a folha cheia, acolhendo palavras para si.
Não, não era um recado, nem uma justificação, nem concerteza razões expressas de forma polida e omnisciente, desculpando-se. Era um poema, zurzido da consciência do impossível, dos pedaços dos dois, que ainda ontem pareciam não conseguir se despegar, iluminados da loucura que os prazeres quando libertados, emprestam aos corpos e lhes dão aquele brilho, que só os amantes sabem contar e explicar dentro dos seus corações.
Uma dolorosa e delicada expressão de amargura, empalideceu seu rosto, sentindo a solidão dos amantes traídos; olhou de lado a sua cama, desarrumada, os lençóis descaídos e soltos, as roupas espalhadas pelo chão, como um mapa, com pontos demarcados e uma história apensa a cada um.
Já sentada na beira da cama, contida no seu próprio corpo, escondendo seus seios em seus braços, as pernas geladas, vermelhas, unidas na estupefacção do seu próprio ruído interior, procuraram nas palavras uma nova força, um destino, uma alma.
Encontrou-o mais uma vez. Como sempre, arquitecto de palavras, demasiadamente doce para a sua manhã, o rosto dele na sua memória - definhando, e foi lendo, e lendo, sem compreender onde chegava.
Era a carta de um homem com medo do amor, como se não lhe tivesses deixado os seus portões abertos para entrar, era a carta de um homem preso ao espaço e à resignação do mundo que trouxera atrás de si, como se ela alguma vez tivesse ousado tocar em seus haveres, ou pronunciado a palavra passado. Era ele e seu mundo, e a irrazoável forma de dizer adeus cobardemente, como se num último rebate, abandonasse a prancha mais alta e recusasse o salto para um mar maior e mais azul.
Ela sorriu, arrumou o quarto, tremeu de frio, e percebeu o quanto tinha estado nua, agasalhou-se sentindo o conforto do seu xaile de seda, onde tantas vezes repousara o seu amante, e sorrindo mais uma vez, abriu a janela que dava para o meio da rua, o rio entrando pelas suas narinas, extasiado do fresco ar húmido e salgado que a abraçava, e convidando o Sol a entrar, escutou no seu rádio a sua música favorita, trauteando um novo canto, sem saudade, sem rancor. O amor, o seu amor haveria de chegar outra vez.
Ele, parado no meio da rua, queria perceber o que tinha escrito, a impulsividade que o dominava, o medo de magoar, de prolongar sonhos sem esperança. Doía-lhe o peito e a saudade dos lábios dela. A manhã não lhe dava tréguas, de ter sido acordada tão cedo, enregelou-lhe os ossos, como querendo que ele voltasse ao leito que tinha deixado. Sentia o perfume dela, abraçando-o, mas soube que a outra história devia estar destinado. Final de história, os passos levavam-no em frente. Sorriu na compreensão, do quanto ela ficaria no seu peito, na sua memória, e amou esse momento na plenitude de um grande final e do quanto os momentos são diferentes na medição do tempo e dos seus segundos. Veio-lhe à memória a mesma canção, que tocava em todas as janelas abertas, a sua canção, espalhada por todos os rádios, esperando que ela também o tivesse ligado, trauteou baixinho para ela, que o amor nunca irá partir, um dia o amor, o seu amor haveria de chegar outra vez.

Foto de paulobocaslobito

Infedilidades

... Regressas a casa, entras, sorris e olhas-me!
Mentes!
Mentes pois o coração entende os factos e as falas da alma.
O coração sofre por te deixar ser livre e feliz.
Já não me és a mesma de todos os dias, escondeste entre o falso e o deixa-andar, amas com o coração de mulher que se sente traido pelo meu silêncio.
Sofres porque te deixo navegar nesse lago de sentimentos novos e místicos, para que percebas e entendas, se sou justo e te mereço.
Não me sinto de algum modo arrependido por te ter libertado desse tédio em que vivias, ainda que efémero; antes pelo contrário, sinto-me emancipado e conhecedor dos meus limites.
Não tenho medo!
Hoje não sofro... deixei que os ciúmes acabassem para entender o âmago da minha existência. Divido-te com outro, mas não te minto.

Mentes!
Mentes e não sabes como lidar com esse sentimento.
Sabes que eu sei...
Não entendes o meu silêncio mas também não tens a coragem de romperes com tantos anos de passado.
Sabes que nada mudou em relação aos meus sentimentos; apenas partilhamos camas diferentes, dormindo no relento das noites de costas voltadas, neste fragor de ilusões como se não pudéssemos terminar com esta saga de tormentos.
Ficamos!
Todos nós julgamos que temos sempre uma justificação para os nossos actos, e que os outros são sempre culpados pelo bem ou mal que cometemos.
Mas esquecemo-nos que não existem motivos para a raiva e para a vingança, pois somos todos culpados pelo que fazemos.
Podemos não estar acordados e não percebermos os sinais, e, muitas vezes é tarde...
Tudo segue, e aceitamos esse destino, como se ele fosse uma coisa culposa de nós.
Aceitamo-lo na nossa infidelidade, de continuar-mos sempre no mesmo sítio e nada mudar, seguindo assim pelas noites afora, zangados com o mundo.

Paulo Martins

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