Joelhos

Foto de Maria Goreti

TRÊS IRMÃS

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(Reflexão de fim de ano)

Minha inspiração tirou férias! Que alívio!

Pensar que eu me sentia na obrigação de escrever todos os dias, qualquer coisa, para que meus leitores não ficassem à deriva. Absurdo!

Natal, passou em brancas nuvens. Ano Novo também.

A poesia não se fez presente no papel, mas na minha vida Estrelas de Belém se fizeram soberanas no renascimento de três irmãs: a Fé, a Esperança e a Caridade. Também não tive ceia farta, mas, o que me foi permitido ter, fartou-me e aos meus. Não armei árvore de Natal, porém um humilde presépio, num móvel, no canto da sala de jantar. A casa estava cheia, não de gente, de memórias dos encontros de outros natais e saudades de pessoas queridas que jamais voltarão, a não ser nas lembranças vivas em nossos corações.

Vi renascer a Fé na vida, ao sentir a capacidade de amar incondicionalmente, ao me ver forçada a abandonar o vício de comprar presentes e fazer o Natal comercial. Presenteei sorrisos, sentindo o sabor das lágrimas contidas. Vi renascer a Esperança, ao ver minha mãe recuperar-se de uma pneumonia e suas possíveis consequências, graças ao amor e dedicação que pude lhe dispensar, doando-lhe todo o tempo e paciência disponíveis e indisponíveis. Diante de trabalho intenso, de noites não dormidas, vi renascer a Caridade. Aprendi, com tudo isto, que Fé não é postar as mãos e colocar os joelhos no chão, dizendo em alto e bom tom “Senhor, Senhor!”, que Esperança é muito mais que desejar “Boas Festas de Natal de Ano Bom” e que Caridade não é abrir a “burra” e espalhar dinheiro aos quatro cantos, porque, se assim fosse, eu jamais poderia me colocar no patamar das pessoas caridosas.

Aprendi também que o Natal é todos os dias, cada hora, minuto e fração de segundo de nossas vidas. Que o Ano Novo, nada mais é que um dia após o outro. Que o sonho, a ilusão de que dias melhores virão, é que nos mantém vivos, apesar das dores e dissabores. Então, eu agradeço aos Céus as fichas que caíram sobre minha cabeça nestes dias de festas!

Que este seja um ano de Fé, Esperança e Caridade – em amplo sentido – nas vidas de todos nós!

Feliz 2011!

© Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 01/01/2011

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"ORAÇÃO A MEU DEUS"

"ORAÇÃO A MEU DEUS"

Óh Senhor, primeiro amor de meu viver...
Calceteiro mor que construiu meu caminho...
Dono do tempo, livrador de todo meu sofrer...
Desenhista e escultor do meu destino!!!

Arruma a tua morada...
Templo que te abriga por todo o sempre...
De-me luz para que ande em tua estrada...
Oriente-me para que viva divinamente!!!

Senhor de minhas angustias...
Senhor de toda redenção...
Respostas às minhas perguntas...
Motivo da minha silenciósa oração!!!

Rogo a ti meu Pai em noite de escuridão...
Que ilumine os caminhos de meus irmãos...
Rogo a ti Senhor que dê sua benção...
Aos homens sem coração!!!

Te imploro Senhor...
Livra o ladrão...
De-lhe muito amor...
Conceda-lhe o perdão!!!

De joelhos meu Pai...
Peço pelo impio...
Derrame sobre ele a paz...
Para que possa enxergar o obvio!!!

Senhor se preciso for...
Lavo com minhas lagrimas os pés do inimigo...
Para que se manifeste teu amor...
Transformando todos em amigos!!!

E por fim meu Pai, verdadeiro Senhor de tudo...
Faça de mim o que melhor lhe convier...
Para que eu possa melhorar o mundo...
Para quando teu filho vier!!!

Senhor...
Dono do ar que respiro...
Genitor de minhas idéias...
Provedor de minhas conquistas...
Gestor de minhas posses...
Companheiro de todas as horas...
Obrigado...
Nada teria valor se não fosse vindo de ti...
Nada teria sabor se não fosse ofertado por ti...
Nada teria me satisfeito se não fosse do teu agrado...
Nada, mas nada mesmo Senhor tem sentido sem teu amor!!!

Obrigado Senhor!!!

Foto de Carmen Vervloet

UM NOVO MUNDO

Mesmo se for apenas por um segundo
olhos e fé no infinito transcendente
eu quero ver nesse nosso imenso mundo
a vida plena transitando benevolente.

Olhar o céu se acender sossegado,
o orvalho puro umedecer a plantação,
a rosa e o cravo sorrindo, enamorados,
dançando enlaçados pelo vento e sua canção.

A mata virgem despertando paixão
nos seres vivos, livres e preservados,
as fontes límpidas batendo seu coração
matando a sede do fértil solo arado.

Os alimentos brotando abundantes
saciando a fome de todos os viventes,
grilos alegres, pelas noites saltitantes,
anunciando um novo homem mais consciente

E a fartura nas mesas fazendo festa,
o corpo e a alma em grande evolução,
a vida plena cortada de suas arestas
entregando, um a um, o troféu da preservação.

Então a Deus agradecerei de joelhos
o despertar da sua semente divina
nos corações de seus humanos herdeiros
neste meu sonho que a devastação ajardina.

Carmen Vervloet
Diritos Reservados

Foto de Eddy Firmino

AMIGO

Amigo que nas mellhores horas comigo sorriu
Quando fui embora,coração comigo partiu
Nos piores momentos comigo chorou
Quando cai,foi tua mão que me segurou

Amigo que nunca me esqueceu
Quando frio senti...O teu corpo me aqueceu
Jamais exitou em me dizer palavras fortes
E foram elas que me livraram até mesmo da morte

Estava comigo e sentiu minha dor
Quando sofria e gemia ao perder meu amor
Nunca desejaste nenhuma maldade
Amigo meu grande herói...Exemplo de lealdade

Me lembro quando quase desisti
Foi teu incentivo que me fez proseguir
Confesso que nem sempre entendi seus conselhos
Mas hoje agradeço até de joelhos

Me recordo quando contigo briguei
Por motivo tão tolo que até hoje não sei
Nunca pensou em me odiar
Quando perdão eu pedi,pronto estavas a me perdoar

Por tudo que eu disse e também muito mais
Amigo não se esqueça nunca jamais
Por todo teu empenho,amor e dedicação
Amigo me és importante...És o sangue que banha meu coração

Foto de Oliveira Santos

Auto Análise

Por quê sempre olho no espelho e vejo um homem de joelhos?
Por quê corro para janela para pular através dela?
Por quê essa dor me corrói a ponto de me deixar assim?
Por quê sinto a dor dos outros como se estivesse em mim?

Ando nas ruas cabisbaixo com medo de olhar para frente
Não quero olhar para ninguém, tenho fobia de gente
Eu corro louco entre as pessoas com medo de olhar para trás
Embora os gritos me atraiam, mas vi desgraça demais

O estampido anuncia que a mais um faltou a sorte
Assalto ou queima de arquivo, qualquer trilha leva à morte
Correndo bocas, becos, bares indivíduos se viciam
E batendo de porta em porta outros coitados se humilham

A fome assola os miseráveis torcendo seus intestinos
Sobrevivendo a todo custo por fibra ou por desatino
O jornal mostra em cores vivas seus sorrisos amarelos
Só assim é possível perceber quão grande é esse flagelo

Seres humanos se maltratam regredindo aos seus primórdios
Se chocando constantemente em relações de amor e ódio
E sempre esquecem seu discurso demagogo e sem moral
Que prega a compaixão eterna além do vivo e do imortal

27/08/97

Foto de Jorge Vitor

Coroa

Sim, pois não?
Como você está?
Se fugir de mim eu vou te encontrar...
Mas se dizer que sim...
Pode ser que seja lá...

Vive se escondendo...
Vive se perguntando...
Reprimindo o seu medo...
Num barquinho no oceano...
Não vai embora não...
O lobo já não é tão solitário...
Só precisa se auto entender...
Sem fugir do imaginário...
Úive contra o vento...
Seje sua força...
Se tremer os joelhos...
Levante a sua coroa...
Você é rei de si mesmo...
E não servos das pessoas...

Foto de Ana Rita Viegas

Tenho Sede

Tenho sede
das tuas mãos,
que percorrem meu corpo.
Das pontas dos teus dedos,
tocando suavemente minha pele.
Da palma côncava da tua mão.
Amarrando meu corpo.

Tenho sede
das tuas pernas atléticas,
entrelaçadas nas minhas.
Dos teus joelhos quentes,
roçando nos meus.

Tenho sede
do teu olhar ao acordar.
Do brilho no escuro,
iluminando o meu espaço,
cobrindo-me de luxo.

Tenho sede,
desses teus beijos fogosos,
que atrevidamente e ardentes,
saciam todo o meu ego, todo o meu ser

Tenho sede,
e esta sede não vai saciar-se...
Cada dia que passa
fico com mais e mais ardor

Tenho sede,
sede dos nossos desejos latentes
de quando nos inundamos
em jogos intensos
do suor escorrendo pelo teu corpo.

Tenho sede,
sede das tuas veias em relevo.

Tenho sede,
sede de ti.

Foto de Anderson Maciel

EU NÃO CONSIGO ESCONDER O QUANTO EU TE AMO

em um momento de minha vida em que vivia triste desanimado caindo aos pedaços, muito cansado com tudo o que me acontecia e cada vez mais o coração pulsava de desgosto e temor. O meu medo era constante de que vinhesse a ficar sozinho dentro deste mundo aonde eu fui gerado para ter uma função que ainda me traz muitas dúvidas de verdadeiramente mas diante de tudo isso deparei-me com sua voz direcionando a mim até você e pude ver que era uma moça bastante bonita que gritava em alta voz o meu nome e por muitas vezes me sentia acoado até que tomei a iniciativa e fui ter com você. Pude ver que você estava com um vestido branco por sinal muito lindo e seu rosto claro brilhava mais que a luz, um encanto de mulher que me seduziu me fez ficar apaixonado por ela e entre cada vez que eu a olhava em seus olhos um grande vinculo de beleza sobrepunha meus pensamentos ficava muito entusiasmado e meu coração não mais pulsava de desgosto e sim de mais pura alegria e você a cada vez mais se achegava perto de mim e me fazia sentir mais este desejo. Cheguei-me a certo ponto de ver você ao meu lado, nos meus sonhos te tinha como princesa do meu reino encantado é mas de tudo isso quando acordava eu via que estava só sem você quando derrepente começava tudo outra vez aquela voz me chamando e se achegando a mim; pois é eu não tava conseguindo esconder meus sentimentos por você até que me veio a coragem de ir falar contigo e seguindo eu aquela voz que me chamava e que me fazia sentir mais perto de você deparei-me com seu rosto e seu vestido branco que a cada olhar parecia mais branco e alvo que a neve e seus olhos brilhavam a cada segundo em que te olhava e nestes momentos puros aonde eu me deparava olhando para você, caia-me de joelhos e te falava só uma única palavra "Eu Te Amo". Anderson Poeta

Foto de Soélis

O MENDIGO E AS FLORES.

O MENDIGO E AS FLORES.

Autor: Soélis Sanches

... Havia um homem muito rico, muito poderoso que morava em uma linda mansão.
Em um determinado dia, esse homem resolveu homenagear seus amigos com uma grande festa em sua mansão. Então, chamou todo os seus convidados, cada qual mais abastardo que o outro.
Era noite, fazia muito frio e chovia mansamente.
As horas passavam rapidamente e, quando a madrugada chegava, um mendigo tocou a campainha daquela casa. O anfitrião atendeu à porta, e o velho mendigo pediu-lhe um prato de comida.
O proprietário daquela linda mansão ordenou a um de seus empregados que lhe preparasse uma bandeja com lixo e sujeiras.
O homem rico entrou no salão com a bandeja na mão sob o olhar incrédulo dos convidados, e diante de todos ofertou ao velho mendigo aquela bandeja contendo lixo e sujeiras.
O velho mendigo recebeu de suas mãos aquela bandeja e, com tanta alegria e satisfação que invadia seu coração agradeceu humildemente, o que surpreendeu a todos que se encontravam naquela linda mansão.
Com toda a sua humildade transparente, o velho mendigo pediu àquele homem rico que o aguardasse no salão, pois, em retribuição ao seu presente, ele também, gostaria de presenteá-lo...
E assim, o velho mendigo saiu em êxtase, com a sua bandeja de lixo e sujeiras na mão e, no centro do jardim daquela mansão, ele dobrou os joelhos no chão, fez uma breve oração e lavou a bandeja com suas lágrimas, logo em seguida, colheu inúmeras e lindas flores daquele jardim, e colocou na bandeja que brilhava de tão limpa que estava.
O velho mendigo, então, retornou ao salão daquela mansão com um radiante sorriso estampado no rosto e a bandeja de flores na mão, e presenteou aquele homem rico, enquanto os convidados ficavam estagnados sem acreditarem no que viam, e disse ao homem rico:
As pessoas presenteiam aos outros com aquilo que tem de melhor dentro de seu coração.

Foto de Diario de uma bruxa

Pedras no caminho

Subi uma enorme ladeira
Cheia de pedras no caminho
Tropecei, cai
Bati meus joelhos no chão
Cheguei a feri-los
Mas continuei subindo

Não tive porque parar
Não podia parar
A dor era imensa
Mas se não houvesse obstáculos
Se não houvesse dor
Não saberia realmente
Se escolhi o caminho certo

Escolhi o caminho mais difícil
Cheio de pedras
Mas era o caminho correto
Que me levou direto
Ao meu destino

Poema as Bruxas

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