Intestinos

Foto de Oliveira Santos

Auto Análise

Por quê sempre olho no espelho e vejo um homem de joelhos?
Por quê corro para janela para pular através dela?
Por quê essa dor me corrói a ponto de me deixar assim?
Por quê sinto a dor dos outros como se estivesse em mim?

Ando nas ruas cabisbaixo com medo de olhar para frente
Não quero olhar para ninguém, tenho fobia de gente
Eu corro louco entre as pessoas com medo de olhar para trás
Embora os gritos me atraiam, mas vi desgraça demais

O estampido anuncia que a mais um faltou a sorte
Assalto ou queima de arquivo, qualquer trilha leva à morte
Correndo bocas, becos, bares indivíduos se viciam
E batendo de porta em porta outros coitados se humilham

A fome assola os miseráveis torcendo seus intestinos
Sobrevivendo a todo custo por fibra ou por desatino
O jornal mostra em cores vivas seus sorrisos amarelos
Só assim é possível perceber quão grande é esse flagelo

Seres humanos se maltratam regredindo aos seus primórdios
Se chocando constantemente em relações de amor e ódio
E sempre esquecem seu discurso demagogo e sem moral
Que prega a compaixão eterna além do vivo e do imortal

27/08/97

Foto de Oliveira Santos

Ressaca Moral

Quem disse ser o ser humano o animal mais adaptável e que capaz ele seria de estar todos os dias,
nas manhãs quentes ou nas noites frias a labutar com a solidão?
Quem sangue frio teria de , naquela calmaria dos bares agitados de casais aconchegados, transitar
furtivamente sem ter quem lhe acompanhe e ainda querer beber champanhe?
Não me venham com discursos ou qualquer das parolices que só dizem mais tolices filosóficas ou hipócritas
tentando dar justiça, pois, partindo da premissa de que tudo tem sua vez. Eu prefiro a embriaguez!
Pois nela é oito o oitenta, ou alivia ou então arrebenta tudo que estiver por dentro: intestinos, pensamentos
cândidos ou impuros num clima assim, romântico para deixar tudo mais duro.
E vou para casa, onde, bêbado, me julgo, sentencio e executo a pena do total expurgo. Sinto sede, fico puto,
cambaleio, pelas pernas titubeio em meio aos móveis mais que móveis aos meus olhos. Que momentos
vexatórios!
Frente ao espelho lavo o rosto, lavo a boca, olhos vermelhos, voz rouca a murmurar palavras ocas de auto-ajuda, de auto-ofensa, daquelas que não se pensa refletindo sobre o dia que termina em agonia.
E amanhã, de cabeça assaz pesada, levanto a carcaça cansada para mais momentos de pesar até passar
o mal-estar e, num canto da minha mente, paro por alguns segundos para me ver diante do mundo, como fui,
estou e sou e vejo que nada mudou. Tanto faz ou tanto fez, tudo começa outra vez: solidão e insensatez.

12/10/99

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