Instinto

Foto de Raiblue

Doce delito...

Sua boca me atrai
Contrai todos os meus músculos
Me distrai entre jogos e sussurros
Sua língua me excita
Incita meu corpo, me lubrifica

Dona do meu prazer
Dita as regras
Dilata os caminhos
Delata meu cio
Na pupila dilatada
Perigosa estrada

Basta um verso
E eu me arremesso
No meio do seu delírio
Meu gozo e meu martírio

Tento escapar da ilusão criada
Fugir dessa estrada movediça
Mas sua língua me enfeitiça
Lambe e dissolve os medos
Me faz cúmplice dos seus segredos
Veneno delicioso, fatal
Não há antídoto
Que me salve desse vício

Jogos proibidos
Viciados no amor
Mais pervertido
Tudo é instinto...libido...
Doce delito....

(Raiblue)

Foto de Carmen Vervloet

Simplesmente Mulher

SIMPLESMENTE MULHER

Imagina-me... Retrato da beleza...
Namorada... Amante... Companheira...
Capaz de inúmeras proezas...
Sutil... Mas verdadeira...
Sensível em minhas pétalas...
Feroz nos meus espinhos...
Defendendo a vida com garra e carinho!...

Imagina-me... Criação... Continuação!
A canção, que os sonhos embala...
Nada me abala e me cala...
Utopia... Aquela que te contagia...
Magia... Imagem...
Mas, sobretudo mensagem...
De decisão e coragem...

Imagina-me magnetismo... Encanto...
Olhos falando... Sorrindo...
O meu coração sufocando o pranto
Expurgado em versos
Nas auroras nascituras...
Firmeza... Bravura...

Imagina-me... Candura...
Aquela que sempre perdura...
Que busca no céu as estrelas...
Faz promessas pra lua...
Que me deixa nua...
Mas sabe que ao raiar do sol
Outro dia continua...

Imagina-me... Mágica sedução...
Curvas do seu descaminho...
Uma incógnita... Segredos... Paixão...
Beijando sua boca de mansinho...
Um ser multifacetado...
Concubina... Amiga... Mulher...
Nos lábios sorriso endiabrado...
No coração nem uma certeza sequer...

Imagina-me... Poesia... Brilho... Fascínio...
Um baú de eternas surpresas...
Roubando-lhe o rumo...
Tirando-lhe o prumo...
Deixando-o ébrio... Ávido... Sem ação...
Adentrando labirintos por instinto...
Enlouquecendo sua vã matemática...
Tudo pressinto... Sinto!
E navego por mares... Marés...
De bom e mau tempo...
Mas sou seu calmante
Depois de um dia alucinante!

Eis meu auto retrato
Meu perfil que aqui relato...
Mulher simplesmente...
Simplesmente mulher...

Carmen Cecília & Carmen Vervloet

Foto de CarmenCecilia

SIMPLESMENTE MULHER

SIMPLESMENTE MULHER
Imagina-me... Retrato da beleza...
Namorada... Amante... Companheira...
Capaz de inúmeras proezas...
Sutil... Mas verdadeira...
Sensível em minhas pétalas...
Feroz nos meus espinhos...
Defendendo a vida com garra e carinho!...

Imagina-me... Criação... Continuação!
A canção, que os sonhos embala...
Nada me abala e me cala...
Utopia... Aquela que te contagia...
Magia... Imagem...
Mas, sobretudo mensagem...
De decisão e coragem...

Imagina-me magnetismo... Encanto...
Olhos falando... Sorrindo...
O meu coração sufocando o pranto
Expurgado em versos
Nas auroras nascituras...
Firmeza... Bravura...

Imagina-me... Candura...
Aquela que sempre perdura...
Que busca no céu as estrelas...
Faz promessas pra lua...
Que me deixa nua...
Mas sabe que ao raiar do sol
Outro dia continua...

Imagina-me... Mágica sedução...
Curvas do seu descaminho...
Uma incógnita... Segredos... Paixão...
Beijando sua boca de mansinho...
Um ser multifacetado...
Concubina... Amiga... Mulher...
Nos lábios sorriso endiabrado...
No coração nem uma certeza sequer...

Imagina-me... Poesia... Brilho... Fascínio...
Um baú de eternas surpresas...
Roubando-lhe o rumo...
Tirando-lhe o prumo...
Deixando-o ébrio... Ávido... Sem ação...
Adentrando labirintos por instinto...
Enlouquecendo sua vã matemática...
Tudo pressinto... Sinto!
E navego por mares... Marés...
De bom e mau tempo...
Mas sou seu calmante
Depois de um dia alucinante!

Eis meu auto retrato
Meu perfil que aqui relato...
Mulher simplesmente...
Simplesmente mulher...

Carmen Cecila & Carmen Vervloet

Foto de CarmenCecilia

SE EU PUDESSE

SE EU PUDESSE!

Se eu pudesse falar...Tudo que vivemos...
Essa história que escrevemos...
Mostrar tudo que nos atrevemos
E contar todos os momentos!

Toda a ventura...Aventura!
Essa maravilhosa loucura!
Ai se eu pudesse!
Voltar no tempo e ser seu templo...
Você que a todo tempo contemplo...

Ai meu Deus ...Dizer daquele amor!
Que me tirou o ar...Arriscar...E em ti aterrisar.
E atravessar o mar pra te encontrar
E ali você estar pra me buscar...

Nem o céu mais iluminado e estrelado
Nem a lua testemunha desse enredo
Ficaria a guardar segredo
Desse sentimento alado...Alucinado!

E vem essa noite de inverno
Trouxe-me de volta esse amor terno...Eterno!
Aquele vinho tinto...Só instinto...
Das saudades que agora sinto...

E do frio....Que em teus braços foi calor!
Vivenciou nossos corpos como cobertor...
E a lareira em labaredas...
Desenhando nosso ardor...Sem pudor...

Tive que atravessar um continente
Para ficar ciente do amor que és semente
E agora se reflete no meu semblante
Tu que me descubriu como amante...

E que me delineou a ficar contigo incontinenti
Olho insistentemente para o horizonte
Contando os minutos da sua chegada
Pois pra mim não importa mais nada...

CARMEN CECILIA

Foto de Minnie Sevla

Nuvem negra

Uma nuvem negra desce sobre o dia.
Arrasta pessoas, faz inebriado o momento
confunde sentimento.
Oculta sorriso que antes era alegria.

Esta nuvem desce sobre um espaço.
Extrai o ser puro, instiga o ódio,
transforma o espírito rico em pobre.
Brinca com nervos que se fazem de aço.

Concorrência, traição, falatórios.
Revelação de flores murchas no chão,
numa terra de homens doentes
nascem espinhos que espetam esta gente.

Não, não quero perder-me no labirinto
Onde espelhos refletem imagens
de seres ausentes de Deus.
Um homem, um bicho agindo por instinto.

Ramgad/Minnie Sevla

Foto de Carolina Salcides

O Que é o Amor?

Amar e viver: ambos não fazem sentido se não forem absorvidos e manifestados na totalidade do nosso ser. Porque não se vive mais ou menos e não se ama mais ou menos. Ou é ou não é, e como dizia minha amiga Clarice, a Lispector, “ou toca ou não toca” e ponto. Para mim, o amor é isso: ele precisa tocar e você sentir, tudo, todas as células do seu corpo e a sua alma também... Com harmonia e simplicidade. Não um amor forçado, controlado, mas simples, na sua verdadeira essência e força. Porque a simplicidade é o último degrau da sabedoria, como disse Gibran. É preciso subir os degraus do amor... E, talvez isso, canse alguns... A maioria sobe os primeiros, e se acomoda. Amor não combina com preguiça.

O amor é a sua energia vital, é o que te impulsiona, o que te conforta, sacia e fortalece. O amor é grande, ele precisa não caber em você - para que ele tome conta, preencha TODOS os seus espacinhos- para transbordar e exalar essa energia ao mundo e ao ser que está ao seu lado. Se esse amor não preenche, suba mais degraus, mas de mãos dadas com o seu parceiro. Sempre, de mãos dadas. Você não sobe sozinho, nem força o outro, mas o convida, estende a mão ao seu companheiro de caminhada. Mas o que são esses tais degraus?

A vida tem etapas, o amor também. Tudo cresce, tudo evolui. Não podemos deixar que o amor se acomode... Ele é energia e, se essa fica estagnada, o amor morre. Os degraus são o crescimento do amor: amizade, cumplicidade, parceria, paixão, admiração mútua, adoração. ADORAÇÃO, você precisa adorar, honrar seu parceiro, que ele seja sagrado para você. Não acomode essas coisas, surpreenda, sempre.

Seja o melhor anfitrião: sirva o seu melhor, varra o chão para quando ele chegar. O amor faz isso; faz a gente entrar em contato com o nosso melhor e ter vontade de doá-lo. Porque amor é doação, mútua, espontânea. Amor é se importar com o outro, se importar com o que é importante para o outro, é dar força, vibrar junto, ter gratidão, é não controlar e, juntos, perder o controle... Se reconhecer, deixar o instinto agir... Trocar cheiros, olhares, ser fiel a fome, ao desejo, sem sentir insegurança ou medo.

Amor é luz, inspiração, não é para ser conduzido, pois ele, sendo força e movimento, é o que conduz, direciona e liberta, e nós, só temos que nos deixar levar...

Carolina Salcides © Todos os direitos reservados

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Foto de Jamaveira

Lindo dia de chuva

Lindo dia de chuva

Estava correndo uma brisa fria, as árvores agitadas o tempo escurecido típica manhã de inverno.
Fiz um café torrando de quente e fiquei ali na vidraça degustando sem pressa, pessoas iam e vinham encolhidas encasacadas percebia-se a tortura de estarem ali por força das obrigações, de repente a chuva engrossa, todos correm em busca de agasalho, foi quando uma linda jovem de saia curta e casaco vermelho se espremera no peitoral da minha janela sem que adiantasse muita coisa, pois o mesmo muito curto e estreito. Por momento fiquei sem ação observando a maravilha que ali se estalou, logo recuperei os sentidos abri a porta convidado-a a entrar no que fui prontamente atendido. Ali estava ela, peito ofegante, cabelos encharcados negros azulados, lindos!
Sua pele alva em contraste tremia de frio seus lábios carnudos balbuciava agradecido... Peguei de pronto uma toalha e passei pelos seus ombros, com gentileza leve-a até a sala aonde o ar quente iria lhe fazer muito bem. Ficamos ali quietos sem movimentos nem palavras, lá fora a chuva não passava, batia na vidraça com ímpeto desenhando filetes que escorriam ligeiros, foi quando de repente ela com seus olhos verdes violeta me fuzilam, assim a queima roupa pergunta:
- Eu poderia tomar um banho quente, por favor, estou gelada.
- Ca-claro fique a vontade, vou te levar ao banheiro.
Sai na frente ela me seguindo, casarão, cômodos distantes...
Ao virar-me pra ela, engoli em seco, deslumbrante cenário, totalmente nua minha visita estava,
sorriso matreiro e muita doçura no olhar.
Não sabia o que fazer, deu um branco, situação diferente minou minhas ações.
Ela com graça segurou minha mão e passou para o banho, não fechou a porta...
A fumaça da água quente logo envolveu aquele corpo de deusa molhado fumegante, era demais para
meu instinto machista, não suportei, peguei-a pelas costas com força apertando-a sobre meu pênis
para meu espanto ela pressionou sua bunda com astúcia e de mansinho pediu-me que ficasse nu.
Corpos ensaboados vontades sem limites taras em exagero, caramba! Uma loucura.
A sensualidade da garota era tanta que parecia ter nascido para o sexo, abri suas coxas penetrei a língua de aço massageando o clitóris seu urro de loba invadia toda casa, seus olhos melosos pedia mais, mais...Coloquei-a de bruços e com apetite animal cravei-lhe o ânus sem dó, feito cachorra no cio mordia, gritava e pedia mais... Empurrou-me de repente na banheira pulou em cima com seus lábios de suga-suga colocou meu cajado em sua boca, parecia que ia engolir de tanto prazer, olhava nos meus olhos e chupava, às vezes tirava o pênis permanecendo com a ponta da língua acariciando a cabeça pra de repente engolir, coisa de louco; nessa altura meus dedos deliciavam-se em sua vagina masturbando-a e acariciando seus seios, o tempo passando a chuva escorrendo nós na safadeza se derretendo, no ultimato do desejo finquei-lhe com ardor na vagina gritando com ira minha PUTA, CACHORRA e ela mordendo meus dedos gozava louca... Extasiados , enlouquecidos viramos bicho, ainda no ímpeto num bote felino bebeu todo meu sêmen com avidez. A chuva agora mansinha prenunciava à tarde que se avizinha, puxa! Que dia.

Jamaveira

Foto de Lou Poulit

NÃO CABEM DOIS MARES NO MEU ABISMO

Não cabem dois mares no meu abismo. Não resplandecem duas estrelas na minha escuridão, nem duas manhãs podem beijar o reabrir dos meus olhares. O meu sonho incauto colhe os ventos rebeldes que o arrebatam, e o peito do alto tolhe as vagas que lhe desafiam, mas no silêncio milenar das suas profundezas o meu amor não se desalinha. Pelas imensuráveis distâncias do próprio cosmo, o meu amor peregrina e das palmas que lhe acariciam esmola: de cada era a prece em que tardo e a bailarina, em quem como um raio ardo e me esvaio, com cada passo tece o cetim no espaço, o olhar que toca a tez amada quando amanhece.

O relâmpago, que a eternidade de um instante proclama, não alforria duas senhoras, nem duas escravas lhe possuem a chama. O hálito morno, que áspero lambe o leito e dessedenta o rio, e como um senhorio crava estrelas em suas areias, só tem uma pataca. Para que dois alforjes? Não são de sandálias as suas pegadas, mas onde aponta o velho cajado ancora-se o frêmito do escuro ao firmamento, como se ao crepúsculo o amor ancorasse o vento e, a se deserdar do fim iminente, sentisse o que o músculo não sente. O corpo da amada não mente, o botão guarda o instinto da rosa. O templo espera, de uma só direção, pela manhã sestrosa que há de lhe dar vida às pedras.

Pois que venha o amor no dia das algas. Abissais, viscosas e quentes, esgalgas algas, crispadas no rastro das correntes, rubras espadas a sua conquista. Virá o tempo do grito rijo, nas entranhas do torpor. Virá a madrugada ao regozijo do repouso. Amada, virá o amor tardio... Ah, o amor vadio, sem peja ou medo, a mais doce peleja, o mais furioso brinquedo. Virá na ponta do dedo, no gume da fala, descabelar a pérola numa luta que na vala brota, de pétalas no fundo da grota... O pórtico exíguo e seu tímido obelisco hão de ser soterrados sob as asas do pégaso amado, para que apenas as suas estrelas rasguem o negrume e habitem o instante. Ah, o amor... Pelo caminho dos pirilampos o amor virá com seu tropel. Mas que não venha pelos campos, nem do mar nem do céu, mas com um canto gutural o amor mais visceral venha do nosso passado... E domado como um bicho amante, pela crina, há de transfigurar-se em doçumes, no vau largo da bailarina, num último cismo de lumes. A manhã pertencida espreguiça o levante, sem posses ou posseiros, sim à vida... E nunca mais aos ciúmes.

(Itaipú, 21/julho/2007)

Foto de Professor

Sonho

Que noite a minha
Esta que passou
Sonhando, rainha
Você me acordou

Tocou-me levemente
Plumas, seda, vento
Um abraço envolvente
No meu leito sonolento

O calor que agora sinto
Aquece-me, aproxima
Estimula meu instinto
E assim me reanima

Afoito sigo seu cheiro, gosto
Num relâmpago de tesão
Viro de um lado para o outro, o rosto
Quase me arremessando ao chão

Seguro-te no espaço
Uma forte imaginação
Vejo o corpo, cada traço
Delírios desta paixão

No abraçar me desespero
Estremeço pele e osso
Ter você é o que mais quero
Desejos deste pobre moço

Agora de olho semi-aberto
Fecho-o de vez
Para trazer pra perto
Este sonho outra vez

Foto de José Brás

(des)encontros (completo)

Encontrámo-nos por aí, caminhando por cima das horas incontáveis, quando o tempo parece feito apenas para prolongar o vazio do nosso que-fazer.
Um olhar!
Um olhar não é mais que isso, tantas vezes.
As palavras!
E as palavras, quase sempre, não mais que o som delas.
Seremos surdos, todos, e cegos, porque passamos tão perto e não nos ouvimos nem vemos, cada um fazendo o seu caminho, prolongando-se apenas a si próprio.
Ainda assim falamos, juntamos sons sem atinar na sinfonia exacta que nos desentre, que marque no outro o eu que nos julgamos.
O eu? O tu? O nós?
Eu, de mim, estou cheio. Respiro e respiro-me sozinho em permanência, julgando que te respiro a ti… e em ti os eus todos de sonhar outros.
Quer dizer!
Na verdade, o mundo é só um. E como dizes (provas), sendo um, apenas, determinista e inexorável, não nos deixa senão a busca da multiplicidade.
Nascemos para ser deuses. Não há vedações que nos cerquem o desejo de o ser. Apenas há caminho, caminhos, veredas e auto-estradas.
Bifurcações que nos consomem o tempo e gastam os pés antes do encontro.
E tudo podia ser tão fácil!
Dizer quero-te, por exemplo. Dizer quero-te, olhar no fundo dos teus olhos e encher-me da emoção que a palavra por si própria deveria carregar, por vir de ti, sonora, ainda antes que a diga eu.
Ou nem dizer nada. Olhar apenas, mergulharem-se os olhos numa eloquência de expressão que nenhum som de palavra possa imitar.
Dirás tu (como dizes): -então, e a dor?
A morte não existe porque não tem tempo. Era e já foi.
A vida não existe porque é apenas o agora, milhões de agoras que se sorvem por instinto
E tens razão. De que valem à nossa morte de amanhã os beijos que poderíamos ter dado ontem, se os tivéssemos dado (não demos?)?
De que valem ao nosso agora os beijos que poderemos vir a dar, se os dermos amanhã?
Imaginemos agora o amanhã… e ele existe!
O ontem poderia apenas ter existido.
Tentemos!

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