Ingenuidade

Foto de Derinho

Promessas

A solidão é estranha, sinto-a a falar comigo, diz que não presto, que sou uma pessoa inútil, que ninguém me quer, ninguém precisa de mim, e no final de contas vem alguém dizer que precisa, como posso eu acreditar? Como posso acreditar em alguém que me conhece há uns tempos? Não há provas, não consigo acreditar nas ações, nas promessas. Promessas… que nostalgia, palavras tão inúteis, sem sentido, palavras de boca para fora guardadas no baú da memória com raiva e ressentimento. A cara dessa pessoa ficou gravada, nunca me irei esquecer de tanta promessa feita e quebrada. Se não conseguem cumprir, porque falam? Não tenho moral, eu sei, tanto que prometi e ainda não cumpri. “Vou fazer alguém feliz” pensava eu… que ingenuidade a minha, nunca irei ser capaz de fazer alguém feliz, nem nenhuma pessoa será capaz de me fazer a mim feliz. Somos todos uns monstros, uns animais com espírito demoníaco. Nada nem ninguém é capaz de se unir a outrem para fazer o bem.

Foto de Carmen Lúcia

Saudade

Não mais a inocência estampada,
tatuada no rosto, no gosto, nos traços,
nos passos da ingenuidade, tenra idade,
quando a verdade feito um baluarte
sustentava a vida chamada Felicidade.

Não mais a magia do encanto,
do surpreendente rondando os cantos,
do inesperado sendo realizado,
da alegria num sorriso franco...

Não se escrevia...Via-se poesia!
Pintada num cenário surreal,
interpretada pela euforia de cada coração
onde a emoção brincava além das fronteiras
ultrapassando o ápice da abstração.

Não, agora não mais assim...
Nada acabou, tudo se transformou.
A ingenuidade vira maturidade,
a inocência chega ao fim.
Felicidade se reduz a momentos
poucos, parcos, finitos enfim...

A vida mostra uma outra face,
cara lavada, sem disfarces...
O mundo fica pesado, profundo,
o sorriso não sai espontâneo,
o encanto gera desencanto...

Ainda resta a poesia;
nada ou ninguém irá roubar.
Ela traz a primavera todo dia,
na janela...Bailando no ar!
Vibra a emoção adormecida
permeando sonhos que persistem
refletidos nas flores, nas cores,
nos amores que ainda existem,
vivos em lembranças que hoje
se chamam Saudade.

_Carmen Lúcia_

Foto de Arnault L. D.

Inesperadamente linda

Há algo em mim que nega a sensatez,
querer secar as lágrimas de alguém
tal fora um bebe para acalentar...
Fazer cessar o que a dor lhe fez,
a proteger nos braços, tal neném,
sem ter motivo algum para ficar...

Há algo em mim que não sei entender:
Por que, quebro regra tão segura,
para entrar onde o controle é aquém?
Fica distante! Ouço-me dizer.
Mas, me preocupo se a noite é escura
e se em seus olhos a lágrima vem...

Não sei, do porquê me importar tanto,
pouco sei, e talvez nem deseja.
Provável ter gente mais bem vinda,
em que o carinho não cause espanto;
onde a confiança já esteja.
Eu, tão pouco a conheço ainda...

Há algo em mim que beira a estupidez,
esta urgência, tola, pelo dia;
fazer diferença, ingenuidade.
A levar onde ninguém mais fez.
Para seu ar, voltar a alegria...
O que sei? Apenas que é verdade.

Foto de Carmen Lúcia

Eternas lembranças em tempos modernos

Dou vazão às lembranças e volto à linha do tempo
Antes que ela se arrebente e eu me perca da infância
Onde jaz adormecido o meu mundo paralelo
Que me girava de encantos descortinando o belo...

Carrinho de rolimã rolando ladeira abaixo
Um cheirinho de maçã, frescor da brisa a passar
Gostinho de liberdade, ingenuidade a brincar.

Minha boneca de pano, artesanato perfeito
Que acalentava meu sonho tirando a dor do meu peito
De dia me inundava a magia, de noite virava poesia.

Vovô deitado na rede...
Vovó na cadeira de vime
Cesta de taquara ao colo e muitas lãs coloridas
Tecia um belo pulôver para o amor de sua vida.

Os bordados, as costuras, os trabalhos manuais
O pão doce, as quitandas, os quitutes matinais
Tudo feito com carinho... Quanta saudade me traz!

Hoje a industrialização atropelando a arte
Com seus (e)feitos concretos
Dá aos objetos uma nova dimensão.

O papel perde espaço na escrita convencional
Livros ganham terreno no universo virtual.
Ninguém resiste aos apelos das chamadas na televisão...
É a tecnologia em desenfreada expansão!

Máquinas trabalham a todo vapor...
Como resgatar a magia que bordava
Sonhos de amor nos antigos enxovais?

Artesãos perdem seus chãos...
Mentes vagueiam vazias...
Chora no canto a poesia!

_ Carmen Lúcia e Maria Goreti Rocha_

Foto de Carmen Lúcia

Ela

A pureza que moldava sua doce ingenuidade
tão cedo se desfez, perdeu-se ao longo da estrada,
tendo em mente tão somente sonhos de liberdade
quis desafiar o mundo ante a porta destravada.

Pensou voltar, sentiu medo diante do novo enredo,
mas decidiu continuar e desbravar todo segredo
que a vida tinha para lhe contar.Quis partilhar!
O novo a seduziu, tal fascínio a impediu de voltar.

Foi de encontro à natureza, descobriu rara beleza,
misturou-se com as flores, os matizes, os amores,
viu um mundo diferente contrastante com a tristeza.

Não parou nenhum instante e andando mais um pouco
poucas flores ela viu, o capitalismo a prostituiu...
Hoje ri e os olhos choram, conheceu um mundo louco.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Só o amor...

O amor pode gerar
com a mesma intensidade,
em gotas de simultaneidade,
o sorriso da alegria e a lágrima chorada,
a euforia à revelia e a dor já saturada,
a agonia da partida e o júbilo da chegada,
a tristeza em desvario e a satisfação sonhada,
a malícia do desejo
e a candura da ingenuidade,
a mentira tão sincera
e a verdade mais austera,
a experiência não vivida
e a vivência despercebida,
a felicidade bem sentida
dos momentos sacramentados,
instantes que marcam a vida,
que fecham ou abrem feridas.

Mesmo diante de desafios,
do certo ou do incerto
só o amor aponta
corretamente os trilhos
onde devemos passar.

_Carmen Lúcia_

Foto de josimar-almeida

Riqueza do mundo

Amor
Ingenuidade
Lealdade
Paz
Alegria
Perdão
Prestação
Brilho
Calma
Paciência
Conquista
Fruto
Conforto
Amizade...
Eis aqui, alguns dos ingredientes em que consiste a pureza do mundo... A CRIANÇA!!!!!

Foto de Rute Mesquita

'O sonho comanda a vida'

O sonho é como uma onda, na qual tanto é ventre como é crista. Uma onda que banha toda a costa, não escolhendo tamanhos, etnias, religião, locais nem tão pouco horas. O sonho é aquela onda contagiante, aquela paz ou turbulência por segundos. O sonho é a inquietação, o querer sempre à frente de qualquer poder. O sonho é algo que trazemos connosco, é algo que nasce para nunca mais morrer, é algo que vem para nunca mais partir e embora nos deixemos derrotar pelo desânimo, pela angústia, pela nossa errância, ele permanece connosco e irá sempre alguém trilhar o nosso caminho para lhe dar voz.
O sonho tanto pode estar somente em nós como ser completado com um outro sonho, de um outro alguém. O sonho é como um puzzle em que o número de peças depende da nossa vontade, do tamanho dos nossos passos!! O sonho é algo que nos leva à nossa mais profunda ingenuidade, ematuridade mas, é por nos levar até lá que nos faz tropeçar, levantar e percorrer novos caminho!
O sonho, será sempre um sonho por mais que o tente descrever.
Não devemos dizer que quem sonha são as crianças, ou podemos se aceitarmos que dentro de nós existirá uma. Um sonho é incansável, porque também não o somos para com ele? O sonho é algo que à primeira vista é perfeito mas, porquê que na verdade se releva tão ‘humano’? O sonho está tão alto, é tão difícil de ser alcançado, como conseguimos nos alcança-lo?
Para todas as questões a resposta baseia-se nos seguintes argumentos:
O sonho é algo de ambicioso que criamos, algo grandioso, talvez a primeira coisa que nos ocorre, que nos esquecemos que há uma ponte que liga o que gostaríamos de fazer e o que tem de ser feito e nessa ponte, temos que levar sim, todas as experiencias no bolso mas, nenhum outro sentimento se não a coragem! E assim partimos para a nossa busca, a qual exige um tempo indeterminado, a qual nem está ao mesmo ritmo… a qual depende somente de nós mesmos! Já perto do fim da ponte e quase a pisar a Terra dos sonhos realizados, deparamo-nos com uma questão:
-‘Então, mas afinal o sonho está e sempre esteve dentro de mim?’ E desiludimo-nos, mas porquê? Porque nos envergonha tal coisa? Talvez por não nos reconhecermos como humanos, como um ser imperfeito e por isso não aceitarmos uma coisa tão óbvia.
O sonho é como uma pomba que tem de ser solta!
Posso dizer que, neste momento é o sonho que maneja esta caneta.

Foto de Rute Mesquita

Força suprema

Para mim, um acto heroíco é ter medo, É ouvir a voz do bem e do mal e ter capacidade de decidir. Ser herói, é ser humano, é desde que aceitamos esta vida, é principalmente nunca desistir. Ser herói é ultrapassar os obstáculos, vencê-los! Não basta contorná-los...
No Mundo não existem outros heróis senão os seres vivos. Ser herói é a capacidade destes desde o seu aparecimento, ao seu crescimento e à sua evolução. Ser herói é nunca saber tudo mas, sim um pouco de tudo, é descobrir, é ser aventureiro!
Até os heróis são ingenuos, ingenuos, pelo facto de, por vezes cairem propositadamente. Mas, é a nossa ingenuidade que nos leva mais além e nos faz fortes!
E é após esta introdução que vos apresento o meu herói, neste caso heroína:
O nome dela é Ana Raquel Dos Santos Silva, tem 17anos e é uma menina que nunca foi menina, nasceu para ser mulher!
Sofreu muito, nadou em mágoas mas, respirou sempre alegrias. Nadou contra a corrente... andou contra o vento... olhou para o sol... mas, a vida é mesmo assim, nem sempre tudo está a nosso favor mas também nem todos têm a força/vontade/coragem de se levantarem e olharem em frente!
Ela ensinou-me a olhar cada obstáculo com um sorriso na cara, ela guiou-me, ela apoiou-me, ela é a mão que me levanta, o sol que me ilumina.
Para mim, ela é uma heroína, tem uma força suprema! Um grande amor à vida!
E é assim que a nossa amizade triunfa, pela valorização e pela noção de que juntas podemos ter o mundo a nosso peito, lembrando-lhe, que nenhum caminho é longo quando um amigo nos acompanha.

Foto de Allan Sobral

A lenda do Amor

Prestem atenção, pois é provável que esta será a única vez em que ouvirão esta lenda, pois houve um decreto divino, proibindo a sua propagação.
Aconteceu em uma terra longínqua, mas muito parecida com a terra em que vivemos, em um tempo onde as horas não eram contadas, as noites eram mais longas e os dias eram sombrios, onde as pessoas eram feitas por sentimentos, na maior parte tristes ou covardes. Reinava sobre o mundo uma guerra inexplicável, guerra esta que já perdurava por tanto tempo, que as pessoas nem lembravam por que começaram, mais a febre por riqueza era tanta, que suas almas já eram cegas.
Deuses já não eram lembrados, e a fé era quase que inexistente. Mas no mais alto ponto escondido ponto do céu, porem o mais belo jardim, habitava o Criador, mais conhecido como Deus, que observava com grande dor, sua criação mais preciosa se destruir freneticamente, sem motivo algum, pois as mortes já eram incontroláveis, e os que ainda viviam possuíam almas mortas.
Então o Pai se levantou do trono para criar algo que compensasse sua dor, foi até o jardim, e buscou das mais puras e verdadeiras essências a inspiração. E como bom artista criou mais uma obra, mais essa era diferente, era uma flor, pétalas de ouro, raiz de cristal, seu caule era diamante, sua folhagem era alegria, seu perfume era pureza. O céu havia parado, pois era raro ver o Criador inspirado, os anjos já sentiam no ar a emoção de um artista, mas o céu inteiro se calou quando o Pai regou aquela flor, e como bom poeta ao concluir sua obra, a banhou com suas divinas lagrimas, e a batizou com o nome de Amor, e decretou que qualquer que o tivesse seria feliz, eternamente Feliz.
Mas a terra era impura e os homens gananciosos, e não mereciam o Amor, Com voz mansa, mandou que chamassem Igório, o pássaro do canto mais bonito, e do vou mais ligeiro, E ordenou que Igório teria a missão de esconder o Amor, onde jamais fosse destruído.
Imediatamente voou o pássaro, em busca do lugar perfeito para guardar o Amor, passou pelas terras tristes, pelos mares revoltos, pelos campos mais ermos, voou o deserto mais seco, mas cansado não encontrava. Sempre acompanhado do seu amigo vento, que curioso perguntava sempre:
- Igório, porque voaste tanto? O que tu procuraste? Já não ouvimos mais os seu canto.
Cansado o pássaro deixou escapar, que carregava, o Amor, algo desconhecido, mas que era o segredo para que todos os reais desejos se cumprissem, a chave para a paz, ou talvez até mesmo trazer o fim da guerra.
O vento implorou para que o pássaro o permitisse tocar o amor, ou ao menos ver, mas o pássaro não permitiu. O vento permaneceu curioso mais não se contentou.
Ao anoitecer, o vento deixou com que a noticia se espalhasse entre os ventos do Norte, Sul, Leste e Oeste. Os quais contaram para as estrelas, que não ocultaram o segredo para a Lua, Lua esta que ao beijar o Sol na hora pontual de nascer mais uma manhã, também contou ao astro Rei, o Sol por sua vez, não temeu em espalhar para todos os que o viam, que Igório carregava o segredo da paz, e da suprema felicidade.
Toda a natureza e toda a triste humanidade imediatamente começaram a buscar o Amor, sem nunca o terem tocado ou se quer visto, mas sabiam que o pássaro do canto mais belo era quem carregava o amor.
O arcanjo amigo de Igório, sabendo que todos o cassavam, imediatamente recomendou a Igório que se escondesse.
O pássaro apavorado seguiu as recomendações do amigo, e escondeu-se a traz de uma arvore seca, que ficava na beira do Lago das Lagrimas, ficou lá por horas e horas, até que algo lhe incomodou, era um choro tristonho e distante, o pássaro curioso foi verificar o que lhe incomodara, e observou que na outra beira do lago, havia um menino que chorava bastante, Igório que era o dono do canto mais belo, decidiu cantar para tentar acalmar aquele menino. Igório foi cantando, cantando, até que o menino se acalmou, e encantado admirava o canto, e ainda com os olhos brilhando pelas lagrimas, deixou manar em seu rosto, um sorriso belo e sincero.
Naquele momento, o pássaro descobriu o lugar perfeito para guardar o Amor; dento do coração daquele menino, onde ninguém o tocaria, viria, e muito menos o destruiria, e se multiplicaria através da pureza de um sorriso, ou a ingenuidade em um abraço.
Então Igório voou em direção aos sonhos, com uma lagrima que brilhava em seu olho, lagrima até então desconhecida, foi a primeira lagrima de alegria.
E até hoje o Amor vem se propagando, com sorrisos puros, abraços, beijos, piedade, compaixão ou qualquer gesto de carinho.
E os homens continuam guerreado, invejando, destruindo e chorando, em busca da suprema felicidade, sem entender que o segredo da paz, e da felicidade, está enraizado dentro do próprio coração.

Allan Sobral

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