Eu sempre soube que jamais deixaria de navegar.
O cais, qualquer cais, sempre foi e sempre será uma pausa, um breve momento de descanso, uma utopia presa pela tênue corda de uma âncora que jamais se fixará.
Não há como fugir do mar, de seus mistérios, de suas aventuras, de suas amplas e irrestritas possibilidades.
Não há como ignorar o eterno canto da sereia chamando, o ritmo imprevisível das ondas e os ciclos sem fim das marés.
O mar faz refluxo em meu sangue e transborda em minha alma.
O chamado é mais forte do que eu, não há como lutar.
Não nasci para viver ancorado, limitado e preso em amarras invisíveis , mas profundamente dolorosas, preciso do cheiro do mar, dos pingos d´agua no meu rosto, do vento nos meus cabelos e da imprevisibilidade das tempestades.
Não sei viver só de calmarias.
Não se despeça de mim, deixe as ondas me levarem e quem sabem um dia me trazem de volta.
Guarde esse ciclo com carinho, lembre de tudo que vivemos com amor e saiba que foi perfeito e delicioso, mas como tudo, teve seu tempo e agora é hora de partir.
Guardo seu cheiro, seu sorriso pós amor e o gosto agridoce de seus beijos cheios de desejo.
Prometo fazer uma tatuagem em sua memória e contar