Horizonte

Foto de Marta Peres

Amor Eterno

Sigo passo a passo os ponteiros do relógio,
Cada minuto é eternidade,
Milagre que não pode repetir
Aumentando a tortura da saudade.

Tormento é a vida longe do meu amor.
Em rastros de luz vou seguindo
Pegadas que conduzem a um mar distante
E a tristeza me consumindo, pouco a pouco.

Mesmo como nuvens perdidas no horizonte
Tento mudar a direção do destino,
Busco rumos onde não lhe procurei
E perco-me pelos caminhos.

Entro por estradas que nunca imaginei
E vivo de saudades e na esperança
De algum dia poder lhe encontrar,
Vou vivendo de sonhos e lembranças.

Amor, amor eterno que vivo a recordar,
Amor que me revigora e me destrói
Sentimento que não dá para esquecer.

Amor, amor eterno,
Mesmo com o tempo que passa e apavora,
Jamais envelhece.
Marta Peres

Foto de @nd@rilho

Aconchego do ninho

Nas revoadas da vida
É maravilhoso sentir,
O vento da liberdade,
Acariciando nossa face,

O mundo ao nossos pés,
Os obstáculos no chão,
A certeza da conquista,
A leveza dos sentimentos,

Voamos alto e livre vamos,
Trilhando novos caminhos,
Fitando um novo horizonte,
Em seu majestoso esplendor,

E no fim dessa odisséia,
Trago no peito a sólida certeza,
De um regresso seguro,
Ao aconchego do ninho.

Foto de Fernanda Queiroz

Dia de hoje.


Dia de hoje

Dia sem ser semente,
não brota ,
não irradia,
não ilumina,
é duro como rocha,
lembrança mais que tardia
opaco,
sem brilho
não germina.

Dia sem ser alegria,
não faz nascer magia,
e pelos sons de alegoria,
faz uma triste melodia,
leva embora a vivacidade
dá vazão a saudade.

Dia sem cor,
sem lacre,
sem hora,
sem nexo,
sem praxe,
dia de viver covardia,
da sina que irradia

Dia sem lado,
sem prado,
sem veste,
sem horizonte,
sem sonhos além,
dia que arremessa no espaço,
fragmentos de meu estilhaço

Dia sem agora,
sem hora,
sem momento,
dia onde nem pensamento,
gera comportamento,
que marca em andamento
um ato um nascimento

Dia que de tão esperado,
acabou sendo sepultado,
sem cultivar a semente,
sem fazer viver minha mente,
sem florir o peito meu,
sem olhar nos olhos teus

Fernanda Queiroz
Direitos autorais reservados

Foto de Maiakovsky

Antropofagia

Nesses espasmos de sonhos e instintos,
Busco-te com meu arsenal telúrico,
Caço e reviro-te em novo horizonte.

Vaga lua e vilã em negra mata;
Inveja o sangue de vermelho pardo
Em teu beijo de cereja alucinante.

Faço-te nascer mais cedo que a ursa
E perder-te a desejar meu perecer.
Os jardins em espirais por tua pele,
Calmamente em alvoroço se devoram.

Há um corpúsculo de ti em ares lentos
E uma nativa fonte em tuas pernas coesas
Que ramificam, delineiam minha antropofagia,
Quando descubro sozinho, tua intenção.

Foto de Lou Poulit

A ARTE É UM CAMINHO

A arte é um caminho. Para muitos, pode ser um caminho apenas de prazer, um entretenimento. E de fato é muito prazeiroso fazer arte, mas esse caráter estará sempre na razão direta da pretensão e do grau de envolvimento, e portanto, do caráter do artista. A partir do momento em que ele estabelecer objetivos específicos para si e para a sua arte, havendo um envolvimento consistente, tais objetivos poderão se tornar uma prioridade cada vez maior. Até mesmo chegar a um estágio no qual o prazer, associado a um resultado ainda não atingido, seja uma simples expectativa, porém capaz de esvaziar o prazer comezinho de fazer arte.

Colocada dessa forma, a idéia pode parecer antipática para muitas pessoas. Porém é necessário levar em conta um aspecto irrecusável: Na arte, como em outros campos da vida, pode ser muito importante o mérito da autoria. Ou seja, pode ser imprescindível que nos sintamos no pleno direito de considerar determinado resultado como nosso, fruto do nosso esforço e discernimento, do nosso talento pessoal, produto autêntico da nossa alma, principal referência de auto-identificação.

Outros fatores sempre concorrem para que um resultado se concretize, mas não se completariam sem as escolhas, ainda que intuitivas, feitas pelo autor no decorrer do processo. Para um autor lúcido do que faz, que se empenhe em dominar uma técnica, por que motivo estabeleceria um objetivo a ser determinado à sua revelia? Se alguém assume um objetivo para si, qualquer que seja o seu grau de envolvimento ele fará parte de um grupo majoritário de pessoas, não sofrerá sérios enfrentamentos, e não se importará muito com prazeres secundários (nem com o julgamento que façam a respeito disso). Então lhe será natural a associação da satisfação ao atingimento do seu objetivo, o esmero nos meios que utiliza e, afinal, a auto-exigência do mérito da autoria. Embora, para um autêntico artista, de corpo e alma, não seja tão simples assim.

O que um caminho tem de mais importante, seria a conquista final? Ou o somatório das muitas pequenas conquistas secundárias? A resposta mais evidente (ambas as coisas) é a mais difícil de ser realizada. Entretanto, em se tratando de arte, de certa forma é quase sempre o que acaba acontecendo. Explicando, em arte, os grandes objetivos importam em longos percursos da alma do artista, o rumo se desloca várias vezes durante o trajeto e perde-se o sentido de atingir exatamente o ponto almejado no início, já que surgem outros, alternativos e igualmente sedutores, no imenso horizonte das concepções. Quanto às conquistas secundárias, são na verdade o dia-a-dia do artista, seu verdadeiro prazer. É como disse uma vez Pablo Picasso: “O artista não pode esgotar completamente sua pintura. No dia em que isso acontecer, morrerão o artista e a sua arte”.

Vendo-se assim, o artista mais se assemelha a um livre peregrino, de túnica, sandálias, bastão e alforge, do que a um cruzado conquistador, que precisa suportar o peso enorme das suas armas, prisioneiro da própria armadura e das riquezas que seu ego exigiu para si. Enquanto o cruzado produz destruição e pilhagem pelo caminho, o artista cria, recria e se doa. E isso ocorre pela sedução do espírito da arte, que languidamente se oferece como miragem de rumos novos, para que possa exercer seu papel no mundo. A arte é um caminho diferente de outros tantos caminhos. Porque não existe um lugar em que deva chegar, a não ser o indevassável âmago dos seus admiradores. E ainda que aí venha a chegar, decerto não se conformará em ser essência, concentrada e contida, em um diminuto vidrinho arrolhado.

Sou apenas um obscuro ser vivente, condicionado às vicissitudes e limitações humanas, mas tenho uma suspeita quase palpável: minha alma de artista assegura, com um sorriso seguro e atemporal, mais que angélico e menos que demoníaco, que a arte nunca se conformou em ser expressa e arrolhada em uma medida de capital.

Foto de celiamaria

adoro-te

Como entraste na mia vida,
Ainda nem eu sei.
Foi como um raio de sol,
La no horizonte a nascer.

Teu riso lindo,
Logo me tocou.
Agora sei o k sinto,
E de novo o amor me encontrou.

Sei k gostas d’outro,
Mas isso nao faz mal.
Pois nao altera o k sinto,
E eu nao digo isto por mal.

Estou farta de eskecer,
As pessoas ke gosto.
Contigo e diferente,
Pois consigo dizer k te adoro.

Foto de elcio josé de moraes

POR AI

De mãos dadas,
Vamos caminhar
Sem destino e sem direção.

Vamos por ai afora,
Onde o vento nos levar,
Aproveitar este verão.

Quero lhe mostrar o sol,
Se pondo lá no horizonte.
Uma flor ainda em botão...

Quero aproveitar a vida,
Com voce minha querida,
Minha vida, minha paixão!

Escrito por elciomoraes

Foto de Agamenon Troyan

"ESTOU VOLTANDO..."

“ESTOU VOLTANDO...”
(Um conto africano)

De: Agamenon Troyan

Um jovem angolano caminhava solitário pela praia. Parou por alguns instantes para agradecer aos deuses por aquele momento milagroso: o deslumbramento de sua terra natal. O silêncio o fez adormecer em seu âmago, despertando inesperadamente com o bater das ondas sobre as pedras. De repente, surgiram das matas homens estranhos e pálidos que o agarraram e o acorrentaram. Sua coragem e o medo travaram naquele momento uma longa batalha... Ele chamou pelos seus pais e clamou pelo seu Deus. Mas ninguém o ouviu. Subitamente mais e mais rostos estranhos e pálidos se uniram para rirem de sua humilhação. Vendo que não havia saída, o jovem angolano atacou um deles, mas foi impedido por um golpe. Tudo se transformou em trevas...
Um balanço interminável o fez despertar dentro do estômago de uma criatura. Ainda zonzo, ele notou a presença de guerreiros de outras tribos. Todos se demonstraram incrédulos no que estava acontecendo. Seus olhos cheios de medo se indagavam. Passos e risos de seus algozes foram ouvidos acima. Durante a viagem muitos guerreiros morreram, sendo seus corpos lançados ao mar. Dias depois, já em terra firme, o jovem angolano é tratado e vendido como a um animal. Com o coração cheio de “banzo” Ele e outros negros foram levados para um engenho bem longe dali. Foram recebidos pelo proprietário (senhor do engenho) e pelo feitor que, com o estalar do seu chicote não precisou expressar uma só palavra. Um dia, em meio ao trabalho, o jovem angolano fugiu. Mas não foi muito longe, pois fora capturado por um capitão do mato. Como castigo foi levado ao tronco onde recebeu não duas, mas cinqüenta chibatadas. Seu sangue se uniu ao solo bastardo que não o viu nascer.
Os anos se passaram, mas a sua sede por liberdade era insaciável. Várias vezes foi testemunha dos maus tratos que o senhor aplicava sobre as negras, obrigando-as a se entregarem. Quando uma recusava era imediatamente açoitada pelo seu atrevimento. A Sinhá, desonrada, vingava-se sobre uma delas, mandando que cortassem-lhe os mamilos para que não pudesse aleitar... O jovem angolano não suportando mais aquilo fugiu novamente. No meio do caminho encontrou outros negros fugidos que o conduziram ao topo de uma colina onde uma aldeia fortificada – um quilombo –, estava sendo mantida e protegida por escravos.
Ali ele aprendeu a manejar armas e, principalmente a ensinar as crianças o valor da cultura africana. Também foi ali que conheceu a sua esposa, a mãe de seu filho. Com o menino nos braços, ele o ergue diante as estrelas mostrando-o a Olorum, o deus supremo... Surgem novos rostos estranhos e pálidos, mas de coração puro, os abolicionistas. Eram pessoas que há anos vinham lutando pelo fim do cativeiro. Suas pressões surtiram efeito. Leis começaram a vigorar, embora lentamente, para o fim da escravatura: A Lei Eusébio Queiroz; A do Ventre-Livre, A do Sexagenário e, finalmente a Lei Áurea. A juventude se foi. O velho angolano agora observa seus netos correndo livremente pelos campos. Aprenderam com o pai a zelarem pelas velhas tradições e andarem de cabeça erguida. Um dia o velho ouviu o clamor do seu coração: com dificuldade, caminhou solitário até a praia. Olhou compenetrado para o horizonte. Agora podia ouvir as vozes de seus pais e avós sendo trazidas pelas ondas do mar. A noite caiu cobrindo o velho angolano com o seu manto... Os tambores se calaram... No coração do silêncio, suas palavras lentamente ecoaram: “Estou voltando... Estou voltando”.

Carlostvcdr@gmail.com

Foto de Logan Apaixonado

Pássaro Feliz

Segue teu rumo
Ave rara
Encontra a rota
Segue sem volta
Sem olhar para trás
O passado agora
Quase não importa
Veja o futuro
A cada segundo
Mais perto de ti
Olhar compenetrado
Firme no horizonte
Siga o rumo
Que teu coração manda
Sem plano, nem escala
Voa sem mala
Não guarde bagagem
Inútil do passado
Apenas carregue
Na mente para sempre
As lições aprendidas
Na escola da vida
E o amor mais profundo
Quando menos espera
Sem nenhum aviso
Surgirá novamente

Foto de Cecília Santos

SOLIDÃO

SOLIDÃO...
*
*
*
É estar na multidão, e se sentir sozinha.
É estar com alguém, e se sentir invisível.
SOLIDÃO... é gosto amargo na boca.
Cortina balançando ao vento.
Champanhe borbulhante, esquecida na taça.
Fotos espalhadas, por todos os cantos.
Imagens guardadas, de tempos felizes.
Cartas borradas de pranto e de dor.
Que contam histórias de amor.
Que encantaram, e me fizeram feliz.
Que foram músicas, tocadas por harpas celestes.
Essência perfumada, que ficou impregnada no ar.
Matizes de cores alternada, pintaram o céu de outrora.
Nuances que foram mudando, como meu interior.
Sinto-me atropelada, sentimentos esmagados.
Pela dor, pela saudade, pela falta do seu amor.
Meu horizonte tem limitações...
Já não vislumbro, o mundo como antes.
Não tenho mais, com quem dividir meus dias.
Tenho por companhia, somente essa SOLIDÃO.
Que insiste em vasculhar, minha vida,
Meus cantos, e meus recantos.

Direitos reservados*
Cecílilia-SP/05/2007*

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