Horizonte

Foto de Henrique Fernandes

ORQUESTRA DA VIDA

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Ao longe um som de violino acompanha o meu olhar
Pousando leve como uma pluma no horizonte
Suspiro confiança como quem tecla um piano no escuro
Produzindo sons afinados para que rimem com a vida
Um violão tocado lentamente por de trás de uma nuvem
Traduz a falta solar que compõe a minha tristeza
Censurando a limpidez dos meus sentimentos escondidos
Entre um rufar de tambores num longo silêncio quebrado
A vida é orquestra de dias fonéticos em tempo maestro
Um musical por avenidas reféns do passado
Iluminadas por esperança ao toque alegre de um clarinete
Fazendo os reflexos da alma saltarem em notas soltas
Num sorriso que sopra timidamente o saxofone da certeza
E uma harpa cantante faz-me deslizar atento até amanhã
Em sinfonias relaxantes de rosas que bailam no meu peito
Perfumado de amor lembrando de como é bom estar vivo
Paixão é jovem cantora que interpreta o meu personagem
Encenado por um elenco de emoções aplaudidas pela alma
Um rock and roll suave misturado num clássico estrondoso
O tempo maestro não se cansa de ser director musical
E a orquestra da vida passeia de mão dada com o destino
Saído do Sol nascente que iluminou as grutas sombrias
Com sintonias de amor e narrativas verdadeiras
Recrutando novas melodias para a minha dança de gente

Foto de Teresa Cordioli

EU SÓ SEI TE AMAR...

EU SÓ SEI TE AMAR...

(Teresa Cordioli)

Abro a janela e vejo que o sol nasce,
É de manhã.
Os pássaros cantam um novo dia,
E voam o vôo da liberdade.
O sol brilha...e o tempo passa.
As flores desabrocham
Enfeitando todo o lugar.
Anoitece, a lua dsponta no horizonte,
E as estrelas brilham.
E aqui meu coração ainda te espera...AMOR...
Nada, nem a natureza tão bela,
O ar,
O sol,
Os pássaros,
A lua,
As flores,
O vento,
As estrelas
Preenchem espaço que é teu em mim...
Anjo meu,
este espaço é só teu
Sei que estás em algum lugar
Me esperando.
Então "te aguardo em mim". Volta...
Vem me buscar...
A solidão dói em meu peito
Não tem outro jeito:
Eu só sei te amar...

Foto de Paulo Gondim

Estrada

ESTRADA
Paulo Gondim
15/02/2008

Assim, dirijo todos os meus passos
Nessa estrada longa, de incerteza
De muita encruzilhada
Em busca do nada
Sem surpresa

E deixo marcas no caminho
Do solar gasto de meus pés cansados
Escuto gritos e sons descompassados
Vozes encantadas
De almas penadas

E a estrada segue sua rota cega
E cada fez mais se afunila
No horizonte escuro
No fim do mundo
No fim de tudo

E no meio dela, eu
Mero passageiro errante
Perdido, na busca constante
Do saber quem sou
Do saber de mim
Do saber do amor

Foto de Dirceu Marcelino

LEMBRANÇAS DO MENINO QUE QUERIA SER MAQUINISTA DE TREM

***

"Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade noite a girar
Lá vai o trem sem destino
P’ro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra, vai pela serra, vai pelo ar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar, no ar."
( O trenzinho caipira: Heitor Villa Lobos)

***

Eram três crianças de 8, 6 e 4 anos de idade.
Iriam viajar da cidade de sua infância para outra grande metrópole regional.
A viagem de trem:
Enquanto aguardavam na estação a chegada do trem que os levaria para uma cidadezinha próxima, um importante tronco ferroviário que interliga várias ferrovias que vem do interior do estado ao litoral, mais propriamente ao Porto de Santos, o que viam.
Viam as manobras das locomotivas a vapor.
Entre várias, tal como a chamada “jibóia” enorme, gigante, com várias rodas, as “Baldwins”, a que mais chamava a atenção do “menino” era uma “Maria Fumaça” pequenina. Tão pequena que nem tender ela tinha.
Ia para frente apitando, estridentemente:
Piuuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuu!
Retornava, repetia os movimentos para frente para trás, tirando alguns dos vagões de várias composições estacionadas nos diversos trilhos da estação ferroviária.
E o Menino sonhava. Queria ser maquinista de trem.
Tanto que ele gostava, que em outras ocasiões, quando levava comida em marmitas para o pai, que trabalhava nas oficinas, permanecia várias horas sentado nos bancos da estação.
Via as manobras das “marias fumaças” e também a passagem das longas composições de carga puxadas por máquinas elétricas, verdes oliva, chamadas “lobas”.
Até que um dia sua mãe resolveu levá-los em uma viagem.
Nesse dia enquanto aguarda o Menino avistou ao oeste um único farol que surgia no horizonte da linha ferroviária, amarelado e a medida que se aproximava ouvia-se o barulho característico daquela famosa locomotiva elétrica, que zumbia como um grande enxame de abelhas: “zuuummmmmmmmmm”
A locomotiva devagar passava do local de aglomeração das pessoas e aos poucos deixavam em posição de acesso os carros de passageiros de segunda classe e lá quase ao final da plataforma um ou dois vagões de primeira classe.
Eram privilegiados, filhos de ferroviários.
O Menino sentia orgulho desse privilégio.
Lembra-se que naquele dia sentou-se no último banco do lado direito.
Dali podia ver que poucas pessoas permaneciam fora da composição. Alguns parentes, que gesticulavam se dirigindo aos parentes acomodados nos carros de passageiros.
Ao longe. Via um senhor uniformizado de terno azul marinho e “quepi”, com o símbolo – EFS.
Aos poucos esse Senhor vem caminhando pela plataforma, desde o primeiro carro até próximo da janela em que o Menino se encontrava.
Para e tira um apito do bolso superior de sua túnica e dá um apito estridente: “piiiiiiiiiiiiiiiirrriiiiiiiii”
Em seguida, a locomotiva apita “Foohhooommmm..”
Novo apito.
A seguir, começam a ouvir-se os sons característicos dos vagões que retirados de sua inércia estrondavam um a um e começavam a se locomover lentamente até que o carro e que o Menino está começa a se locomover, mas, sem fazer o barulho característico, o seja, o “estralo” ao ser acionado, pois os solavancos que se sentem nos primeiros vão diminuindo gradativamente e quando atingem o ultimo praticamente são imperceptíveis.
Justamente, por essa razão é que os vagões de primeira classe são colocados no fim da composição.
Este carro diferia dos demais por ter os bancos revestidos, corrediços, que permitiam serem virados e propiciar as famílias se acomodarem em um espaço particular.
Assim iniciava-se o percurso até a cidadezinha, onde passariam para outra composição, a qual seria tracionada por uma locomotiva a vapor.
Como era linda a paisagem.
Muitos locais dignos de cartões postais, o primeiro, por exemplo, a ponte sobre o rio Sorocaba, que nasce na serra de Itupararanga e desemboca no rio Tietê
Lindos lugares que por muito tempo permaneceram esquecidos, mas que hoje podem ser registrados em fotos e filmes das câmeras digitais.
Fotos que nos fazem afagar a saudade dos dias de outrora.
Mas, além dessas fotos antigas ou digitais, temos a capacidade de guardar no fundo do nosso inconsciente outras imagens e filmes de nossas lembranças.
Revendo tais filmes, verificamos que inconscientemente queremos alcançar trilhar os nossos sonhos, mas, geralmente em razão das dificuldades da lida, não o atingimos, ou então, ultrapassamo-nos e exercemos outras atividades ou profissões que nada tem a ver com aqueles sonhos.
Eu, por exemplo, adoro trens.
Simplesmente, queria ter sido “maquinista de trem”.
Mas termino este conto, simplesmente, para dizer:
À poucos dias, nesta cidade, de onde o Menino iniciou a viagem teve oportunidade de ver, aquele Senhor, em uma comemoração do retorno da “Maria Fumaça” que estava em outra cidade, onde permanecera sob os cuidados da Associação de Preservação Ferroviária, ser chamado entre outros velhos aposentados, pelo Prefeito:
_”Agora para comemorar o retorno de nossa Maria Fumaça - “Maria do Carmo” - chamo o mais velhos dos aposentados.
Puxa! Que felicidade do Menino, ao ver aquele Senhor caminhando pela plataforma da estação.
Sim. Era motivo de felicidade.
Pois o menino, já não é mais tão criança, já é um envelhescente e aquele Senhor continua vivo.
Oitenta e quatro anos.
Era o “Chefe da Estação”.
O mesmo “Chefe de Trem” que vira caminhando a quarenta anos pela plataforma da estação.

Para assistir video - poema relacionado entre em:

http://www.youtube.com/watch?v=7fE5aNx-zQ4
e em
http://www.youtube.com/watch?v=knPPSfHNm2U

Foto de Minnie Sevla

Ainda que...nunca deixarei de amar a Deus

Ainda que me falte o ar,
continuarei respirando.
Ainda que, o vento sopre em direção contrária,
continuarei caminhando.

Ainda que meus olhos se ofusquem com as lágrimas,
não desistirei de tentar sorrir.
Ainda que a tempestade encubra o sol,
continuarei a buscá-lo no horizonte.

Ainda que meus cabelos não sejam afagados,
continuarei a escová-los com carinho.
Ainda que, meus passos estejam desordenados,
Continuarei trilhando o meu caminho.

Ainda que as tristezas da vida me desfaleçam,
não darei chance para meu corpo se despencar.
Ainda que todas as criaturas me esqueçam,
não me esquecerei de Deus e não o deixarei de amar.

Minnie Sevla

Foto de Minnie Sevla

Sonho fugaz

Quando o véu negro da noite se descortina sobre mim.
O silêncio desce gritando em notas musicais afugentadas.
As luzes se apagam suavemente, recolho-me exausta em lençóis de cetim.
Meus olhos dançam no escuro beco das lembranças e meu
coração aflito te rastreia em meio a orquídeas sedentas
de iluminada esperança.
Busco-te meu tesouro inacessível e encontro-te no sonho fugaz.
Neste não adorna
no horizonte os braços longos do mar da distância.
Posso sentir a sua presença e contemplar:
Teu cheiro
Teu beijo
Teu sabor...
Meu único e inefável amor!

Minnie Sevla

Foto de DAVI CARTES ALVES

DEIXE-ME AQUI

Deixe-me aqui
Deliciando-me com este horizonte
Onde Deus esta a talhar
Neste pôr -do - sol rosicler
Uma tela fascinante
Sim! Uma obra excitante

Deixe-me aqui
Banhar-me nesta paz colorida
Pincelada na aquarela do ocaso
Neste chuviscar multicolor
Que nos faz esquecer completamente
Qualquer termo ou palavra
Relacionado com, atraso???

Deixe- me aqui
Por quê falar tanto em ir embora
Deleite-se comigo na harmonia
Que nos proporciona a beleza deste momento
Com que nos presenteia esta suave aurora

Deixe-me aqui
Não! Não tenho pressa em sair
Pois são em momentos mágicos como esse
Que embebido em gratidão
Me orgulho em existir

Deixe-me aqui
Ta! Pode ser ilusão
Mesmo sendo
Sinto uma caricía fagueira, agradável
Dentro d’alma, no coração

Deixe-me aqui
Meditar, refletir,
ponderar com este momento
tentar eliminar uma saudade
que me dilacera coração adentro

deixe-me aqui
deixa eu analisar essa nova situação
tentar compreender, entender, e assim reviver
como ela conchegou-se de tal maneira
em meu frágil e apaixonado coração.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de DAVI CARTES ALVES

CAMPO DE GIRASSÓIS

Lá vem você, no mesmo horário, sob
pôr – do – sol em tons carmesim
cabelos anelados colhidos por singela tiara,
vestidinho floral

sorriso brincando nos lábios feiticeiros
sapatinho anabela
graça faceira e pueril

vendo-a passar pelo campo de girassóis, o meu amarelinho preferido
enjeitado pela borboleta lilás
segue o teu desfile,

pendendo em sua direção, enlevado
qual sol da nossa alma.

Rebelde, inclina-se no contra-fluxo da sua irmandade
que reverência o astro supremo
findar no horizonte

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"VIAJANTE SOLITARIO"

VIAJANTE SOLITARIO.

Oh que longo caminho ainda me resta
Sozinho fica muito demorado
Não sei se paro ou se continuo na estrada
Só sei que estou muito cansado.

Nesta luta entre o passado e o futuro
Não tem margens nem trilhas para seguir
Fico vagando entre o claro e o escuro
Com a esperança de poder saber aonde ir.

E na esperança de não continuar sozinho
Lanço meu olhar para o horizonte
Em busca dos amigos verdadeiros
Penso no hoje, no amanha e nunca no ontem.

Tenho certeza que a missão vou completar
E isso já me da imenso prazer
Minha tribo um dia vou achar
Meus irmãos finalmente vou conhecer.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"QUIETUDE"

QUIETUDE

Era inverno e a lua ia alta
As portas do meu lindo rincão
O horizonte me dava calma
E olhar o céu me enchia de emoção.

Parado ali, a vida passou de mansinho.
Mostrando-me tudo sem nenhuma ansiedade
As portas daquele ranchinho
Descobri o que é ser feliz de verdade

Naquela tranqüilidade camponesa
Com trabalhos que me faziam bem
A calmaria me dava firmeza
A quietude me levava ao alem.

E neste canto do mundo
Onde escolhi para viver
Sinto-me um rei ou um simples vagabundo
Isto aqui me da muito prazer.

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