Horizonte

Foto de Fernando ARC

O universo que me rodeia

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Hoje começo a compreender um pouco do universo
não é o universo em si,
mas aquilo que me rodeia.

E confirmo que nem a realidade faz sentido,
esta passagem rápida pela concha que me sustém,
é somente um piscar de olhos,
cheio de sentimentos e aprendizagem,
é um amontoado de recordações,
é prazeres dores e emoções.

Fico a cada dia mais próximo do fim,
cada vez a verdade brilha mais no horizonte,
e vai-se aproximando de mim,
e não posso fugir sei que terei de seguir em frente,

E um dia depois de tanto passar ficarei liberto,
essa luz brilhante chamada verdade me tocará no mais
fundo do meu ser, então acordarei desta jornada,
deste caminho, e tudo o que ficou para trás somente foram passos,
passos para me ensinar a caminhar cair e levantar,
e ainda dando essas passadas pergunto a mim mesmo,
será que sim será que tudo vale a pena,
sentir, amar, sonhar, sorrir e esperar, eu penso que sim.

Realmente o criador de todas as emoções devia saber o que estava a fazer,
ele conseguiu ir de extremo a extremo,
desde a maior tristeza, á pura da felicidade,
só que pelo meio deixou um caminho a percorrer,
uma estrada onde todos tem de passar,
e eu sou somente mais um caminhante.

Já dei algumas passadas, mas ainda não sei andar,
só mesmo cair, já fui infeliz,
e só soube sorrir, andei de rastos,
levantei a cabeça para a partir.

Será que um dia vou conseguir correr,
será que a felicidade está junto da verdade,
será que a verdadeira razão de existir é isso mesmo,
andar correr cair e levantar, poderei eu um dia dar a mão a alguém,
conseguirei eu ensinar alguém a caminhar.

É um desejo que mantenho,
esse de poder ensinar alguém a cair e levantar,
talvez porque quando isso acontecer eu já não precise mais de apoio,
e serei suficientemente forte para me sustentar,
mesmo na tristeza, ou então na pura forma de amar.

Mas até lá, vou caminhando só,
vou dando as passadas que aprendi,
vou amar sofrer e partir.

Ficarei sempre e a cada dia mais próximo do horizonte,
seguro e fechado dentro desta concha que me sustem,
sempre a sentir, aprendendo a levantar e a cair.

Esse é o universo que me rodeia, é somente
o pouco que consigo compreender

Foto de Fernando ARC

Grandiosidade

Actualmente quando olho o ceu já não vejo só as estrelas,
tudo é mais imenso, tudo parece não ter fim,
ao ver o horizonte sinto-me pequeno, minusculo,
e tudo o que me rodeia parece encolher,
aprendi que para lá do conhecimento está o desconhecido, o infinito,
e desde o principio dos tempos que tudo está no seu lugar com um objectivo,
um proposito, uma razão.

Já não limito a minha visão somente aquilo que se pode ver,
imagino muito para além do conhecimento,
pra lá de tudo o que é conhecido,
até consigo ver aonde a luz ainda não chegou,
e sinto-me cada vez mais insignificante,
a minha presença deixa de ter valor,
tudo o que me rodeia só serve para recordar os dias que me restam.

Foto de Fernando ARC

O ultimo raio de Sol

O ultimo raio de sol findou no horizonte
vem a noite e as estrelas a centilar
Silencio, não escuto nada, procuro aquela que mais brilha
vejo a neblina a cair, sinto-me sozinho, não encontro mais o trilho
Estou perdido e abandonado, caminho por entre os vales, sigo sem rumo
caio, fico sem forças, e viajo, mas é um sonho, não me recordo.
não sei quem sou nem para onde vou, sinto calor, sinto luz, estou vivo
O ultimo raio de sol voltou para me salvar.

Foto de Pedro Rodrigues1969

Um dia mais…

Um dia mais…

Fui a beira-mar
Caminho na avenida Brasil
Sempre seguindo a linha do horizonte
Sonhando contigo meu amor
Na brisa marítima
Sinto teu toque
Teu cheiro
Sinto o sabor na boca
Da tua boca que quero beijar
Meu amor
Estou em paz
Sinto o teu amor
Isso me faz bem
Que este sentimento
Navegue este mar imenso
Passe a linha do horizonte
Que te encontre em paz
Meu amor…

Autor
Pedro Rodrigues

Foto de nelson de paula

CARTAS DESMARCADAS ("Vozes do Aquém")

Peço aos céus que desmarquem
as cartas do meu destino
e permitam, assim, que eu possa
construir um caminho diferente.

Acho, com toda sinceridade,
que devo acertar as minhas contas
com o carma,
mas não acredito que isso seja
uma punição
e sim missão,
prazerosa a seu modo.

Espero que as forças celestiais
entendam a minha demanda
e me proporcionem a oportunidade
de servir muito mais
e muito melhor.

Quero ter, para dividir.

Ambiciono tornar mais fácil a passagem
de muita gente,
contribuindo com todos os meus recursos.

Como fazer para receber o dom?

Ao atribuir a si próprio o encargo,
assumo também o risco
de que tudo não passe
de empáfia.

Porém, parece que não tenho escolha.

É maior do que tudo,
está inerente ao meu modo de ser.

Rezo para que aconteça.

Posso dar –
enxergo isso no horizonte.

Prefiro começar,
sem mais nada,
do que esperar.

Nada irá me faltar.

Os pães serão multiplicados
na hora certa.

Foto de nelson de paula

CARTAS DESMARCADAS ("Vozes do Aquém")

Peço aos céus que desmarquem
as cartas do meu destino
e permitam, assim, que eu possa
construir um caminho diferente.

Acho, com toda sinceridade,
que devo acertar as minhas contas
com o carma,
mas não acredito que isso seja
uma punição
e sim missão,
prazerosa a seu modo.

Espero que as forças celestiais
entendam a minha demanda
e me proporcionem a oportunidade
de servir muito mais
e muito melhor.

Quero ter, para dividir.

Ambiciono tornar mais fácil a passagem
de muita gente,
contribuindo com todos os meus recursos.

Como fazer para receber o dom?

Ao atribuir a si próprio o encargo,
assumo também o risco
de que tudo não passe
de empáfia.

Porém, parece que não tenho escolha.

É maior do que tudo,
está inerente ao meu modo de ser.

Rezo para que aconteça.

Posso dar –
enxergo isso no horizonte.

Prefiro começar,
sem mais nada,
do que esperar.

Nada irá me faltar.

Os pães serão multiplicados
na hora certa.

Foto de cnicolau

O que dizer...

O que dizer,
quando nada tenho a colher,
quando nada tenho a fazer,
e muito menos a entender.

O que sentir
quando meu peito dói.
O mundo la fora corre,
e parece que tudo se perde,
o tudo o que se constrói.

Meu mundo hoje é ilimitado,
todo dia um acontecimento.
Sofro, sorrio sozinho,
por este mundo de cimento.

Corro, ando, nado,
Luto, brigo e saio.
Sempre pela porta fora,
no mundo que me é destinado.

Olhando, sentindo,
respirando, ouvindo.
Ilusão de sentimentos,
me pego sussurrando.

O mundo já não é o mesmo,
disso eu tenho certeza.
As coisas passam, ficam,
E eu vou com toda a beleza.

Vou,
Pois não fico mais,
neste lugar onde tive tristeza,
nessa terra não piso mais.

Não fico aqui nem mais um minuto.
Nem por você,
nem por ninguém.
O céu é minha testemunha
Já sofri por mais de um querer.

Hoje olho pra frente,
vislumbro o horizonte.
Nesta planície cheia de morros, de vales,
Nesta terra de imigrantes.

Daqui não quero mais deixar,
Daqui não quero fugir.
Pois achei o que procurava,
A PAZ que estava por vir.

Obrigado ao Pai por me mostrar
que sou capaz,
bem mais que eu imaginava ser,
corri atras de um sonho
agora é só esperar e colher.

Foto de Elias Akhenaton

SEDUÇÃO DE PRIMAVERA

“Céu de primavera...
Sol no horizonte a brilhar.
Vontade de te amar
Entre os jardins floridos...
Pétalas de flores ao vento,
Afagando teus cabelos,
Seduzindo meu pensamento.”

-**-Elias Akhenaton-**-

Foto de Cecília Santos

Querendo te encontrar

O sol desmaia na linha do horizonte,
A tarde chega calmamente.
Cala-se o vento lentamente
Adormece feito criança inocente.
O silêncio toma posse total,
Os sonhos fluem mansamente.
Murmuram as ondas do mar,
Temerosas pelas conchas à rolar.
Sinto-me flor sem encanto,
Corpo sem alma à vagar.
Sou a cor cinza da aquarela,
Sou forma abstrata de se olhar.
Sou resto de sonhos perdidos,
Sou pedra opaca sem vida.
Sou lágrima disfarçada em sorriso,
Sou orvalho sem as lindas manhãs.
Sou dedos à tocar as estrelas,
Sou fresta à procura de luz,
Sou fúria da tempestade,
Sou regresso e sou partida.
Sou um sonho à alcançar,
Sou um desejo à realizar.
Sou simplesmente “eu”
Querendo muito te encontrar!

Cecília-SP/08/2010*

Foto de Arnault L. D.

Tatear no escuro

Quando apaixonado, a luz
é maior, é o próprio amar...
Os horizontes ficam nus,
despidos abrem-se ao olhar.

E as distâncias e as cores
revelam-se iluminadas.
Vê-se pelos amores,
como através do Sol no dia...

As pálpebras se apertam
pelo que os olhos ofusca,
mas, logo se habituam,
na ignorância do que custa.

Quando o amor se vai,
leva o que trouxe consigo,
o horizonte, na luz que cai.
Nos volta ao inicio do abrigo.

Mas, este agora é treva
para olhos, acostumados
pela luz, que o breu me leva.
Tenho os olhos esfaimados...

Neste lugar que apagou
tropeço, a buscar um muro.
Cego de luz, agora sou,
a tatear, tatear no escuro...

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