Horas

Foto de Danyy Amor Paixao

Saudades de um tempo tao recente sz

Palavra tão simples, existente somente no nosso idioma.

Talvez eu ainda tivesse a chance de lhe dizer tudo o que nunca foi dito…

Se eu ainda tivesse tempo falaria para você o quanto você foi importante em minha vida…

Falaria que em nossas vidas acontecem as coisas certas, em horas incertas…

Você em minha vida foi algo assim a coisa mais certa numa hora incerta…

Por isso perdi você…

Se o tempo voltasse…

Jamais te deixaria ir embora, te prenderia em meus braços e falaria o quanto te amei…

Se o tempo voltasse…

Falaria para você que tudo o que vivemos e sonhamos, não se repetirá com outro alguém…

Pois tínhamos os nossos segredos, que a ninguém jamais revelarei…

Se o tempo voltasse…

Se eu pudesse, eu voltaria para você…

Ha! Se o tempo voltasse ,, pra eu te ensinar me amar

É tão fácil,, fácil como o tempo,, que te levou,, Saudade sz..

Foto de annytha

TIVE SAUDADE DE TI!!!

Pensei que já havia te esquecido por completo! Pensei que já não te amava mais. Mas, ao abrir uma gaveta dos meus guardados, lá estavas tu sorrindo para mim em uma foto que não sei como foi parar alí. Confesso que o meu coração palpitou de uma forma tão rápida que pensei fosse sair boca a fora. Meu corpo todo estremeceu...Foi ai então que percebi que nunca deixei de amar-te, apenas o amor que sinto por tí, estava apenas adormecido. Fechei a gaveta imediatamente pra não rasgar a tua foto e depois me arrepender, também não quis ficar ali parada e passar horas perdidas vendo o teu largo e lindo sorriso, que parecia sorrir apenas para mim. Não! Eu não quero, eu não posso! Repetia a mesma frase comigo mesma, na tentativa de esquecer a minha descoberta. Uma descoberta que para mim, já era passado! Mas a lembrança de ti, ficou guardada no caleidoscópio da minha memória e naquela noite, tive sonhos alucinantes contigo. Ah! Porque abri aquela gaveta? Porque, quando a tranquei, não joguei a chave fora e agora não estaria sofrendo tanto por tí? Porque?

Foto de Moisés Oliveira

Dia qualquer

14 de agosto de 1968, momento marcado de um dia qualquer.
O tempo que agora passa não me muda mais, o que passou ontem já não me quer.

As horas que passam não mudam meu passado, amanhã sempre é o dia da minha decisão.
Não faço nada se isso for agora, espero calmo pela solução.

O vento que passa me marca o rosto, rugas da minha pele contam o que vivi,
olhar pro relógio embranquece o cabelo, o tempo passou e não percebi.

Lutei pelo que já tinha, enalteci o que não precisava,
vendi barato meus melhores anos pra comprar caro o que não me faltava.

Comi o fruto que me alimenta, mas cai da árvore que não plantei.
Mato a fome com arrependimento, busco a resposta do que já não sei.

Foto de Carmen Lúcia

Lá...

Lá, onde o dia é luz quando amanhece
e o gorjeio do pássaro em sua plenitude
reluz pela manhã que resplandece,
acorda o acervo das virtudes, as põe à prova,
onde o silêncio é prece, entorpece
e o acorde vertente das cachoeiras
é melodia sacra a ressoar horas inteiras
soprando a manhã que desperta
a espera de um dia abençoado.

Lá, onde o ímpio adormece crédulo,
a fantasia doutrina a heresia,
a incredulidade se esfumaça na manhã
formando nuvens brancas de sonhos palpáveis,
fantasias plausíveis e versos infindáveis,
o sagrado cala os burburinhos,
conscientiza o homem que profana
e num entrelaço se entrega à magia,
profetizando um amanhã de paz e de quem ama.

Lá paira minh’alma, noite e dia,
vagando fontes de inspiração,
lapidando pedras, cravando emoção,
buscando na manhã sem mácula
versos que colorem a vida,
palavras plenas de significados,
íntegras de harmonia,
grávidas de poesia.

_Carmen Lúcia_

Foto de Arnault L. D.

A caixa da caixa de música

Ainda sonho consigo;
é quando a razão se cala
e não mais sou dono de mim.
E ao seu encontro sigo,
mais uma vez encontra-la,
para mais uma vez sem fim...

Quando sonho e não penso
é em você que eu moro.
Onde o querer diz que amo
e me entrega, tal incenso,
a subir aonde ignoro,
onde o eu não açamo.

Apenas no devaneio,
quando esqueço, me esqueço;
e inda é a maior razão,
minha riqueza, um veio
de fortuna, aonde desço
a colher estrelas no chão.

Minha alma e sentimento
esperam quando adormeço,
para impunemente a amar.
Nestas horas sem intento,
só o amor fala o que esqueço,
rasga-me o peito e vai voar...

Sob uma lua antiga,
de luar, azul, a cobrir
fecho os olhos para sonhar
dentro doutro que o abriga:
Um beijo... desliga o existir,
e resta só de nós o ar...

Foto de Lidia Lima de Oliveira Soares

O inverno chegou

Amor o inverno acabou,
E não colhestes o fruto maduro,
Agora ele já caiu no chão,
Perdeu todo sabor doce do mel.

Amor uma nova estação chegou,
Com ela veio o frio, o congelar bravio,
Do coração que se magoou...
Ah... Amor o inverno ainda não passou...

O tempo das frutas maduras,
Doce como mel parou...
A minha boca secou, como se
Seca a terra no deserto sem águas...
Quando a tempestade vem e não se acalma...

A madrugada chegou tão fria solitária,
Com ela meu coração parou, e quase congelou,
Buscou e nada encontrou...
As palavras se foram, a inspiração acabou,
Só restou um coração cheio de amor.

Meu amor o outono se foi, e com ele
Foi-se o sabor das frutas, e o mel das
Flores orvalhadas, que agora estão murchas,
Nestas horas da madrugada...

Mas não se entristeça meu amor,
A vida não acabou o amor ainda
Não passou, e ainda virão outros
Verões, outros invernos e outros
Outonos...
E neles os frutos da videira estarão
Maduros te esperando...

Quem sabe, em uma nova estação chegando,
Com ela virá às frutas maduras,
Cheias de mel, pra adoçar a tua boca,
Que tanto me encantou... Quem sabe amor,
A tua boca me deseje, assim como eu desejo a tua.

Lídia Lima de O. Soares

Foto de Arnault L. D.

Um pouco além da estrela

Eu a procurei a um passo atrás,
num sempre assim, sempre quase,
entre as palavras e canção
que na surpresa vem, lhe trás,
num tema, um nome, uma frase
que reverbera ao coração.

Busquei nas horas tardias
nas quais só a mudez lidava,
a distância a medir nos astros,
saltando as estrelas, frias...
Pousei na Lua que passava
pelo carvão do céu sem rastros.

Em meio a noite eu fervo,
de uma febre que me arde
e deliro, eu, seu amante...
Beijo o seu beijo... O nervo
exposto do sentir já tarde,
a dor de lhe amar distante.

Banhado por gotas de suor,
sou molhado de sal no calor
e por meus olhos, marejados,
confundo o gosto deste amor
ao da lágrima, do mar, sabor
do beijo, e do choro, somados.

Mas, a procurei assim mesmo,
no mel esparso da fruta azeda,
na pouca visão da madrugada,
e no sol, que me cegava a esmo.
Na entrelinha e folha perdida,
na pauta em branco inacabada...

E se o deserto me convide
buscar em miragens, e no nada.
Trarei na areia, riscar seu vulto.
No delírio, oásis, uma vide...
vinho doce à uva fermentada,
clara faz sua sombra, no oculto.

Foto de Carmen Vervloet

Soneto de Aniversário

Não me curvo ante as ciladas da idade...
Absorvo a sabedoria com que me presenteia,
Mas uso de minha parceira criatividade
Para suprimir tudo que nela me chateia.

A marcha já não acompanha a mente
Que dança ligeira entre résteas de luz,
Tecendo projetos, mil sonhos frementes,
Que suavizam este entardecer que me conduz.

Existe vida em cada passo que dou...
Os anos passam e as horas se vão,
Mas ficam as marcas dos meus pés no chão.

As perdas vividas o tempo abrandou...
A alegria semeada no meu jardim
Perfuma minh’alma como se fosse jasmim.

Foto de Miguel Duarte

Possível Upgrade ao Site de Sábado para Domingo

Olá a todos,

Apenas para avisar que é possível que o site venha a ficar em baixo por algumas horas no próximo fim-de-semana, dado que está previsto parte do prometido upgrade ao site e mudança de servidor vir a ocorrer nessa data.

Um abraço,

Miguel

Foto de Alexandre Montalvan

Jamais Voltarei a Sonhar

Tão tristes são as noites da minha vida
tão solitária sonsa e descabida
vertendo-se em tormentas e desejos
sonhando em te beijar mais de mil beijos
e sempre me perder em teus abraços.

Ah. . . como eu faço
para não sofrer neste eterno jogo
horas de fogo insistem em me queimar
solitária ventania varre noites sem luar
neste frio chão de ladrilhos vermelhos
estou de joelhos neste teto preto.

Vida infeliz se opondo a irrealidade
pedaço de carne em leito solitário
alma buscando no sonho felicidade
céus e o inferno em sentido contrário

Alguém roubou as estrelas do céu
os moinhos de vento pararam de girar
eu que era inocente passei a ser réu
em noites tão tristes jamais voltarei a sonhar

alexandre

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