História

Foto de Marsoalex

Espera

ESPERA.

Espera...
Deixa o tempo passar
Que no passar do tempo
As coisas se alinham
As dúvidas se dissipam
As verdades aparecem
Tudo se esclarece.
Espera...
Não existe crescimento sem tempo
Tudo tem sua hora certa
Seu momento exato
E a vida converge para o insight
Espera...

Espera...
Para que correr?
Deixa que a vida corra
Que o mundo corra
Que o tempo corra
Pois se correres adiante da vida
Do mundo e do tempo
Nada aprenderás
Estarás tão compenetrado
Em chegar a algum lugar
Que não verás o caminho percorrido
As lições ao longo da estrada
A importância dos percalços
Ou as indecisões das encruzilhadas
E no final da história
Não terás aprendido a viver
Porque na busca pelo amanhã
Perderás a beleza de viver o hoje.
Espera...

Foto de Athayde

Velho Caduco

Ah,prazer em tê-lo,
Nesse ensaio...
Após a fábula,
Eu deito ou caio
Aqui na esquina,
Vem sentar!

Mas me perdoe
Caro ouvinte,
Só a experiência,
É meu requinte
E a praça o meu lar...

Pra que dinheiro nessa terra?
Tenho comigo a minerva,
E você a me escutar!

Mas ainda não!
Não se levante!
Minha história é triunfante!
Só ter paciência
E esperar...

Agora sim,você mais calmo...
Não se afaste nem um palmo!
Do que tenho a declarar...

E a família,como anda?
Algum caso de vingança?
E hoje,chove ou vai nevar?

Não!Espere meu bom moço!
Seu tempo é curto,
Eu sempre ouço...
Já vai embora!?
Eu ia contar...

Iria dizer pra mim mesmo,
Que a juventude vai,
Nem vejo...
E a solidão é só pesar..
E esperar...
É amar...

Foto de Osmar Fernandes

Aparição do Capeta

Certo dia, noite escura, num terreno baldio, próximo da Igreja Católica, três moleques levados pegaram uma abóbora e fizeram dela uma caveira... Fixaram uma vela acesa em cima de um toco e a puseram por cima. Ficou parecendo o demo, o capeta mesmo!
A missa acabaria às vinte horas. Os fiéis que passariam por ali, a pé, certamente a veria. A caveira ficou num ponto estratégico, bem na esquina.
O pessoal ao sair da missa, ao vê-la, gritou: “Valha-me Deus! Jesus tende piedade! Minha Nossa Senhora da Aparecida! Salve-me Senhor!
Foi gente pra todo lado... Os três capetas caíram na gargalhada... Quando o local esvaziou, saíram da moita e se depararam com um corpo estendido no meio da rua. Joãozinho, o nanico, gritou: “É dona Julieta! Ela tá mortinha da silva! E agora?! Estamos fritos!!!” Pedrinho, o gago, disse: “Vixe, agora lascou tudo!!! Vou deitar o cabelo!!!” Luquinha, o mala, disse-lhes: “Calma aí seus frouxos, ninguém viu a gente! Não vai nos acontecer nada!!! Ela morreu de susto! E daí?!... Vamos tirar a caveira dali e vamos embora.”
Feito leopardos esconderam os apetrechos do Demo e deitaram o cabelo...
Não demorou muito e a polícia chegou ao local. D. Julieta foi levada ao hospital, acordou do susto, foi medicada e falou: “Meu Deus o que era aquilo?! Eu preciso falar com o Padre Bento!... Era o Demo! Valha-me Deus!!!”
O médico e a enfermeira diziam para ela ficar calma porque na idade dela era normal ver coisa que não existe... Deram-lhe um calmante e a fizeram dormir até o dia seguinte.
A notícia ganhou a cidade que Dona Julieta tinha batido as botas... Os três capetas estavam assustados e escondidos nas suas casas.
O pai do Joãozinho disse para esposa: “Bem, Dona Julieta viu o capeta e morreu! Estão falando que o Demo veio buscá-la. Faladeira como é, não duvido nada... Amor, toma cuidado, viu!
- Tá louco, homem, eu não falo da vida de ninguém não!
O marido deu uma risadinha maliciosa e foi trabalhar.
O investigador de polícia fazia uma busca no local do crime e achou um chinelo de tamanho trinta três. Era a pista que tinha em mãos.
Chegou na delegacia e disse ao Delegado:
- Senhor, aqui está à prova do crime!
Dr. Clécio riu, e lhe disse:
- Quer dizer que o capeta esqueceu um chinelo e saiu correndo pro inferno! KAKAKAKAKAKAK (RIU TANTO QUE SE ENGASGOU...). Vá amolar outro, Cido! Tenho mais o que fazer nariz de Pinóquio! Cada uma que me aparece! Você não percebe que essa cidade está de perna pro ar... Se esse povo não melhorar Deus vai aniquilá-la assim como fez a Sodoma e a Gomorra.
O Investigador abaixou a cabeça e saiu chateado e pesou: “Vou pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó... Ateu eu não sou não, mas acreditar que isso é obra do Demo já é demais para minha inteligência.”
O Padre Bento assim que soube do acontecido entrou no terreno baldio e fez uma devassa, procurou por todo lado e achou a cabeça de mamão e a vela jogados debaixo dum pé-de-mato, e disse a si: “Eu sabia que não tinha diabo nenhum nessa história! Esse meu povo inventa cada uma! Perdoai-os ó Deus!!!”
Com a notícia da aparição do capeta a Igreja superlotou e o dízimo aumentou sobremaneira e o Padre ficou pensando se dizia ou não, no sermão, sobre a cabeça de mamão... Pensou... E, calou-se.
Os três capetas se reuniram e Luquinha disse:
- A velha não morreu... Com o susto desmaiou. Dona Julieta sairá do hospital hoje à tarde.
Pedrinho, o gaguinho, disse:
- Mas a polícia está investigando. O que nós fizemos é crime. Se a polícia descobrir quem fez isso, a cidade toda ficará sabendo... Nós vamos ser linchados!
Joãozinho, o nanico, disse:
- Eu sou coroinha, vou me confessar com o Padre Bento e vou lhe contar tudo. Se o meu pai souber disso vou levar uma peia, uma surra daquelas de tirar o coro.
Os dois amigos disseram juntos:
- Você não tá nem doido! O Padre nos mata!
Joãozinho:
- Eu tô com medo!
Os três amigos fizeram um pacto: “Nunca contariam sobre a caveira pra ninguém, levariam esse segredo para o túmulo.”
Joãozinho confidenciou: “Perdi um pé do meu chinelo, presente do meu pai, fui na data procurar e não achei. Temos que achar o chinelo logo.”
Os amigos não deram importância nisso e foram embora.
O investigador conhecia todo mundo da cidade, saiu de casa em casa perguntando se aquele chinelo pertencia a alguém daquela residência.
Luquinha ficou com os olhos estatelados ao vê-lo em sua casa perguntando à sua mãe se ela não tinha dado falta de um pé de chinelo.
Luquinha reuniu seu bando imediatamente e disse:
- Vamos roubar aquele pé de chinelo hoje à noite. Cido vai sempre jogar no Tunguete... Vamos aproveitar esse momento e vamos em sua casa buscar o pé de chinelo. Não tem outro jeito. Ou fazemos isso ou esse sujeito vai descobrir tudo.
O Delegado foi à Igreja e logo após a missa disse ao Padre Bento: “Padre o meu investigador tem uma prova cabal do malfeitor... Creio que dentro de poucas horas iremos elucidar o caso.”
- Meu filho, que prova é essa?
- Respeito-lhe demasiadamente Reverendo, mas isso é segredo de Estado, não posso dizer de jeito nenhum.
- Mas meu filho, eu sou o Pároco, pode me falar, vou guardar segredo... Quantas vezes você já se confessou comigo?!
- Padre Bento isso não é um pecado, é segredo profissional.
- Meu filho, eu lhe vi nascer, lhe batizei, lhe crismei, foi meu coroinha... Vai ter coragem de fazer isso comigo? Conta-me logo que prova é essa?!
- Conto não! Não posso!... O senhor pode falar sobre as confissões dos fiéis?
- Claro que não! Você tá doido, perdeu a cabeça. Jamais violarei o segredo do Confessionário. Exerço minha função com a fé em Deus e obedeço piamente com o que preceitua no CANON 1388 (1), que diz: O confessor que viola diretamente o sigilo da confissão incorre um sententiae (automática latae) excomunhão reservada à Sé Apostólica.
- Eu também não posso falar sobre essa prova! Não posso violar a confiança do meu investigador, estaria cometendo um crime.
O Delegado foi embora com a pulga atrás da orelha e pensou: “Por que tanto interesse do Padre nessa prova?!”
Paulinho viu seu filho descalço e lhe disse:
- Joãozinho, cadê seu chinelo? Já lhe dei de presente para não ver você descalço... Não ande descalço menino! Vá calçar o chinelo agora!!!
Joãozinho correu na casa do amigo e lhe pediu o chinelo emprestado, e Carlos lhe disse: “Mas você tem que me devolver logo, senão meu pai me dá uma surra se me ver descalço também.”
Pedrinho era muito religioso e naquele dia às dezessete horas resolveu se confessar com o Padre... Contou tudo e admitiu que estava com medo do investigador descobrir toda a história, porque seu amigo tinha perdido um pé do chinelo que ganhara de presente do pai.
Padre Bento pensou: “Mas Cido é ateu... Tenho que dar um jeito de calar a sua boca...”
O Padre arquitetou um plano e mandou o seu Sacristão chamá-lo, urgentemente... Rubens, o puxa-saco do Padre Bento foi à casa do investigador e disse-lhe:
- Cido, o padre Bento quer vê-lo, agora, já. Ele disse pra você ir lá, correndo, imediatamente, agora mesmo!
- Mas, que diabos o padre quer comigo? Num devo nada para Igreja... Nem em Deus não sei se acredito?!
- Não fala assim não rapaz! Deus é tudo e tudo é amor. O padre não tem diabo nem um. Vai logo e saberá. Quando o padre chama é como se fosse Deus nos chamando, né?!
- Fala pra ele que mais tarde eu passo por lá.
Dona Julieta visita o padre Bento e lhe diz: “Padre, eu nunca vi bicho mais feito no mundo que aquele. Era o Demo, o Demônio em pessoa!... Minha Nossa Senhora da Aparecida! Eu fiquei frente a frente com o Demo, Padre!... Eu já preparei uma novena. Vamos começar amanhã cedo... Padre, eu disse para os que me visitaram no hospital que se o Demo está nos visitando é porque estamos sem fé, é um sinal dos céus. Por isso vamos fazer a novena!”
Aquele acontecimento abalou a cidade. Nas ruas, nos bares, nas casas, nas roças, nas Igrejas, em todo lugar o boato corria solto: “O Demo está fazendo tocaia na nossa cidade!”
O Padre Bento ficou com a consciência pesada e pensou “Será que devo falar sobre essa história hoje na hora do sermão? Será que devo levar o assunto ao Bispo?!”
Dona Julieta foi rezar e depois foi para sua casa...
As Igrejas protestantes começaram a fazer cultos durante o dia todo. Até os ateus temeram... A cidadezinha pacata acordou... Era gente acendendo velas no Cruzeiro do Cemitério... Despachos nas encruzilhadas... Novenas... Enfim, os religiosos se mexeram de forma jamais vista naquele lugar. Em todas as Igrejas as oferendas aumentaram significativamente. O comércio de produtos religiosos vendia como nunca.
A palavra numa das Igrejas Protestantes era brilhante e dizia:

Ezequiel [Capítulo 28:13-18]

Tu estiveste no Éden, jardim de Deus ;cobriste de toda pedra preciosa: A cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até o dia em que em ti se achou iniqüidade. Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.

Mateus [Capítulo 4:1-11]

Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Então lhe ordenou Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram

E o pastor encerrava seu sermão dizendo: “Na casa do senhor não existe satanás, Xô satanás! xô satanás!”

O Investigador chegou à Casa Paroquial, adentrou, foi imediatamente atendido pelo Padre Bento que o levou ao seu escritório e lhe disse:
- Meu filho, eu lhe peço encarecidamente que pare com a investigação sobre a aparição do Capeta.
- Padre o senhor está me pedindo algo que não posso atender.
- Por que meu filho?
- Padre, eu quero pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó. Ela quase bateu as botas... Tenho certeza que não tem nada a ver com coisa doutro mundo. Isso foi coisa de moleque, de vândalo; brincadeira de mau gosto... Se não fizermos alguma coisa para punirmos esse tipo de “brincadeira boba, idiota”, ainda vamos perder um ente querido. O senhor não acha?
- Meu filho, nem tudo parece o que é. Deus tem desígnios que só pertence a Ele. Veja o movimento da nossa cidade!... O povo voltou à igreja, voltou a ter medo dos castigos de Deus. Isso vai fazer a criminalidade zerar. Nunca se viu tanta reza por aqui. O povo voltou a temer a Deus! Os meninos e as meninas voltaram para o catecismo. O fervor da fé voltou a tomar conta da nossa cidade... Nunca vi você na missa. Falam que é ateu... Mas, pare com essa investigação?
- Padre Bento, eu sou agnóstico... Não estou lhe entendo! O que tem a ver uma coisa com a outra?
- Meu filho, eu sei que você é um exímio Investigador de Polícia, mas essa história não pode ir adiante. Pare de investigar... Essa história acabou fazendo um milagre por aqui. O povo voltou a ter Deus no coração. Isso não é bom?
- Padre, eu acho que o senhor está sabendo demais... Já descobriu a verdade?
- Não!!! Vieram me dizer que você anda perguntando nas casas se alguém deu por falta de um pé de chinelo.
- É verdade! Eu achei um pé de chinelo novinho em folha naquele matagal, local do medo. Vi muitos pisados por lá... De pés pequenos... E, cheguei à conclusão que tem mais de um moleque envolvido nessa tramóia. Padre, eu vou achar o criminoso que quase matou minha avó, custe o que custar!
O Padre franziu a testa, várias vezes, e pensou: “Vou ter que falar com o superior desse traste e pedir para que o transfira daqui.”
O Investigador foi embora e não hesitou em dizer para o delegado sobre a sua visita na Casa do Padre:
- Doutor, eu estou vindo da casa do padre...
- Que diabos você estava fazendo na casa do Bento?!
- Eu fui lá porque ele mandou me chamar... Estranhei, mas... O senhor sabe, Padre é Padre, enfim.
- E o que a Igreja queria contigo?
- Só faltou se ajoelhar pra mim Doutor... Implorou para eu parar com as investigações sobre a aparição do capeta.
O Delegado coçou seus poucos cabelos da cabeça e disse: “Aí tem coisa!” E disse ao Cido:
- Você me traga o pé de chinelo e me entrega ainda hoje.
- Doutor ele está aqui na minha mochila, pega!
- Então essa é a prova que temos?... Pois é, a partir de hoje em diante essa investigação é minha. Você está fora desse caso. Vai cuidar de descobrir quem roubou o Jumento do Zé, que ele está me enchendo o saco e até hoje você não descobriu nada.
O Investigador de Polícia sem ter o que dizer, simplesmente obedeceu seu superior e saiu à procura do ladrão do Jumento...
O Doutor Clécio foi ter com o Padre Bento cinco dias depois e disse:
- Padre eu tenho a prova do crime aqui em minhas mãos e já descobri tudo. Vou prender quem fez isso.
- Doutor Delegado o senhor tem o quê em mãos?
- Eu tenho o pé de chinelo.
- Pé de chinelo!!! O que isso tem a ver com a aparição do Capeta?
Padre, isso tem tudo a ver! É a prova que não existe Capeta nenhum, isso provavelmente foi armação de quem não tem o que fazer na vida e fica assustando as pessoas de bem.
- Esse chinelo não prova nada. Qualquer pessoa pode ter ido naquele matagal e o esquecido.
- Será Padre?!
- Claro meu filho!
Padre, o senhor está muito interessado no encerramento dessa investigação, por quê?
- Não meu filho, eu não estou não! Mas, se você pensar bem, depois que viram o Capeta, a cidade melhorou muito. A Igreja não cabe de tanta gente nas missas. Não se falou mais de roubos, mortes, vadiagem, etc. Nunca vendeu tanto produto religioso como agora. Pense no sossego que nossa cidade vive hoje!
- É Padre Bento, pensado por esse lado o senhor está coberto de razão. Minha delegacia está um deserto, nem um B.O, nem de briga de casal. Nunca vi tanta calmaria em nosso Município.
- Então, pra quê elucidar esse episódio? Deixa o povo pensar que o Diabo está de olho bem aberto e bem pertinho de cada um.
- Mas, Padre Bento, o Capeta não anda de olhos arregalados pra todo mundo mesmo, doido para tomar conta da nossa alma?!
- Sim... Mas essa já é outra história...
O Delegado deu o pé de chinelo para o Padre e deu o caso por encerrado.
O Padre chamou Joãozinho e lhe deu o pé de chinelo e lhe disse: “Vê se não o perde mais...”
Os três capetinhas voltaram a participar assiduamente de todas as missas e a ajudar o Padre no catecismo.
Toda vez que o povo fraquejava, desanimava, deixava de ir à missa, a aparição do Capeta era automática.

Osmar Soares Fernandes

Foto de LUIZ SERGIO FARINA JUNIOR

O MENDIGO PRÍNCIPE

O MENDIGO PRÍNCIPE

TOMEI AS NUVENS COMO LENÇOL;
FIZ DA NOITE MEU COBERTOR;
NA ESPERANÇA DE ENCONTRAR UM MÉDICO;
FIZ DO ÁLCOOL, MEUS REMÉDIOS.

ENFRENTEI MEUS MONSTROS;
LUTEI COM MEUS DELÍRIOS;
DESTRUÍ MEUS FANTASMAS;
ONDE ELES NUNCA EXISTIRAM.

MAS, UM DIA DESCOBRI;
QUE SOMOS RESPONSÁVEIS;
POR TUDO QUE PENSAMOS;
E ASSIM NÃO DESISTI.

HOJE, TENHO UM TETO;
UM TETO QUE NÃO É MEU;
VÔO AONDE DESEJO POUSAR;
OS FANTASMAS NÃO PODEM ME DERRUBAR.

A MAIOR HISTÓRIA DA VIDA;
NÃO AQUELA QUE VOU CONSTRUIR;
POIS TUDO QUE JÁ VIVI;
SÓ POR SUPORTAR,VOLTEI A SORRIR.

HOJE ME SINTO UM PRÍNCIPE;
POIS SOU FILHO DO REI;
MENDIGO NÃO SOU MAIS;
POIS MEUS FANTASMAS EU AFASTEI.

AUTOR: LUIZ SERGIO FARINA JUNIOR

Foto de Graciele Gessner

Amor Amante. (Graciele_Gessner)

Raios de sol brilham ao recordar...
Ah, quão saudoso é amar e ser amado.
Imensos são os sentimentos vividos,
Momentos singulares e sem repetições.
E será possível reconquistar um amor já vivido?

Resplandece nas lembranças sem explicações.
Alvorada surge feito criança, cheia de esperança;
Imergindo da terra toda a descrença e a injustiça.
Maravilhando o cintilar da verdadeira felicidade,
E não deixando dúvida para a incredulidade.

Reinvento versos no papel em branco...
As almas se comunicam a distância.
Inesquecível momento preto e branco,
Mesmo que estejam tanto tempo separadas.
E, contudo, se aproximam já enamoradas.

Ressurgem as labaredas do amor,
Anunciando que o coração se tornará refém;
Inundando-se sem controle de um amor faiscante.
Move-se toda a antiga história que se refaz em minutos,
E dá-se início a nova relação, um amor amante.

04.09.2009.

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!*

Foto de CarmenCecilia

RESPOSTA A A BIGODEADAS DE JAMIVIEIRA

INDIGNAÇÃO...

MIL VEZES APLAUDO TEUS VERSOS...
TUA INDGINAÇÃO QUE SE PROPAGA POR TODA NAÇÃO...
MAS QUE SÓ ABAIXA A CABEÇA RESIGNADA ATÉ ENTÃO...
FICANDO SEMPRE NA CONTRAMÃO...

DA SUA HISTÓRIA...SUA GLÓRIA...
NESSA LUTA INGLÓRIA...
CONTRA A CORRUPÇÃO
E EIS A QUESTÃO...

CADÊ A NOÇÃO...
CADÊ A AÇÃO... MOTIVAÇÃO?
NINGUEM SABE DELA NÃO?

E A EMOÇÃO?
FOI EMBORA COM A RAZÃO?
NÃO... NÃO E MIL VEZ NÃO...
NÃO CALAREI MAIS MINHA OPINIÃO...

CARMEN CECILIA

Foto de Rose Felliciano

LONDRINA

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LONDRINA

"Ainda é jovem a forte metrópole
Ao Norte do Paraná ela brilha
Tão linda, minha Londrina
Que os raios da sua beleza, alimentam o sol...

De onde se via café, o verde ouro,
Tem agora seu tesouro
Nas avenidas, Indústrias, Comércios
E na acolhida dos pés vermelhos, mãos limpas
De sorrisos e simpatia sem igual...

Suas ruas fizeram história
Na memória dos pioneiros.
E o sonho altaneiro dos fundadores
Plantando amores, semeando respeito,
Não foi desfeito...

Londrina é qualidade de vida
Gente bonita, animação
Passeios no Lago, diversão.
A saúde é seu destaque
Melhores Universidades
Segurança e Educação.

Sei que tem seus defeitos
Mas tem muita gente de respeito
Com fé em Deus e dedicação.
Tem a dignidade
Que faz dessa cidade
Orgulho da nossa Nação." (Rose Felliciano)

.
*Mantenha a autoria do Poema*

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http://www.rosefelliciano.com/visualizar.php?idt=1789247

Foto de Osmar Fernandes

História morta

Quando você me quis, já era tarde, me perdeu.
Cansei de lutar por um amor sem futuro.
Ardeu, queimou dentro do meu peito, doeu.
Nunca mais amei assim, eu juro!

Eu deveria ter insistido mais contigo.
Sua indecisão me afastou do seu mundo.
Você era meu amor... Pra você, eu era o amigo.
Você matou meu sonho profundo.

Aquele sentimento se perdeu pelo tempo.
Nossa página de amor foi interrompida.
Meu sonho vazio vagou pelo vento.
Aquela história nem adiada foi, está perdida.

Todo amor que sonhei, você jogou fora.
Não adianta tentar reescrever o que está destruído.
Esqueça!... Meu coração tem dona, agora.
Como desejei ouvir isso naquele tempo passado, sofrido.

Não venha agora remexer nessa história morta.
Naquele tempo, eu dava a minha vida por isso...
Por favor! Não insista! vá embora!
Você foi o meu delírio, o meu sonho, o meu grito.

Hoje, estou vivendo o sonho que mais desejei.
Minha vida tem destino, tem sabor, tem gosto.
Com você, vivi todo tipo humilhação, de desgosto.
Esqueça de mim, porque esqueci que um dia lhe amei.

Osmar Soares Fernandes

Foto de thiagothibes

Dor

A tempestade chegou
O vento horrivelmente soprou
Você foi levada ao vendo
Você estava aqui, nesse momento

O seu sorriso sumiu!
Então meu coração partiu
E esse tempo ruim não quer parar
O vento insiste em soprar

Chega, quero ver o sol novamente brilhar
Tire essa dor do meu peito, ela vai me matar
Me ajude tenho que pegar o primeiro trem
Me diga de onde ele vem?

Do inferno, do paraiso, ou de onde?
Lugar pior que este não tem
Eu era feliz e agora estou sem
Sem nada, minha vida?Eu tenho?

Agora vi seu sorriso
Mas o tempo passou
Em mim oque ficou?
Uma triste história que me marcou!

Cicatrizes não vou sumir
Mas agora tenho motivos para sorrir
EStou saindo dessa tempestade
Não lembro minha idade

Amor me ajude a lembrar
Onde tinhamos parado?
Estou todo molhado
A luta foi grande estou cansado

Não quero mais pensar
Só quero te abraçar
Nos seus braços é o meu lugar
Onde eu agora devo descançar

Onde eu devo descançar...

Foto de claudinha.guima

TIC TAC de uma vida

O Som "Is This Love" de Bob Marley me levava ao meu destino.
Tudo igual... Como sempre fora, tudo acontecia conforme o programado.
Como tudo na minha vida era marcado com horários regiamente pré-definidos. Horários de entrada e Saída, horário da volta pra casa, esse sim não podia falhar em hipótese alguma, nada podia fugir do padrão.
Nenhuma ocorrência poderia ser tão urgente a ponto de me tirar desse cronograma tétrico e macabro.
Do lado de fora as árvores vinham no sentido contrário, correndo, atrasadas para cumprirem seus próprios cronogramas e eu ali, em meio àquelas imagens esporádicas que passavam apressadamente, pela janela do meu carro.
Não havia espaço ali, para o belo. As imagens desesperada que via passar correndo por mim, como insights de uma vida, era a prova que tinha de que eu fazia parte daquela história contada em lágrimas silenciosa e triste.
A chuva repentina começou a cair... Acariciavam a pele de parte do meu braço que descançava n a janela do carro, só assim podia senti-la, não podia parar, as horas não se estancariam no relógio invisível que me lembravam a todo instante, com seu TIC TAC insistente, que era momento de correr, de seguir em frente... Não, elas não parariam para eu poder sentir a chuva em todo o meu corpo, não haveria tempo para “coisas fúteis” assim.
Ele estava lá, junto com a chuva, “correndo” da chuva... Voando rápido. Seus olhos fixos em um ponto distante, onde eu não podia enxergar. Ele tinha pressa também, mas como pode ter pressa se ele estava livre, tinha toda a vida para ir onde bem entendesse, não haviam relógios que pudessem marcar seu tempo. Mas ele queria continuar em sua “corrida” aérea, próximo a minha janela, sequer notou que eu o observava, sequer percebeu minha presença ali.
Cheguei a desejar tocá-lo, mas não podia interromper aquele momento. Queria congelar a imagem, oferecer uma carona, mas não podia fazê-lo. Nossos caminhos eram diferentes, ele seguiria em frente, rumo ao sol, fora da chuva, a procura de uma caminho cheio de luz e eu? Eu permaneceria ali, contando as horas, calculando o tempo preciso e quem sabe, no dia seguinte, poder encontrá-lo novamente.

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