Blog de claudinha.guima

Foto de claudinha.guima

O sabor de um sábado de Sol

O restaurante estava lotado. Não havia mais lugar livre. Na cadeira ao meu lado minha bolsa descansava solitária. Meus olhos percorriam o salão em busca dele.
Via rostos alegres em mentirosa simulação de bem estar, burburinhos e cochichos incomodavam meus ouvidos que só queria ouvir uma voz... Ela não estava ali. No celular uma ultima mensagem... “o trânsito, esse vilão imprestável, me impede de chegar até você”.
A minha frente jazia um prato, minuciosamente elaborado, pronto para ser degustado. Em vão ensaiava algumas garfadas para logo em seguida desistir e sair dali.
Cambaleei até a porta, em poucos segundos já estava na rua vasculhando minha bolsa em busca das chaves do carro.
A luz chegou a minha esquerda ofuscando minha visão. Precisei esperar que meus olhos se adaptassem àquela energia nova e, então, poder identificar sua silueta.
Lindo... Mal pude acreditar.. Ele estava ali...
Não devia, mas corri ao encontro dele. Nossos corpos se uniram em um abraço mágico. Eu queria beijá-lo, mas ele me lembrou de que ali não era prudente... Já dentro carro como se ali pudéssemos ter nosso pequeno instante juntos, sim, seriam apenas alguns minutos, mas estes suficientes para que ambos percebessem como era importante estar ali.
Palavras carinhosas ditas ao pé do ouvido, sussurros e lamentos por não haver mais tempo. A vontade insana de sexo aumentava com a intensidade dos nossos toques. Em minha mão sentia o seu tesão aumentado e ele ora tomava meus seios em carícias severas ora descia entre minhas coxas em busca de uma resposta para explicar minha respiração quente e ofegante ...os beijos, antes suaves e ternos, agora em um frenesi tenso e urgentes.
Olhos desconhecidos nos observavam a distancia, curiosos e desejosos de que fossemos mais além, de que deixássemos nossos desejos explodir e cometêssemos o mais delicioso dos delitos... nos amar, em plena tarde de um sábado ensolarado.

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Mais Um Toque

Lembranças perdidas do dia que se finda..
Lembranças dos beijos tão esperados,
do toque da pele sensível que estará guardada na memória como alimento da alma.

A respiração ofegante, o gemido que teimou em sair do peito deixando transparecer em palavras ocultas a explosão do prazer sentido.

O dia se foi... a lembrança permanece e com ela a esperança de um novo encontro... O encontro de almas que se anseiam, que se desejam... que se amam antes mesmo de se tocarem... que necessitam ardentemente de mais um toque.

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TIC TAC de uma vida

O Som "Is This Love" de Bob Marley me levava ao meu destino.
Tudo igual... Como sempre fora, tudo acontecia conforme o programado.
Como tudo na minha vida era marcado com horários regiamente pré-definidos. Horários de entrada e Saída, horário da volta pra casa, esse sim não podia falhar em hipótese alguma, nada podia fugir do padrão.
Nenhuma ocorrência poderia ser tão urgente a ponto de me tirar desse cronograma tétrico e macabro.
Do lado de fora as árvores vinham no sentido contrário, correndo, atrasadas para cumprirem seus próprios cronogramas e eu ali, em meio àquelas imagens esporádicas que passavam apressadamente, pela janela do meu carro.
Não havia espaço ali, para o belo. As imagens desesperada que via passar correndo por mim, como insights de uma vida, era a prova que tinha de que eu fazia parte daquela história contada em lágrimas silenciosa e triste.
A chuva repentina começou a cair... Acariciavam a pele de parte do meu braço que descançava n a janela do carro, só assim podia senti-la, não podia parar, as horas não se estancariam no relógio invisível que me lembravam a todo instante, com seu TIC TAC insistente, que era momento de correr, de seguir em frente... Não, elas não parariam para eu poder sentir a chuva em todo o meu corpo, não haveria tempo para “coisas fúteis” assim.
Ele estava lá, junto com a chuva, “correndo” da chuva... Voando rápido. Seus olhos fixos em um ponto distante, onde eu não podia enxergar. Ele tinha pressa também, mas como pode ter pressa se ele estava livre, tinha toda a vida para ir onde bem entendesse, não haviam relógios que pudessem marcar seu tempo. Mas ele queria continuar em sua “corrida” aérea, próximo a minha janela, sequer notou que eu o observava, sequer percebeu minha presença ali.
Cheguei a desejar tocá-lo, mas não podia interromper aquele momento. Queria congelar a imagem, oferecer uma carona, mas não podia fazê-lo. Nossos caminhos eram diferentes, ele seguiria em frente, rumo ao sol, fora da chuva, a procura de uma caminho cheio de luz e eu? Eu permaneceria ali, contando as horas, calculando o tempo preciso e quem sabe, no dia seguinte, poder encontrá-lo novamente.

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TIC TAC de uma vida

O Som "Is This Love" de Bob Marley, me levava ao meu destino.
Tudo igual... Como sempre fora, tudo acontecia conforme o programado. Como tudo na minha vida era marcado com horários regiamente pré-definidos. Horários de entrada e Saída, horário da volta pra casa, esse sim não podia falhar em hipótese alguma, nada podia fugir do padrão.
Nenhuma ocorrência poderia ser tão urgente a ponto de me tirar desse cronograma tétrico e macabro.
Do lado de fora as árvores vinham no sentido contrário, correndo, atrasadas para cumprirem seus próprios cronogramas e eu ali, em meio àquelas imagens esporádicas que passavam apressadamente, pela janela do meu carro.
Não havia espaço ali, para o belo. As imagens desesperada que via passar correndo por mim, como insights de uma vida, era a prova que tinha de que eu fazia parte daquela história contada em lágrimas silenciosa e triste.
A chuva repentina começou a cair... Acariciavam a pele de parte do meu braço que descançava n a janela do carro, só assim podia senti-la, não podia parar, as horas não se estancariam no relógio invisível que me lembravam a todo instante, com seu TIC TAC insistente, que era momento de correr, de seguir em frente... Não, elas não parariam para eu poder sentir a chuva em todo o meu corpo, não haveria tempo para “coisas fúteis” assim.
Ele estava lá, junto com a chuva, “correndo” da chuva... Voando rápido. Seus olhos fixos em um ponto distante, onde eu não podia enxergar. Ele tinha pressa também, mas como pode ter pressa se ele estava livre, tinha toda a vida para ir onde bem entendesse, não haviam relógios que pudessem marcar seu tempo. Mas ele queria continuar em sua “corrida” aérea, próximo a minha janela, sequer notou que eu o observava, sequer percebeu minha presença ali.
Cheguei a desejar tocá-lo, mas não podia interromper aquele momento. Queria congelar a imagem, oferecer uma carona, mas não podia fazê-lo. Nossos caminhos eram diferentes, ele seguiria em frente, rumo ao sol, fora da chuva, a procura de uma caminho cheio de luz e eu? Eu permaneceria ali, contando as horas, calculando o tempo preciso e quem sabe, no dia seguinte, poder encontrá-lo novamente.

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