História

Foto de Osmar Fernandes

O Repórter de São Pedro

O Repórter de São Pedro

Não perdia um velório. Era figurinha carimbada em todos daquela região metropolitana. Entusiasmado pelo clima fúnebre, anotava todo o acontecimento em sua caderneta. Sujeito excêntrico, sem amigos; gostava do que fazia. Chamava a atenção pelo seu trejeito e pelo traje que usava: uma túnica de cor branca, um cinto de pano vermelho amarrado em sua cintura e calçando uma alpargata desgastada e marrom.
Seu Leleco, que já o tinha visto em vários velórios, intrigado, aproximou-se, e, no pé do seu ouvido, perguntou:
- O senhor é parente do defunto?
O homem lhe respondeu, indiferente:
- Não é da sua conta!
Seu Leleco, irritado, então, disse:
- O senhor é muito mal-educado! Só estou lhe perguntando porque já o vi em muitos velórios. Sempre vestido desse jeito, esquisito, com esse livrinho relatando não sei o quê e com esses gestos inquietantes... Desse jeito o senhor incomoda todo o mundo. Chama mais atenção que o defunto. O senhor por acaso é policial, agente funeral ou agente de seguro?
O homem, franzindo a testa, respondeu, imediatamente:
- Não sou nem uma coisa, nem outra.
Seu Leleco insistiu e perguntou:
- Ah! Então o senhor é amigo do peito de Pedro, não é?
O excêntrico lhe respondeu na bucha:
- Do Pedro sim, mas, do defunto não.
Seu Leleco ficou com a resposta engasgada e, irado e meio confuso, persistiu:
- Como assim? Se o Pedro é o defunto e o senhor não é nem parente, nem amigo, então o que faz aqui?
Dessa vez, em tom menos agressivo, o homem de alpargata desgastada, respondeu:
- Não sou nem parente, nem amigo, nem nunca o vi nem mais gordo, nem mais magro em toda a minha vida. Estou aqui a serviço do céu.
Seu Leleco espantado com as respostas do excêntrico, dessa vez quase foi à nocaute, e, encabruado que era, respirou forte, impostou a fala e disse:
- O senhor está delirando... A serviço do céu?! O senhor quer dizer que não é deste mundo?
O homem de branco, percebendo sua gafe, meio desnorteado, fitou-o e disse:
- Não! Quer dizer, sim!... Já fui há muito tempo atrás. Hoje não pertenço mais a este mundo pecador, violento e desalmado.
De cabelos em pé, parecendo um espantalho, e com “a pulga atrás da orelha”, seu Leleco, trêmulo, mastigando a voz, falou:
- Então quer dizer que o senhor já viveu aqui, morreu, e agora é um espírito. Por isso, faz essas anotações. Prá quem? Por quê?
O homem, enfurecido, respondeu:
- Sim! Quer dizer, não!... É isso mesmo! Já vivi aqui, morri, e agora sou o Repórter de São Pedro. Tenho que anotar todo o acontecimento da história do falecimento. Desde o seu último instante de vida, às causas da morte, às lamentações... Tudo o que parecer interessante, curioso ou triste. Tenho que levar o relatório para o secretário de São Pedro, antes que a alma abandone o seu corpo.
Seu Leleco, assustado e já desconfiado dessa conversa, disse:
- O senhor está com lorota comigo, está blefando, só pode estar. Isto é brincadeira de mal gosto. É coisa impossível! Nunca ouvi ninguém dizer nada igual antes. Morto não volta pra contar histórias, nem fazer relatórios... Isso é uma piada mal contada. Nem na Bíblia Sagrada li nada igual. Esse é o maior absurdo que já ouvi em toda a minha vida. Fale que é mentira, pelo amor de Deus!
O repórter de São Pedro, enfaticamente, disse:
- Quem vê demais, ouve demais, nunca mais dorme em paz. Não estou brincando. O senhor está vendo o que realmente é.
Seu Leleco, que era manco, angustiado balançou a cabeça desaprovando aquelas palavras, e replicou dizendo:
- O senhor é muito estranho, não fala coisa com coisa. Se não quer chamar a atenção, venha vestido como todo mundo; seja um de nós, um igual. O diferente atrai, naturalmente, a curiosidade. Ainda mais em se tratando de um velório. Com uma conversa dessa, sem sentido, dizer que é Repórter de São Pedro e que a alma... Que besteira! Que loucura! Nem sei porque estou emprestando os meus ouvidos a tanta asneira.
O repórter de São Pedro, disse:
Já dizia o profeta: “Virá o Senhor daquele servo num dia em que não o espera, e à hora em que ele não sabe.” (Mt.24:50). Por isso, estou relatando a despedida do morto e revelando a reação de cada um aqui, inclusive a sua. Ser ou não ser diferente não é o caso. O caso é tão somente transladar o acontecimento para a minha agenda e endereçá-la depois para o meu superior... Nunca gostei de me aparecer quando era vivo, nem mesmo nas comemorações dos meus aniversários. Afirmo que somente o senhor está me vendo. Não sei o porquê, mas só o senhor pode me ver.
Engasgando-se nas próprias salivas, seu Leleco, arregalando seus olhos negros, surpreso, indagou-o:
- Puxa! Então o senhor é um anjo do céu mesmo? É aquele que veio buscar a alma do morto?!
O repórter de São Pedro, respirou, e disse:
- Não. Ainda não conquistei esse poder tão miraculoso. Quando olho ao páramo e o vejo tão lindo, entendo o poder de Deus. Estou trabalhando para que um dia eu possa alcançar esse objetivo. Estou numa dimensão divina, mas desejo a purificação total. Fiz boas obras na terra... Mas, adentrar a porta do céu é muito difícil, ela é muito estreita... ficar na fila já é difícil, mas, ser escolhido é quase impossível... depende muito da alma de cada um.

Nesse momento seu Leleco silenciou-se... e sua consciência lhe confidenciou: “Este homem não é doido. É um sábio ou um profeta, ou um santo; mas, doido não é.” E perguntou:
- Tire-me uma dúvida: como São Pedro pode ter o relatório de todos os defuntos do mundo? Afinal, são milhares por dia, não é? Morremos de tantas formas: de doenças, de fatalidades, de balas perdidas; e de tantas guerras: a da fome, a da frustração, a da ignorância, a do tráfico de drogas, a do trânsito e a de guerras de nação contra nação, enfim, são tantas formas de morrer por dia, como enumerá-las, registrá-las?
O repórter lhe respondeu, dizendo:
- O senhor tem toda a razão, não sou doido... Faço parte da O.N.E.C. – Organização Não Espiritual do Céu... Sou um voluntário a serviço de São Pedro. Todo voluntário, seja na terra ou no céu, é bem visto pelos olhos de Deus. Por isso, em cada velório, chovem candidatos. Para cada morto disputam, no mínimo, sete candidatos, um instrutor e dois ajudantes; um anjo só vem fazer este seviço quando se trata de um espírito superior... quando o caso é especialíssimo.
Seu Leleco, curioso que era, perguntou:
- Mas, o que o voluntário e o morto ganham com isso?
O repórter, enfaticamente, respondeu:
- Cada um ganha o que merece... O voluntário recebe uma espécie de bonificação dos pecados... O morto, através deste dossiê do adeus, que é uma espécie de folha corrida, ganhará ou não uma senha para entrar na fila do céu.
Seu Leleco enrugou a testa e disse:
- Mas, além do homem “bater as botas” ainda vai ter que passar por essa peneira... Coitado! O senhor não acha que todo o pobre deveria ir direto para o céu, sem passar por esse vexame?
O repórter, entendendo a simplicidade e a ignorância do seu Leleco, disse:
- Cada alma será julgada de acordo com o que semeou na terra. Afirmo para o senhor que felizes são aqueles que têm a chance de ir para a fila de São Pedro. Muitos desejam isso, mas, poucos conseguem entrar na fila, e somente os escolhidos, a dedo, conquistam esse direito. Nesse caso não conta a questão financeira, política, bens materiais, o que conta é o que foi o coração da pessoa, se foi bom ou mal.
Seu Leleco, de supetão, perguntou ao repórter:
- O senhor lê o pensamento de todo mundo?
O homem do além, meio encabulado, pego de surpresa, respondeu:
- Não. Nem sempre. Faço isso somente quando tenho a permissão do meu superior.
Aproveitando a oportunidade, seu Leleco perguntou:
- Dói morrer? Ou a passagem dói muito mais?
O repórter de São Pedro disse categoricamente:
- Dói muito. Mas, triste mesmo, é assistir ao sofrimento dos que ficam perfilados na rua do inferno, chorando, clamando perdão tardiamente... Essa é a pior dor, é dor infinita. A passagem é como uma viagem virtual, como um passeio, mas, que, ao despertar, vai conhecer a sua fila: ali começa o céu ou o inferno.
Seu Leleco, impressionado com essa resposta, pensou: Vou procurar uma igreja hoje mesmo, vou buscar a palavra de Deus para ser a minha luz, o meu guia e minha salvação.
O repórter de São Pedro, terminando o seu trabalho, disse para o seu Leleco:
- O corpo morto ficará no esquecimento. Na sepultura não terá momento. Não fará mais obras, nem indústrias, nem ciência, nem coisa alguma, porque não será mais existência. Tornar-se-á pó. Sua sorte estará lançada... Sua alma é que será julgada conforme sua encarnação. Que os vivos sejam inteligentes, porque é melhor ser um cão vivo do que um leão morto.
E, falando isso, desapareceu.

Foto de Carmen Vervloet

Protestando com Poesia


Protesto da Alma

No estalo do meu grito
Perdendo-se no infinito
O meu coração implora
Para que se comece nova história.
Uma história em outra dimensão
Onde honestidade, ética e liberdade,
Sejam de fato verdades
Num mundo onde tudo mudou
Onde só o poder tem valor
E nós só temos o que resta... Dor!
Os valores foram invertidos
Foram todos corrompidos
Pelo peso do vil metal.
O Poder se tornou canibal
Animal irracional
Perdeu a alma.
E nós a calma!
Está roubando a esperança
Dos jovens, velhos e crianças!
Diante de tanto desengano
Grito... Reclamo...
E proclamo para que se faça verdade
Esta ilusão
Neste Brasil sem dimensão
Onde a medida é o nosso amor.
Este Brasil de céu anil...
Este Brasil cheio de cor...
Este Brasil ensolarado...
Este Brasil tão amado...
Este Brasil gigante...
Destruído por ganância alucinante.
Quero de volta os reais valores
Guerra aos impostores.
Quero a honestidade, a ética, a verdade...
Quero para os corruptos, punição!
Quero paz e oração.
Quero homens exemplares...
Quero fartura nos lares...
Quero para todos, educação!
Quero o país em evolução...
Quero homens idealistas
E não meros alpinistas.
Quero voltar a ver o sorriso
Acendendo os rostos...
Quero os corações iluminados
Batendo de alegria, acelerados!
Quero voltar a ver em cada par de olhos,
A esperança!

Quero sentir das almas, a fragrância!
De rosas plenas, em exuberância!
Quero sentir no corpo, a aragem!
E do alto acariciar a folhagem...
E viver em paz
Num Brasil sem violência...
A Deus peço clemência!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Aperta o Play!

Aperta o play
E veja como fiquei
Ao congelar o filme
Que eu modifiquei
No ponto em que estava
Não mais me encontrava
Por isso eu o voltei...
Não finja que não viu
Pois ao clicar review
A história eu mudei
Até os personagens
A todos transformei
Com outro protagonista
Foi que contracenei
O enredo ficou ameno
Trata-se de um amor pleno
Sem dor, sem pranto ou rancor.
Imagens bem mais coloridas
Realçando mais a vida...
E os efeitos especiais
Suaves fundos musicais.
Reforma geral, mudança total,
O filme de minha vida
Ficou genial...

Foto de Carmen Lúcia

"Passado que não passa"

A nossa história acabou
Não sei pra onde você foi...
Mas o sentimento ficou
Cada vez mais sentido, mais doído...
(Por que não o levou?)
Tão forte que não quer se acabar
Tão presente que me faz relembrar
O passado que volta a cada instante,
Que nem passou. Ainda é hoje. Tão marcante!
Nele vivem os momentos de nós dois,
Sorvidos num só tempo,
Nada restou para o depois...
A não ser o grande amor
Só meu.(Um dia também foi seu...)
Que me faz sentir saudade
E notar que agora é tarde...
Que apesar de doer tanto,
De me sufocar o pranto,
De roubar-me a realidade...
É o que me faz sentir viva
E por ele sou movida.
E por ele dou a vida.

Foto de Flower Medeiros

Confissões

Entreguei-me a alguém que achei que fosse
minha paixão, minha alegria.
Mas conheci um alguém
que me faz sonhar á noite
que me faz sentir bem, alegre e bonita.

Conheci alguém que faz meu coração tremer
Deixa-me sem ar, completamente maluca
meus sorrisos são espontâneos.
Minha feição agora está serena.

Meus olhos brilham apenas em pensar nesse alguém
Porque sinto tudo isso de uma vez só por ele.
Ele não precisa dizer que gosta de mim.
Ele não precisa prometer ficar comigo pelo resto da vida

Mas,
Não quero ficar sem seu toque
não quero ficar sem seus beijos
Sem suas carícias
Sem seus carinhos
Mesmo que não os tenha tido antes.

Meus sonhos são reais
Minhas fantasias são intensas
e ao mesmo tempo tão serenas
que me pego sorrindo sozinha.

Imagino, imagino tanto
que, ás vezes sinto-me tão triste
Porque não passam de imaginações.
Não passam de delírios.

E o homem que já tem a mim,
Como fica nessa história toda
não quero enganá-lo
Mas tenho medo
Não sei ao certo de que, mas tenho.

Foto de Dirceu Marcelino

ALGUNS ASPECTOS DO PRECONCEITO VELADO NO BRASIL

No movimento literário de 1922 levantou-se a questão proposta por Mário de Andrade, autor da obra “Macunaíma, o herói sem caráter”, sobre duas facetas características da personalidade de muitos brasileiros.
Uma relacionada à questão da mania de procurar “levar vantagem em tudo” e outra do “paternalismo”, dando-se uma idéia de comiseração, desrespeitando-se todos os valores morais, éticos e sociais.
Com base na primeira idéia verificou-se inúmeras infrações de pequena importância, que não são criminalizadas, por serem de pequeno poder ofensivo, que mereceriam a reprovação social, mas que acabam sendo aceitas como normais, tais como, por exemplo, as seguintes: a pessoa que passa à frente na fila do cinema, do teatro, em estádios esportivos (vejam hoje no jogo Brasil x Uruguai), muitas vezes dando pequenas gorjetas ao porteiro; o cobrador do ônibus, da lotação que fica com o troco do passageiro etc.
Mais graves aquelas infrações em períodos eleitorais, quando vimos muitos candidatos a vereador, por exemplo, comprando alguns materiais de construção (areia, tijolos, cimento etc ); fazem perfurações de poços; retirada de terra; soterramentos de terrenos rebaixados; pedidos de empregos. Outros pedidos são coletivos, tais como, por exemplos: compra de camisas para times de futebol; abertura de campos de futebol em terrenos desocupados, muitas vezes feitos sem autorização do verdadeiro dono. Infelizmente, os que atendem tais pedidos em maior número muitas vezes são eleitos. Em várias cidades é possível apontar vereadores eleitos mediante esse sistema, até prefeitos, deputados e senadores, conforme noticiais atuais de revista de grande projeção.
Enfim, formou-se a política “do é dando que se recebe”.
Alguns políticos como se confirma pelas mesmas publicações e recentes investigações das CPIs das casas legislativas, se esquematizam sim, com objetivo de ressarcir-se daquelas despesas feitas com os pequenos atendimentos paternalistas que fizeram. Os exemplos citados são pequenos, pois dizem que é apenas a ponta do “iceberg” e que casos mais graves, permanecem na surdina.
Tais atos aumentam de gravidade á medida que servem de modelos de comportamento e se difunde às grandes massas da população por um mecanismo social denominado “contágio hierárquico”.
O mecanismo de transmissão do PRECONCEITO, também, se difunde a grande massa da população, de forma semelhante e nosso amigo e professor JOSÉ CARLOS GOMES, nos ensinava a respeito há mais de vinte anos.
Destacava o professor, alguns aspectos desse preconceito que existem de fato, embora alguns autores renomados insistam em dizer que o “preconceito no Brasil é velado”.
No aspecto que nos propomos a expor, como se fosse um complemento a homenagem que fizemos a ele com a poesia “PARADOXO DA VIDA”, lembro-me a destacar que ele definia Preconceito como sendo “uma idéia pré-concebida e de forma errônea que fazemos de alguma coisa”.
Salientava que podia ser observada sob três aspectos:
Racial – contra determinada raça ou grupo étnico.
Social – contra uma classe social ou grupo de pessoas.
Religioso – contra uma denominação religiosa.
Mas salientava que no Brasil, o preconceito racial, não se delineava da mesma forma que ocorria em outros países ou regiões do mundo e que visando evitar esse tipo de comportamento anti-social a nossa Constituição Federal criminalizou o preconceito racial, inserindo-o no Artigo 5º, inciso XLII, no capítulo dos “Direitos e Garantias Fundamentais”.
Houve época que tais ranços de racismo se vislumbraram em nossa sociedade, de forma mais grave, citando como exemplo a época da 2ª Guerra Mundial , quando alguns times de futebol tiveram que mudar suas denominações para evitar que suas torcidas se identificassem com os países do eixo – principalmente, os italianos e alemães.
Citava ainda que o preconceito racial às vezes se explicite pelo próprio vocabulário, tal como ocorre quando alguém diz:
“Pelé é um negro de alma branca”.
Com referência ao “preconceito social”, demonstrava que se observam de três formas:
Contra uma classe social, quando de forma preconceituosa é com a finalidade de denegrir pessoas oriundas de determinadas regiões do Brasil, tal como o do Nordeste e alguns se referem a ele como “O nordestino”; outros se referiam a “Erondinos”, fazendo menção à ex-prefeita de São Paulo, de origem nordestina, mas que sabemos e consideramos uma mulher respeitabilíssima; do paulista em relação ao catarinense, com a expressão “barriga verde”;
O preconceito religioso observa-se em manifestações tais como quando o Católico chama o protestante ou componente de denominações evangélicas de “crente”. Ou então, quando estes, Protestantes ou evangélicos chamam os católicos de “beatos” e de ambos (católico e protestante) contra o espírita, chamando-o de “macumbeiro”.
Mencionava ainda que a religião muitas vezes, na história da humanidade foi utilizada de forma preconceituosa, como na época da inquisição, várias pessoas foram mortas em fogueira como hereges.
Embora reconheçamos não apresentar o preconceito existente no Brasil, aspectos tão graves como outras manifestações que ocorrem em outros países, na verdade em honra de pessoas como ele JOSÉ CARLOS GOMES e de outros amigos e amigas, companheiros de trabalho, de alguns de nossos próprios parentes, e, principalmente, de nós cidadãos que nos propomos a serem poetas e poetisas, temos de ter consciência de nossas convicções e estamos incluídos no rol das pessoas responsáveis pela transmissão de conhecimento, mesmo que seja por obras simples e singelas, pois essa arte deve atingir em primeiro lugar os pequeninos, os excluídos, os mais necessitados.

Foto de Barzissima

Historia de Amor e Saudades - 2

Curitiba, 26 de maio de 2007 (data original que a carta foi escrita)

Não dá mais pra ficar sem te falar isso... Sei que nossos destinos estão em direções opostas, pelo menos nesse momento. Foram poucos os dias da minha vida, durante todos esses anos que fiquei sem pensar em você... sempre procurei saber de você... te ver de novo, de perto, depois de todos esses anos, só fez eu ter a absoluta certeza de que meu sentimento por você sempre esteve dentro de mim....eu sabia que a nossa história era especial, que era eterna, mas tive essa certeza ao te ver, e ainda mais, tive a sensação de que talvez você pense como eu.... penso que se não ficamos juntos, é porque tínhamos que antes aprender com nossos erros, a maneira correta de tratar a pessoa que a gente ama. Hoje a gente nem se conhece mais.... Eu mudei tanto... aprendi tanto, tenho 2 tesouros na vida, como você... O que sempre quis foi conversar com você, saber como você estava, com certeza você mudou bastante também, sempre quis foi te falar uma coisa: Você sempre será o grande amor que tive.......o maior amor e mais bonito amor da minha vida....alguém que sempre vai estar nas minhas lembranças...Quem sabe um dia, a vida nos permita viver nossa história. Enquanto isso, meu querido, vamos vivendo, cuidando de nossos filhos... pelo menos eu viverei tranqüila sabendo que eu dividi com você isso... Agora você também sabe que eu te amo e que sempre te amarei, por toda a minha vida........
Uma letra de umas musica fala o que sinto agora: “O tempo passa, vai a noite, o dia vem / Tento fingir mas não dá pra esconder / Ah! eu sonhei nas noites vagas com teu amor / Provei teus beijos magoei minha dor / Tentei te esquecer... não deu! Pensei que fosse mas forte que esse amor / Oh minha paixão sou teu / Por mais que eu queira disfarçar como estou / O meu coração se nega a aceitar /Passa o tempo e eu não esqueço de te amar”

Foto de Carmen Lúcia

Margarida e margaridas

Uma figura sinistra, simbólica,
Que ainda trago na memória
Que fez parte de minha história...

Metódico e irreverente, despojado e carente
Um sábio, um indolente, um infeliz, um demente...
Lembrava Cristo, fisicamente,
Vestes rasgadas, cabelos longos, barba mal aparada
Ou quem sabe, um anti-Cristo,
Oscilando entre o normal e o descomunal
Às margens do convívio social.

Andava pelas ruas e calçadas,
Fazendo gestos, sempre balbuciando
Palavras distorcidas, sem nexo,
Aproximando-se das pessoas
Que corriam assustadas.

Sempre um buquê de margaridas
Alvas, brancas, cultivadas,
A todos ele ofertava (e se orgulhava)
Pois, por ele eram plantadas
Em terras baldias, abandonadas...
Flores por todos ignoradas.

Havia momentos de agitações...
Delírios, alucinações, comoções...
Então ele era rei, poeta e compositor,
Erguia o cabo da vassoura e era imperador!
-Camisa de força para o louco, o agitador!
Ao som da sirene era levado a um abatedor ...

E num desses manicômios,
Tratamento de choque, reativar neurônios,
Encontrou sua Margarida, sua amada, sua vida
E como lúcidos, amaram-se loucamente...
Amor que surpreendeu a muita gente
Pela doçura, pela brandura de dois doentes.

Porém um dia, não mais a encontrou,
Levaram-na dali, outro rumo tomou,
E transtornado pela dor, o louco chorou.
Não mais quis ser rei, nem imperador.
Somente poeta pra cantar a sua dor...

Até que um dia pra sempre se calou.
E numa cova fria, em pó se transformou,
Ou foi ao encontro de seu amor...
Ao passar o tempo, viram lá nascer
Fazendo a cova triste resplandecer
Risonhas e brancas margaridas,
Vida, paixão e morte restabelecidas.

Foto de Raiblue

Ecos da saudade...

Tambores
Ecoam
Na alma
Origem perdida
Num tempo
Passado
Presente
No fundo
Da íris
Ressoam
Cantos
Em cada
Canto
De mim
Meu sangue
Meu povo
Esquecido
No calabouço
Da história...
Memórias
Sons da saudade
Que rola
Na face...
Cheiro das águas
Das terras
Da minha gente
Do outro lado do mundo
Mas tão presente...
.

(Raiblue)

(PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA)

Foto de Dirceu Marcelino

O DOM DA INSPIRAÇÃO POÉTICA

O DOM DA INSPIRAÇÃO POÉTICA

Não posso guardar só para mim
As respostas que tenho recebido
De poetisas e poetas mais gabaritados
Do que EU.

Por isso, tomo a liberdade
Sem sequer pedir-lhes autorização
Para transcrever aqui
Algumas de suas idéias.

Pincelei um verso ali
Outro daqui,
Do meu coração

E agora, mesclo-os
E lhes transmito:

Reitero a oração Perdão Senhor.
“Senhor meu DEUS! Ajoelho-me e te peço!
Rogo! Que escute as nossas preces ...
Revigora-nos com teu amor infinito,
Cuida de nossas feridas, das nossas almas.
Cuida de nossos corações,
Não permitas jamais, que esmoreçamos...

Mas, não vimos aqui
Só para Lhe pedir:
Mas, sim nosso Senhor e Criador,
Para lhe agradecer.

Permita-nos conversar consigo através de nossas poesias.
Fazei que elas não sejam entendidas só pelos letrados, pelos sábios, poetas e filósofos,
Mas também pelo leigo, pelo pobre e analfabeto,
Sim, Senhor!!!
Pelos necessitados, pelos pequeninos

Tira-nos a trava dos olhos
E permita-nos que enxerguemos ao longe
E, ao mesmo tempo que saíbamos interpretar
Corretamente, nossos pensamentos.

Pois, embora, os conhecimentos da ciência,
Apresente às vezes conclusões científicas,
Existem mistérios que não conseguimos desvendar

Basta-nos ver ao acordar:
Até a luz do sol nos cega.
Impede-nos de enxergar,
No entanto, dependemos dele.

Da sua energia, de seus calor, de sua luz...
Embora, reconheçamos nossa pequenez diante de ti.
Sabemos que somos parte de tua criação
E tentamos chegar à perfeição que nos permitires...

Sentimos o paradoxo da vida:
Nascemos como um livro aberto,
Um livro em que escreveremos nossa história de vida
Mas, nem sempre temos conhecimento suficiente,
Sequer recebemos ensinamentos ou exemplos adequados, e, o pior
Nem sempre servimos como bons exemplos...

É dificil Senhor,
Ter consciência que logo depois que iniciamos a vida,
A cada dia, minuto ou segundo,
Caminhamos com a vida para a morte.

É doloroso Senhor
Sentir que muitas vezes ainda antes de nascermos
Somos mortos, sequer vemos a luz do dia,
O clarão do sol, Tua energia...

É doloroso ver partir
Pessoas queridas...
Pessoas que queríamos que ficassem ao nosso lado,
Ou então, pessoas que queríamos que ficassem do lado de outras pessoas que as amam...

Por fim, Senhor,
Como reconhecemos que o
Grande Poder pertence a Ti,
Nosso Pai Celestial.

Só nos resta pedir-Lhe:
Dai – nos força para consolar as pessoas que ficaram...

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