Grito

Foto de jlp

Final

Uma lágrima que não caiu,
Escreveu adeus.
A dor que senti
Congelou meu coração
E um grito tão profundo
Que só eu consegui ouvir
Despedaçou meu ser
Por acreditar
Que as palavras só são escritas
Porque são sentidas,
Que os sentimentos
Não são quimeras
Navegando ao sabor do momento,
Que a pessoa é verdade e coerência.
Sou parvo.
Existe tempo e distância.
Mas eu amo o que sou
E não deixarei de amar.
Sou pessoa.

Foto de Julieta Ferreira

Não digas nada...

Para quê pensar?
Não digas nada…

Escuta o sussurro do desejo
O grito abafado do prazer
Lança-te no abismo
Dos sentimentos ainda nublados
Renasce no âmago do meu ser.

Para quê pensar?
Não digas nada...

Vive neste corpo que é teu
O tempo que hoje é nosso
Sem passado a açoitar-te
Sem interrogações ou pejo
Sem dúvidas a maltratar-te.

Para quê pensar?
Não digas nada...

Deixa para mim o labor
De descobrir quem és
Vive nos meus braços amor
Do não tido a doçura
Do não conhecido a loucura.

Para quê pensar?
Não digas nada...

Entrega-te neste instante
Único que jamais se repete
Amanhã outros seremos
Quem somos não perderemos.

Quero-te
Sem lógica sem raciocínio
Sem jogos de mente insana
Palavras são também chicotes
Ou amarras do pensamento
Liberta-te e dá-te ao momento.

Para quê pensar?
Não digas nada...

Quero aquele que és agora
Ao medo de amar põe um fim
Esquece quem foste outrora
Encontra quem és em mim!

Foto de Carmen Vervloet

Lobos Famintos

Lobos Famintos

O grito da fome
Escapa do estômago da periferia...
E soa por vários palácios
Sem eco...
Ensimesmado, Maria,
Trêmula... Doente...
Barriga oca... Roncando... Vazia...
Num semáforo qualquer...
Estende a mão fria
E suplica em nome de Deus,
Uma esmola!...
Trocados para enganar
A fome de seus filhos
Cujo teto é o céu...
A escola é a vida...
E a dor é seu sempre...
Vivendo da sorte, sem norte...
Ludibriando a morte!
Sem futuro... Sem esperança...
O palácio onde mora
Aquele que se fez Rei
Pela mão do povo...
Covil de oportunistas... Alpinistas...
Oferece apenas migalhas...
O pão fermentado com os nossos impostos...
Assado no forno da corrupção...
Nunca sai das mesmas mãos...
Elas o detêm engordando suas contas
Em paraísos fiscais... Devolver jamais!
E gulosos que são, tem um refrão:
Quero mais... Quero mais... Quero mais...
Insaciáveis insanos! Vis macrômanos!
Os palácios unem-se em blocos
De opulentas alegorias
E cegam o povo
Com suas tendenciosas fantasias...
Jogam algumas migalhas
Nas panelas vazias dos pobres
E se fingem nobres!...
Unem-se guardando o mesmo tesouro...
Barras de ouro!...
E se protegem
Na sua desenfreada loucura de poder!...
Não mais vêem a dura realidade
Dos homens da periferia
Dizimados pela ambição,
De quem entregou ao Diabo o coração!...
Mas em algum momento,
No meio de tanta revolta,
Haverá uma reviravolta!
O reverso da medalha!...
A coroa cairá das cabeças dos falsos reis
Que por sua vez, deixarão cair às máscaras...
Mostrando as verdadeiras caras!
E eles se envenenarão com o próprio veneno!
Ou engolirão uns aos outros!
Lobos famintos!...

Carmen Vervloet

Foto de Raiblue

Corte

Vida recortada
Retalhos do coração
Talhos abertos
Guardando
A dor
Que transborda...
Vermelho líquido
No incolor do espírito...
O tempo
Cicatriza
O corte...
Na pele
Um relevo
Marca da lâmina
Do passado
Costurado
Com uma linha
Delicada
Que se parte
No meio da madrugada
E um grito Escapa...
Ecos
De histórias interrompidas
Sequer vividas
Apenas imaginadas
Trancadas
Na eternidade da alma
Poço sem fundo
Cais dos meus absurdos
Onde sempre retorno
E sem barco
E sem rumo Me afundo...
Mergulho no infinito
Desse mar turbulento
Que separa o real
Daquilo que eu invento...

( Raiblue )

Foto de Joice Lagos

o verdadeiro poema

O grito de dor dos poetas, contido em cada palavra escrita, me faz sentir o calor da emoção de cada rima. Soam lindas e muitas vezes melancólicas. As frases de dor emocionam, porque vem do mais profundo do se humano, como um gemido, uma prece.
Mas alguém me ensinou a ver, mesmo quando não há rima, a beleza das palavras que se confundem nas entrelinhas.
E hoje percebo que a verdadeira poesia não são palavras alinhadas numa folha de papel, nos gritos desesperados que elas não mostram, nas emoções contidas, nem nos rostos aflitos que elas escondem. Nem se encontram nas palavras ditas numa declaração de amor feita às pressas.
Elas estão nas palavras que calam, quando os lábios se unem, no brilho dos olhos que ninguém sequer percebe a beleza, na imensidão desse instante que se eterniza dentro de nós.
As palavras são nossos guias, são portadoras de nossos sentimentos, e quando em forma de poesia ou carta, lindas se mostram, mas o que seriam os poemas sem os momentos que antecedem a cada rima, cada frase?
Mais belo é quando tudo se emudece e restam apenas dois corações pulsando na mesma intensidade, num mesmo ritmo, como se fossem apenas um.
Nada seriamos sem o amor é ele que dá encanto, que martiriza e que mantêm vivo o coração dos poetas, é dele que surgem as frases que enfeitam os poemas e emocionam a vida.
O poeta sem amor presente ou passado não sobreviveria. Porque o amor é o sentimento mais forte, e dele se alimentam os outros.
Foi nos teus braços Edu que conheci o amor. Você se concretizou de um sonho meu... Sonho este que mantive uma vida inteira dentro de mim, com o brilho apagado pela falta de esperança.
E se hoje percebo a poesia além das frases e rimas que as compõem é porque te amo desesperadamente e encontro abrigo pro meu amor no teu colo.

Foto de Marta Peres

Cigana

Cigana

Grande roda formada,
Violinos
Ciganos prontos para a dança.
Toque de melodia no ar
pares a dançar
e ela chega,
bela,
cabelos negros,
presos por rosas vermelhas
nos lábios o carmim.
Os violinos afinados e compassados
Com rimas e cordões...
Ela dança freneticamente
E todos embevecidos,
Ali parados, extasiados
Admirando a bela cigana.
Jovem apaixonado
Dela não desvia o olhar,
Tenta entrar na roda
Com ela quer dançar...
Cigano observa tudo,
Cego pela raiva
Cerra os punhos,
Ela tudo vê,
Coração pulsa forte
Querendo pular do peito
Ciúmes,
Um tiro ecoa no ar
Nada pode fazer,
Silêncio,
Não se ouve mais a canção
Apenas um grito tudo emudece
E uma procissão muda começa
Ritmo fúnebre,
Taças quebradas
E o vinho derrama a cor de sangue.
Bela cigana chora
E seu pranto é dorido
Pétalas caem dos seus cabelos
Em desordem,
O sorriso murchou nos lábios
Apenas cinzas restaram...

Marta Peres

Foto de Francisco Goty

Á regra de três...

Foi aqui neste leito abençoado pelo sonho.

Em meu circulo do fogo.

.

Aqui...

neste lugar de exílio,

que por entre o delírio de nós,

poetizamos louvores aos nossos corpos.

.

.

E foi aqui que um dia te vi chegar,

como discípula de uma Deusa.

Fêmea imersa numa volúpia divina.

.

E sob a luz funérea da noite,

envolveste-me num encanto poeirento.

Bebi a “libertação da alma” do teu cálice sagrado.

.

E foste a vertigem que me correu nas veias.

A melodia insultuosa do meu silêncio.

.

Alada das madrugadas eufóricas.

.

Foste...

a blasfémia do meu desejo.

A evocação de Hécate.

Amante da Mágika prateada.

.

E foste o grito sinistro das minhas dores.

.

.

Foi aqui

que te vi partir.

Consumada num rito negro.

.

Levaste contigo os gemidos que te dei.

As cicatrizes que alastrei na tua pele.

.

O luar secreto das nossas palavras.

O veneno que saciava os nossos lábios.

.

E a vida...

A vida que havia em nós.

A vida...

que te pintei numa tela sem cor.

.

.

Levaste contigo a carne mordida.

Tatuada.

Fodida.

Deslumbrada.

Extasiada...

.

Penetrada.

.

Penetrada pela minha fome de ti.

.

.

.

Foi aqui,

que simplesmente te inventei.

Á regra de três.

.

Foto de carlosmustang

O SEU ROSTO

Seu rostinho perto do meu...
Alguma coisa mais...
Mais do que simplesmente...
Algo que me perdi...

Princesa es algo que encontro;
E desejo muito
E toda verdade parece nâo ser aquillo,
Que tanto imagino

E grito seu "apelido"
Porqe sei qe nunca me ouvirias
O seu nome, apenas codinome...

Por enquanto nao quer nem me ver
Mesmo sabendo qe es dona do meu dstino
E por isso eu choro...

Foto de jlp

Pôr-do-sol

Uma brisa de saudade
Badala-te em meu desejo
E numa só tonalidade
Grito-te mas não te vejo.

E a maré que és em mim,
Desesperadamente, se agita
Sou mar alto, sinto-te assim
Todo meu ser em ti habita.

E entre mim e o céu
Numa só pessoa ser tu
E contigo ser só eu
Pôr-do-sol, eterna luz.

Foto de Carmen Lúcia

Estratagemas

Perco o chão,
Prendo a respiração,
Ouço meu coração...
Vibro de emoção,
Morro de paixão,
Transbordo excitação...
Canto uma canção,
Ao som de um violão...
Digo sim e não
Qualquer que seja a razão.
Fico na solidão
Só, na escuridão...
Grito um palavrão
Sem nenhuma explicação...
Saio de minha prisão,
O sol embaça a visão...
Olho pra multidão
Andando sem direção...
Arrisco uma reflexão,
Faço uma confissão,
Entrego-me à oração,
Dos erros peço perdão...
Ativo a imaginação,
Libero a divagação
Sem noção ou apreensão...
Discutir a relação
Talvez seja solução...

Procuro temas,
Estratagemas,
Cenas...
Obscenas ou serenas,
Grandes ou pequenas,
Fortes ou amenas...
Enfim,
Busco apenas
O poema.

Páginas

Subscrever Grito

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma