Grades

Foto de Carmen Lúcia

Aprisionada

Essa muralha envolta em meu mundo,
Que me impede de o outro lado ver,
Essas algemas que ardem em meus pulsos,
Que afugentam todos meus impulsos,
Essa cadeia em que me sinto presa,
Cheia de grades a me consumir,
O holocausto que me foi selado
Pra expiar a falta de pecado,
Trancafiada em cinto de castidade,
Senti lacrar minha felicidade,
No calabouço,pelos cantos ouço
Tenebrosas vozes que amaldiçoo,
Vozes que inquerem e meu eu repele.
Essas correntes,só meu corpo prendem,
Que dilacerado,vive por um sopro...
Mas minha alma,pura e lapidada,
Percorre solta em plena liberdade.

Foto de TrabisDeMentia

Marginal

Durante muito tempo acreditei
Ter entregue o meu amor à reclusão
Tempo perdido, ido, agora eu sei
O amor jamais se prende ao coração

Nem ao meu, nem ao teu, ao de ninguém
E apesar de ecoar a dor sofrida
Pelas celas, já vazias, mas de quem
Esteve nelas prisioneiro toda a vida

Eu acredito, piamente, que serei
Destes ecos, novas grades, libertado
Fui por becos de inverdades condenado

Marginal que não escapou à brava lei
Mas hoje, hoje dou-me como culpado
Amo-te e amar-te-ei sem ser amado.

Foto de Remisson Aniceto

Juramento

Jurei que o meu amor seria eterno
e que alguém me amaria até o fim.
Antes tivesse desejado todo o inferno
só pra mim...

Encontrei uma musa inspiradora
e no início o amor nos fez tão bem!
Poucos anos... eu pequei e ela pecadora
foi também.

Desde então, aquele eterno amor imploro,
mas fatal sina nos persegue vida afora:
presas dos duros laços do amor, eu choro
e ela chora.

O juramento que fiz, ela fizera,
querendo alguém que a amasse eternamente.
Mas o amor eterno é doce quimera
dos dementes...

Prisioneiros fatais de um juramento
que nos mantém os corações tão bem fechados,
sofremos ambos o mesmo tormento
dos condenados.

No entanto, eu juro! _ estou bem certo _
que as grades do sofrer serão partidas
e os nossos corações serão libertos,
cada um seguindo livre a sua vida.

Foto de Remisson Aniceto

Prisão e liberdade

À noite, o rosto nas grades da janela
Do colégio interno onde estudava,
Perguntei ao padre que cidade era aquela,
Toda escura, de onde nada se escutava.

Aos domingos, muita gente lá passeia
E outras, brancas, imóveis _ serão guardas?
Em novembro de flores fica cheia
E de velas as finas ruas enfeitadas.

_ Que cidade é esta, diz pra mim,
Que me atrai com seus noturnos mistérios?
O padre me olha sério e diz por fim:

_ Ali moram reis e rainhas de finados impérios,
Ricos, pobres, crianças, todos que dormem, enfim...
Aqueles muros brancos, filho, são os muros do cemitério.

Foto de Carmen Lúcia

Seja para mim...

Seja para mim...
O fato mais marcante de minha história
Ao preencher lacunas de minha trajetória
De tempos que não vivi,apenas sobrevivi.

Seja para mim...
O bem que esmorece as grades
Das muitas que se afincam sobre a terra...
Liberta-me e em vôo livre,nada mais aferra.

Seja para mim...
O elo da felicidade e do amor perfeito
Que nunca alguém um dia já sonhou,
Que nunca alguém jamais experimentou.

Seja para mim...
O riso que esconde as dores
O amor que energiza o mundo
E que prepara encontros bem profundos
Para gerar mais e mais amores.

Seja para mim...
Um desafio íntimo, do mal a minha cura
Como escrever poemas sem amargura
Ou embarcar em louca aventura.

Seja para mim...
A luz das tardes de inverno
Que amarelada parece se apagar
Dando a impressão que o tempo corre devagar.

Seja para mim...
O companheiro de meu dia-a-dia
E que calados, sempre lado a lado
Seguindo o brilho de cósmicas poeiras
Possamos ver o céu se encher de estrelas.

Enfim, seja para mim
O que sempre serei para você!

(Tema:Nós dois)

Foto de CarolComPoesia

ESPÍRITO DE AMOR

Eu te busquei por muitas veredas vazias,
tentei achar-te, em poesia, na sombra de algum verso
distraído, fiz-me pássaro de asas soltas em tua busca
que, ferido, tantas vezes, fechou-se desacreditando a vida.

Ferida aberta, abateu-se a alma desacreditada
e nos mais sórdidos porões de descrenças tantas,
trancafiou-se em escuro calabouço frio
o espírito amante que alimentava paixões,

negra escuridão desceu sobre a vida!

Assim foi tua chegada no escuro calabouço
da vida, luz ofuscante de alto brilho que cegava
uns olhos descrentes no instante, na luz
que de ti emanava. E teu olhar escolheu-me.

Teu espírito de amor possuiu-me, alma e corpo
e aqueceu a vida trancafiada friamente em duras grades,
arrancadas num arroubo, quando teu olhar aprisionou
a mente que já em alguma outra vida te amou.

e novo sol nasceu sobre a vida!

(Carol)

Foto de va di taviani

És livre !

Abro minhas mãos para que voe
Que sejas livre !
Ganhe os céus da vida rumo a felicidade
Sem grades nem correntes que te prendam
Que paredes não existam mais ao seu redor!
Sem limites !
Te deixo ir para longe de mim

Se voltares voando pra mim
Fecho minhas mãos ...Te prendo aqui

Abri mão de você por amor
Amor infinito ... Sem limites !
Porque pra você é melhor assim !

Foto de cathy correia

Somos

Somos gente feliz
Com lágrimas...
E já não vivemos
Vegetamos...
Nem as mãos damos
E os abraços
Já não os conhecemos!
Destruimos o afecto
Fazendo do amor
Palavra vã...
Fizemos do futuro
Filho da dúvida
Da incerteza.
Na nossa cabeça
Destruimos os laços
E não deixámos traços!
Amámo-nos
Numa floresta de enganos...
Num mar de fingimento...
E calámos o pensamento
De bem-querer
Num coração com grades!

Foto de Carmen Lúcia

O que é morrer?

Morrer é ver truncados os sonhos,
Não os deixar fluir e condená-los ao abandono,
É querer ser diferente do que somos,
Ser carcereiro do que seremos e do que fomos...
Aferrando grades pelo corpo inteiro,
Afastando o amor, quiçá verdadeiro...
Viver uma vida de ilusão,
Querer dizer sim, mesmo dizendo não,
Privar-se de fantasias, achar inútil a poesia,
Reprimir os sentimentos; dar vazão aos lamentos,
Negar um gesto nobre de carinho
E sentir a solidão, mesmo não estando sozinho.
Ser sombra que assombra e não é decifrada
Ser sapo ou bruxa e não príncipe ou fada,
E no fundo saber que não é nada!

Enfim, morrer é não sentir o prazer
De envelhecer sem ter envelhecido,
De se apaixonar, embora não correspondido,
De pular o muro e vislumbrar um mundo desconhecido.

_Carmen Lúcia_

Foto de Foxylady

Masmorra

Final de tarde.
O vermelho no céu anunciava o calor que passara e se iria sentir no dia seguinte.
A luz fugidia desvanece e mal se vislumbram as sombras naquelas paredes semi- rebocadas.
Entram sons quase imperceptíveis pelas grades da pequena entrada, vejo pés que passam e outros que se cruzam indeléveis no caminho a percorrer.

Tento sacudir a cabeça na tentativa falhada de não entrar sangue nos olhos, em vão me debato, o mesmo escorre em gotas finas lânguidas e demoradas e já o saboreio...Posso reparar que pousa nos meus peitos desnudados e hirtos pela frescura do tenebroso lugar.

Virou costas e saiu.
Permaneço imóvel, imutável, imobilizada, mortal...
Desesperadamente indefesa.

A sós com os meus pensamentos encurralada entre 4 paredes decadentes, a ferrugem das grilhetas corrói-me a pele, estremeço no receio e na incerteza do futuro...

Rodas guincham num derradeiro esforço, entra uma mesa putrefacta com uma toalha preta disfarçando o rude artefacto.
Mais relevante o que nela jaz pousado: chibata, correntes...palmatória... venda...Gag...os punhais...velas vermelhas e pretas qual aparato satânico que faz ranger os dentes e elevar cada pêlo do corpo...

Não me atrevo a chiar um "ai". Observo apenas.

Levanta a mão, dirige-se num gesto para mim, calculo que vá aliviar minha dor, da coroa de espinhos que me martiriza mas em vez disso puxa por meus cabelos misturados de vermelho e atira minha cabeça com força para trás na cruz que me segura...

Quer me ouvir a implorar, caso ceda sofrerei torturas.

Meu mestre permanece calado, inamovível, inabalável de sua missão, limpar meus pensamentos de luxúria pecaminosa que me invadem os sonhos e me soltam a voz enquanto durmo, cheiro de mulher para mim estava off limits porque ele assim o ordenava.

De palmatória em riste, olhar maquiavélico que me cega, defere golpes em meu sexo.
Nada posso fazer senão respirar fundo a cada investida, dolorosa, que me arreganha as entranhas e me faz entregar assim de maneira inteira.
Afasta meus lábios, e agora acende a vela, a chama eleva-se majestosa e começa a soltar gotas que me marcam e ferem a fenda humedecida por um turbilhão de emoções, uma amálgama de sentimentos que me faz perder os sentidos.

A cera misturada com meus sucos cai no chão enquanto mais continua a cair em mim, estremeço ainda com cada gota, cada gota me arrepia e ferve o sangue cá dentro na ânsia e receio de o sentir.

Palmatória outra vez, castiga-me friamente, sua respiração denuncia o prazer animal e grotesco que suga de todo o cenário.

Os lábios inchados cobertos de cera começam a ser revelados à medida que a cera vai caindo a cada investida, ora nos mamilos hirtos do frio da noite que nos abraçou.

Engulo os queixumes, debato-me em vão, ele aumenta a intensidade...
Não aguentando mais perco os sentidos, o sentir mata-me aos poucos e colapso no escuro.

Acordo (quanto tempo terá passado?), o seu corpo aperta-me e um punhal no pescoço trava-me um hipotético gesto. Com a lâmina faz pequenos golpes no meu pescoço que chupa sofregamente, eu mal me atrevo a respirar horrorizada pelo seu olhar encerrado naquele capuz hediondo. Respiro tremulamente, dificilmente me lembro do frio, somente sinto o fio que corta minha pele enquanto me aperta cada vez mais.

Sinto seu membro encostado ao interior de minhas coxas, sofro por senti-lo...

O mestre respira ofegante, sinto seu perfume que me entesa mais ainda.
Sem contemplações nem avisos, de uma só golpada sinto-o todo vibrante dentro de mim...A cada investida enterram-se mais os espinhos que me ornamentam a fronte.
Largou do punhal e arranca-me a gag por onde fios de saliva escorrem para me dar a mão inteira na boca antes de poder gritar.
Ferrei com a força toda que advinha do prazer, sei que ele gosta que eu sofra e que me perca nos meandros das sensações do meu corpo...

Banhada na loucura o calor imenso que me sufoca e sobe corpo acima até me deixar desfalecida em seus braços enquanto ele me presenteia com o seu auge...

Beijou-me.
Soltou minhas mãos, beijou cada uma com devoção.
Soltou meus pés, beijou cada um com igual devoção.
Levou-me ao colo, deitou-me num banho quente com sais...

– Agora és minha Rainha, sirvo-te eu!

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