Graça

Foto de P.H.Rodrigues

Caminhando

Vou brincar com o destino.
Vou rir das coisas sérias.
Meu navio naufragado já navega.
Não é como se um caminho se apagasse.

Vajo as flores em minha bagageira,
no mapa, vejo as rotas. E se...
Eu as joga-se ao vento?!
O mundo iria vibrar em alegria, por um momento...

A ironia de rir da catástrofe. Um Mimico, Palhaço,
um Estranho, que se sente a vontade,
em meio ao caos cotidiano.

Seja louvado o vento, o verde, a chuva!
Chuva! Obrigado por vir hoje, não queria levantar!
Agora nem ao menos vou estagiar!

Esse dom deve ser um maleficio!
Como pode?! Um ser encontrar graça,
e rir, em meio a destroços?! inaceitável!
Mas, tudo parece tão engraçado!

É como um formigueiro observado de cima...
de frente és gigantesco e confuso,
mas à distancia... és simples, e pequeno.
Mais uma boa dose de café!

Café...

Foto de Carmen Lúcia

Mulher, simbologia do Amor

Da nota mais aguda e vibrante da canção,
do arrepio eletrizante de uma emoção,
da lágrima sentida e cristalina do pranto,
da beleza singela de uma flor do campo,
do amor de mãe entoado no acalanto,
dos versos colhidos no frescor do dia,
da sensibilidade aguçada em cada gesto,
do sorriso que ilumina e irradia,
da coragem frágil que predomina,
da pequenez que de repente se agiganta,
da razão ponderada pelo coração,
do amor incondicional e sem limite,
da vida que gera vida
e que Deus permite...

Da graça de ser, de crer, de haver,
da semelhança com Maria,
Mãe abençoada do Salvador,
da mais perfeita poesia
surgiste tu, Mulher,
simbologia do Amor!

Carmen Lúcia

Foto de William Contraponto

Teus Preconceitos

Cabeça vazia, dedo apontado
Faz graça, concorrente de palhaço
As diferenças que caso não respeita
São crias originadas
Nessa tua existência frustrada

Esses preconceitos revelam mais:
Ignorância, a falta que conhecimento faz
Ou mesmo desejos reprimidos
Tudo isso sim, está a olhos vistos
Para quem sabe enxergar...
Mas quem sabe um beijo meu
Bem melhor iria te deixar?

Se é ignorância, se é desejo
Nem quero realmente saber
Cuida da tua que faço a minha
Assim a gente caminha
Procurando independência e ser feliz.

Foto de Laio_Fernando

Será que sabemos amar?

Será que sabemos amar?

O amor pode ser comparado a uma rosa em meio a um jardim. Existem aqueles que passam por ela e nem mesmo a notam, por causa de todas as outras flores do jardim, mesmo a beleza da rosa sendo superior a todas elas. Essas são as pessoas que passam pela vida e não provam da beleza do amor, pois se deixam encantar com outras coisas que lhes roubam toda a alegria que poderiam ter em provar um verdadeiro amor.

Outros notam a rosa assim que passam pelo jardim, mas a sua ansiedade por tomá-la para si acaba cegando-os e eles não percebem os espinhos escondidos por trás de sua beleza, e logo depois deixam a rosa para trás, machucada, e ao mesmo tempo também machucados. Essas são as pessoas que acham que o amor é um conto de fadas, e se atiram a ele de forma precipitada, para pouco tempo depois deixa-lo para trás, machucando a si mesmo e ao outro.
Têm aqueles que acabam percebendo a rosa e meio ao jardim e se aproximam dela, mas acabam por deixá-la tão logo enxergam seus espinhos e poupam a si mesmos o trabalho de colhê-la. Essas são as pessoas que logo percebem um novo amor, mas que acabam desistindo antes mesmo de começar, assim que percebem as dificuldades que o envolvem.

Existem aqueles que são terríveis para a pobre rosa, que enxergam a rosa de longe, se aproximam e a colhem para si e levam-na com eles para casa. Lá a depositam em um vaso, cuidam dela, se dedicam a ela... mas só por um tempo, porque logo aquilo perde a graça. E no final a pobre rosa acaba esquecida em um canto, e sem cuidados, sem carinho, sem dedicação, vem a definhar a cada dia sufocada pelas ervas daninhas que crescem junto a ela. Essas são as pessoas que vendem uma ilusão, mas a transformam em um pesadelo. Pessoas que sabem reconhecer um verdadeiro amor, mas são incapazes de se dedicar plenamente a ele, que acreditam que o amor sempre será como foi no começo, que se desenrolará de forma simples e natural e se esquecem de toda a dedicação que devem ter para que a rotina, que os dias sem sol e sem chuva não venham matar aquele amor, ou o matar o desejo que existe em não deixá-lo morrer, ou simplesmente sofrer. Mas no final, é o que acabam fazendo. Acabam deixando que outras coisas roubem a vitalidade daquele amor, que ervas daninha cresçam junto a ele e venham a sufoca-lo.

Mas existem aqueles poucos, que com o olhar atento observam a beleza daquela rosa, com todo encanto em seus olhos. Aqueles que sabem se aproximar dela com cuidado. Que se encantam com sua beleza, mas não deixam de notar seus espinhos, mas acima de tudo não deixam que isso acabe com a sua vontade de tê-la para si. Aqueles que com todo cuidado colhem aquela rosa e levam-na consigo. Que a deposita em um vaso com todo o carinho e não lhe poupa cuidados. Aqueles que admiram a rosa nos dias em que ela está mais linda e que dobram os cuidados nos dias em que ela parece um pouco sem vida. Aqueles que com todo cuidado arrancam qualquer vestígio de erva daninha que possa brotar junto aquela rosa, para não permitir que nada venha roubar a sua vida. Essas poucas pessoas... Esses raros indivíduos, são aqueles que sabem reconhecer um verdadeiro amor. Que percebem que sua beleza e grandeza estão acima de qualquer outra coisa. Que sabem todas as dificuldades que o cercam, mas não deixam de vivê-lo por causa disso. Pessoas que realmente se dedicam ao amor, que aproveitam seus bons momentos e zelam nos momentos difíceis. Pessoas que não deixam que nada venha a roubar ou simplesmente ofuscar toda a beleza daquele amor, mas que removem de suas vidas tudo que possa prejudicá-lo.

Essas são as pessoas que realmente sabem AMAR!!!

Foto de Carmen Lúcia

Paisagem Urbana (modificada pelo homem)

O sol começa a se espreguiçar.
É a rotina...São dez da matina...
Embaçado, pretende acordar a manhã,
iluminar a estação...Primavera?
Tão linda ela era...

O céu se acinzenta...
Nuvens?Não!Fumaça!
Fusão de azul e petróleo
sobre veículos e pedestres apressados...
Odor de óleo queimado...
Som estridente, alterado.Rock and Roll?
Não!Buzinaço a todo vapor...

Barulhos de trens do metrô...
Agitos do vai e vem...
Luta do dia-a-dia!
Pela sobrevivência...pela conveniência!
Alguém ainda dorme no banco da praça.
Cachaça?Acordar?Não tem graça!

Algo surge no céu, sem escarcéu...
Não é nave espacial...
É a lua prestigiando um luau.
(saudade dos velhos saraus)
Pontinhos cintilam fraquinhos...
Vaga-lumes?Não!Estrelinhas!
(nas entrelinhas)
Querem dar o ar da graça!
Coitadas!Tão sem graça!

E o corre-corre continua...
Agora a paisagem é crua e nua!
Luzes incendeiam bordéis...
E os sonhos?Vendidos aos tonéis!
Casas noturnas, peças teatrais...
Encenam vidas reais...
Travestis e prostitutas disputam locais,
esquinas se enchem de marginais...

O êxtase excita, alucina,
domina atitudes tribais, canibais...
Poetas observam...perdem-se nas rimas.
Um barzinho, um cantinho e um violão...
Um estampido, um grito, sirene e furgão.
Numa igreja, louvores e cânticos,
nos cantos, clamores do sexo,
e toda a fé perde o nexo...

De repente, um seqüestro-relâmpago...
Nas casas, noticiários na televisão,
em volta, grades de prisão!
Uma coruja espreita, assustada...
Espera surgir o dia
Pra dormir...sossegada(?).

(Carmen Lúcia)

Foto de poetisando

Há fome em Portugal

Pôs-me me um dia percorrer
Este nosso lindo Portugal
Do sul até ao norte eu vi
Como vive o povo tao mal

No algarve terra da alfarroba
Encontrei gente a apanhar
Perguntei para que a queriam
Com elas a fome ia matar

No Alentejo que trigo já teve
Assim o chamaram celeiro da nação
Vi tanta gente cheia de fome
Já não há dinheiro para o pão

No ribatejo terra de toiros e toureiros
Onde já também a fome graça
Quase não tem de comer
Dizem que país em desgraça

Nas beiras fiz uma paragem
Queria ouvir o que iam falar
A todos ouvi a palavra fome
Sem saberem se ela vai parar

Subi até ao douro terra do vinho
Em tempos até foi bem farta
Hoje não há-de comer nem trabalho
E a fome também la não falta

Subi até Trás-os-Montes
Ai faziam um coro em exaltação
Perguntando onde para o dinheiro
Que era para a sua modernização
Vim descendo pelo litoral
Terras que foram de muito peixe
Hoje também se queixam da fome
Só não sabem a quem se queixe

Corri a orla marítima
Onde tinha peixe de fartar
Hoje se tiverem algum carapau
Para quatro pessoas tem de dar

Depois de todo o país percorrer
Aos políticos tenho que perguntar
Que fizeram a tanto dinheiro que veio
Para este país se poder modernizar

E os senhores ditos deputados
Á tantos anos na assembleia sentados
Não lhes pesa a vossa consciência
De verem os seu povo ser roubado

E a nossa justiça está cega
Para não ver as grandes jogadas
Que colarinhos brancos e políticos
Fizeram de roubos às descaradas

E nós povo que nada dizemos
Deixamos que a fome mais aumente
Se não se revoltarmos todos
A fome acaba com agente

De: António Candeias

Foto de Rosamares da Maia

Contradições do Ser

Contradições do Ser

Sou mesmo assim, côncavo e convexo.
Do jeito que você vê e não entende.
Doce e salgada, agridoce, contradição.
A suavidade da rosa se despetalando.
Mas que ao chegar ao chão quebra tudo.

Assim mesmo, o dito e o não dito, desconforme.
Graça e sutileza, pretensão e falta de jeito.
Afinal, ninguém é totalmente uniforme.
Na lente, olhado de perto, nada é normal!
Ninguém consegue andar em linha até o final.

Gente tem altos e baixos, variação do tempo,
Ama sem razão e odeia só por sugestão,
E no mesmo diapasão da sonoridade perfeita,
Atravessa o tom no tempo da desarmonia.

E nesta antítese milenar que é viver a vida,
A brisa acolhe sem cerimonia a tempestade.
E no auge do caos, no vórtice do furacão.
Os ventos destruidores sem razão se dissipam,
Para que inexplicavelmente se abra um lindo dia.

Por que logo eu deveria manter a constância?
O convexo, o agridoce, a suavidade,
O chão quebrado, desconforme e sem jeito.
O nada normal da linha, as variações do tempo,
A sonoridade de atravessar o tom sou eu.

A antítese da vida que acolhe a tempestade,
Vivendo como uma brisa sem cerimonias,
Caos que se abre e dissipa inexplicavelmente,
O vórtice destruidor no auge de um lindo dia.

Rosamares da Maia – 30.10.2012

Foto de Carmen Lúcia

Poema para Clarice

(para minha neta)

Quando a vida já perdia a graça
e a ilusão mostrava sua face amarga,
vens como um clarão que a escuridão abrasa,
luminosidade a incendiar canteiros de esperança,
inocência a esbanjar pelos caminhos que perpassas...

Quando o sorriso já havia se perdido,
se transformado em lágrimas a molhar a face,
o teu risinho puro vem falar de amor
e cativar a todos vestindo a alegria
nos corações isentos de calor.

"O impossível não existe!" falam sem falar
os teus olhinhos afoitos de carinho
mostrando o encanto que permeia as flores,
pondo nessa visão as mais variadas cores
a revelar belezas vindas de todo lugar.

Trazes a luz da manhã, o cheirinho de maçã,
és a tarde a abrandar os raiozinhos do sol,
a estrelinha cintilante a beijar o céu,
a vida a se abrir, o milagre a se concretizar,
a magia a girar nas voltas de um carrossel.

_Carmen Lúcia_

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Nome do Amor

O amor verdadeiro sempre foi de graça. Sempre esteve ao seu lado, ali, jogado num canto. O amor te abrigou no dia frio e cinzento da realidade nua e crua, o amor te guardou na chuva, te abriu as portas de um sonho bom. O amor não te pediu identidade, não te cobrou ingresso, não olhou a sua cara antes, foi cego, te amou assim que te sentiu. O amor te prendeu como uma corrente que segurou seus pés e suas mãos, não deixou você sair mais, se arrastou em suas pernas quendo você foi na esquina, te arranhou, te castigou para o seu bem, te xingou, de tudo quanto era nome, quando o único que pensava em dizer mesmo era o seu. O amor se declarou sem você pedir, te desejou até quando você esborrachou a cara no chão, ao não olhar direito a pedra que tinha no meio do caminho.

O nome do amor é o nome do meu viver.

Foto de Bruno Silvano

Amor de Primavera

Primavera, ahhh a primavera... Era meados do mês de setembro, a estação ainda era o inverno, mas os dias passavam de pressa e se aproximava da primavera, as temperaturas eram bastante altas para a época, soava um vento típico da estação, não um vento qualquer, mas daqueles que sopram sem rumo, que são abafado, que nos prendem e trazem uma serie de pensamentos, reflexões. Estava sentado ali em uma rede improvisada em meio a natureza na fazenda de meus pais, tentando a todo custo ler um livro sobre astronomia, mas aquele vento não deixava, foliava as paginas, e me sacudiam na rede, provocando um nó no estomago.
Era apenas um garoto de 15 anos, sonhador, pouco sociável, possuía vários amigos, mas muitas vezes me alta excluía, me sentia diferente por nunca ter “ficado”, com uma garota, não por falta de vontade, sim por muitas vezes ter sido rejeitado, ou talvez não ter feito nada certo, como geralmente acontece.
O vento varria as folhas das arvores, carregava os pássaros mesmo contra sua vontade para o norte, que mesmo sem saber seria o melhor lugar para eles, e o vento me fez refletir sobre todos os meus quinze anos de vida, sobre o que faria de errado de errado, sobre o vazio que sentia dentro de mim, me deixava ainda mais cabisbaixo, não sei de onde tirava forças de passar uma aparência de uma pessoa forte e feliz para os outros. O vento se intensificou e me recolhi para dentro de casa. Estava bastante cansado, o dia seguinte seria bastante corrido, logo fui dormir.
Acordei cedo, com o barulho do carro de som que anunciava sobre um festival de balonismo que aconteceria próximo a cidade na semana seguinte, para marcar o inicio da primavera, fiquei surpreso ao saber que o grupo de voluntários da ONG do hospital poderia entrar de graça. Meus pais já haviam saído para o trabalho, e meu café estava pronto no microondas, comi rápido e parti para o hospital, onde vestido de palhaço faria uma espécie de Standart Comedy em prol de ver ao menos um sorriso de esperança e felicidade e o brilho nos olhos, daquelas pequenas crianças, que faziam tratamento contra o câncer, essa satisfação não tem preço e com certeza era o que me fazia dormir em paz e dava força para continuar sorrindo.
Nunca esperei ser recompensado com meu trabalho, sim eu era sozinho, sentia falta de alguém para abraçar, beijar, mas mesmo assim mesmo entre trancos e barrancos conseguia ser feliz. Muitas vezes ainda chegava em casa e tinha que arranjar ainda mais forças, pois meus pais brigavam constantemente. Pouco sobrava tempo para conversar com meus amigos.
Os dias passavam muito rapidamente e comecei a sofrer com a mesmice da rotina, estava um pouco quanto animado para assistir ao festival, que aconteceria no dia seguinte, mas meus pais não concordaram muito com a idéia, meu pai chegou bêbado em casa e pela primeira vez bateu em minha mãe, fiquei completamente sem saber o que fazer, corri para pedir socorro, mas fui atropelado por uma moto, cai com tudo no chão, meus pais não reparam, apenas se entreolharam quando me viram chegar em casa com a perna quebrada. Nunca me senti tão mal quanto nesse dia..
O dia do festival havia chegado, havia me desanimado um pouco, mas fui convencido por uma amiga a ir.
Era o primeiro dia de primavera e as flores já haviam todos brotadas, eram um espetáculo de cor, perfume e harmonia, é a estação da magia havia chegado e eu ainda não tinha encontrado um par ideal pra mim, uma garota que me quisesse, me amargurei mas logo esqueci com os show que estavam por começar.
Não era muito bom em detectar cheiros, parecia uma rosa misturada com uma dama da noite, era um perfume irresistível, não percebi que vinha de um garota que estava atrás de mim, até esbarra-la. Estava vestindo a camisa do Criciúma, o maior time de SC, as cores davam ainda mais ênfase a sua beleza, não consegui falar nada, tinha medo de fazer tudo errado como de todas as outras vezes e deixar aquela guria espantada, o silencio foi quebrado por minha amiga, que nos apresentou.
Seu nome era Júlia, para mim a mais formosa flor do campo, tinha cabelos pretos, media perto de 1,60m, não era da cidade, mas também se fascinava por espetáculos. Seus olhos brilhantes me hipnotizavam, me chamavam a atenção. Não era perfeita, mas era a Garota ideal para qualquer garoto, esperta, cheirosa, linda, e ainda acima de tudo torcia para o Criciúma.
O dia foi passando e ficava cada vez mais encantado, não consegui para-la de olhar, de conversar, o papo se estendeu até o fim da tarde. Já temia me despedir e nunca mais vê-la.
O sol estava se pondo e deixava o céu cada vez mais tricolor, que se entrelaçavam com Júlia, o sol com seu sorriso, seu olhar, e o amarelo e preto com sua camiseta. Me considerei o cara de mais sorte do mundo, por ter passado ao menos um pôr-do-sol com ela, fiquemos bem agarradinhos, fiquei com medo de beija-la.. Não sei se terei outra oportunidade, mas rezo para que ano quer vem ela apareça nesse festival novamente.

Páginas

Subscrever Graça

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma