Gozo

Foto de Andrea Lucia

Líquido... (Andréa Lucia)

Líquido... (Andréa Lucia)

Quero você me enlouquecendo
Suas mãos me percorrendo
Seus afagos me aquecendo
Meu sexo lhe querendo
Ardendo de prazer!

Quero sentir seu rosto me roçando
Seus braços me apertando
Você me acarinhando
Sua voz pra mim falando
Putarias a fazer!

Quero você me beijando
Seu sexo me penetrando
Seu líquido em mim jorrando
Ver seus olhos revirando
Morrendo de prazer!

Quero sentir você me envolvendo
Meu sexo lhe correspondendo
Meu corpo se contorcendo
Minha boca gemendo
Num gozo de morrer!

Quero reviver tudo ferozmente
Ter seu desejo impaciente
Fazer jorrar tudo novamente
Sem sair do meu corpo ardente
Me matar, me enlouquecer!

Quero me perder nos seus braços
Ficar envolta em mil amassos
Fazer do meu corpo seu regaço
Ter seu líquido sem cansaço
Até o sol nascer!

Foto de Jamaveira

ONDA

ONDA

BANHO DE CALOR
PELE BRONZEADA
MAR AGITADO
PRAIA LOTADA.
NO BALANÇO DAS ONDAS
PRA LÁ E PRA CÁ
FAÇO AMOR COM MINHA AMADA.
VERDE AZULADO
COQUEIROS ALADOS
ABRAÇAM O MOMENTO.
ESPUMAS SORRIDENTES
BEIJOS QUENTES
SOL ARDENTE.
CORPOS SE ENLAÇAM
SEXO EM DEVASSO
SUSSURROS EM BÚZIUS
LEVAM PRO FUNDO
NOSSO GOZO PROFUNDO.

Jamaveira

Foto de Neryde

Sozinha e cheia de saudades...

Quando chega à noite estou sozinha novamente,
Cheia de sonhos e sugestões está a minha mente.
De longe ouço alguém a entoar uma velha canção,
Vejo a lua imóvel à escutar cada refrão.
As estrelas viajam ignorando a terra adormecida
O mundo todo dorme , eu estou acordada
E, em minhas recordações continuo perdida.

Sozinha e pensando em você sinto saudades
E, um alucinado desejo de te ter.
Então fecho os olhos pra melhor ver
O que minha mente desenha e minha alma sente.
Vejo você se aproximando neste corpo lindo e viril
Mostrando sua beleza suave em seu sorriso gentil!

Lembro os momentos que juntos vivemos
E, a entrega mútua que tivemos.
Será que um dia nos encontraremos novamente?
Será que de novo nos entregaremos totalmente?
Nos amaremos livres e sensuais,
Sem medos e preconceitos banais!

Que saudade, do contato, dos beijos, das carícias
Do delírio supremo do gozo
E de cada momento tão precioso!

Enquanto penso em tudo isso meu lindo,
Mais e mais estou sozinha,
Mais e mais estou solitária.....
Morrendo de saudades!

Foto de Adji

Tuas Mãos

Tuas mãos são magníficas!!!
Mãos que pegam com vontade,
Com tua voracidade,
Me cercam de carícias.
Mãos lascivas que percorrem meu corpo,
Desinibidas entre minhas pernas,
Dedos vibrantes em revoltas festas!
Delírio ao sentir o gozo..
Mãos que sem tempo medem meu espaço
Que me completam
Que me cercam
Deixam-me ardente de desejos
Fazem-me implorar por seus beijos
Sinto tuas mãos assim,
Magníficas, com firmeza no tato
Para mim são perfeitas de fato!!!

Foto de Lou Poulit

O Caminho é o Mestre.

Precisei viver muito, cair e levantar muitas vezes, para legitimar no meu silêncio a simples impressão de que tudo valeu a pena, por ter aprendido algumas coisas. Há tantos anos que nem me lembro mais quando foi, li sobre o conceito cabalístico de amor. Achei que era uma coisa muito bonita, mas impossível de se conseguir. Parecia um paradoxo existencial insolúvel, porque parece pressupor o sacrifício da individualidade própria e sem ela, ainda que consigamos pisar no horizonte, não poderia haver nisso um mérito nosso, já que não terá sido uma obra nossa. Guardei o conceito com carinho numa das últimas gavetas da alma.

Os anos se sucederam e através deles uma aparentemente infindável sucessão de logros e malogros, que deixavam uma coisa cada vez mais clara e insofismável, na minha alma obstinada e penitente: as melhores coisas que havia conquistado não eram aquelas pelas quais me dispusera a tantos sacrifícios, não eram a montanha, mas sim as que em algum momento me pareceram uma pedra suficientemente firme, para enterrar o cravo e continuar a escalada. E isso foi verdadeiro em literalmente tudo. Sabia exatamente o que queria e, quase sempre, soube encontrar meios de prosseguir. Mas não sabia o mais essencial.

Não sabia que nossas ambições são como uma miragem. Ainda que sejam alcançadas, podem durar bem pouco nas nossas mãos. Mesmo porque logo precisaremos desesperadamente de um novo objetivo, uma nova referência para que possamos canalizar nossa energia. Precisaremos fazer isso, ou teremos a impressão de que todo o universo, em seu legítimo direito de prosseguir, está nos atropelando lenta e minuciosamente. Talvez possamos parar para comemorar uma conquista, ou nenhuma conquista, como fazemos mais freqüentemente, e assim exercer nossa auto-estima, e simplesmente não querer mais nada. Porém não poderemos interromper a sucessividade das coisas, ou a transitoriedade de tudo.

Como não podemos assumir nenhum dos extremos do paradoxo, ou seja, não podemos ser Deus nem tão pouco um inútil grão de areia, a solução está necessariamente no meio do caminho entre um e outro. Não é como encontrar uma agulha no palheiro, ou um determinado grão na praia, é muito mais difícil que isso!

Às vezes, por minha própria experiência, tenho a impressão de que posso propor uma solução: desconcentrar o foco. No entanto, preciso esclarecer uma coisa da maior importância: Quando digo desconcentrar o foco não estou defendo nenhuma abstenção, negligência ou leviandade generalizada, como pode perecer. Mas sim, muito ao contrário, redistribuir o feixe, contemplando mais as pequenas coisas do caminho, que estão sempre tão perto da gente; e nem tanto no horizonte, em cuja distância o foco talvez se perca irremediavelmente.

Isso não é nada fácil, concordo, mas deve ser uma espécie de aliança profícua. Sim, uma aliança porque assim daremos ao universo a oportunidade de participar muito mais proveitosamente das nossas conquistas, de nos oferecer alternativas, enquanto damos a nós mesmos a oportunidade de exercer mais legitimamente o nosso livre-arbítrio. Porém, aqui cabe um alerta: Não se deixe iludir pelo seu conceito vulgar e tão divulgado: O tal livre-arbítrio, instituição criada a partir textos inspirados, não pode ser o direito absurdo de fazermos o que bem entendermos. Crer nisso seria subestimar a inteligência do Grande Legislador, depois de superestimar a nossa. Não é minimamente razoável.

Vejo isso da seguinte maneira: suponhamos que você tenha dito ao seu filhinho amado que parasse a brincadeira para fazer o dever de casa. As crianças nunca têm pressa para aprender. Na verdade, ao fazer seus exercícios, querem mais se livrar da obrigação do que aprender o que os adultos pensam ser necessário. Ora, se você lhe desse dois ou três cascudos mais alguns gritos, certamente ele faria os seus exercícios e alguma coisa sobre a matéria haveria de fixar na mente, além dos cascudos e gritos, claro. Mas tenho a mais cristalina convicção de que você se sentiria um pai/mãe muito melhor, se ele resolvesse fazer o dever e aprender por conta própria! Sem precisar de qualquer penalidade. A evolução dele e a sua satisfação seriam muito mais legítimos e perenes. Pois aí está, para mim, o sentido verdadeiro do livre-arbítrio, dentro dos limites da mente humana. Até onde a criatura e o criador eram uma coisa só, não poderia haver esse mérito. Então, porque resolvemos criar nossos próprios objetivos e expectativas, e engendrar os meios para isso, passamos a precisar dessa instituição. Porque Deus, que não pode ser um pai menor do que eu ou você, prefere não nos arrastar para casa pelos cabelos. Na verdade não se trata de uma liberdade, mas da oportunidade de escolher bem e com responsabilidade.

Então, juntando tudo, creio ter uma boa proposta. É simples e não tem o rigor hermético imposto pelas instituições dogmáticas, que também tendem a priorizar suas próprias necessidades: focamos o horizonte apenas para que tenhamos uma referência de direção; depois criamos focos nas pequenas coisas que estão em nós, à nossa volta, entre nós e na mesma direção que escolhemos. Sem perceber, estaremos abrindo mão de uma parte do nosso ego cabalístico, aquele que quer satisfazer a si próprio, entretanto, também estaremos sintonizando a energia cósmica, que quer satisfazer a toda criatura, humana ou não, que possa escolher, segundo as preferências de cada uma. Além de satisfazer, segundo a Sua preferência, a todas as demais que não podem escolher por si.

A polarização sexual dessa questão é muito bem representada por um mito antigo: Os deuses do Olimpo estavam prestes a se unhar, por não haver consenso sobre quem teria mais prazer no amor, se o homem ou a mulher (uma questão que, hoje, a ciência responderia facilmente). Então Zeus, tido como grande sedutor mas que, provavelmente, era um péssimo amante, mandou chamar um semi-deus, por sua vez tido como apaziguador. Não podendo recusar a missão que lhe fora confiada, este meditou um pouco e depois afirmou categoricamente (sem a tecnologia atual): Quem tem mais prazer no amor é a mulher... Liderado pela extremada deusa Hera, mui traída esposa de Zeus, o bloco dos feministas já estava começando a sua festa. Mas, olhando os olhares inchados de raiva dos machistas, ele completou: ... Mas o homem é quem o provoca. E assim, enquanto o bloco dos machistas fazia a sua festa, a enfurecida Hera cegou o pobre semi-deus. Na tentativa de ajudar os que queiram compreender melhor a inexplicável sabedoria dos antigos, aqui vão versos definitivos de Vinícius de Moraes, da sua “Brusca Poesia da Mulher Amada”:

“...E de outro não seja, pois é ela
A coluna e o gral, a fé e o símbolo, implícita
Na criação. Por isso, seja ela! A ela o canto e a oferenda
O gozo e o privilégio, a taça erguida e o sangue do poeta
Correndo pelas ruas e iluminando as perplexidades.
Eia, a mulher amada! Seja ela o princípio e o fim de todas as coisas.
Poder geral, completo, absoluto à mulher amada!”

O verdadeiro amor só pode ser isso: O sentimento de querer bem e de satisfazer as pessoas/coisas amadas. E para dar certo, basta que aquele que ama seja uma das pessoas amadas. Ponto passivo: não existe uma matemática humana para o amor, essa coisa de determinar de modo fixo um ponto entre os dois extremos. Tudo bem, mas não estaria exatamente nisso o mérito? Veja, essa exatidão fixa, humanamente lógica, redundaria em mais uma estrutura ideológica capaz de engessar a psiqué e atrair o foco para o ego. Ela não é necessária. Mais importa que se exerça a vida, a alma, que se ame e que se cresça. A alma é o maior objetivo, o amor é o meio mais eficiente, e o caminho, quanto mais escuro mais guarda estrelas: É o mestre!

Foto de Max Seridó

Iluminada

Quisera eu estar contigo
Viver tão desvairados delírios,
Estar além da terra, céu e mar
Deleitar-me nas delícias
Desse teu intenso e envolvente amor,
Tanto que parece querer-me
Como duas criaturas juntas numa só
E perdidas nessa paixão sem limites
Feito as nuvens no seu doce e suave vagar,
Sem destino pelo firmamento sem fim
Poder saborear-te com todo o meu desejo,
Todas as minhas forças,
Todo o meu amor, louco amor
Passar minhas mãos pelas tuas
Para serem apertadas como quem sofre
Mas não de dor, sofre de paixão,
Esse sentimento possessivo, cruel,
Maldoso, impiedoso, tirano,
E ainda assim conquistador
Paixão que se arraigou
Em minha mente, vísceras,
Dominou todo o meu ser,
Paixão desvairada,
Irresistível prazer !
Olho os teus olhos,
Vejo-os tão pesados,
Sua face como a de quem
Passa por enorme cansaço, exaustão,
Tua respiração continuamente ofegante
E tua boca parece querer falar-me e fala,
Não são palavras
Mas vozes da brisa que soa leve
Em meus ouvidos e minh’alma,
Eregindo meus pêlos,
Excitando meus nervos,
Despertando minha firmeza carnal,
Fico teso,
Então entro, me adentro,
Me aprofundo, me arrebento,
Não lamento, desalento
Que tormento
Entre ser você e estar a te imaginar
No tédio ocioso e perturbador da solidão
Ouço o vento, fico atento,
Me recordo, me contento
De nosso delicioso momento,
Ai que prazeroso sofrimento
Imaginar tua pele com a minha,
Tua boca com a minha
E tuas pernas alvoroçadas
Me abraçando, me apertando,
Querendo me engolir, devorar,
Estão famintas, sedentas
De amor pra dar
Em nosso leito, que deito, me deleito
Em teu peito e gozo
Satisfeito, contente,
Feito azul do céu resplandescente
Com a luz do sol nascente,
Assim é entre eu e você
Paixão que acende,
Amor que não pode se apagar

Foto de Lou Poulit

Heresia

Tingidos de cio gritam
nos vazios do leito santo,
profanos, silenciados versos meus,
desmaiados, ébrios de tanto voltar
desse amor incandescente,
aquarelado por anjos dos céus.

Plenos de luz, penitentes,
deserdados versos nos escuros
do meu gozo sempre iminente,
vertente, transpassando muros,
excomungados da própria crença
precisam muito se confessar...

Precisam se armar de perdão!...
Mas quem os levaria ao próprio deserto?
Quem ousaria lhes desarmar?
Quem chegaria tão perto
e aceitaria o tanger dos gestos
e recolheria seus restos?...

Quem ungiria seu corpo, antes,
seguindo pegadas quentes, depois,
legadas ao passado por indulto?
Quem lhe perdoaria a poesia
e lhe exultaria a pura heresia
de ser uma criança... e um adulto?

(Parceria Lou Poulit e Norma Martins)

Foto de andrepiui

Sentimentos da Alma

Vou eu
em busca
d'outro eu
procurar

jornadas me levam
paradas inspiram

beijo te
como á ultima
possu-a-me
com glâmuria

energia positiva
orgasmo à mira
amor
magia

adrenalina no ar
constantes palpitações
corpo alma
entregar
ardentes sensações

emoção lembrar
constante penetração
sexo instigar
gozo
tesão

útero
onde estou
doce morada
pura aura
emanou
sentimentos
da alma...

Foto de Magroalmeida

RECORDAÇÕES

RECORDAÇÕES

Recordações...
Daquela paixão delirante
Dos beijos apaixonados
Dos abraços apertados
De tudo o que fomos antes

Recordações...
Dos carinhos, dos beijinhos
Dos passeios de mãos dadas
Dos sorrisos, das risadas
Do aconchego em nosso ninho

Recordações...
Das bebidas que tomamos
Das viagens que fizemos
Da história que escrevemos
Das noites que nos amamos

Recordações...
Das noites frias de inverno
Dos nossos corpos colados,
Dormindo sempre abraçados...
Das juras de amor eterno

Recordações...
Da nossa ingenuidade
Da nossa conversa bobinha
Dos tempos daquela casinha
Do nosso amor de verdade

Recordações...
Daquele beijo gostoso
Do olhar apaixonado
Do sorriso inesperado
Do abraço carinhoso

Recordações...
Do viver em harmonia
Da nossa felicidade
Da vida sem vaidade
Do amor que existia

Recordações...
Do namoro no portão
Do casamento pomposo
Do nosso primeiro gozo
Dos sonhos que hoje se vão

Recordações...
Das nossas loucuras reais
Dos ciúmes amorosos
De tantos momentos gostosos
Recordações...

Nada mais...

Magno R Almeida
Fev/2007

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Obra registrada na Biblioteca Nacional
e protegida pela Lei 9610 de 19/02/1998
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Foto de Neryde

Espera

Maravilhoso seria se eu pudesse
acordar com um beijo seu,
Depois de uma noite inteira de amor,
sem pudor e gozo teu.
Espera! Tenha paciência me disses:
"Afinal o melhor vinho é guardado por anos."
Espero sim!!!
Ansiosamente o dia,em que nossos corpos ardentes,
Irão se deliciar intensamente,neste prazer eloquente.
Hora após hora, segundo à segundo,
Pra depois relaxar com uma taça do vinho
E, dormir entrelaçados num sono profundo!

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