Goteiras

Foto de Carmen Lúcia

Ainda restam os sonhos...(homenagem póstuma)

O vento move fagulhas
em minhas mãos calejadas...
Agulhas é minha harpa,
sonhos de Via Láctea.
O vento corre em zigue-zague
movendo o fadário
do diário trabalho ralo...
De sonhos, o que há de vir?

O pleonástico ser que me torno,
e me transforma em supérfluo cidadão,
sonha sonhos que não apavoram
nem sombra, nem multidão.
A fome me bate à porta,
o frio não traz carvão...
As goteiras me servem
como imundo colchão.
Os sonhos criam galácticos reinos
dissimulando a putrefação,
realidade sem nome,
de pura exclusão...
Executam o homem
em troca da devassidão

E nessa redundância caótica,
parida da enfática “velha opinião...”
prioridade moldada pelo desamor,
desnorteando o viajor,
velejo meu veleiro
sem meta, nem direção,
num mar de águas paradas
que nunca vêm, tampouco se vão.

Sem ver cais ou ancoradouro,
sequer pistas ao mapa do tesouro,
ansiando que o vento se aprume,
sopre águas e feridas,
crie ondas, movimente a vida,
pra que meu destino enfadonho
ancore em futuro risonho,
vindouro e assaz almejado...
Porque ainda me resta um legado
de sonhos, não naufragados.

co-autoras:Angela Oiticica & Carmen Lúcia
04/08/2008

"poema feito em parceria com minha inesquecível amiga, Angela Oiticica, falecida em 06/06/2011."

Carmen Lúcia

Foto de Cabral Compositor

Agora

Um olhar, em click
A chuva a as goteiras
A sombra e o medo
Um arrepio de assustar

Um olhar, e a foto
Um suor a brotar
A testa em formas
Um silencio e pedras

Um olhar, e tudo
Uma poça, uma cama
Os ouvidos e o som
Do perfeito em tudo

Um olhar
A visão
A fotografia
O agora relatado

Foto de Carmen Lúcia

Ainda restam os sonhos...

O vento move fagulhas
em minhas mãos calejadas...
Agulhas é minha harpa,
sonhos de Via Láctea.
O vento corre em zigue-zague
movendo o fadário
do diário trabalho ralo...
De sonhos, o que há de vir?

O pleonástico ser que me torno,
e me transforma em supérfluo cidadão,
sonha sonhos que não apavoram
nem sombra, nem multidão.
A fome me bate à porta,
o frio não traz carvão...
As goteiras me servem
como imundo colchão.
Os sonhos criam galácticos reinos
dissimulando a putrefação,
realidade sem nome,
de pura exclusão...
Executam o homem
em troca da devassidão

E nessa redundância caótica,
parida da enfática “velha opinião...”
prioridade moldada pelo desamor,
desnorteando o viajor,
velejo meu veleiro
sem meta, nem direção,
num mar de águas paradas
que nunca vêm, tampouco se vão.

Sem ver cais ou ancoradouro,
sequer pistas ao mapa do tesouro,
ansiando que o vento se aprume,
sopre águas e feridas,
crie ondas, movimente a vida,
pra que meu destino enfadonho
ancore em futuro risonho,
vindouro e assaz almejado...
Porque ainda me resta um legado
de sonhos, não naufragados.

co-autoras:Angela Oiticica & Carmen Lúcia

Foto de Sirlei Passolongo

Dias de Chuva

.

Gosto dos dias de chuva...
Do cheiro da terra
Quando deságuam as primeiras nuvens...
Da dança das goteiras
Quando ultrapassam os beirais da casa.
Gosto das lembranças dos dias de chuva...
De correr de pés descalços na enxurrada,
Fechava os olhos sorrindo quando ouvia os trovões.
Depois, arremessava pedrinhas nas poças d’água
E inventava uma cachoeira...
Gosto dos dias de chuva...
Caindo mansa sobre o telhado
Como quem baila uma canção de amor.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

.

Foto de Carmen Lúcia

Novos tempos

A tempestade passou...
Porém as marcas ficaram...
Retalhos, ocupando espaços,
Demarcando territórios vazios,
Não ancorados no cais,
Fáceis de se carregar...

Árvores secas apelam às raízes
Seiva para recomeçar.
O retorno da paz...tempos felizes...
Folhas caídas entopem bueiros,
Danificam canteiros...
Bloqueiam calhas, produzem goteiras,
Impedem passagens, emoções verdadeiras,
Que lutam por se libertar
E de novo contagiar
Almas doentias, realidade de estações sombrias...

Passou a tempestade, ficou o temor...
Abalando a fé, ironizando a dor,
Desestabilizando a eterna verdade
Provando que tudo muda, transmuta,
E nada se conclui;verdade não é única.

É preciso um recomeço,
Partir a cada dia, rumo à harmonia...
Vencer a tempestade, sonhar felicidade.
Almas sobreviventes, carentes
De luz e calor, de amor...
Emergentes do naufrágio da vida,
Pedintes de afeto, de acolhida,
A olhar para o céu, comovidas,
Na esperança da ave a anunciar
O fim do dilúvio...
E novos tempos a recomeçar!

(Carmen Lúcia)

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