Gesto

Foto de O Anjo

*Sufocado*

A Rosa Vermelha voltou,
Sinto outra vez seu odor,
Encanto-me com a força da sua cor.
Mas com ela trouxe o rancor.

Tento de formas abraça – lá,
De grande gesto bruto afasta.
Sem medo, não faça pirraça,
Desta vez é sem machuca – lá.

Esconda seus espinhos afiados,
Seu perfume de medo mata – me sufocado.
Faça com que fiquemos lado-a-lado.

De – me seu amor, ser alado.
Que de rosa presa ao chão,
Crie asas, para voar no mundo do meu coração.

(Karlos H.P. Vieira)

Foto de raissinha

te amo

eu ...
eu te amo sem saber por que..
como quando e onde...

te amo pelos detalhes ..
pequenos e simples detalhes..

te amo pelo q você é e pelo que nunca vai ser...
te amo por ontem por hje e com certeza por amanhã
te amo porque quero nao porque preciso ou deva
te amo sem saber se vc me ama..
te amo com todo coração
com a maior de todas as alegrias..

te amo com medo mto medo d q vc queira partir,..
te amo num sorriso num gesto num olhar ...
te amo sorrindo e chorando
te amo as vezes te odiando ..
te amo com suas mancadas...e mentiras..
te amo e apenas te amo..
sem motivo ou razão...

te amo pq quero amar.....
te amo pela sua simplecidade...
te amo por todos os momentos que vc me diz que me ama...
te amo por me mostar seu jeito de ver o mundo
te amo porque....TE AMO..
...
e hj só posso agradecer por ser aqle(a) que me ensinou amar,...!!!!

Foto de Foxylady

Masmorra

Final de tarde.
O vermelho no céu anunciava o calor que passara e se iria sentir no dia seguinte.
A luz fugidia desvanece e mal se vislumbram as sombras naquelas paredes semi- rebocadas.
Entram sons quase imperceptíveis pelas grades da pequena entrada, vejo pés que passam e outros que se cruzam indeléveis no caminho a percorrer.

Tento sacudir a cabeça na tentativa falhada de não entrar sangue nos olhos, em vão me debato, o mesmo escorre em gotas finas lânguidas e demoradas e já o saboreio...Posso reparar que pousa nos meus peitos desnudados e hirtos pela frescura do tenebroso lugar.

Virou costas e saiu.
Permaneço imóvel, imutável, imobilizada, mortal...
Desesperadamente indefesa.

A sós com os meus pensamentos encurralada entre 4 paredes decadentes, a ferrugem das grilhetas corrói-me a pele, estremeço no receio e na incerteza do futuro...

Rodas guincham num derradeiro esforço, entra uma mesa putrefacta com uma toalha preta disfarçando o rude artefacto.
Mais relevante o que nela jaz pousado: chibata, correntes...palmatória... venda...Gag...os punhais...velas vermelhas e pretas qual aparato satânico que faz ranger os dentes e elevar cada pêlo do corpo...

Não me atrevo a chiar um "ai". Observo apenas.

Levanta a mão, dirige-se num gesto para mim, calculo que vá aliviar minha dor, da coroa de espinhos que me martiriza mas em vez disso puxa por meus cabelos misturados de vermelho e atira minha cabeça com força para trás na cruz que me segura...

Quer me ouvir a implorar, caso ceda sofrerei torturas.

Meu mestre permanece calado, inamovível, inabalável de sua missão, limpar meus pensamentos de luxúria pecaminosa que me invadem os sonhos e me soltam a voz enquanto durmo, cheiro de mulher para mim estava off limits porque ele assim o ordenava.

De palmatória em riste, olhar maquiavélico que me cega, defere golpes em meu sexo.
Nada posso fazer senão respirar fundo a cada investida, dolorosa, que me arreganha as entranhas e me faz entregar assim de maneira inteira.
Afasta meus lábios, e agora acende a vela, a chama eleva-se majestosa e começa a soltar gotas que me marcam e ferem a fenda humedecida por um turbilhão de emoções, uma amálgama de sentimentos que me faz perder os sentidos.

A cera misturada com meus sucos cai no chão enquanto mais continua a cair em mim, estremeço ainda com cada gota, cada gota me arrepia e ferve o sangue cá dentro na ânsia e receio de o sentir.

Palmatória outra vez, castiga-me friamente, sua respiração denuncia o prazer animal e grotesco que suga de todo o cenário.

Os lábios inchados cobertos de cera começam a ser revelados à medida que a cera vai caindo a cada investida, ora nos mamilos hirtos do frio da noite que nos abraçou.

Engulo os queixumes, debato-me em vão, ele aumenta a intensidade...
Não aguentando mais perco os sentidos, o sentir mata-me aos poucos e colapso no escuro.

Acordo (quanto tempo terá passado?), o seu corpo aperta-me e um punhal no pescoço trava-me um hipotético gesto. Com a lâmina faz pequenos golpes no meu pescoço que chupa sofregamente, eu mal me atrevo a respirar horrorizada pelo seu olhar encerrado naquele capuz hediondo. Respiro tremulamente, dificilmente me lembro do frio, somente sinto o fio que corta minha pele enquanto me aperta cada vez mais.

Sinto seu membro encostado ao interior de minhas coxas, sofro por senti-lo...

O mestre respira ofegante, sinto seu perfume que me entesa mais ainda.
Sem contemplações nem avisos, de uma só golpada sinto-o todo vibrante dentro de mim...A cada investida enterram-se mais os espinhos que me ornamentam a fronte.
Largou do punhal e arranca-me a gag por onde fios de saliva escorrem para me dar a mão inteira na boca antes de poder gritar.
Ferrei com a força toda que advinha do prazer, sei que ele gosta que eu sofra e que me perca nos meandros das sensações do meu corpo...

Banhada na loucura o calor imenso que me sufoca e sobe corpo acima até me deixar desfalecida em seus braços enquanto ele me presenteia com o seu auge...

Beijou-me.
Soltou minhas mãos, beijou cada uma com devoção.
Soltou meus pés, beijou cada um com igual devoção.
Levou-me ao colo, deitou-me num banho quente com sais...

– Agora és minha Rainha, sirvo-te eu!

Foto de MARTE

NA MADRUGADA

Vou sentindo na atmosfera,
A doce fragância do amor,
Que na madrugada nos acaricia,
No descompasso da espera,
Nos alivia a dor,
Num envolvimento em magia!
Vou sentindo a paz do momento,
Num gesto de amor e doação,
Na intensidade do luar,
Vou vivendo no tempo,
Escutando uma canção,
Suave melodia no meu caminhar!
Vou sonhando o teu olhar,
Desfolhando a meiga lua,
Nas madrugadas do tempo,
Compondo o verbo amar,
Num poema que se desnua,
Na cumplicidade do sentimento!
Vou sentindo a tua doce fragância ,
Nas longas mas doces madrugadas,
Sonhando contigo para além do horizonte,
Diminuindo a longa distância,
Em rimas descodificadas,
Bebendo da tua fonte

Foto de Vera Silva

Juntos e Sós

Escapas-me por entre os dedos,
Escorrendo entre eles como areia.
Escondes-me segredos
Desvalorizando o que a vida te premeia.

Queria contigo partilhar
Tuas alegrias, tuas dores...
Mas teimas em as deitar
Entre os lençóis frios e os cobertores.

De longe te olho e te aceno,
Num gesto exclusivo de solidão.
Continuas impávido e sereno,
Unificado só em tua razão.

Impossibilitas todas as tentativas
De sermos, tu e eu, um "nós".
Não partilhamos nossas vidas,
Vivemos juntos, mas sós...

Foto de Paulo Zamora

A luz do hoje

Hoje o dia amanheceu tão belo, que o céu ao me ver deu um sorriso. Nada é como a gente quer, eu queria que a vida não acabasse na morte, que essa tal solidão não viesse a existir nem em mim, nem nos outros...
A cabeça está mais calma, porque agora posso ver que o sentido sentou à minha frente para que eu pudesse ver quais as razões de viver.
Mesmo que eu te ame agora e para a vida toda, mesmo que eu te amei desde a primeira vez que a vi, mesmo que eu não mostrasse esse amor, o sentimento existe e está aqui para estar contigo.
Quem me entende sabe o quanto tais coisas se tornaram importantes, com outra pessoa nada foi como era com nós; foi instante de ilusão querendo cobrir a solidão, querendo esquecer o que é impossível esquecer; erramos estando em outros braços, em colos que não eram os nossos.
Somos quem lutamos com a depressão, com a solidão, com a invalidez de um sentimento que não se corrompeu.
Deixaremos o passado quieto em seu aposento e vamos tentar viver o que nos pertence.
No pensamento escuto uma voz que vem do céu, me chamando de anjo em gesto notável de carinho; é pedido para que eu entenda que este sentimento não pode morrer e que nós não podemos viver distantes se estamos ainda amando...
Paulo Zamora
www.pensamentodeamor.zip.net

Foto de josecarreiro

RAPTO

RAPTO

Conheço a viagem absoluta ao festim soado,
as lousas, as eras que fizeste comportar,
a fiança ateada com que absorvias.

Sou as vezes que disseste que me amavas,
os passeios de mãos dadas. Os beijos.
Os abraços apertados de que gostavas.
Sou as omissões pressentidas, as dúvidas instaladas,
a observância das atitudes.
Sou o diálogo requerido, a incapacidade de te fazer falar.

Por vezes incido o olhar sobre a tua ausência.
Por vezes regressas dela.
E eu fundo-me na linha irreflectida
no suposto ardor da romã.

Por vezes, atravessas-me como um corte, um traço na garganta.
E eu sou o despojo de mim
trapo no chão do amor.

(Fui soro e carne para tua terapia
lama para te besuntar
poesia.)

A vida por um gesto
um rapto, um beijo.

José Maria de Aguiar Carreiro, CHUVA DE ÉPOCA (Ponta Delgada, 2005)
http://folhadepoesia.com.sapo.pt/

Foto de josecarreiro

ESTES DIAS QUE NOS SEPARAM

ESTES DIAS QUE NOS SEPARAM

Estes dias que nos separam
a presença mesmo que informe
posso desenhar-te
aureolar-te com meus gestos
ler-te em mim.

Os movimentos que faço
lentamente te procriam
e radicam no meu corpo.

Farei do gesto uma cópia
infinita dos gestos dos gestos.

José Maria de Aguiar Carreiro, CHUVA DE ÉPOCA (Ponta Delgada, 2005)
http://folhadepoesia.com.sapo.pt/

Foto de Joice Lagos

As batidas do meu coração

Hoje ao deparar com o espelho vi o reflexo de mim mesma. Vi além de meus olhos, vi meu coração.
Este mesmo em meu peito que pulsa, e a cada pulsar vibra, e a cada batida, sonha, num descompasso de emoção.
esse mesmo coração que sofreu, que se corrompeu com o desespero, se desesperançou.
Hoje esse coração bate, com a força de um menino que vê a vida num sonho. Que anseia por saber mais e mais do infinito.
Ah! esse meu coração que já foi tão solitário, hoje já não é mais sozinho.
Ele está em cada gesto meu, em cada frase, em cada caminho que percorro. Não estou só, eu tenho um coração que pulsa por ti Edu.

Foto de vendetta

É tão simples te amar...

É tão simples te amar...
porque tu es alguem
que consegue me conquistar
com esse teu gesto meigo,
essa doçura,
essa ternura no olhar.

É tão simples te amar...
amar a tua propria simplicidade
amar a tua liberdade
amar o teu desejo de me dominar

É tão simples te amar...
é tão simples
sentir este amor,
sentir a emoção que ela me traz
sentir o prazer de querer mais
sentir a falta que ela me faz.

É tão simples te amar...
é tão simples viver este amor
é tão simples sonhar em te ter
é tão simples acreditar nos sonhos
é tão simples fazer o sonho acontecer!
É tão simples te amar.

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