Gente

Foto de tadeu paulo

D E L Í R I O

D E L Í R I O . .

E te vi então à-toa
numa roupa branca
transparente...
mostrando o que
mais tens de amor
e amar pra gente
e me beijar a testa
e me acordar mansamente

E me vi em meio
a esse mar e orei temente
em substrato
de sóis em sustenidos
surdamente te ouvi
em teus gemidos
loucos, murmurantes...
bemóis de fogo
jogo, fuga
lágrima leve
livre’indigente

(Tadeu Paulo - jan/2007)

Foto de Minnie Sevla

Nuvem negra

Uma nuvem negra desce sobre o dia.
Arrasta pessoas, faz inebriado o momento
confunde sentimento.
Oculta sorriso que antes era alegria.

Esta nuvem desce sobre um espaço.
Extrai o ser puro, instiga o ódio,
transforma o espírito rico em pobre.
Brinca com nervos que se fazem de aço.

Concorrência, traição, falatórios.
Revelação de flores murchas no chão,
numa terra de homens doentes
nascem espinhos que espetam esta gente.

Não, não quero perder-me no labirinto
Onde espelhos refletem imagens
de seres ausentes de Deus.
Um homem, um bicho agindo por instinto.

Ramgad/Minnie Sevla

Foto de Edilson Alves

Dor do Peito

Cá dentro do peito doi
Uma dor cilênciosa
Tá como rato que roi
E faz a dor amorosa

Suspiros cheirando a rosa
Coisas de antigamente
Tristeza tão venenosa
Que vai matar muita gente.

Cá no meu incociênte,
Trago dores da partida
Coisa que maltrata a gente;
E faz doer doda vida.

Lembranças da margarida
Que figou longe de mim
Saudades da despedida
Que me leva para o fim,

Se sinto o peito doer
Com essa dor que sai
Talvés tentando esquecer
Tudo que na mente vai.

São rosas que quabdo cai
Se despetala no chão,
É como dizia o pai:
Saudade de quem se ama
Doi fundo no coração.

Foto de Rosinéri

FOGO DE GELO

Jeito de anjo,corpo de mulher
Mãos rebeldes de paixão,olhares de ilusão,que
M’alma anseia e quer.
Amo-te sempre...em qualquer lugar despido de gente.
Nesta hora esqueço tudo,mesmo um suspiro mudo no
Corpo em que me dás a indiferença.
Perco no silêncio pensando, com muita incerteza.
Enquanto seu seio afago, beijo e mordo.
Numa noite escura e quente.
Mas você de mim está ausente,longe,e nesse amor
indiferente somente eu me embriago.
Pena que seja tudo em vão,esse amor que eu mesmo
fiz eu paguei, apenas querendo ser feliz.
Você jamais saberás como e quanto te quis,te quero
Mas confesso que te amei........QUE TE AMO

Foto de JGMOREIRA

POEMA DO MENINO JESUS - ALBERTO CAEIRO

Poema do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

Foto de belladona1963

Pensando em Ti

Quando estou calada estou pensando em ti, estou pensando em ti quando fico parada, estou me lembrando de ti, quando fico mais na cama, e só sonhar contigo...Porque quando a gente se ama, não consegue se esquecer... De repente eu me pergunto se tu foste ilusão, foi apenas um encontro e eu te dei meu coração... O que foi que acontecer para eu te amar assim??? Seja lá o que for, ficou dentro de mim. Desccobri que a vida só tem graça contigo, quando as coisas tem que ser não tem explicação... O amor é invensão do coração!!!
Para ti meu amor

Foto de Lede Poeta Paulista

Inverso

27/09/07

Meu universo...
Está inverso
A mente... Mente
Inventa e não venta
Chora... Agora
Lágrimas das rimas
Estima o clima
Num fala se cala
Olho pra frente
Quanta gente
Cadê o presente?
Sê foi de repente
Já é passado
o passo dado
Ao meu lado
Verso cantado
Falado em sonhos
Sonho que componho
Ponho e apanho
Dos versejo
Será que eu vejo
A rima fluir
Do usufruir
Do amor...

Ledemir Bertagnoli

Poeta Paulista
Publicado no Recanto das Letras em 27/09/2007
Código do texto: T671586

Foto de HELDER-DUARTE

Longes terras

Quem sou eu afinal,
Já que vós vos interrogais, se não serei filho do mal?!!
Eis aqui vos digo, quem sou,
E quem a vós me enviou.
Meu nome é filho do vento,
E também do tempo.
Ficai sabendo, vós gentes do alto,
Que por ambos a vós fui enviado!
De longes terras vim,
Em altas e baixas, nasci.
Depois me levaram para outras mais perto,
Era pequeno, mal me lembro.

Agora uma coisa sei,
Numas e noutras infeliz fui, até que o vento encontrei,
E ele me disse:
Posso te dar a felicidade,
Ao soprar, te darei a liberdade e a verdade.
De filho do tempo,
Passei a ser também filho do vento.
Nessas terras ainda soube o que era a paz,
Nos tempos finais, achei-me então capaz.
Pois no meu interior, do além sinais foram gravados,
Depois por tempo e vento, por ambos,
Fui ao alto subindo
E até vós fui vindo!
Fui mais dirigido pelo vento,
Do que pelo tempo.
Pois pelo poder do primeiro,
Alcancei, terras mais altas, que as vossas, por inteiro!
Ficai pois, vós humana gente, sabendo,
Que ests Terras, estão no além então,
Para mui longe das vossas terras e da vossa razão,
Mais para além, de vós, do espaço e do tempo!!!

HELDER DUARTE

Foto de HELDER-DUARTE

Viriáto

Oh Lamego!
Cidade das partes de Viseu,
Onde Viriáto, sem medo,
Morreu, pela sua coragem, mas venceu,

Os algozes romanos,
Ao morrer, sem perder as convicções.
Que não eram emoções!
Nem tão pouco enganos.

Oh terras de além e aquém Douro!
Lutai ao meu lado,
Com nossas espadas de ouro;

Contra a gente daquela terra,
Que como a Viriáto,
Nos querem matar na guerra!!!

HELDER DUARTE

Foto de HELDER-DUARTE

Poemas sobre Maria

Maria

Se Maria, mãe de Jesus,
Entre nós estivesse!
E falar, vos podesse,
Oh gente sem luz,

Certamente vos diria:
O que vossa alma ouvir, não queria.
Eu não sou Deusa!
Adorai ao Deus do céu e da terra;

Ele é o Senhor;
Eu sou humana;
Ele é amor!

Só o Senhor é Deus!
D'ele tudo emana!
Adorai-o, oh santos seus!...

Avé Maria

Avé Maria!
Santa és...
P'ela graça, caminharam teus pés...
Para, que teu ser fosse, o que querer, não queria.

Tua fé te salvou.
Por ela, Deus te usou...
Para que meu, teu Salvador,
Fosse, Jesus o Senhor...

Diz oh Maria!Jesus, é o meu Salvador.
Por isso, tenho Alegria.
Ele é o Senhor;

De todos o Salvador;
De Israel,
Rei e Pastor!

Helder Duarte

Páginas

Subscrever Gente

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma