Fundo

Foto de Osmar Fernandes

Minha Terra

Quero ver minha sombra
Deitada em berço verde.
Respirando no ombro da montanha,
O cheiro, verde, gostoso,
Das matas de minha terra.
Quero ter um riacho desaguando
Na borda de minha cabeceira.
Quero viver no meio da selva,
Quero pisar fundo na relva
Nas matas de minha terra.
Quero dizer ao mundo
Que não mate minha floresta...
Que deixe o Pantanal verde viver.
Que deixe minh'alma descansar
Nas matas de minha terra.
Aqui o ar é puro.
O mundo animal é humano... é verdadeiro.
Isso significa esperança, eu juro!
Por isso, não massacre a madeira
Das matas de minha terra.

Foto de Deoleones

SONHO

Sonho
Hoje tive um sonho!
Era um grande campo coberto de flores.
Flores amarelas.
Ao fundo uma velha torre.
Tirei os sapatos soltei os cabelos e corri no meio delas.
O vento acariciava o meu rosto, os meus cabelos.
Tu!!!
sorrias para mim.
lentamente, senti as tuas mãos na minha cintura
aos poucos, deixei-me cair.
Flores amarelas fizeram de cama
o teu corpo as minhas vestes.
Na tua boca matei a sede,
em ti o meu desejo.
Hoje tive um sonho!
Era um grande campo de flores.
Flores amarelas!!
Deoleones

Foto de Civana

Navegando no Sono

Como seria deitar a cabeça agora e dormir?
Sentir a suavidade do tecido,
A maciez do travesseiro,
A cabeça pousando lentamente,
E afundando como num filme em câmera lenta...
A brisa entraria pela janela,
O aroma das damas-da-noite no ar,
Somente o luar a iluminar.
Nesse momento respiraria bem fundo,
Ajeitaria a cabeça como se acariciasse o travesseiro,
Mantendo os olhos fechados,
E o coração aberto.
O corpo relaxado se harmonizaria com a cama,
Os pés brincando, alisariam o colchão,
E as mãos, em sintonia com a alma,
Repousariam a frente do corpo,
Como em sinal de oração,
Agradecendo por mais uma noite,
E por esse sono tão desejado...Bem Vindo!

(Civana)

Foto de Civana

Alma Gêmea (meu primeiro vídeo com poema)

Alma Gêmea

Talvez já tenha percorrido metade do caminho,
E onde se encontra essa tal alma gêmea?
Será que ela existe mesmo?
Ou será que só alguns têm esse direito?
Caminhar, caminhar, caminhar...
Chega uma hora que cansa,
A busca? Sem esperanças...
Tudo virou um eterno "esperar"!
Esperar um olhar,
Esperar um sorriso,
Esperar uma palavra,
Esperar um beijo,
Esperar um toque,
Esperar um abraço,
Esperar, esperar, esperar...
Um único sinal de que vc existe!
Se tivesse essa certeza,
Esperaria por mais 40 anos,
Pra viver um único momento.
Onde poderia ouvir: Te amo!
E sentir bem lá no fundo que dessa vez foi verdadeiro!

(Civana)

Foto de Civana

Alma Gêmea

Talvez já tenha percorrido metade do caminho,
E onde se encontra essa tal alma gêmea?
Será que ela existe mesmo?
Ou será que só alguns têm esse direito?
Caminhar, caminhar, caminhar...
Chega uma hora que cansa,
A busca? Sem esperanças...
Tudo virou um eterno "esperar"!
Esperar um olhar,
Esperar um sorriso,
Esperar uma palavra,
Esperar um beijo,
Esperar um toque,
Esperar um abraço,
Esperar, esperar, esperar...
Um único sinal de que vc existe!
Se tivesse essa certeza,
Esperaria por mais 40 anos,
Pra viver um único momento.
Onde poderia ouvir: Te amo!
E sentir bem lá no fundo que dessa vez foi verdadeiro!

(Civana)

OBS: Assistam também ao vídeo-poema: http://www.poemas-de-amor.net/blogues/civana/alma_gemea_meu_primeiro_video_com_poema

Foto de Fernanda Queiroz

Lembrar, é poder viver de novo.

Lembranças que trás ainda mais recordação, deixando um soluço em nossos corações.
Lembranças de minhas chupetas, eram tantas, todas coloridas.
Não me bastava uma para sugar, sempre carregava mais duas, três, nas mãos, talvez para que elas não sentissem saudades de mim, ou eu em minha infinita insegurança já persistia que era chegado o momento delas partirem.
Meu pai me aconselhou a plantá-las junto aos pés de rosas no jardim, por onde nasceriam lindos pés de chupetas coloridas, que seria sempre ornamentação.
Mas, nem mesmo a visão de um lindo e colorido pé de chupetas, venceram a imposição de vê-las soterradas, coibidas da liberdade.
Pensei no lago, poderiam ser mais que ornamento, poderia servir aos peixinhos, nas cores em profusão, mesmo sem ser alimentação, prismaria pela diversão.
Já com cinco anos, em um domingo depois da missa, com a coração tão apertadas quanto, estava todas elas embrulhadas no meu pequenino lenço que revestia meus cabelos do sol forte do verão, sentamos no barco, papai e eu e fomos até o centro do lago, onde deveria se concentrar a maior parte da família aquática, que muitas vezes em tuas brincadeiras familiar, ultrapassavam a margem, como se este fosse exatamente o palco da festa.
Ainda posso sentir minhas mãos tateando a matéria plástica, companheira e amiga de todos os dias, que para provar que existia, deixaram minha fileira de dentinhos, arrebitadinhos.
Razão óbvia pela qual gominhas coloridas enfeitaram minha adolescência de uma forma muito diferente, onde fios de metal era a mordaça que impunha restrição e decorava o riso, como uma cerca eletrificada, sem a placa “Perigo”.
O sol forte impôs urgência, e por mais que eu pensasse que elas ficariam bem, não conseguia imaginar como eu ficaria sem elas.
A voz terna e suave de papai, que sempre me inspirava confiança e bondade, como um afago nas mãos, preencheu minha mente, onde a coragem habitou e minhas mãos pequeninas, tremulas, deixaram que elas escorregassem, a caminho de teu novo lar.
Eram tantas... de todas as cores, eu gostava de segura-las as mãos alem de poder sentir teu paladar, era como se sempre poderia ter mais e mais ás mãos, sem medos ou receios de um dia não encontrá-las.
Papai quieto assistia meu marasmo em depositá-las na água de cor amarelada pelas chuvas do verão.
Despejadas na saia rodada de meu vestido, elas pareciam quietas demais, como se estivessem imaginando qual seria a próxima e a próxima e a próxima, e eu indecisa tentava ser justa, depositando primeiro as mais gasta, que já havia passado mais tempo comigo, mesmo que isto não me trouxesse conforto algum, eram as minhas chupetas, minhas fiéis escuderias dos tantos momentos que partilhamos, das tantas noites de tempestade, onde o vento açoitava fortes as árvores, os trovões ecoavam ensurdecedores, quando a casa toda dormia, e eu as tinha como companhia.
Pude sentir papai colocar teu grande chapéu de couro sobre minha cabeça para me protegendo sol forte, ficava olhando o remo, como se cada detalhe fosse de suprema importância, mas nós dois sabíamos que ele esperava pacientemente que se cumprisse à decisão gigante, que tua Pekena, (como ele me chamava carinhosamente) e grande garota.
Mesmo que fosse difícil e demorado, ele sabia que eu cumpriria com minha palavra, em deixar definitivamente as chupetas que me acompanharam por cinco felizes anos.
Por onde eu as deixava elas continuavam flutuantes, na seqüência da trajetória leve do barco, se distanciavam um pouco, mas não o suficiente para eu perdê-las de vista.
Só me restava entre os dedinhos suados, a amarelinha de florzinha lilás, não era a mais recente, mas sem duvida alguma minha preferida, aquela que eu sempre achava primeiro quando todas outras pareciam estar brincando de pique - esconde.
Deixei que minha mão a acompanhasse, senti a água fresca e turva que em contraste ao sol forte parecia um bálsamo em repouso, senti que ela se desprendia de meus dedos e como as outras, ganhava dimensão no espaço que nos separava.
O remo acentuava a uniformes e fortes gestos de encontro às águas, e como pontinhos coloridos elas foram se perdendo na visão, sem que eu pudesse ter certeza que ela faria do fundo do lago, junto a milhões de peixinhos coloridos tua nova residência.
Sabia que papai me observava atentamente, casa gesto, cada movimento, eu não iria chorar, eu sempre queria ser forte como o papai, como aqueles braços que agora me levantava e depositava em teu colo, trazendo minhas mãozinhas para se juntar ás tuas em volta do remo, onde teu rosto bem barbeado e bonito acariciava meus cabelos que impregnados de gotículas de suor grudava na face, debaixo daquele chapéu enorme.
Foi assim que chegamos na trilha que nos daria acesso mais fácil para retornar para casa, sem ter que percorrer mais meio milha até o embarcadouro da fazenda.
Muito tempo se passou, eu voltei muitas e muitas vezes pela beira do rio, ou simplesmente me assustava e voltava completamente ao deparar com algo colorido boiando nas águas daquela nascente tão amada, por onde passei minha infância.
Nunca chorei, foi um momento de uma difícil decisão, e por mais que eu tentasse mudar, era o único caminho a seguir, aprendi isto com meu pai, metas identificadas, metas tomadas, mesmo que pudesse doer, sempre seria melhor ser coerente e persistente, adiar só nos levaria a prolongar decisões que poderia com o passar do tempo, nos machucar ainda mais.
Também nunca tocamos no assunto, daquela manhã de sol forte, onde a amizade e coragem prevaleceram, nasceu uma frase... uma frase que me acompanhou por toda minha adolescência, que era uma forma delicada de papai perguntar se eu estava triste, uma frase que mais forte que os trovões em noites de tempestade, desliza suava pelos meus ouvidos em um som forte de uma voz que carinhosamente dava conotação a uma indagação... sempre que eu chegava de cabeça baixa, sandálias pelas mãos e calça arregaçada á altura do joelho... Procurando pelas chupetas, Pekena?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

**Texto não concorrendo.**

Foto de Sentimento sublime

Conversa com O Criador... Osvania Souza

Conversando com O Criador!

Senhor...
Venho a Ti.
Não para pedir-Lhe.
Mas sim meu Senhor e criador.
Para agradecer-lhe.
Quero com você a sós
Conversar neste momento
Dizer-lhe o quanto grata eu Lhe sou.
Apesar de minha ignorância.
De minha pequenez diante de ti.
Sei que sou parte de Tua criação.
E tento com Tua ajuda
Chegar à perfeição.
Quero respirar bem fundo neste momento
Sentir que o ar que respiro em meu peito
É a essência da vida que é Você.
Sei Senhor que em mim Você fez guarida.
Quero agradecer a confiança a mim depositada.
Dizer que a cruz que Tu me destes não é pesada
Porque Você está comigo a caminhar.
Sabe meu Deus...
Vou falar um pouquinho da felicidade.
Ela existe sim e Você bem sabe.
Porque dentro de mim Você está.
Então meu Pai, meu Senhor e Criador.
Aqui estou inteira a Seu dispor
Faça de mim se digna eu for
Seu instrumento.
Não há nada que empeça este momento
E ao mundo eu vim para Te servir e não lamentar.
Se neste momento estou Contigo a conversar.
É porque na minha estrada Tu estás a caminhar.
Só um pedido eu Te faço neste instante.
Seja minha e de minha família
Uma presença constante.
Abençoando-nos e aos nossos semelhantes.
E tudo que nos pertence.
E junto a Ti venho agora neste instante
Agradecer o meu viver.
Obrigado Senhor.
Osvania

Foto de filipa felizardo

em memória do meu avozinho

não existem palavras
que definam o que sentimos
a cada segundo que passa
é que percebo
a falta que o avo me faz

adoro-te
estou cheia de saudades

recordar é fácil
para quem tem memória
esquecer é dificil
para quem tem coraçáo

estou com muitas saudades

com o meu avo aprendi
aprendi a viver
desapareceu tao depressa
que nem pode agradecer

os beijinhos do meu avo
eu gostava de receber
era o meu melhor amigo
o meu avozinho que nunca vou esquecer

ola avozinho
tenho um pequeno segredo para te contar
partiste depressa sem ninguem esperar
mas nunca que esqueças
que para sempre te vou adorar

avozinho
partiste sem dizer adeus
o nosso sofrimento aqui fica
sabemos que estas bem com deus

a saudade
vem de la do fundo do coração
e nos sentimos quando uma pessoa querida
está longe de nos
estamos com saudades

avozinho só tinha um
uma pessoa com muito valor
ele era maravilhoso
ele era um amor

Foto de elcio josé de moraes

DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO

Oh! Como eu te considero minha querida,
Pois que você já faz parte deste meu ser.
O teu carinho é um bálsamo para a minha vida,
E sem ele acho que já não posso mais viver.

A tua amizade é algo que eu quero guardar,
Bem lá no fundo deste meu coração.
E ela há de se eternizar,
Porque é constituída de muita admiração.

Admiração mútua entre mim e você,
Fundamentada no mais perfeito amor,
Aconchego, ternura e calor.

Sinceramente, você pode crer,
Assim como o sol com todo o seu esplendor,
Você reluz em mim por onde quer que eu for.

Escrito por elciomoraes

Foto de Dirceu Marcelino

LEMBRANÇAS DO MENINO QUE QUERIA SER MAQUINISTA DE TREM

Eram três crianças de 8, 6 e 4 anos de idade.
Iriam viajar da cidade de sua infância para outra grande metrópole regional.
A viagem de trem:
Enquanto aguardavam na estação a chegada do trem que os levaria para uma cidadezinha próxima, um importante tronco ferroviário que interliga várias ferrovias que vem do interior do estado ao litoral, mais propriamente ao Porto de Santos, o que viam.
Viam as manobras das locomotivas a vapor.
Entre várias, tal como a chamada “jibóia” enorme, gigante, com várias rodas, as “Baldwins”, a que mais chamava a atenção do “menino” era uma “Maria Fumaça” pequenina. Tão pequena que nem tender ela tinha.
Ia para frente apitando, estridentemente:
Piuuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuu!
Retornava, repetia os movimentos para frente para trás, tirando alguns dos vagões de várias composições estacionadas nos diversos trilhos da estação ferroviária.
E o Menino sonhava. Queria ser maquinista de trem.
Tanto que ele gostava, que em outras ocasiões, quando levava comida em marmitas para o pai, que trabalhava nas oficinas, permanecia várias horas sentado nos bancos da estação.
Via as manobras das “marias fumaças” e também a passagem das longas composições de carga puxadas por máquinas elétricas, verdes oliva, chamadas “lobas”.
Até que um dia sua mãe resolveu levá-los em uma viagem.
Nesse dia enquanto aguarda o Menino avistou ao oeste um único farol que surgia no horizonte da linha ferroviária, amarelado e a medida que se aproximava ouvia-se o barulho característico daquela famosa locomotiva elétrica, que zumbia como um grande enxame de abelhas: “zuuummmmmmmmmm”
A locomotiva devagar passava do local de aglomeração das pessoas e aos poucos deixavam em posição de acesso os carros de passageiros de segunda classe e lá quase ao final da plataforma um ou dois vagões de primeira classe.
Eram privilegiados, filhos de ferroviários.
O Menino sentia orgulho desse privilégio.
Lembra-se que naquele dia sentou-se no último banco do lado direito.
Dali podia ver que poucas pessoas permaneciam fora da composição. Alguns parentes, que gesticulavam se dirigindo aos parentes acomodados nos carros de passageiros.
Ao longe. Via um senhor uniformizado de terno azul marinho e “quepi”, com o símbolo – EFS.
Aos poucos esse Senhor vem caminhando pela plataforma, desde o primeiro carro até próximo da janela em que o Menino se encontrava.
Para e tira um apito do bolso superior de sua túnica e dá um apito estridente: “piiiiiiiiiiiiiiiirrriiiiiiiii”
Em seguida, a locomotiva apita “Foohhooommmm..”
Novo apito.
A seguir, começam a ouvir-se os sons característicos dos vagões que retirados de sua inércia estrondavam um a um e começavam a se locomover lentamente até que o carro e que o Menino está começa a se locomover, mas, sem fazer o barulho característico, o seja, o “estralo” ao ser acionado, pois os solavancos que se sentem nos primeiros vão diminuindo gradativamente e quando atingem o ultimo praticamente são imperceptíveis.
Justamente, por essa razão é que os vagões de primeira classe são colocados no fim da composição.
Este carro diferia dos demais por ter os bancos revestidos, corrediços, que permitiam serem virados e propiciar as famílias se acomodarem em um espaço particular.
Assim iniciava-se o percurso até a cidadezinha, onde passariam para outra composição, a qual seria tracionada por uma locomotiva a vapor.
Como era linda a paisagem.
Muitos locais dignos de cartões postais, o primeiro, por exemplo, a ponte sobre o rio Sorocaba, que nasce na serra de Itupararanga e desemboca no rio Tietê
Lindos lugares que por muito tempo permaneceram esquecidos, mas que hoje podem ser registrados em fotos e filmes das câmeras digitais.
Fotos que nos fazem afagar a saudade dos dias de outrora.
Mas, além dessas fotos antigas ou digitais, temos a capacidade de guardar no fundo do nosso inconsciente outras imagens e filmes de nossas lembranças.
Revendo tais filmes, verificamos que inconscientemente queremos alcançar trilhar os nossos sonhos, mas, geralmente em razão das dificuldades da lida, não o atingimos, ou então, ultrapassamo-nos e exercemos outras atividades ou profissões que nada tem a ver com aqueles sonhos.
Eu, por exemplo, adoro trens.
Simplesmente, queria ter sido “maquinista de trem”.
Mas termino este conto, simplesmente, para dizer:
À poucos dias, nesta cidade, de onde o Menino iniciou a viagem teve oportunidade de ver, aquele Senhor, em uma comemoração do retorno da “Maria Fumaça” que estava em outra cidade, onde permanecera sob os cuidados da Associação de Preservação Ferroviária, ser chamado entre outros velhos aposentados, pelo Prefeito:
_”Agora para comemorar o retorno de nossa Maria Fumaça - “Maria Eugenia” - chamo o mais velhos dos aposentados.
Puxa! Que felicidade do Menino, ao ver aquele Senhor caminhando pela plataforma da estação.
Sim. Era motivo de felicidade.
Pois o menino, já não é mais tão criança, já é um envelhescente e aquele Senhor continua vivo.
Noventa e um anos.
Era o “Chefe da Estação”.
O mesmo “Chefe de Trem” que vira caminhando a quarenta anos pela plataforma da estação.

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