Da janela do meu quarto te observo calado...
Sobre a cadeira branca, alva, deitas teu corpo, bronzeando-te à beira da piscina.
Massageias teus braços e pernas com cremes... cheirosos (imagino)...nem notas minha presença... afinal, meus binóculos podem te ver de longe... mas nem te passa pela cabeça a idéia de me conhecer.
Lembro-me de ter visto tuas fotos em revistas de "famosos"... linda, esguia, bela como fosse um modelo.
E eu aqui... sentado sobre a laje de um "palacete assobradado"... sem acabamento, sem decoração, sem móveis finos...
Um simples plebeu... a te amar... calado... catando trocados nos bolsos... fumando um cigarro amassado... introspecto... eternamente platônico.
VELHO ÁLBUM
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Hoje estou folheando um velho álbum de fotos,
onde guardei uma vida inteira.
Guardei amores, dores, alegrias, sonhos, realizações e
fantasias.
Hoje olhando essas fotos, tenho noção do que fui, e
do que sou hoje.
Tive tantos pensamentos irreais, tantos sonhos,
tantos desejos, tantos devaneios.
Cada foto tem uma história!
Sorrio diante de algumas, outras salpico de lágrimas.
Despi-me de toda coragem, de toda minha fortaleza.
Sou menina que chora, pela boneca que um dia quebrou.
Despi minha alma, sou vulnerável diante da minha história.
Momentos que escreveram minhas alegrias, felicidades,
dores, e desencantos.
Momentos só meus...
Quase enlouqueci, gritei sem ter voz!
Chorei lágrimas amargas, chorei esse sentir.
Chorei os momentos que vivi, chorei os que não pude viver.
Chorei, olhando um velho álbum de fotos, que guarda a
história da minha vida!!
FINAL DE ANO
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Final de Ano...
É o encontro do momento presente com o futuro.
Abraços de despedidas acontecem, abraços de boas
vindas se confraternizam.
No ar a fragrância de um perfume quase acabando.
No rosto a esperança em forma de sorrisos.
Final de Ano...
Tempo de lembrar daqueles que não estão mais conosco,
mas, que de certa maneira deixou sua presença vívida em
nossa memória, e por mais que termine um ano e
nasça outro jamais será esquecida.
Morrer e renascer, assim como a vida, os dias passam, os
meses vão se somando entre risos, alegrias, tristezas,
e realizações, até completar seu circulo por inteiro.
O ano renasce, nos trazendo novas esperanças, novos
sonhos, novos ideais, novas amizades.
Mas se a saudade apertar nesse meio tempo.
Vasculhamos a nossa mente, e lá estará ele!
Como um lindo álbum de fotos de todas as épocas vividas.
Algumas um tanto amareladas pelo tempo, outras quase
esquecidas.
Algumas dessas lembranças nos fazem sorrir, outras nos
fazem chorar.
Final de Ano...
Momento de repensar a vida, mudar o rumo da estrada
enquanto estamos no começo dela.
Ultrapassar as barreiras, contornar os buracos, plantar
flores entre as pedras e cultivar a esperança.
Vislumbrar um novo amanhecer, onde cada gota de orvalho
é um pingo de vida.
E aproveitar o máximo cada dia desse Ano Novo, pois o tempo
não pára, segue adinte, sendo assim, logo mais teremos que
dizer-lhe adeus também!!!
Quem sonha, quem teima,
quem vive sofrendo de amor
e quem morre vivendo de amar....
Ama, quem diz:
Precisamos muito conversar,
e quem é capaz de perder tempo
muito tempo, com a mais útil,
das inutilidades e pensar no ser amado,
degustar cada momento vivido...
E recordar palavras, fotos e carícias
com uma vontade doida de
estourar o tempo e
embebedar-se de flores astrais!!!
Estou escrevendo esta carta para dizer que nunca te encontrei. Eu nunca estive onde você estava, onde você esteve. Minha margem era sempre o fundo do rio. Você insistia em voar de asa delta.
Ontem sentei novamente na ponta daquele quebra-mar. Lembrei das tantas vezes em que tudo era saber você. Lembra do universo que era meu corpo? Está implodindo, toda aquela escuridão de beleza, de prazer, de intimidade, está indo embora. Meu corpo (e isso é algo que me deixa triste) está voltando a ter a cor de sempre. Mas essa, essa cor não fica para sempre e você também não vai ficar.
Estou escrevendo esta carta porque o tempo é inevitável. Esta carta foi feita para ser perdida dentro de um livro esquecido na estante, para ser roída pela traça mais gordinha que a sua biblioteca tiver, para ser encontrada por escanfandristas (Ah! Chico Buarque...) quando o dilúvio vier e o sertão virar mar. Esta é uma carta feita para ser desfeita.
Ontem foi ontem novamente e eu lembrei de você pela penúltima vez. A última ainda está por vir, e não é essa. Ontem foi ontem, mas a minha sede, que você imbecilmente ignora, é de apenas um hoje feliz. É de um carinho que retorne para mim como o protetor solar espalhado nas suas costas. Eu também quero me proteger do sol. Quero que me protejam.
Estou escrevendo esta carta porque não paguei o telefone, esqueci dos prazos esperando que as nuvens refizessem a imagem do seu rosto. Estou escrevendo esta carta porque você não atende o telefone. Estou escrevendo esta carta molhado da chuva que tomei no orelhão.
Ontem ficará para trás, mas enquanto isso eu deixo esse dia ecoar no meu albúm de fotos imaginário. Irá diminuir, diminuir, passará de poster de 3 folhas, frente e verso, para uma fotografia 3 x4 no canto inferior esquerdo da página ímpar. Vai ser preciso separar com cuidado as folhas para não arrancar seu rosto dali. Enquanto isso, ocupe o espaço que quiser.
Estou escrevendo esta carta porque você não quer. Estou escrevendo esta carta porque não sei onde você está.
O caminho de ferro de São Vicente
Está muito fortemente delineado
Na imagem sem trilhos dos dormentes
De madeira a muito na areia fixados
E que deixaram no leito marcado
Seu trajeto e mesmo que se tente
Disfarçar de onde foram retirados
Eles aparecem muito latentes
Nas fotos aéreas e no solo escarpado
Dos morros pelos quais passava rente
Às rochas e no túnel escavado
Na divisa das cidades proeminentes,
Passando então o túnel a ser chamado
De ”José Menino”. Ida a São Vicente.
(DIRCEU MARCELINO)
“VIAGEM DE TREM”
Lá vem a Maria Fumaça...
Trazendo e levando saudades...
Por onde ela passa!!!
Por toda a composição...
Esta espalhada à esperança...
Em muitos corações!!!
Lá vem o trem de ferro...
Carregado de sonhos...
De sentimentos sinceros!!!
Na beira das estações..
Tem crianças brincando...
Se enchendo de ilusões!!!
No apito do trem amigo...
A cabeça viaja...
Num grito contido!!!
O amor, que ainda não voltou...
É esperado na rampa, com todo fervor!!!
Lá vem a Maria Fumaça...
Trazendo a alegria...
Por onde ela passa!!!
Chuck,chuck, chuck, lá vem a Maria Fumaça,...
Espalhando noticias por onde ela passa!!!
(Viajar de trem faz parte do imaginário de toda criança...
Portanto permaneçamos criança enquanto durar nossas vidas...
Porque na vida de cada criança, não pode faltar esperança...
E nem uma viagem de trem!!!)
Certa vez em enorme sala estavam vários vendedores
Pretendiam vender para o magnata rei do aço dos E.U.A.
O empresário não era bem quisto, e dele se falava horrores
Sua fama era de que ninguém ocuparia muito do seu tempo
O vendedor que com ele ficasse mais que dois minutos
Tinha motivos para muito se gabar, e sair com muito alento
Entre eles estava um jovem, que indagado sobre o que vendia
Disse carvão, que nas indústrias do magnata muito era usado
Gargalhadas ecoaram como um céu tonado
Disseram lhe atreve se a concorrer com a empresa que já o cedia?
O jovem disse deixa eu primeiro entrar e verão que uma hora com ele vou ficar
O rapaz duas horas depois estava de volta, com bloco de pedido repleto
Incrédulos os demais indagaram, como conseguistes tal intento?
Humilde o moço diz entrei na sala, ele nem para mim olhou
Mas quando eu lhe disse que o admirava e me sentia honrado
Por estar ao lado do homem que um império construiu
Ao perguntar como ele tinha conseguido brilhantemente tudo aquilo
Ele passou a me mostrar por uma hora meia às fotos de sua trajetória
A outra meia hora fizemos um contrato de compra mensal de carvão
Amigos se um poderoso magnata se curva diante de um elogio sincero
Que dizer de nos?O elogio abre portas incentiva, da razoes para se viver.Salva vidas.
Voltei e encontrei tudo como deixei
Desde a primeira vez que eu te vi
Quando a razão perdi
Chorei ao ver as fotos ao lado da cama
Ao ver as cinzas do que era chama
Ao ver as rosas pisadas na grama
Mas eu vou tentar apagar
Vou tentar não lembrar
Dos dias que passei ao lado teu
Pensando que teu coração era meu
Chamando de eterno o finito
Enganado pela luz do teu sorriso
Mas eu vou tentar caminhar
Vou tentar disfarçar
Vou tentar ser natural
Dar um oi e um tchau
Como se teu amor não fosse o meu mal
Vou tentar esquecer
O quanto eu amo você