Fome

Foto de Jósley D Mattos

QUANTO

O NÓS, É MEU QUANDO...
TEU AFAGO MEU ABRIGO
TEU RESPIRAR OFEGANTE DE DESEJO, SUSSURA MINHA ESSENCIA... TEU CORPO CÁLICE ONDE TRANSBORDA O NECTAR PECAMINOSO DA MINHA LIBIDO
...TEU QUNTO, MINHA EXISTENCIA...
TEU CORPO-FONTE DE EPIDERME PLUMBEA...TEU BEIJO, MEU PALADAR... E NO DESERTO DE MIM TU ES A SEDE, FOME QUE ME DEVORA NA DEMORA DE TE ESERAR...

Foto de CarolComPoesia

TEU AMOR

O teu amor vem me encontrar todas as manhãs
acorda-me de um sono de estrelas,
acende meu dia em contentamento,
acalenta-me alma, peito e corpo
e depois alimenta-me as horas,
aquece as sensações que afloram de súbito
e resfriam o dia.

Pois o teu amor não se achega sem motivos
vem tirar o incômodo das horas passantes
e fazer o peito como antes, adolescente,
sorri para mim e nem questiona meus quereres
chega-me de um jeito impetuoso, o teu amor

alicia a alma, abocanha o corpo e poesia
contenta-me em sorrisos à toa,
enfeita minhas tardes de terças enfadonhas,
navega em calmaria, em sintonia,
conhece minhas verdades todas
e aceita-as na medida certa de cada uma

O teu amor não é coisa pouca,
ou coisa alguma, é o desprazer de senti-lo longe,
o querer constante e a vontade de um peito delirante
que tem sede e fome da presença, e geme
por saudades ocasionais, quando solidões surgem
sem explicações e urgem por esse amor

O teu amor,
ah! O teu amor!

(Carol)

Foto de Homem Martinho

SORRIR

SORRIR

Andando a passear pela rua
Vi uma criança que chorava,
Estava seminua
Um estado de fraqueza aparentava.
Estendi-lhe a minha mão
Pareceu-me vê-la sorrir
E, abrindo seu coração,
Disse que, comigo, queria ir.
Perguntei-lhe qual a razão
Daquele seu chorar,
Olhou-me cheia de emoção
E disse:
“Ninguém me quer amar”.

Afaguei suavemente sua mão,
Notei que começava a sorrir,
Abrindo de novo seu coração
Disse que comigo queria ir,
Encostou sua face à minha
E, por entre sussurros e ais,
Disse-me que vivia sozinha,
Com fome, sem saber dos pais.
Acariciei a sua mão
Vi um brilho a desflorar
Cravou o olhar no chão
E disse:
“Tu me queres amar?”

Fazia frio mas senti calor
Demos as mãos e lado a lado
Nos pusemos a caminhar
Compreendi que bastava amor
Para um petiz abandonado
Poder voltar a sonhar.
Notou, em mim, inquietação
Pediu que não a abandonasse
Apertei a sua mão
E pedi-lhe que não chorasse
Olhou-me a sorrir
Tinha um sorriso de encantar
Perguntei se comigo queria ir,
Sentia-me feliz:
“Eu tinha alguém a quem amar”

Francisco Ferreira D’Homem Martinho
2007/04/19

Foto de Carmen Lúcia

Amantes

Te quero...És a overdose desse amor viciado,
Que sacia o sangue e deixa mal acostumado,
Te quero...És o alimento de que mais preciso,
Que me mata a fome e me revigora.
Te quero...Como amante,mais que antes,como agora...
Te quero...És da fonte a água pura
Que mata a sede,lava a alma e me mostra nua.
Te quero...com a mesma ânsia louca
De quem anseia loucamente o paraíso,
Te quero...por esse teu sorriso...
Te quero...E por te querer existo.
Bem conheces minha transparência,
Tu provaste e aprovaste a minha essência
E ainda me vês com ar de inocência
Que me abrasa e arrebata com eloqüência.
Te quero...pra poder continuar sendo...
Te tendo...eis a razão de estar vivendo.
Amante...meu serás pra todo o sempre,
Amante...serei tua eternamente...
Amantes...INEVITAVELMENTE!

Foto de Enise

Fuga

.

Fugi do peso da terra batida
Da dureza da rocha fundida
Dos meus pensamentos

Escapei das garras da fome
De um cárcere sem nome
Para sonhar

Escalei um céu passo a passo
Busquei paz no limite do espaço
Para planar

Esculpi um balé invisível
Tracei rumo quase impossível
Para voar...

E voei...

Copyright 2007 by Enise
Todos os direitos reservados a autora

Foto de Sirlei Passolongo

A Saudade do Caipira

Seu moço
Eu vim da roça
Lá deixei minha palhoça
Esposa em estado de graça
E cinco filhos pra criá

Deixei uma vaca no pasto
Quase sem leite nas tetas
Uns pezinhos de mandioca
Que a seca não deixou vingá

Antes de sair de lá
Comprei sarilho pro poço
Esperança da água de novo
Quem sabe nele brotá.

Lá, deixei meu violão
Um papagaio espoleta
E tudo que pus na maleta
Foi à esperança de vortá

Aqui na cidade grande
A solidão me invade
Quase morro de saudade
Vendo ano a ano passá

Sem saber da minha terra
Se meus filhos já são homens
Ou se morreram de fome
E minha mulher como tá?

Não sou homem de leitura
Paguei pra escrever as linhas
E sem resposta alguma
Minha esperança definha.

Seu moço
Essa minha história
Já se foram vinte anos
e eu nesse desengano
Sem nunca vortá pra lá.
Mas a fé em Padrim Ciço
Não me deixa desanimá.
(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora.

Foto de Enise

Talvez

na suavidade de uma noite cálida
talvez eu não seja a brisa que bate no teu rosto

na fragilidade de uma emoção amorfa
talvez eu não seja o balanço que lhe embale

na frivolidade de uma brincadeira séria
talvez eu não seja a matéria que lhe cabe

na imoralidade do teu pensamento
talvez eu não seja o horizonte para teu caminhar lento

na insinceridade de teus gestos e palavras
talvez eu seja a fonte do teu desapontamento

na impermeabilidade da tua alma
talvez eu não seja a tua fome do momento

na impossibilidade de uma simples doçura
talvez eu não seja a tua doce aventura

na imortalidade da tua débil loucura
talvez eu não seja quem você procura...

Copyright 2007 by Enise
Todos os direitos reservados a autora

Foto de Neryde

Reflexão....

No caminho para o trabalho observo,
a paisagem, as pessoas.....
Todas indo de um lado pro outro,
sem nem se olhar,muito menos se falar.

Algumas seguem apressadas,
outras à passear, caminhar...
Pessoas sorrindo,conversando
e outras, às vezes chorando.

Umas seguem sozinhas com sorriso na face
e outras pensativas com olhar triste.
Enquanto umas carregam um ar de alegria,
porque algumas estão tão sérias?

O que pensam essas pessoas?

Pensam em quanto o mundo é injusto,
poucos com tanto, tantos sem nada.
Quanta exploração feita por nós próprios,
à nossos semelhantes!

Nada justifica sermos
tão mesquinhos...
Causarmo-nos tantos infortúnios,
se na essência somos iguais!

Biologicamente nascemos e morremos,
renovamos o ciclo da vida.
Sofremos por sentimentos e dores,
comuns nas diversas etapas da vida.

Acredito e imagino uma terra
com menos avareza,
os homens irmanados lutando
pela busca da paz!

Unidos contra inimigos comuns
como a fome, a doença ,a dor
e outros tantos sofrimentos,
preconceitos e conceitos.

É imcompreensível que se perca
tanto tempo,dinheiro e "tecnologia"
na fabricação de armas químicas,
biológicas que só causam à morte.

A evolução tecnológica,
em busca do bem estar
que alcança alguns,privilegia outros.
E o bem comum,ainda fica a desejar...

Na minha opinião ainda somos,
o homem dos primórdios,
nos dias atuais , em relação
aos direitos universais...

Privilegiamos a guerra,a manipulação,
a escravidão que ainda impera.
Pela força do poder do dinheiro,até então
mal necessário para nossa sobrevivência.

Nossa política corrupta é quem detém,
o poder do dinheiro que influi no destino,
de cada um de nós em particular
e no de nós todos, no conjunto.

Quanto mal ainda causará o domínio,
desta minoria corrupta e injusta
a esta maioria submissa e reclusa?

Deus foi nosso criador, mas não será
interventor do nosso "destino".
Somos nós maioria submissa,que devemos
resolver nossos problemas familiares.

Portanto numa grande dimensão,
caminhemos nós então!

Foto de Dâmaris Andrade

Sentimento Oculto

Se eu pudesse...
Te declararia a enorme importancia que tens em minha vida.
Mas eu não consigo.Sinto-me timída,nervosa,medrosa,meu coração acelera a mil só em me imaginar dizendo a enorme falta que tenho d eti.
Sede dos teus beijos,ância da tua presença,saudade daquilo que ainda não provei.
Fome em te querer,te ver,te ter,te abraçar,te beijar,te sentir,te gostar,te amar...
Mas clamo!!!
Desvia de mim os teus olhos porque eles me dominam.Me faz ver o quão és desejável...
Faz meus neurônios transitarem na contramão,me levando ao lero,fazendo meu espírito tremer de amor...
Perdoe-me meu amor!
Mas não consigo!
Até chegar o dia.
Mas não acorde esta chama que veste minha alma.
não desperte meu amor.
Até chegar o dia!

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Foto de Ge Fazio

Mãe Natureza

Reverencio a Terra que me abriga
Que tal qual a mãe faz em seu útero...
Acolhendo, alimentando as sementes
E formando vidas...

Sou, filha da terra... Sou chão,
Sou rocha e deixo cravado
Em meu peito o amor verde esperança
Das matas que oxigenam o mundo.

Banho-me com águas cristalinas
Puras em gotas ou caindo em cachoeiras e
Que brotam da terra santa
Num pequenino olho d’água.

Cantam os pássaros que em revoada fazem
A sua dança Sobre os campos abertos
A procura da árvore... Do abrigo.
Da seiva que alimenta suas crias.

Reverencio ao homem do campo que acaricia
A terra fazendo brotar o alimento
Que faz saciar a fome, a sede, de um povo que
Por vezes que silencia a defesa da terra.

Reverencio a Terra que me abriga!

Ge Fazio

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