Folhas

Foto de Jhessyca Lima

Amor Escondido

Me escondo no tempo...
me escondo de você e dos seus encantos,
destes teus gestos loucos
e de tua maneira banal de me seduzir...
Mas é só por um momento,
é só porque teu olhar rouba minhas palavras,
que na sua ausência
voltam a dançar no papel...
É só porque eu te amo...

E mais uma vez eu estarei aqui
rabiscando minhas tristes folhas
deixando nelas a história de um solitário amor
que se perde nas entrelinhas
de um papel outora vazio
e que agora abriga palavras
de um grande sentimento
impedido de ser manifesto,
e que se esconde
diante da beleza desse teu olhar...

Foto de Maria Flor e Rabiscos

Reflexo...

Reflexo...

O sol surge desfazendo a névoa gelada da noite.
Uma orquestra de pássaros homenageia o dia.
As águas serenas do lago refletem minha imagem.
A imagem constatada, lembra uma exposição antiga
de quadros, molduras, estátuas...
e uma felicidade incontida...

O toque de mãos,
o encontro de olhares furtivos,
de outras épocas,
mistura-se um doce perfume de outono...

Folhas secas sopradas pela brisa,
prenuncio de inverno...
Beijos roubados, sugados,
lábios se encontrando,
néctar pra alma,
pra minha alma...

No silêncio da manhã,
a solidão acompanha a saudade.
A lembrança de você...

Doces lembranças...
...Aconchego da alma...

Deixo-me levar ao sabor da saudade
entre flores invernais, e no orvalho que
se derrama no solo, deixo que minhas
lágrimas lavem minha alma – acalme.

E uma voz distante, vem dizer
- o amor se acomoda, mas deixa
como herança lindas lembranças...

A brisa da manhã ondula as águas serenas,
desfaz meu reflexo.

E na solidão da manhã, fico só com
minhas recordações...
doces lembranças de você.

Foto de Carmen Lúcia

"Prima Vera"

O inverno se foi...
Levando sentimentos frios.
O sol despontou...
Acariciando folhas caídas
Que ganharam nova vida...
Ressuscitando pétalas mortas, vencidas.
Um suave aroma é soprado pela brisa
Que se espalha no ar feito canção, feito fusão
De essência de alfazema, lavanda, almíscar...

Borboletas desfilam suas cores
E disputam flores com os beija-flores...
Rastros verdejantes, o matiz das cores
Invadindo campos, despertando amores...
Abro a janela!Tão bela!É ela!
Veio com a primavera...
Como a primavera...
Minha prima Vera!
Exalando olores, toda a exuberância,
Porte e elegância, dignos da estação!
É ela!Tão bela!
Veio com a primavera!
...Minha
......prima
.........Vera!

Foto de Fernanda Queiroz

Qual estação?

Qual estação?
Que me deixastes?
Em qual das estações perfurastes meu peito
Ou em qual foi que me abandonastes?
Meu corpo esquecido e inerte
Não sabe dizer se é inverno
Pois o tremor de antes habita o agora
Sem que eu saiba do tempo ou da hora.
Ou seria o verão?
Que nem a calma agita
Nem o vermelho em profusão
Que trás a brisa suave
Em forma de rendição
Mas não!
Se o meu corpo transpira
É de pura insolação
Que aloja minha solidão
A procura de outra estação.
Quem me dera que a primavera
Despontasse meu mundo colorido
E provar que poderia ter sido
Tudo que a gente espera
Da beleza da estação
Mas você pintou de cinza
Por onde podia passar
E depois deixou o verde
Talvez para fazer sonhar.
E quem sabe ao outono chegar
E este poder declarar
O que eu tenho que enxergar
Que mesmo sem folhas mortas
A realidade é imposta
Tal qual este meu abrigo
Que totalmente indefinido
Não me dá nenhuma razão
Para acreditar que me deixou
Qualquer de uma estação.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados.

Foto de Sirlei Passolongo

Fera Faminta

As folhas, fagulhas, fadigas

As folhas dos anos
Fagulhas da vida
Nas folhas do tempo
Fadigas de amor

A fera, a fuga,

A fera dos medos
A fuga dos sonhos
Nas folhas dos dias
Fagulhas feridas
Fadigas do sonhador

A filha...

A filha das folhas,
Da fera dos medos
Fagulhas nos fios
Na fera que há em mim

Faminta de amor.

(Sirlei L. Passolongo)
.

Foto de Sonia Delsin

TRÊS COQUEIROS

TRÊS COQUEIROS

Tão enfileirados.
Na saudade uns olhos guardados.
Meu olhar nos coqueiros.
O vento nas folhas.
Os cachos dependurados.
Tantos sonhos sonhados.
Tantos sonhos não realizados.
Tantos choros derrubados.
Coqueiros...
A história é longa.
E a vida é tão breve.
Passa tão de leve...
Pai, saudade.
Do teu colo uma enorme vontade.

Foto de Soninha Porto

VERSO CALADO

Os meus verdes, hoje, dançam assanhados,
gotas de chuvas penduram-se nos varais,
os brincos vermelhos fazem-lhes agrados,
buquês fartos, folhas e flores nada mais.

Este bailado que ora me inflama,
seduz tolas rimas das minhas lembranças,
sempre Amor na boca da triste dama,
misterioso amar que a alma reclama.

Não é preciso falar tudo o que penso,
nestes leves traços encontras o meu eu,
perdido, somente contigo renasceu.

Vou calar, não deves saber tudo de mim,
entrego escondido o verso que trai,
À névoa suave que cai... no meu jardim.

Foto de Marta Peres

Luar

Claro luar,
enche meu coração de luz, aquece-o
como aquece a terra
pelo menos uma miragem
dos teus raios...
e me faz feliz.
O vento bate nas folhas
das palmeiras e dor secreta
sinto n'alma
vejo sombra de luz,
sinto o horror da noite,
que é o perfeito acorde
de minha solidão.

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Frescor da Manhã

A manhã surge lenta e suave,
Há pelo ar uns frêmitos de festa...
Florescem lírios, desabrocham rosas,
E a vida, em tudo, a rir, se mainifesta.

O disco sanguíneo do sol,
escalando pachorrentamente
o horizonte, não chegara ainda
à altura de um cavalo.

O céu, puro e sereno,
é todo inteiro azul
a brisa não acoita
as folhas das árvores
Daqui da janela tudo vejo
e me delicio no frescor
dos seus braços.

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Desalento

Envelheci nestes poucos dias em que Júlia esteve aqui.
Ela chegou e trouxe em suas mãos o sofrimento que transbordou em minha alma,
Fez de minhas alegrias puras tristezas,
Queria que fossem folhas para serem levadas com o vento...
Foram tardes cinzentas e silenciosas
não quero que retornem ao meu coração...
Não quero ser sombra projetada
nem viver fascinada pelas loucuras da poeta,
quero canto de pássaros na janela
e água fresca tirada da gamela.
Quero de novo deitar-me no chão
e sobre folhas secas, caídas de árvores,
sentir as mãos frias no rosto
mas ainda a sombra é triste
e louca...

Marta Peres

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