Fogueiras

Foto de Maria silvania dos santos

Serenata!

Serenata!

_ Histórias dos antigos, experiência vivida, palavras, de verdadeiros amigos...
Em noites fria, lua clarear, fogueiras no terreiro, sanfona oito baixo a tocar, familias unidas cantando, não era pra ninguém ficar chorando...
Frango frito vinha no grito, do lado a pinguinha já estava no lito.
Festinha nos ranchinho tempo que ninguém sentia sozinho...
A criançada, com suas brincadeiras a brilhar, é que o tempo não podia parar...
Na saida de volta para casa, oito baixo nas estradas tocando, os pinguço ia cantando e a próxima festinha a combinando, quando nada combinado, o tempo não podia ficar parado, sem duvida a serenata em algum lugar seria tocada, no fim, tudo acabava animado...
Hoje sinto saudade, do tempo que não volta mais, as crianças deixarão de ser crianças, de bonecas e carinhos não quer mais brincar, só pensão em namorar...
O espaço da humildade e união, o dinheiro fez confusão, já não existe mais tempo para verdadeiros amigos prosear, sempre dizemos que temos que trabalhar...
Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Zami

Paixão

O sol queima lá fora

Meus neurônios sofrem por te esperar
O calor do meu corpo pinga prazer
Ao lembrar dos teus beijos

O brilho do sol energiza minha mente
E tudo fica claro
Invade-me o desejo da paixão
Correndo nas veias como feixe de luz
Tornando-me vigorosa

Amo amar
Amar com vigor
Sem temer fogueiras
Com olhos abertos
Viver é melhor que sonhar

Foto de Marilene Anacleto

Escrevo para Dizer que Te Amo

O tempo passa, nossa alma se ilumina.

Estrelas colhidas na noite,
Fagulhas a voar das fogueiras,
Picos de ondas, antes da quebrança,
Espuma do mar na areia espraiada
Suntuosamente vividas nesses tempos
Em que nossas mãos deslizavam
Nas faces, nas costas, nos corpos,
Brilham hoje em nossas almas.

Carrega sementes, teu olhar florido,
Da calmante flor de laranjeira.
Tuas mãos são suave afago
Feito a nota sublime de uma lira,
Cujo toque, a alma suspira
E imprime, ainda, calor à vida.

Quero dizer que te amo.
A imagem do corpo perfeito
Perdura ainda na leve memória.
Hoje, o rosto com rugas
Ainda mais e mais amado,
Completa nossa bela história.
Transpassa a alma sem rusgas
Colhida em anos de dedicação
A mim, às flores e a tantos mais,
Na prática constante da paciência,
A ciência de Deus, a ciência da paz.

Quando tivermos de partir
Para o mundo dos sonhos,
Rodeados de serafins,
Flores vão exalar perfumes,
Pássaros vão ecoar seus cantos,
E, à noite, grilos farão serenata.

Nossa alma colherá o desejo
Feito na antiga e estreita rua,
Naquele primeiro beijo
À luz da suprema lua:
Que alma eterna seguisse
Repleta de iluminuras,
Isenta de medos e lamúrias
Cheias de perdões ornamentados
Alma sem qualquer lágrima,
Cisnes a elevar-se aos céus
Com pálidos reflexos no lago.

Nada me entristece.
Bem fadado o dia que te conheci.
Naquele instante sussurrava uma prece
Que seria para ti, o que serias para mim.

Os momentos de volúpias,
Beijos ardentes, corpos elétricos,
Seguirão conosco vidas afora.
Não haverá saudade imorredoura.
Vivemos plenamente todas as fases.
Do amanhecer ao anoitecer,
Do surgir da lua e das estrelas,
Ao deslumbre do sol após a aurora.

Só quero dizer que te admiro e te amo.

Foto de Marilene Anacleto

Fala-me só de Amor

Em um momento de perda, não há quem não precise de colo.
Por favor, não me abandone agora!

Fala-me só do amor, mas não dos anunciados
Em meio a bebidas alcoólicas.

Nem daqueles traduzidos em suores e gemidos
Pela nossa brutal mídia.

Ou daqueles que traduzem o sagrado e manso amor
Por gosto de carne e suor.

Peço-te: fala-me só de amor, do amor dos voos dos cisnes
Que nos elevam deste mundo triste.

Daqueles de barcarolas, cujos amantes nos prendem
No instante, na lentidão dos remos.

No encontro com teus braços, acolhe-me nesta ternura tua,
Tu, que conheces minha alma nua.

Tua alma, presença sagrada, traz o beijo doce, num estalo,
A me acordar de um pesadelo.

Fala-me mais! Fala de amor! Há um mundo tão descrente
Pululando ao nosso redor.

“Senti tua ausência, querida! Nas caminhadas dos dias,
Nas noites, dos balanceios.

Nas chuvas de diamantes, nas fogueiras flamejantes,
Do teu amar, ungido de beijos.”

Este teu amor tão doce, de céu puro, intenso azul,
Que o mundo de hoje desconhece,

Traz-me a leveza das nuvens, esvoaçantes pétalas de rosa,
De um dia claro de sol.

Feito a alma que se foi, a tocar no firmamento
Sem dor, sem corpo, sem doença.

Foto de janie

TEMPO BOM QUE NÃO VOLTA MAIS!

saudades da minha infância!
Meu tempo de adolescência!
tempo duro, sem regalias...
Mas que os vivi com alegria!

Saudades da amada escola
Onde hasteava a bandeira!
cantando o hino nacional...
Foi que aprendi a letra inteira!

Saudades de uma harmonia
De quando família se unia!
Filhos, netos e afilhados...
Aos mais velhos obedecia!

Saudades da casa simples
antigo piso de madeira!
se polia com um escovão!
Não tinha luz, nem enceradeira!

Saudades da penumbra...
da luz de um lampião!
Saudades do cheirinho bom
Da mamãe assando pão!

Saudades das luas cheias
Saudade das nossas fogueiras!
das modas dos violeiros...
Da sanfona e dos pandeiros!

Saudade de escalar arvores
Supondo que o céu tocaria!
E quanto mais alto subia...
Mais sonhava e me iludia!

Saudades da capelinha...
Tão longe de casa ficava!
Saudade da mestra Aninha...
Com paciência me ensinava!

Saudade da era dance!
Que eu dançava até ficar torta!
"Dos embalos de sábado à noite"...
Olivia Newton e John Travolta!

Saudades do samba rock!
Das rodas de samba e saia rodada!
Saudade das travessuras...
Saudade até das chineladas!

Saudades lá da represa...
Dos banhos de água gelada!
Do meu medo de atravessar
Uma pinguela que balançava!

Saudades da água de poço
Não tínhamos água encanada!
Conseguiamos com o sarilho...
E um balde na corda amarrada!

Saudades daquele tempo...
tão bom que não volta mais!
Não se usava fechar as portas...
mesmo assim se dormia em paz!

Foto de Marilene Anacleto

Uma garrafa. Uma fotografia. Um poema.

Preparei uma carta
Para enviar ao amado
Já fazia muito tempo
Que não estava ao meu lado.

Junto, uma fotografia
Emoldurada em sorriso
Para que ele lembrasse
Que eu sou seu paraíso.

‘Vem de novo ser feliz,
Não deixe passar a idade.
Conheço bem teu querer,
A nossa felicidade.

Juntos, criamos outro eu
Cheio de luz e calor,
Feito anjo de uma asa.
Só vamos chegar ao céu
Se estivermos os dois.

O mar é nosso amigo
Desde sempre, a vida inteira.
E nos traz a brisa fresca
E o calor das fogueiras.

Sabes bem que esta foto
Não diz tudo que eu sou
Mas sabes ler minha alma
Pelo olhar que te dou.

E sabes ler a alegria
Indiscreta nos olhos descrita
Só tu conheces meu beijo
Implícito no largo sorriso.

Vem querido me buscar
Navegaremos no teu céu
Entre gotas de suor, pulular
Na dança do nascer do sol.’

Coloquei em uma garrafa,
Entreguei a um velho pescador.
A barca avançou no mar
E o meu amor a encontrou.

Foto de Marilene Anacleto

Alegria das Fogueiras Ciganas

Alegria das fogueiras
Nas noites de lua cheia.
Adultos, jovens senhoras,
Crianças em brincadeiras.

Depois a Dança da Luz,
De todas as almas faceiras.
Nossos corações se abraçam
Em torno da incandescência.

Todos fazem seu melhor,
Manifestam seu Divino,
De cada alma, a Essência,
No som mais que cristalino.

Guitarra em solo vai às nuvens,
Cada corpo em seu pulsar,
Não há quem contenha a emoção.
E os pés, em frenesi, a acompanhar.

O fogo dança em coloridas chamas,
O corpo esparge seu prazer e cor,
Recebe a alegria, e o viver com vontade,
Libera possíveis tristezas e alguma dor.

Se há corações partidos, lá se vão,
Num misto de nuvens e flores.
Almas abraçam esperanças,
Unem-se ao compartir sentimentos
E a dispensar o que pesa nas lembranças.

Em volta da fogueira, muita luz,
Muita leveza, muita paz,
Acende o pulsar de corações
Das Almas Gêmeas que estão a bailar.

Marilene Anacleto
5 de janeiro de 2008

Foto de KAUE DUARTE

o vento

Aconchegante vem de leve
Brisa da manha esplendorosa
Devagar desarruma meus cabelos
Com leveza vai ao longe
E torna a arrepiar a pele
Concentrada de grandes massas
Balança a poeira e leva a semente
Em busca da terra fecunda
Vai, volta torna a rodear
chacoalhando os pomares
derrubando as folhas secas
balbuciando em assovios
pondo a reinar em meio a todas as coisas
com certeza é ela que traz as chuvas
que de longe se vem derramar
derruba os frutos a quem os deseja
retira o calor da alma cansada
e Põe-se a desejar
com fagulhas faz fogueiras
alastra as chamas por onde sopras
vem poderoso, impetuoso
o mesmo que refresca o corpo
derruba casas e barreiras
te peço, vem como brisa e acalenta o tempo
vem formoso vento...............(kauê Jessé)

Foto de Paulo Gondim

Pensar em ti

PENSAR EM TI
Paulo Gondim
11/02/2010

Não estou a reacender fogueiras. Estão vivas!
Só quero desfrutar esse momento lindo de minha vida.
Um momento só meu, no segredo de minha alma tão dura
Acostumada à frieza do viver só, esta simples criatura.
E, como anjo, agasalho-te nas asas de minha imaginação.
Serei teu guia, tua luz, teu querubim na minha proteção.
Ficarei assim, como vigia, de longe, como fêmea que olha a cria
Seguirei em segredo todos os teus passos
Abrirei veredas, retirarei embaraços
Para te ver passar livre
Sorrindo a cada novo momento
Na beleza desse encantamento
Que é meu pensar em ti

Foto de Henrique Fernandes

SANGRAR DA ALMA

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Uno as palavras que pertencem sábias
ao vapor dos meus desejos chocalhados
numa torre de energia no meu interior,
que segura solitário o equilíbrio
da minha mente silenciosamente recolhida,
nas alcunhas que dão nome à minha face fria,
enquanto uma tristeza muda me atira
para uma nuvem de tormenta na montanha,
recebendo de pé o sangrar da alma
diante do arco-íris quebrado pelo murmurar
de uma lágrima que derrama sombras de lama,
vergando severamente a lei da minha vida.

Contemplo a luz do dia numa renovação
da esperança distorcida nos meus braços,
tomando um lugar derrubado por recordações
isoladas nas ruínas de um sorriso perturbado,
por tentações que me torturam de frente
para o sol poente aguardando o ajoelhar da noite
sobre uma rude pintura de solidão.

Rendido às razões
que destroem a minha inocência remendo o tempo,
ferido pelos ventos que não me sopram sorte
e regresso ao caminho onde as fogueiras
queimam os medos ouvindo o diluvio da voz
que cita o meu rumo.

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