Fingimento

Foto de Gideon

Finjo

Finjo que sou eu,
Que sou forte,
Que sou interessante,
Que sei das coisas
Que valo a pena...

Finjo que sei olhar,
Que sei falar e elogiar,
Que sei viver
Que tenho algo a dizer...

Finjo que sou religioso
Que sei dirigir
Que sei sorrir
Que sei o que sei…

Finjo que quero viver
Que quero vencer
Que vou vencer
Que preciso vencer...

Finjo que sou magro,
Que sou bonito
Que sou interessante
Que acredito em você…

Finjo que tenho família
Que tenho amigos
Que já fui amado
Que serei amado
Que serei magoado

Finjo que amo a Deus
Que amo a mim
Que amo ao próximo
Que amo o amor
Que amo a dor…

Finjo que viverei
Que um dia, serei
Que serei o que serei
Que vou viver o que serei..

Mas, de fingimento vou vivendo
Vendo o tempo correndo
Sem direção me movendo..
Até, quem sabe…
Um dia fingir que vivi..
E então, por fim

fingir que morri…

Foto de DeusaII

A cidade acorda

A cidade acorda sob o céu estrelado,
Luzes cintilam por todo o lado,
Sob uma noite descoberta,
Num lugar onde a realidade e a fantasia se confundem.
Onde a magia, opera os seus pequenos milagres.
A cidade desperta...
Sob o riso das pessoas
Que deixam-se levar,
Por este lugar mágico
Onde todos os sonhos ganham asas
E todas as esperanças renascem
E mantêm-se vivas, na alma das pessoas.
Não há desilusão...
Apenas ilusão do que querem viver,
Mesmo que por fingimento.
A vida torna-se suportável
E merecida de ser vivida...
Mesmo que por breves momentos apenas.
A cidade acorda... sob a luz da lua,
Para voltar a adormecer... assim que amanhece!

Foto de Peter

O jogo

O amor esse sentimento
Tão cheio de contentamento
Como de desilusão
Perdido na paixão
Por vezes o coração
Esquece a sua razão
Perdido no mundo da fantasia
Acaba na melancolia
Restando apenas a recordação
Rastejando na solidão
Alguém acaba sempre por lhe dar a mão
Volta o amor
Entre a alegria e a dor
O coracão dança
Neste ritmo que ninguém alcança

Ninguém pode parar o sentimento
Não é fingimento
É puro e verdadeiro
Por vezes desordeiro
Mas sempre aclamado
Por outro coração amado

Neste jogo ninguém tem a última cartada
Os jogadores desconhecem a última jogada
Entre um cruzamento de olhares
O coração nunca acerta nos pares
O trunfo está sempre esquecido
E nunca ninguém é vencido

Tão estranho este jogo
Tão facíl caír no engodo
É assim o amor
Esse sentimento que causa dor
Mas provoca a maior felecidade
Que de tal intensidade
Faz desaparecer toda a infelicidade

Não há sexo ou idade
Apenas amar
Apenas chorar
Para depois sorrir
Quando se volta a sentir

No jogo do amor
Não há prededor
Não há vencedor
Por vezes pode haver um conquistador
Por outras um aniquilador
Mas qual seja a personagem
Fica a mensagem
O coração que tanto bate
Não há ninguém que o mate
Porque quando o deixar-me de o sentir
Aí deixare-mos de existir

Dar amor
Para depois receber dor
Que importa
O sentimento suporta
Viver nessa paixão
Deixar viver o coração
É a cura desse mal
Que chega a ser imortal

Foto de annytha

Só há uma verdade!

NADA É VERDADE!

Não é verdade que tudo acabou;
Não é verdade que já não penso em ti como antes;
Não é verdade que não te amo mais;
Não é verdade que os teus carinhos já não me dizem mais nada;
Não é verdade que já não sinto a tua falta;
Não é verdade que os teus beijos já não me causam arrepios;
Não é verdade que os meus gemidos eram puro fingimento na hora do amor;
Não é verdade que eu já não me entregava a ti por inteiro quando me abraçavas;
Não é verdade que já não és o homem da minha vida;
Não é verdade que tudo mudou entre nós;
Não é verdade que o sonho acabou;
Não é verdade que já não me inspiras mais;
Não é verdade que o meu amor por ti era pura fantasia!
Só uma coisa é verdade: O MEU AMOR POR TI!

Foto de Paulo Gondim

Beija-flor alcoviteiro

BEIJA-FLOR ALCOVITEIRO
(Paulo Gondim)
05.05.06

O mensageiro era o beija-flor
Que por aqui passou
Pegou a mensagem e voou
Ligeiro, em busca de meu amor

Com suas asas intermitentes
Num transparecer de cores
Fazendo no céu mil piruetas,
E num vôo rasante, contente
Saiu beijando as violetas

Entregou a mensagem
E pegou a resposta
Retomou a viagem
Enquanto eu, na dúvida,
Sonhava com tua imagem

Finalmente chegou
De longa jornada
Na minha morada, pousou.
E a resposta entregou
Solícita, tão esperada

E fingiu ir embora
Sem muita demora
Mas, foi só fingimento
Ficou por ali, do lado de fora
Escondeu-se nas folhas
Olhando para mim

Esse beija-flor ligeiro
Tão alcoviteiro
Já se tornou meu cúmplice
Fica o dia inteiro querendo saber
O que diz a resposta,
O que disse você
Mas, ele se engana,
Eu não vou dizer!

(A resposta do "MENSAGEIRO" de que Teresa tanto fala)

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"SEM MEDO DE TE PERDER"

SEM MÊDO DE TE PERDER!!!

Quero que se dane...
Não me preocupo com o que pensas...
Vou fundo no relacionamento...
Não tenho receio que me esqueças!!!

Amo de manha ao anoitecer...
Ligo no meio da tarde...
Levo rosas ao escurecer...
E a madrugada que me aguarde!!!

Entrego-me por inteiro...
Fico sem nenhuma reserva...
Meu amor é verdadeiro...
Fingimento é o que me enerva!!!

Amo dos pés a cabeça...
Não deixo nenhum pedaço de ti...
Viro-te até dos avessos...
Não é por falta de amor que vou te perder!!!

Gosto do teu gosto...
Sinto o teu prazer...
Multiplico o teu gozo...
E te amo até adormecer!!!

Foto de Paulo Marcelo Braga

HIPOCRISIA NACIONAL


“Enquanto houver burguesia
não vai haver poesia”.
(Cazuza).

Quem não entendeu entenderá
a importância de uma reação
contra toda a hipocrisia que há,
em abundância, nesta nação.
Há uma ciranda indevida,
um fingimento a imperar,
e uma demanda reprimida
de um atendimento popular.

Impera o fisiologismo,
a negociata, a hipocrisia politiqueira,
de quem reitera o cinismo
que desacata a cidadania brasileira.
Há várias legislações , decretos,
além de tantas injustiças deprimentes.
Sectárias facções dos espertos
têm as gargantas omissas, coniventes...
O governo federal não é fiscalizado
e nem fiscaliza como deveria.
O tenesmo de um banal eleitorado
sempre prioriza uma confraria.
Eu não entendia, mas entendi,
a importância de uma reação
contra toda a hipocrisia que vi,
em abundância, nesta nação.

Paulo Marcelo Braga
Belém, 24/12/2007
(04 horas e 05 minutos).
Foto de Paulo Marcelo Braga

REFLEXÕES CIVILIZADAS

"Quando acabar o maluco sou eu...”.
(Raul Seixas).

A tua piscina está cheia de ratos.
Tuas idéias não correspondem aos fatos.
(Cazuza).

“Ratos, entrem nos sapatos
dos cidadãos civilizados...”.
(Ultraje a Rigor).

Há quem confunda civilidade
com covardia e se afoga
no mar da profunda falsidade,
da hipocrisia que advoga...

Para que o bom valor não seja invertido,
é necessário dizer uma verdade
bem na cara de todo e qualquer fingido
e sectário ser “civilizado” covarde..."

"

Tem criatura se consumindo
em uma falsidade sectária
de quem procura ir indeferindo
a veracidade comunitária.

A convivência social democrática
permite opiniões divergentes.
Toda maledicência usual enfática
insiste nas ações repelentes.

É recomendável aguardar
algum momento mais correto
e viável para desmascarar
o fingimento atrás do dialeto.

Convivência civilizada é expor os fatos,
com uma verdade irrefutável,
fazer advertência e descompor boatos
de uma falsidade intolerável.

Alguns “civilizados” sussurram
umas frases ofensivas e covardes.
Esses tais descarados cultuam
as bases nocivas das inverdades.

Quem fala com sinceridade
só merece o afeto de um louvor social,
pois sempre cala a falsidade
que floresce no dialeto difamador oficial.

É muito importante ressaltar:
quem tem a postura verídica
segue adiante, sem se queimar
em nenhuma falcatrua crítica...

Convém desenvolver
a atuante cautela guerreira
para nem esmorecer
diante duma balela boateira...

Uma atuação considerada vitoriosa
contra uma peleja maledicente
é a declamação inspirada, sem prosa,
de quem verseja francamente...

Paulo Marcelo Braga
Belém, 20/12/2007
(09 horas).
Foto de Paulo Marcelo Braga

CANÇÃO DO AMOR PERFEITO

  Juca Chaves - A Cúmplice

CANÇÃO DO AMOR PERFEITO

Eu quero uma mulher que seja diferente
de todas que eu já tive, todas tão iguais...”
.
(Juca Chaves).

Catinga de mulata,
erva doce, cravo, alecrim,
feitiços da mata,
eu quero um amor sem fim...
Quero um amor verdadeiro
que faça tudo direito,
que me ame por inteiro,
perdoando o meu defeito,
e não reclame de tormento,
por eu não ter nenhuma riqueza...
Quero o amor sem fingimento
de quem me ame com certeza...
Quero o amor que ninguém tem;
eu sei: ele está por aí...
A qualquer hora ele vem
viver só comigo aqui...
Aqui neste meu barraco
de sambista pobrezinho,
vou afinar meu cavaco
e esperar meu amorzinho...
Catinga de mulata,
erva doce, cravo, alecrim,
feitiços da mata,
eu quero um amor sem fim...

Paulo Marcelo Braga
Belém, 07/07/1995
(01 hora).

Foto de Paulo Marcelo Braga

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS"

“OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS”

“Quem oculta o crime tem culpa,
quem ocupa o trono também...”.
(Engenheiros do Hawai).

De 09 a 28 do mês de novembro de 2007, uma ação integrada do Governo do Estado, fez a “operação paz nos rios”, sob o comando ponderado do coronel PM Barbosa. A população sentiu os brios da briosa equipe de funcionários públicos de várias secretarias, levando segurança, cidadania e saúde às periferias ribeirinhas, durante vinte dias inteiros, à bordo do navio Grão Pará, do Corpo de Bombeiros.
Nas localidades beneficiadas pela referida “operação”, alguns alcaides, influenciados pela atrevida oposição, perderam as oportunidades de uma integração com o poder estadual. Pode ser que o relatório do coronel, comandante da missão fluvial, sirva para desfazer o escarcéu reinante em alguns municípios visitados e atendidos no cumprimento da “operação” determinada pela governadora Ana Julia Carepa. Como integrante efetivo da SESPA, com passagens traumáticas pelo interior deste Estado, não estranhei as defasagens enfáticas, promovidas por um e outro gestor empossado, cujo prazer maior é deixar um trabalhador caloteado e o povo sofredor desamparado.
Durante a viagem, o trabalho foi estressante, sem atalho, mas teve um atenuante: felizmente, a Guarnição de Saúde dos Bombeiros tem (isso eu pude comprovar) a potente vocação, além da boa virtude de verdadeiros profissionais solidários. Eles são guerreiros sociais comunitários, cuja parceria com a SESPA foi importante para me manter atuante, sem esmorecer ao cansaço e atender com desembaraço. Deixo minha gratidão registrada àquela guarnição bem treinada que esfacela qualquer articulação complicada com uma atuação bem organizada.
O expressivo aprendizado adquirido na viagem teve o incentivo inspirado inserido na bagagem. A embarcação saiu fora do horário pré-determinado. Então, quem chegou na hora fez um comentário exaltado, sem perder o requinte. O trajeto navegado foi o seguinte: Gurupá, Melgaço, Breves, Bagre, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista e Ponta de Pedras. Em Gurupá, após dois dias trabalhados, a embarcação seguiu viagem. Quem lá compôs poesias guardou a composição na bagagem. Melgaço é uma cidade com discrepâncias marcantes e um traço de atividade com importâncias atuantes. Em Breves, há desrespeito pela saúde da população. Sem greves, não haverá feito que mude tal situação. Bagre é uma cidade pequena, hospitaleira e organizada, que não tem gestão plena, mas a saúde é bem tratada. Curralinho, pobre município, onde muito poderia ser realizado, se o caminho do benefício fosse o intuito do poder empossado. Em São Sebastião da Boa Vista, os desafetos da ditadura oficial não estão parados à toa na pista, são corretos e têm postura social. Em Ponta de Pedras, os exames são aprazados para o mês seguinte. Há tantas refregas e vexames: muitos são prejudicados pelo acinte.
Breves é exemplo de município com gestão plena e recursos adequados, porém não utilizados em prol da população. Lá, graças aos abusos confirmados a doença social não tem cura e merece uma prensa judicial dura. Vários pacientes denunciaram, durante o atendimento médico, que devido o fingimento antiético de quem deveria fornecer passagens fluviais, guias de TFD (Tratamento Fora do Domicílio) e casa de apoio para as consultas especializadas em Belém, ao invés de se ater às molecagens, sem respeito por ninguém. No Hospital Municipal de Breves, consultas são desmarcadas sem justificativas. Pacientes passam madrugadas na expectativa do atendimento e, no dia seguinte, são informados, com atrevimento e acinte, de que as esperas não serão compensadas, nem com aprazamento, quando as consultas são desmarcadas. O sofrimento clama por lutas organizadas, respaldo jurídico e alento ao estorvo considerado crítico.
Resta esperar que as discrepâncias sejam solucionadas pelas instâncias legalizadas. O intento do Governo do Estado em dar alento ao povo desamparado do interior deve ser mantido, aprimorado, e serve para ser instituído, caso seja bem programado, sem que o pagamento dos funcionários saia atrasado. Passei vinte dias trabalhando, enfim, no navio Grão Pará e o meu pagamento ainda não saiu. Assim não dá... Nem a propósito, as diárias e os plantões, devidos e não quitados, são sectárias embromações dos partidos burocratizados, que deixam trabalhadores populares aborrecidos e desestimulados. Apesar dos pesares, é tão bom voltar pra casa, após cumprir o dever em paz e conseguir cortar a “asa” de um algoz “poder” fugaz.

Paulo Marcelo Braga
Belém, 02/12/2007

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS":
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