Meu Pai
Respeito eterno aos heróis de um passado que foi morto,
Dentre eles um destaque que foi mais que carne e osso.
Admiro sem censura o homem que foi mal,
Atitude e bons momentos fizeram dele um imortal.
O verdadeiro super homem, mas sem super poderes,
Arma secreta eram os braços, que cumpriam seus deveres.
Homem louco enfrentava qualquer situação,
Um ser humano sempre falho, longe da perfeição.
Em outros tempos machucava, feria quem não devia,
Regeneração bateu no peito, já no fim de uma vida.
As surras correiadas, um duro aprendizado,
Mas estou vivo com saúde não renego meu passado.
A situação já foi aceita, é sempre a morte traiçoeira,
Só não da pra acreditar que foi daquela maneira.
Depender de um terceiro pra tudo que você faz,
Nunca foi pra ele, não era dele aquela paz.
Mas voltando a lembrança que sempre prevaleceu,
Minha vida se baseia no homem que faleceu.
Ser humano fraque jante venceu varias batalhas,
As lagrimas derramadas, suas únicas medalhas.
Pena que levou um tempo e eu demorei pra entender,
Que o meu herói predileto, não era o da TV.
E quando a esperança chegou ao fim e o medo se tornou mais tenso,
Quem apareceu não foi o mascarado ou o cara com um lenço.
Foram os cabelos bem grisalhos da raiz ate a ponta,
Minha mente de criança bloqueava a importância.
Carrego-o no peito e vivo em meu pensamento,
As lembranças vêm e vão, torturando a todo o momento.
Se pudesse vê-lo agora e abraçar mais uma vez,
Faria nesse instante o que ninguém jamais o fez.
Abraçaria o meu amigo pra esquecer a minha dor,
E deixaria transparecer a imensidão do meu amor.
Diria cada palavra que relato nesses versos,
Chamaria ele de novo pra sentar assim bem perto.
Mais uma vez eu abraçava, abraçava com fervor,
Implorando pelo perdão do meu pai,o meu senhor.
Perdão pelo que fiz nesses anos de jornada,
Das estradas percorridas sem ter linha de chegada.
Pegaria o meu amigo assim junto ao meu peito,
E a verdade que me cala, eu a diria sem ter medo.
O orgulho que eu sinto desde o meu nascimento,
Se propagou e só aumenta, ate o fim dos tempos.
Ele sempre foi: a figura que levanta quando cai,
Lembrado eternamente, meu herói meu velho pai.
Valdeci Pedro Guimarães