Festa

Foto de Elias Akhenaton

BEIJA FLOR CIGANO


Caminhando pelas rodas da vida,
vou descortinando novos horizontes
conhecendo lugares, uma nova lida,
não tenho paradeiro, sou viajante...

Viajante sem destino, peregrino, sou
beija flor, nutrindo-me com a seiva do Amor,
sentimento nobre que o Criador criou
tendo como símbolo a ternura duma flor...

Minha alma voa nas asas da liberdade,
adapto-me a qualquer localidade e lugar,
armo minha tsara com criatividade,
aguardando a noite festeira chegar...

A noite chega num sagrado luar,
é hora da festa começar, o som dos violões
e da batida dos tamborins, faz-me bailar
numa bela canção que brota do coração...

Coração dum bailarino beija-flor cigano,
que voa semeando alegria e Amor
em novas terras, rincões, além do oceano,
além mar, com bravura e esplendor.

Elias Akhenaton
“Eterno aprendiz, um peregrino da Vida”

Foto de DENISE SEVERGNINI

A VOZ DO TEU SILÊNCIO

A VOZ DO TEU SILÊNCIO

A ausência de sons incendeia meus tímpanos
Como se a implorar fossem pela tua presença

Nem tua sombra aparece revestida em panos
E o aquietamento de teus lábios é descrença

Mesmo distante, ainda, causas incuráveis danos
Rezo outras cartilhas, aparto tuas desavenças

Visto templos de deuses pagãos e tão profanos
Não distingo entre tantos credos, a tua herança

Eu regulo minha exatidão... Teu silêncio me beija!

E os lábios sorvem a saudade, doce-fel mortal

Ainda sou aquela alma açoitada e mui andeja...

Quero festa com acordes musicais em brados

Renúncias, dissabores... Esquecidos em festival

Para que tua foto seja colada em outros quadros.

Denise Severgnini

Foto de Manu Hawk

Desejo X Desejo (Conto)

O que fazer quando o desejo é maior que a razão? Quantas pessoas já não se imaginaram em situações inusitadas? Quantas tiveram coragem de levar adiante a imaginação? Quantas se arrependeram depois? Mas quantas se sentiram plenamente realizadas...

Fim de festa, taças e copos espalhados por mesas, canteiros, janelas, em todos os lugares... Agora somente os mais amigos estavam reunidos, alguns ainda dançando na pista, outros sentados na beira da piscina do Iate Clube, hoje palco de risadas e olhares cheios de tesão. Tudo era perfeito, cada palavra saía deliciosamente da boca, combinando com cada gesto, lentos, leves, soltos.

Estava cansada depois de um dia de trabalho, mas nada poderia quebrar o encanto dessa noite maravilhosa, onde todos da empresa puderam se conhecer um pouco mais. Não somente conhecer, mas extravasar os desejos mais ocultos depois de algumas doses.

Ric estava mais lindo do que nunca, livre da fisionomia tão séria e preocupada que carregara durante todo o ano. Conversamos, rimos, e dançamos muito. Estávamos conversando na beira da piscina, liberada para os poucos que ficaram. Mauro, amigo de Ric, e divulgador de uma das empresas que trabalhavam conosco se juntou ao nosso grupo. Era extremamente simpático, inteligente e agora pude reparar cada detalhe, era divinamente másculo e lindo. Enquanto falava fiquei extasiada, o que ele não demorou muito a notar. Fomos dançar, e ao sentir seu corpo tão próximo, me senti culpada. Mantinha um certo relacionamento com Ric, sem compromisso, eu sei, mas era um relacionamento afinal. E como negar? Desejava até o perfume que sentia em Mauro, naquele momento. Voltamos e Ric me chamou para irmos, havia combinado de dormir na casa dele. Para minha surpresa chamou Mauro também.
No caminho pensei em como fugir daquela situação, nenhuma idéia. Fui...

Ao chegar fui direto para a cozinha, queria água, muita água, me afogar se possível, para apagar aquele fogo louco que sentia. Como poderia estar desejando aqueles dois homens assim? Mauro entrou na cozinha, passou entre o pouco espaço que havia entre a cadeira e meu corpo, bem devagar, roçando, provocando, arrepiando-me. Pegou o copo, me olhou firme, sorriu e saiu.
Quando cheguei ao quarto, Ric estava no banho, fiquei da porta admirando como era lindo. Suas mãos esticadas na parede, descansando, e a água escorrendo pelo seu corpo. Pediu-me que pegasse algo para bebermos, isso não ia dar certo, rs. Na sala Mauro já havia se servido, estava deitado no sofá, seguindo cada passo que eu dava, sempre sorrindo...eu queimava...isso definitivamente não vai dar certo, rs.

De volta ao quarto, entreguei o copo a Ric, que me puxou para debaixo do chuveiro. Minha roupa caiu tão rápida quanto à água pelo corpo, nos beijamos com tanta loucura, como nunca havia acontecido. Senti que não estávamos sozinhos, aquela sensação de que alguém observava, mas não paramos, estava queimando, louca de tesão por Ric e por saber que Mauro poderia estar ali. Isso me deixou mais excitada, sentia que Ric também havia percebido e gostava. Suas mãos percorriam meu corpo, a água caindo, bocas unidas, sugando, encaixamos...

A música invadia o quarto, banheiro, meus ouvidos, movimentos deliciosos, a cabeça rodava. Senti me acariciarem nas costas, dedos percorriam levemente até minha nuca, parei! Não sabia o que fazer, tudo era muito louco para minha cabeça! Queria pensar, raciocinar, mas não era isso que meu corpo pedia, deixei-me levar. Pela primeira vez me entregaria a imaginação, aos desejos somente.
Ric estava louco de tesão, me penetrava firme e deliciosamente, olhou como se perguntasse se continuaria...sim, sim, responderam meus olhos, mãos, boca, pernas, movimentos...movimentos deliciosos que faziam sentir cada vez mais o corpo de Mauro próximo, roçando em minhas costas, beijando meu pescoço... PAAAAAAAAARA! Vou enlouquecer!
Não sabia mais o que queria, quem beijar, abraçar, corresponder. Parar? Não! Decidi não pensar, atenderia somente meus instintos. Como um animal? Sim! Não vou me condenar, queria os dois e se havia chegado até ali, não recuaria.
Desejava loucamente sentir o gosto de Mauro, desde a festa pensava nisso, como seria sua boca, seus beijos, seu corpo. Ric sorria como se adivinhasse meus pensamentos, naquele momento nós sabíamos exatamente o que cada um desejava. Saciei-me dos beijos, carícias e corpo de Mauro! Me entreguei plenamente a dois homens maravilhosamente viris e carinhosos. Foi uma noite lindamente estranha, dupla penetração, tripla emoção, infinito tesão!

( por Manu Hawk - 13/06/2004)
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Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]
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Foto de LuizFalcao

"O MENSAGEIRO"

De LuizFalcão

Um homem!...Farrapos!...Pés descalços! Na mão um cajado!...
Uma sensação forte comovia a todos quando chegou o estranho!...
A praça estava cheia naquele dia!...
Era como um imã àquela figura.
Em pouco tempo uma multidão o cercara como se fora conhecido.
Talvez um amigo?
Não era o caso, no entanto, havia um certo brilho no olhar!
Fascinante, inebriante, hipnótico!
De repente brados ecoavam da multidão:

- Fala-me do amor!
Disse o solitário
- Fala-me da esperança!
Implorou o desesperado
- Fala-me de vida oh sábio!
Suplicou o moribundo

Calmamente ergueu a cabeça, olhou fixamente o ajuntamento e como alguém que alcançara o conhecimento disse:

- “Falar-vos-ei a todos de uma só vez”

Uma pausa.

- “Sábio não sou”

Disse ele.

- “Posto que sábio, há um só e é aquele que das vossas necessidades me instruiu, não por palavras jogadas ao vento, mas com poder para aplacar duvidas e sarar feridas dos corações, qual os vossos neste momento”

Assim, continuou o indagado a responder aos seus interpelantes

- Trago-vos a Palavra que expressa a vontade e também o nome daquele que me enviou a responder-vos.
Quando perguntais pelo o amor, ou pela esperança, ou pela a vida, lembrai-vos peço-vos deste nome, posto que fora dele jamais achareis para vós resposta nem solução.

Ele é todas essas cousas e muito mais, e quem a Ele se achegar, jamais sentirá falta delas.

Falo-vos de Jesus Cristo o Salvador, Filho do Deus vivo, que deixou sua glória nas mãos do Pai Eterno e desceu a terra em forma da sua criação e se fez carne.

Ele, o Autor da vida, habitou entre os homens!
Experimentou as limitações humanas como se Deus não fora!
Viu a dor dos desvalidos com olhos de homem!
Sentiu as emoções humanas, das quais, todos vós sofreis os embates.
A tentação suportou em corpo humano e a tudo dominou por amor, para dar-vos a esperança da vida que está por vir.
A morte não pôde derrotá-lo, pois o Senhor da vida, da morte é o Mestre.
Mas ainda que por breve momento, sim, por paixão, por amor profundo pela obra de Suas mãos, que sois vós, permitiu-se perecer até ressuscitar ao terceiro dia depois de entregar nas mãos do Pai Eterno o seu Espírito Incriado.

Como O Cordeiro de Deus foi Ele imolado na cruz do Calvário!” ...
Dessa forma continuava a discursar o emissário, tendo a sua frente uma multidão ainda maior de ouvintes:

- “Amor!” ...

Oh Sim! Falar-vos-ei de Amor e direi que não é uma mera palavra a qual os homens vulgarizam”.
Amor é o sinônimo do auto-sacrifício ao qual o Pai das luzes dispôs-se por vós outros que interessados indagam.
O Seu amor é a esperança que traz vida aos corações sedentos da verdadeira justiça, posto que O Senhor dos senhores e O Mestre dos mestres, não vos criou para dar-vos a morte, mas formou-vos do barro para presentear-vos de vida.
Mas então, se assim é, por que vós vos sentis desesperados, abandonados e sem vida em vossos corações?
Porque sentis despojados do brilho da luz que do alto se vos reluz?

Perguntou o que discursava.

- “Responder-vos-ei também a esta questão, ainda que aparentemente possais já não querer saber, visto o tom que estas palavras possam percutir em vossas almas, no entanto, não silenciarei mais os lábios até que tudo o que me foi ordenado vos seja proclamado, porquanto sei que dentro dos vossos corações tais questões foram sondadas por Aquele que tudo vê.”

Fez uma pausa o arauto...

Olhando em volta, encheu-se da graça que do alto lhe trasbordava as entranhas.
Com a voz transformada, como se ele não fora o que discursava, disse em tom mais doce que o mel que escorre dos favos:

- “Por que me negais em vossos corações? Por quê!?...”.
...Minha Palavra o mundo correu e o rodeou e deu voltas e voltou sem nunca me chegar vazia.
Desde o inicio, por todos os meios e modos, através dos astros no firmamento, para que ao olhá-los imaginásseis que não estariam lá por mero acaso, antes, haveria uma mão que os houvera formado e que do acaso não sois vós também o fruto.
E assim, entendêsseis que há quem por vós se importe, e por meio de Homens Santos vos falei.
Assim, através de toda a natureza que vos cerca, Preparei os vossos corações para que quando chegasse aos ouvidos vossos a palavra minha, fosse como boa semente que cai em terra fértil e brota e cresce e frutifica.
Mas vós porém, escutando-a não ouvistes.
E vendo a cruz, altar do sacrifício eterno e definitivo, não crestes e não olhastes dentro dos olhos meus, quando no momento em que o sangue me escorria o rosto, ao Pai clamei por vós, para que não vos destruísse.
Minha cabeça cravada em espinhos foi coroada por todos os homens de sobre a terra, mesmo aqueles ainda não nascidos, para que nenhum de vós fosse inocente.
Sim por todos vós, obra das minhas mãos. Fiz-me sacrifício!
Minha dor e meu amor são o gracioso dom com o qual vos presenteei.
O transpasse dos pregos em mãos e pés, dos quais permiti que minha vida se esvaísse para que por meu sangue o Pai Eterno não vos visse a maldade dos corações, posto que o meu sangue tem este poder.
O poder de lavar-vos as maldades, as quais Eu, Eu mesmo vos perdoei.
Estáveis nus diante de meu Pai, porém, com cada gota do meu sangue confeccionei para vós vestes brancas e cobri vossas transgressões desde as vossas cabeças até a planta dos vossos pés e vos revelei o propósito que desde a eternidade estava no coração do Pai.
Quando subi as minhas alturas para assentar-me ao trono da minha glória, não vos abandonei, antes enviei sobre a terra o meu Espírito para vos guardar, ensinar e conduzir, mas vós não o ouvis, estais surdos com o alvoroço dos povos e as festas das vossas maldades.
E agora?
Que vos farei?
Vós os que não me deram ouvidos perguntais pelo amor, e pela esperança e pela vida?
A todos os que clamais com sinceridade, falo-vos novamente pelo mensageiro, destes últimos dias da terra, que diante de vós está.
Quereis vida?
Ouvi-o!
Quereis amor?
Ouvi-o!
Quereis esperança?
Eis ai diante de vós aquele, por cuja boca falo-vos novamente.
Ouvi-me agora, antes que tarde seja ou com toda certeza, assim como do pó vos tirei para amar-vos, para o pó vos lançarei e no mar do esquecimento, nunca mais sereis lembrados, posto que isto vos prometo, quando voltar nas nuvens com meus santos e anjos, vos declararei também a extensão do meu juízo!
E, se encontrar-vos novamente perguntando por todas estas coisas, sem que delas tenhais tomado à posse que hoje vos dou, por minha palavra eu vos digo hoje:
Não achareis mais em mim clemência e nem misericórdia, ainda que com lágrimas de sangue as imploreis.
Meus anjos tomar-vos-ão de sobre a face da terra, assim como as águias que arrebatam as suas prezas e lançar-vos-ão no lagar da minha ira, pois desprezastes o meu amor que vos derramei.
Assim digo-vos: Vinde!...
...Vinde e banhar-vos-ei no meu sangue!
Tomais, pois a posse da herança que vos preparei para que no lugar da ira minha, acheis os céus em festa ao ver passar pelos portais da santa morada, vós todos, os que para meu Pai, com o meu sangue comprei!...
...Vinde! ...Vinde!!!!!!.."
Calou-se em profundo silêncio o mensageiro e abrindo arcos gigantescos de alvas e reluzentes penas desapareceu!....

Foto de Vadevino

40 ANOS DEPOIS

De que vale o homem
Andar sobre a Lua
Se não andamos tranquilos
Em nossa própria rua?

Por que tanto investimento
Nos projetos da NASA?
Por que investir na Lua
Se é a Terra a nossa casa?

Nosso planeta empobrece
De amor, água e floresta,
Enquanto uns vão à Lua,
Catam pedras, fazem festa!

Foto de the girl with kaleidoscope eyes

Devaneios Juvenis

Mas, afinal somos bons amigos. Certo?
Porque a gente fala de qualquer coisa e um pouco mais. Porque a gente faz três piadas por segundo. E a gente concorda que coisas loucas é que nos mantêm sãos. E que a guitarra é melhor que a festa de formatura.
Porque a gente não sente a hora passar. Porque a gente sonha junto. Porque a gente fala de qualquer assunto. Porque a gente se entende.
Porque a gente ouve o mesmo rock, a gente usa o mesmo tênis. A gente é parecido e totalmente diferente.
Porque eu gosto do jeito envergonhado que ele faz com o canto da boca. Porque a voz dele me dá arrepio. Porque gosto de como ele mexe no cabelo. E gosto do jeito como ele tranca a risada.
Porque eu odeio quando ele me corrige. Porque eu odeio quando ele está de mau humor. Porque eu tenho raiva dele - muita raiva. Até ele contar uma piada.
Porque eu fico feliz sem motivo, fico louca, fico confusa; e caio de novo em desespero bom. E eu preciso. E penso. E sonho.
Porque eu sinto aquela vontade de sair de bicicleta por aí, de inventar uma música. Porque eu sinto aquela agonia inexplicável, porque eu quero gritar bem alto.
Por que então? Por que duvido de mim? Por que travo este jogo comigo mesma? Por que amo? Ou não amo?
Por que? Seria eu mera desconhecida de mim mesma? Quem é essa que escreve afinal?
Pois aquela outra de outros anos não precisava amar. Ou não conhecia o amor.
E se o amo...e se realmente o amar? O que faço? Bom ou ruim? Certo ou errado? Somos bons demais em ser amigos, mas desconhecidos de ser amantes.
Porque a gente vive em um mundo a parte. E a gente se provoca, e a gente discute e a gente não vive sem. E é tudo o que eu preciso. Ou preciso de algo a mais? E ele...será que precisa?
Mas foi sempre assim.
Porque eu dependo dele, e ele de mim. Porque eu amo o que temos. Porque às vezes o odeio. Porque não quero que acabe. E não quero que continue.
E eu odeio, adoro, preciso, respeito, admiro, amo. Sim, está bem, eu amo. Ou acho amar, porque o amar dito pelos outros parece conter este mesmo sofrimento, essa mesma euforia.
Pois se for isso amar, então amo mais que tudo, amo sem ter como explicar, sem palavras bastantes para isso. Amo e amo demais, amo doentio, amo louco.
Amo porque amo. Amo, e só.

Foto de LuizFalcao

Minha Helena

De Luiz Antônio de Lemos Falcão.

Meus olhos, minhas janelas!
Lá fora a vida punge urgente,
Agita-se,
Segue em frente!
Fora de mim, o farfalhar do arvoredo ao vento,
Traz em murmúrios da natureza, uma melodia singular!
À luz do sol, dançam as flores no vai e vem que a suave brisa conduz,
Exalando os odores primaveris!
Expelem no ar incontáveis, minúsculos grãos de vida; o pólen.
Pétalas multicores e exuberantes tornam plena a íris dos olhos

Meus olhos, minhas janelas!
Atrás deles minha alma sorri.
Felicidade!
Tudo é festa no intenso azul do firmamento.
Pássaros enchem de vida as cópas verdejantes,
Entre galhos retorcidos a vida não brinca;
É palha no bico!...
É palha nos ninhos!...
É palha nos ovos!...
É a vida na palha!...
Doces acordes da primavera!

Meus olhos, minhas janelas!
Expulsam-me para fora,
Puxam-me para dentro da vida que vibra num palpitar veemente;
É brisa que passa por entre os fios dos cabelos,
O dourado dos raios de sol, que vazam as folhas das arvores e
O toque quente dos seus afagos à pele.
Amor! Paixão! Sedução!
O carinho das gotas de chuva de um dia assim.
O desejo de um simples querer;
E assim, eu saio de mim.
E de mim, a tristeza alça seu vôo pelas janelas,
Olhos da minha alma.

Meus olhos, minhas janelas!
Diante deles a primavera!
O colibri!
O raio de sol!
A chuva serôdia!
A amiga minha!
A Minha Helena!

Foto de Tatiana soares de almeida

Parada Gay

Olá!

Passado quase uma semana da manifestação mundial em buscas das causas GLBTS, eu vim aqui escrever um pouco sobre.

Depois de alguns telefonemas, mensagens, lá vou eu a Av. Paulista!! Afinal vem gente dos 4 cantos do mundo para este “tal” evento, e eu que moro aqui em SP não iria?? JAMAIS!!!

A festa não estava tão bonita qto a dos outros anos.

Na verdade acho que a Parada Gay já deixou de ser uma manifestação, para virar uma orgia, e longe de mim estar falando isso por preconceito, nem posso, afinal faço parte dessa classe.

Muita gente, muita gente mesmo, jornais informam que cerca de 3,100 milhoes de pessoas estiveram por lá, e de todas estas pessoas, garanto que menos da metade estava lá com o verdadeiro intuito “A igualdade”, a maioria foi para a “orgia”.

Andando pela Avenida pude ver, e não só uma vez, pessoas que nem se conhecia e simplesmente paravam umas em frente as outras e se “atracavam”, sim atracavam, porque não há outra palavra para descrever aquilo, e depois seguiam em busca de mais um, e mais outro, e outro, e outro... e tem aquelas pessoas também que acordaram e saíram de casa, roupas estranhas, cabelos coloridos,bagunçados, pearcing’s e tauagens por todo o corpo, teme a classe dos Teen’s também, é, os Teen’s/Emos que acham super na moda ser Gay/Lésbica.

E depois de muito andar, de muita gente eu ver, até eu que sou Lésbica fiquei com um pouco de receio (porque acho preconceito uma palavra muito forte) com os homossexuais, como queremos tanto a igualdade, os mesmos direitos com estas manifestações ridículas, vergonhosas.

É preciso colocar mais seriedade naquilo que almejamos, como cobrar o respeito dos outros se “nós” mesmo não damos este tal respeito??!!
Não é assim chocando as pessoas com estas atitudes que vamos conseguir algo, é preciso inteligência e não burrice para alcançar nossos objetivos!
Let’s go.

Foto de Joaninhavoa

Abbracciami...

*
Abbracciami...
*

Abbracciami...
Como se fosse a única linguagem
por nós conhecida
Uma festa inebriante uma alegria
constante

Abbracciami...
Com toda a força que a palavra
encerra em si
Com todas as forças que ainda tens
para mim

Abbracciami...
E neste diálogo trocaremos
ternuras, carícias, nos olhando,
tocando e beijando! Sim

Abbracciami...
E beija-me com os beijos da tua boca;
porque hoje sinto vida em mim
Tu sabes! Pr`além de que estás
sempre em meu pensamento

Abbracciami...
Foste o sonho mais lindo que um dia
me aconteceu
E para meu espanto! Se instalou
em meu coração

Dominou emoção e até a razão
Não sei porquê chega a fazer-me
de escrava e também de sua heroína
Abbracciami...

Deixa! Se não o fizeres
Eu compreenderei! Talvez por medo
Penses que poderás apertar-me demais...
E me esmagarás.
Assim! É o teu amor por mim

Joaninhavoa
(helenafarias)
15/06/2009

Publicado no Recanto de Letras em 21/06/2009
Código do texto: T1660085

Foto de António Ferro

Um desejo...em pretérito perfeito

Acordo,
é Domingo!!!
Tento fechar de novo os olhos,
é cedo,
para Domingo.

Só os automóveis quebram o silêncio.

Procuro uma posição,
o corpo não ajuda,
beijo o meu braço esquerdo,
fico insatisfeito
e quero voltar ao sonho que não me lembro...
Nem faço esforço para recordar...

Passo a mão no cabelo,
mas é a minha mão!!! É o meu cabelo!!!
Aperto as coxas e sinto o calor,
mas são as minhas coxas!!! É o meu calor!!!

Tento beijar novamente,
mas é o meu beijo!!! Na minha almofada...

Hoje, até tenho saudades dos almoços familiares,
do ruído dos talheres,
da sensação de ficar cheio
e das vozes que teimam em não se calarem...

Gostaria de te ter a meu lado,
para te fazer uma festa,
para te dar um beijo,
para apertar a tua mão,
ou apenas, para sentir o calor do teu corpo junto ao meu.

E quem serias tú? Interrogo-me...
Uma antiga namorada ?
Uma amiga colorida ?
Um engate circunstancial ?
Não!!! Preferia que não tivesses rosto
que não tivesses nome
que não tivesses...

Hoje o sexo não entra no meu desejo,
gostaria apenas de te dar carinho
e nada receber em troca...

Gostaria apenas de te poder abraçar,
mesmo que os teus braços continuassem estendidos.
Gostaria apenas de te poder beijar,
mesmo que os teus lábios, não tocassem os meus.

Tú não tens idade, não tens sexo,
és apenas aquele Ser, a quem eu quero dar carinho.
Um Anjo ?
Seria perfeito!!!
Um amor ?
Assim sem jeito...

Um desejo em pretérito perfeito.

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