Ferro

Foto de WILLIAM VICENTE BORGES

EU PREFIRO SER EU!

EU PREFIRO SER EU!
Por William Vicente Borges

Como são tolos estes humanos
Que vivem pesando nos outros
Como mercadores numa feira
Como expertes em tudo.
Avaliam as pessoas como se
Pudessem esquadrinhar
os seus corações.
Mas não importa como me julguem
Se pior ou se melhor que sou.
Eu sou eu, e prefiro ser eu.

Eu prefiro meus erros e acertos.
Eu prefiro estar bem ou não.
Eu prefiro nunca abrir mão
Da compaixão que tenho pelo outro,
Que me respeita ou não.
Eu prefiro ser eu!

Prefiro minhas feridas, prova de
Quem viveu intensamente e lutando.
De quem não aceitou não entregar seu
“livre arbítrio”, dom de Deus, para ninguém.
A ter a pele lisa dos que nunca estiveram
No calor da batalha, nunca sentiram
o gosto da espada e dos dardos inflamados
do inimigo feroz e invejoso.
Eu prefiro ser eu!

Eu prefiro as minhas enormes percas, certeza
Dos grandes ganhos e de que realizei.
Prova de que continuarei a realizar , do meu
Poder de sair do nada e chegar lá.
Eu prefiro ter andado na contramão da vida
Por arriscar dias melhores. Melhor do que
A frieza de uma existência sem sabor e emoção.
Tendo esta rudeza asfáltica, de quem nunca perdeu
Mas que também nunca sentiu.
Eu prefiro ser eu!

Prefiro meus devaneios. Sonhos que vem e vão.
Que as vezes se realizam, e as vezes demoram um tempão.
Melhor do que a mediocridade de achar que sonhos
Nunca se realizam.
Prefiro minhas gargalhadas sempre sinceras,
Fruto da alegria de estar vivo e vivo para Deus.
Melhor do que não saber a que fim veio nesta terra.
Eu prefiro ser eu!

Prefiro meus conflitos internos,
Esta rixa sem fim entre razão e emoção
Que as vezes me levam quase a loucura,
Onde tomar uma decisão é um desafio
Sobrenatural.
Antes assim que viver num trilho de ferro,
Como um trem que não sabe mais
Do que vê nas estações.
Eu prefiro ser eu!

Prefiro meus turbulentos medos,
que me fazem tremer em certos momentos
Cruciais, mas que me impulsionam
a enfrentá-los cara-a-cara mesmo sem coragem.
A ser este falso herói que se apresenta
De capa e tanga e diz que nada teme,
Mas que na verdade vive de calças sujas.
Eu prefiro ser eu!

Prefiro esta minha cara limpa.
Este olhar que continua ingênuo
Mesmo depois de tantas porradas.
Este meu coração que acredita
Que todos são bons de alguma forma.
E por vezes ser chamado de louco
Por causa disso.
A viver com estas máscaras,
Das múltiplas personalidades insanas
Onde a crueldade se esconde muito bem
Pronta para aflorar.
Eu prefiro ser eu!

Eu prefiro minha casinha de
Paredes brancas e teto azul,
Onde estrelas brilham o tempo todo,
Só para me fazer sorrir.
Prefiro meu fogão, bem usado,
Onde pintei muitos corações
Só para me lembrar que preciso
Ter sempre um coração quente.
Eu prefiro meu colchão sobre o chão
Na salinha desta casinha sem quarto
Que me proporciona os sonhos mais
Doces e as esperanças mais certas.
As mansões cheias de ouro onde
Cristo não pode entrar, comer e repousar.
Eu prefiro ser eu!

Eu não quero ser outro.
Eu não quero a vida do outro.
Por que sou único
E como único, especial.
E ao contrário do que os
outros pedantes, “pesantes”, tolos
podem achar,
digo a estes pernósticos burros:
È bom demais ser eu!

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Foto de Maria silvania dos santos

A vida é um mistério.

A vida é um mistério, e muitas vezes difícil de decifrar, às vezes nem conseguimos decifrarmos.
Lembro que mais ou menos a oito (8) anos atraz, mudamos para um Bairro novo de Ribeirão das neves mg.
Mas como nós ainda não tinha construído nossa casa, fomos morar em um porão do vizinho do lado, para que nós desse jeito de construirmos.
Mas acontece que só meu marido estava trabalhando e ele só não daria conta de construir rápido.
Sendo assim eu precisava arruma um emprego para ajudá-lo.
Ai que vem o mistério que ate hoje tento decifrar.
Minha avó materna eu não conheci, pois ela veio a falecer antis de eu nascer.
Mas lembro que uma noite sonhei com ela me dizendo que ia nos proteger que ia cuidar de mim. Três dias depois arrumei um emprego em um Bairro de Horizonte, o qual eu teria que tomar duas lotações.
No primeiro dia, na ida para o serviço fui com a patroa, na volta para casa ela me deu o endereço da primeira lotação para casa e o do dia seguinte para voltar ao serviço. Mas neste primeiro dia para a volta de minha casa fiquei tranqüila, pois imaginava que seria o ponto que eu já sabia, mas o que eu não sabia é que o ponto de costume tinha mudado, e fui direto para a Rua Arão Reis no centro de Belo Horizonte o ponto de costume, pois a próxima lotação se não tivesse mudado o ponto seria tomada ali, mas acontece que o ponto mudou para Oiapoque e eu nem a patroa sabiam. Cheguei na Arão reis fiquei no antigo ponto por algum tempo, mas me estranhando, pois sempre tinha movimento de quem ia tomar a mesma lotação e neste dia não tinha.
Ao lado tinha um mine restaurante onde saiu uma mulher e um homem desconhecido e acenaram pra mim.
Eu custei a entender que eles estariam acenando pra mim, quando entendi, logo perguntei se era eu, eles disseram, sim, e perguntaram se eu esperava a lotação eu disse que sim.
Eles disseram que o ponto mudou para Oiapoque, mas eu não sabia onde e estava bem longe. Eles disseram que eles também estavam indos para lá que também, que precisava tomar a mesma lotação.
Que eu poderia os acompanhar mas notaram que eu tinha medo, pois eu fiquei em duvida se os acompanhava por ser desconhecidos.
Eles disseram não tenha medo venha rápido já vai sair um agora vem.
Resolvi os acompanhar, e mesmo na pressa, praticamente correndo para não perdermos a lotação que eles diziam constantemente que já esta pra sair, eles me protegia dos carros, pois com tanta pressa eu nem percebia os carros.
Eu sempre fui muito comunicativa e durante a caminhada ate o ponto trocamos conversa, e eles me perguntaram se eu vinha do serviço, eu disse que sim e eles também perguntaram se eu voltaria no próximo dia. Eu disse que sim e comentei que eu estava preocupada com o endereço, pois eu não tinha nem noção de onde era, e mostrei o endereço por escrita o qual minha patroa teria me dado.
Mas eles mudaram o endereço me deu outro e eu fiquei na duvida se eu o usaria, pois eles eram desconhecidos.
E eles me disseram varia vezes que eu não usasse o endereço que a patroa me deu, pois aquele estava errado, que o ponto era em outro lugar.
E na preça para não perde a lotação a caminhada continuava. Dirrepente eles disseram olha o ponto ali, o a lotação já está lá, eu também vo tomar esta e não posso perdê-la, estou com muita pressa e correram e dizendo venha, venha rápido!
Ao chegar na porta de traz a lotação arranca e a mulher bateu gritou até que a lotação parou e eles chegaram até a porta da frente em posição a entrar e ainda deixaram que eu entrasse primeiro.
A lotação arranca. Mas e eles? Eles não entraram e eu logo em seguida olhei pelas janelas de um lado e outros avistei todo o ponto de um lado e outro em questão do tempo de entrada e eles não mais estava ali.
Mas estranho! Porque eles não entraram se estavam com tanta pressa e veio ate a porta da lotação?
É! Mas eles realmente sumiram! E eu queria os agradecer, Mas algum dia eu os vejo.
Fui para casa e eles não saíram de minha cabeça.
Cheguei cansada fui dormi pois no dia seguinte a luta começava, mas tudo que eles disseram repetiam em minha cabeça com freqüência principalmente, não segue o endereço de sua patroa, ele está errado.
Mas como eu ia seguir endereço de estranhos?
Pensei lógico que eu não vou deixar de seguir o endereço que a patroa me deu, para seguir o que a estranha me passou.
Bom, sai de casa as quatro da manha pois teria que tomar duas lotação e ainda tinha que cassar o endereço e ainda tinha que chegar cedinho ao emprego.
Mas durante a caminhada as 5 e 3 da manha cheguei ao centro da cidade.
Desci em frente a rodoviária e segui minha procura.
Senti uma forte vontade de ir ao banheiro, passei em frente uma lanchonete que passou a noite aberta avistei um banheiro lá no fundo.
E somente o atendente estava no local.
Como de costume, em muitos locais se compramos algo, não pagarmos para usar o banheiro.
E como eu tinha cordado e saído muito cedo de casa e nem lanchado eu tinha, eu já estava até com um pouco de apetite.
Olhei na estufa não tinha nada do meu enteresce, somente umas coxas de frango, então perguntei se não havia nenhum pastel, o atendente respondeu que não, que ali só fazia coisas que cachaceiros gosta.
Mas eu não tinha muito tempo a esperar, perguntei se poderia usar o banheiro, Ele disse que sim.
A lanchonete era bem estreita e bem comprida e lá no fundo havia um banheiro ao lado de uma escada a subir.
Mas ele não deixou que eu entrasse no banheiro ao lado da escada, mandou que eu subisse a escada. Chegando ao fim da escada havia um banheiro aberto e ao lado uma outra meia porta de ferro bem reforçada e trancada com cadeado em frente da escada.
Mas neste banheiro ao lado, ele não deixou também eu usá-lo, disse estar estragado que era pra mim entrar por aquela porta de ferro e destranco o cadeado.
Mas ali não era um banheiro, parecia ser uma sala de escritório.
Ele me ordenou que eu entrasse ali.
Eu comecei a ficar com medo e o perguntei, mas ali? Ele afirmou, sim! Entra lá.
Eu já com muito medo disse ali eu não vou entrar.
E ele com a voz mais agressiva, perguntou você não vai entrar? Entra logo!
Eu não teria como correr, pois se ao menos tentasse eu só passaria nas mãos dele.
Mas, para provar o grande mistério de DEUS, em seguida apareceu um mendigo na porta da lanchonete e gritou, à, safado! Já sei que você tem o costume de ir para o banheiro com mulheres.
E ele então desceu a escada em direção ao mendigo e eu desci a escada rapidamente e segui minha caminhada para tomar a próxima lotação para ir ao emprego.
Por incriável o que pareça, o endereço certo era o endereço que a desconhecida misteriosa me passou.
Agora ficou um mistério, quem seria aquelas pessoas que me deu outro endereço para meu emprego, me levou até o novo ponto e dizia também tomar a mesma lotação e não tomou, simplesmente sumiu?
Quem será o mendigo que me salvo?
O que teria acontecido se nenhuma destas pessoas tivesse cruzado meu caminho?
Será que um dia vou decifrar este mistério? Que é obra de DEUS é! Mas quem será o usado por ele?
AUTORA Maria Silvania dos santos!

Foto de Maria silvania dos santos

Dramática!

Jamais pensei que você seria assim, você sempre sorriu para mim, dizia tanto ser minha amiga, e hoje me fez enfrentar esta briga.
Com meu nome caluniou na senzala me colocou.
Com uma mentira você me acusou o meu nome você sujou.
Hoje do que me adianta os dias de sol se ele não posso o sentir, as noites de luar se para ela não posso olhar, não posso apreciar quantas estrelas estão a brilhar?
Será que você se sente feliz em dizer tudo que na realidade eu não fiz?
Hoje vivo neste drama, não posso abraçar quem me ama.
Simplesmente vivo abraçada por estas grades trançadas de ferro e um manto de tristeza que corre pelo meu rosto marcando minha beleza.
Pelas grades que travam meus passos e quadra meu olhar, me sufocam em lágrimas.

Maria Silvania

Foto de Carmen Vervloet

Exaltando Vitória em Capixabês

E lá vou eu,
CAPIXABANDO,
pelas ruas de Vitória,
POCANDO sonhos,
colhendo ilusões!
CATO do mar
a força e a energia
e ESBURRO alegria,
nesta minha ilha
que é toda magia.
Se o dia está meio SEM DOCE,
aguço o paladar
com nossa MOQUECA,
(O resto é peixada)!
que desperta em mim
a menina sapeca,
capixaba da breca
que sente GASTURA,
que voa nas alturas,
que salta das nuvens,
nestes céus de ferrugem,
navega em seus mares,
respira em seus ares
minério de ferro
e grita IÁ!
E nestas suas ondas
eu pego uma PONGA
e qual TARUÍRA,
amputo minhas mágoas
e nestas suas águas,
navego sem rumo,
buscando o sumo
nas partículas
de grumo
que formam suas praias
e grito te amo
rodando minha saia!

Foto de Alexandre Montalvan

Beije minha boca

Quantas cinzas deixei no chão
Marcadas com força pelo fogo
Escrita a ferro neste espaço
Expulsas de um pobre coração

Que estranho vazio me toca
Serão as marcas do passado
Palavras saem de uma boca
Ou antes, um quadro pintado

Porque olhas deste jeito
O teu doce é minha seiva
Você não é minha sereia
Eu não sei quem você é

Se tens o fel da verdade
Mostre-me a fria realidade
Abraça-me forte sem maldades
E depois beije minha boca
Antes que os vermes a devorem
Alexandre

Foto de Carmen Vervloet

Nas Nossas Mãos

Se não sou cega, nem surda
e inquiro tudo que está à minha volta
também não posso ser muda
e guardar em silêncio minha revolta.

Preciso gritar a dor que me sufoca
e não me deixa ser totalmente feliz
cutucar com poesia os monstros que dominam da toca
e ferem a ferro e fogo deixando profunda cicatriz.

Meu coração sangra vendo crianças esmolando,
mãos estendidas nos semáforos das avenidas
e os monstros nosso dinheiro esbanjando
deixando ao descaso tantas e tantas vidas.

São botões de primavera que fenecem no alvorecer,
que perdem a cor antes mesmo que a flor se abra...
São tantos talentos que ao país poderiam enobrecer
perdidos, nos torpes vícios, nas ruas e nas calçadas.

Se o amor destes governantes é pouco ou insuficiente
e não vê a precariedade de tanta gente
o povo precisa ser mais astuto e inteligente
e escolher com critério outros mais sensíveis, urgente!

Foto de von buchman

O PERSEGUIR DOS MEUS ESCARNECEDORES...

O PERSEGUIR DOS MEUS ESCARNECEDORES...

Por que não se fez trevas e pereceu o dia que nasci?
Por que os médicos não disseram infelizmente
ele não veio ao mundo o concebido,
mais um feto morto...

Eu hoje me sinto como uma ovelha que vai ao abatedor
sem reclamar no braço do seu criador feliz sem saber
que em minutos será sacrificada...

Reclamar o bem que eu muito queria e não o ganho,
mais o mal vem a mim com capim na terra fértil pelos
meus perseguidores e escarnecedores...

Me crucificaram sem dó!
Na perversidade da carne e na satisfação
da maldade do horror...

Todos os meus festejam com minha queda
e profetisa o meu terminar de vida na miséria
e na fome, como o meu próprio filho profetizou sobre mim...

. Não quero e nem aceito tamanho mal ou profecia,
pois sou filho de Jeová ele nem imagina,
que tocou em um ungido do SENHOR EMANUEL ...

E bem digo nem só de pão vive o homem
e lastimo que o bem e a satisfação deles
o mundo comera com o ferrugem come o ferro...

Se não fosse meu Deus teria sucumbido no 1 golpe
que foi profundo e fatal no meu peito atingindo
mortalmente meu coração dado pela pessoa que
tanto fui apaixonado e amei intensamente
e vive 32 anos!
E o derradeiro golpe e fatal foi aferido pelo meu filho
que tanto amava, hoje meu inimigo mortal...

Hoje estou com uma ferida que sangra continua
numa hemorragia lenta e letal sem contensão ...

A morte já se anuncia pelos olhares dos abrutes
tem sido aqueles que tanto amei e honrei ..

As hienas do meu cativeiro,
são aqueles que tanto dei-me e cuidei,
e hoje ficam a espera o derradeiro tombo
meu para poderem me dilacerar no frenesi
da ganancia e da carne viva que sangra,
esperando o rasgar das minha migalhas do meu corpo...

O que mais me dói e saberem que ainda
tem vida no meu corpo,
E olho para meu lados e vejo que estou só a mercê
dos carniceiros que querem até vender meus órgãos
para ganhar mais com a minha morte...

Lastimo da minha sorte e agradeço a Deus
que minha alma e minha salvação não pode ser
saqueada ou me retirada...

Bem dito seja meu Deus que me deu a salvação,
mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte
não temerei mal algumas,
por que Senhor estarás comigo...

Olho para traz e vejo a maldades de todo aqueles que
estendi minha mão na hora do sufoco ou da necessidade
e vejo que o fim esta próximo,
seus olhos brilham com meu padecer....

Meu bom Deus já prepara os anjos para levar minha alma
e espirito pois sei que a batalha da carne posso ter perdido
para os malfeitores,
ladrões e escarnecedores...

Para mim tenho o teu consolo meu Deus
mesmo chorando e sofrendo a agonia da morte
que já se anuncia só me resta chorar,
louvar e agradecer ao Senhor pelo seu amor
e misericórdia para comigo...

Em 57 anos de vida achei que já tinha visto de tudo,
mais hoje vejo em mim Jó e as profecias do final do mundo
onde o mal vai assolar tudo e a todos ...

As trevas e o mal tem cantado
e dançado com meu sofrimento
e decepcionar com quem tanto amei
e cuidei de minha família que criei para servir a Jesus
e hoje trabalham para envergonhar
ao Pai celestial me perseguido,
saqueando e o fruto do meu trabalhar ...

E a derradeira maldade saiu da boca de minha mulher
onde disse que eu não sou um homem,
e que não sou casado e sim solteiro
sendo ela é uma mulher só,
entendo que assim meus filhos frutos
deste casamento evangélico na tua presença
meu Deus !
Perdoa meu Deus ela não sabe o que fala...
pois de nada valeu o mesmo
e sim não passou de um caso
ou envolvimento oportuno para satisfação
da carne ( filhos do pecado)...

E muito me parecendo com a mulher de Jó
quando o mandou Jó amaldiçoar
a Deus para morrer
e Jó a chama de louca...

Meu Deus abrevia meu cativeiro,
saciando a minha afrisão e dor...

Honra-me senhor para que os escarnecedores
e malfeitores não fação mais festa
com o que restou de vida no meu corpo...

Deixando-me ter o suspiro derradeiro
e final do bater do meu coração
nos teus braço meu Deus....

Foto de nelson de paula

O SELO DA SORTE(de "Vozes do Aquém")

A sorte
não está
ainda
selada,
está
apenas
lançada.

Para atravessar
o rio
não há
nenhuma condição,
apenas disposição
de molhar
os pés.

Água
faz bem,
carrega
os piolhos e o pó,
mas,
nem sempre,
livra
dos pecados.

Por isso
não se deve
ter
pressa
de atravessar.

Fica
mais leve
quem
aproveita
a paisagem.

Ao subir
do outro lado,
a cabeça muito erguida
pode vir a ser
alvo fácil,
a não ser
que o capacete
seja de prata,
marcado
com as letras
mágicas.

O céu, meu amigo,
precisa
ser conquistado.

Não sei
se deve
ser
a ferro
e fogo.

Mas,
não cabe

covardes,
senão,
como
ultrapassar
os demônios?

A palavra
desembainhada
penetra
com rigidez
o tórax
do anjo
guardião.

O qual
soluça.

E abre bem
o caminho
do umbral
secreto.

Foto de Alexandre Montalvan

Destino

Meu destino me envolve
Sentimento que confunde, distorcido
Medo do desconhecido,
Medo de parar esta alucinante viagem
Que me tornou algo selvagem
Afastando-me de você

Esta dor me consome
Transformando em cinzas o que era dia
Despedaçando minha doce magia
Destruindo emoções, pensamentos, opções
Por entre o caos procuro caminhos
Alternativas, atalhos, soluções

Mas tão somente encontro espinhos
Que rasgam minha carne enfraquece meu ser
Persigo a loucura, continuo sozinho
Meu destino me envolve
Odeio meu destino

Com ferro em brasa queima minha alma nua
Com mãos de fogo reforma a forma
Que já foi tua
E na ferida aberta a dor confusa continua
Como um louco eu luto para abrir meu coração
Como um sensitivo percebo não há jeito
Um anjo maldito escreve a faca em meu peito

O teu nome é solidão.

Alexandre 14/03/2011

Foto de Alexandre Montalvan

Folha ao vento

Folha ao vento, em uma dança lenta, a folha cai
Ao desprender da origem não sabe o destino, não importa aonde vai
Seus temores são metáforas sua dor é solidão
Em sua liberdade sem sentido ela dança um sonho uma canção
Tanta força a castiga tatuando-lhe carismas
Ela cria movimentos para transformá-los sofismas
O outono é a razão de sua misteriosa existência
Altera verbos para que se perca a eloqüência
Sua tristeza é a antítese das manhãs e dos jardins
Sempre sonha o mesmo sonho
E o que é bom diz que é ruim
Sabe ser apenas uma folha ao vento
Tão simples assim
Vendo rostos conhecidos frios sem sentimentos
Que mudam a todo o momento
Transformando o ferro em aço
Eu me laço
Nos teus braços e abraços
Beije-me
Em teus lábios me enlace
Afaste-me deste inverno
Que me afasta de você
Deixe-me repousar em teu delírio
Renascer em tua aurora
Aquecer-me em tua luz, saborear tua doçura
A cada amanhecer estar agarrado ao teu ser
Pois por mais que eu flutue ao sabor da brisa e do vento
Meu destino você

Alexandre 18/03/2011

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