Face

Foto de Sonia Delsin

BRISA

BRISA

Alisa-me a face.
Me transpasse.
Me leve para bem distante.
Quero o instante.
Sim, o perdido instante.

Foto de Paulo Master

Auto-Retrato

Da janela vejo o homem escrevendo ansioso, ocioso e melancólico, sua face guarda um semblante embaçado e sem nexo, sem face seu brilho não existe no universo, as mãos cada vez mais trêmulas, parece que existe uma tragédia por trás dessa folha de papel, sua escrita é serena e seu gesto parece ter odor, cor e forma, mais e mais vai se aproximando do seu objetivo e mais triste vai ficando aquele homem, ainda consigo perceber um suspiro mais profundo, é como a chegada de um choro, seu momento é tênue, por alguns instantes ele pára e pensa, olha para o horizonte, um olhar perdido, talvez num passado muito distante, depois volta a rabiscar seu papel, através da sombra que se faz à meia luz consigo ver a silhueta de sua mão a escrever, agora mais calma e mais serena, como se estivesse tecendo cada verbo, cada canto de sua escrita, talvez nem estivesse pensando no que escrevia, apenas rabiscando e vivendo seu momento, eu me ponho a pensar que momento seria vivido por ele agora.
Então calmamente o homem se levanta, olha para frente e pensa por alguns instantes, dá alguns passos, pára novamente, olha para trás, olha para sua escrita, por alguns momentos ele fica estático, depois se vira e vai ao oposto de onde estava, segue seu caminho em passos calmos e sem pressa.
Com tremenda sensação de curiosidade não resisto ao que para mim é mais forte que tudo nesse instante, então calmamente vou à sua mesa e vejo o pedaço de papel com o desenho de um homem muito triste, e em baixo escrito: "eis me aqui, assim me sinto no momento".

Foto de Carmen Lúcia

Como esconder a verdade?

Quem sabe se eu risse a carradas,
mostrasse a face desconhecida,
riso imbuído de mágoas,
de futilidades estabelecidas,
abrir-se-ia novo cenário,
passarelas de falsos amigos
cobrindo-me de flores surradas
assim como seus parcos sorrisos
querendo brindar comigo
o riso forçado e inibido,
enquanto os soluços da alma
irrompem por serem traídos...

Quem sabe se até gargalhasse
e virasse de pernas pro ar,
um palco se arquitetasse
pra meu personagem atuar
cenas banais, amores persuadidos,
aplausos soariam tão fortes
como a mentira conivente
da intérprete que transborda e mente
uma reles história irrisória,
enquanto por dentro chora
a sua verdade escondida,
essência que a ninguém interessa,
o que ninguém mais apreça,
e o que tanto espero...

Valores já esquecidos,
como chorar num ombro amigo
meu pranto sincero.

Carmen Lúcia

Foto de GRAZVIE

A MEU PAI

A um pai pobre

Tu és a estrela do meu caminho!
Eu sei, que a tua face enrugada,
Meu pai, ó meu adorável velhinho!
È fruto da dura vida passada.

Por trás da imaginação bizarra,
Ficou-me dentro da alma a certeza;
Tocavas magistralmente a guitarra;
Às vezes para enganar a pobreza.

Um dia! Um dia vi-te chorar.
Não disse! Não disse nunca a ninguém.
Choravas, porque não tinhas p’ ra dar
O pão, que eu pedia à minha mãe.

Nem sempre em nossa casa houve benesses.
De quase tudo, um pouco nos faltava.
E por mais sacrifícios que fizesses,
A nossa má fortuna, não mudava.

Não davas a teus filhos, o que aqueles
Mais ricos, davam aos seus de melhor.
Mas sendo pobre, davas mais que eles:
Davas compreensão! Davas amor:

Junho 1978
Graziela Vieira

Foto de Arilton Bronze

ENCANTAMENTO

Na praia que vi de passagem

A vida passava tranquila.

A brisa do mar

Beijou minha face carinhosamente

Que tão de leve, quase não senti

Parecia seda ou cetim.

Na praia que vi de passagem

A brisa do verão

Transpassou minha alma e

Eu viajei suave em seu encanto

Na praia que vi de passagem

Tudo era belo, imensamente belo...

Sorri e a praia me olhou

Com um sorriso apaixonado.

Foto de Felipe Ricardo

Paz

De brilho inteso vou me fazendo
Em paz terna esta que teus olhos
Gentilmente a min entrega mesmo
Com o caos do mundo la fora [...]

De repente de teus olhos nasce
De forma indiferente triste lagrima
Sem razão cor ou sentido, mas dela
Me faço presente em teu rosto
Escorrendo por tua face ate sucubir
Em teus doce labios onde encontro a
Paz untada ao teu saboroso sorriso
Que me tira deste mundo tão insano

De onde vivo de forma tão louca
Aos prazeres mundanos e caoticos
Mas vejo teu sorriso e logo encontro
A antiga e perdida redenção de minha paz [...]

Foto de Elias Akhenaton

Sorriso de uma criança!

Como é meigo o sorriso de uma criança,
Singelo, igual ao de um anjo querubim.
Luz de Deus numa eterna esperança
Num mundo de paz, belo como jardim.

O sorriso de uma criança é verdadeiro,
Puro e cheio de ternura como uma flor,
Presente divino, é inocente por inteiro
Transmitindo sentimentos de amor.

Sentimentos de amor vindos do coração,
Irradiando paz para o nosso bem viver,
Despertando-nos plena contemplação
Porque é a face de Deus a nos bendizer.

O sorriso de uma criança vem da Alma
Por isso nos emociona com sua confiança
Sensibilidade e docilidade, nos acalma.
Como é cristalino o sorriso de uma criança!

-**-Elias Akhenaton-**-

Foto de Alvaro Sertano

Alvaro Sertano"PEDAÇO DE NÓS"!

PEDAÇO DE NÓS!

Não se vá
não diga adeus,
volta prá mim, seja como for
é bom lembrar
que ainda existe amor,
singeleza de corações
corpo a corpo nun laço
tesouro de emoções,
prá viver.
Retrato da vida
encantos, mil razões.
Nunca esquecer de sonhar
auto retrato: Abraço,
viver nova era
rara beleza, pedaço de nós.
Descartar a quimera
cantar um canto novo
prá ser feliz, feliz!
Face a desdita
semente da ilusão.
Quem dera...
Te ver sorrir outra vez,
amanhecer prá vida
para os filhos teus,
cheia de luz
noutra estação.

Alvaro Sertano,87.
http://br.dada.net/alvarosertano
DReservados\Ed.Eco's.

Foto de DAVI CARTES ALVES

DAMA MISTERIOSA & ENVOLVENTE

Nos lábios frios e úmidos
ela pincelou langorosamente
um brilho vermelho-sangue, das vitimas
despejando-as sob sua diáfana abóbada índigo
assim como o mar, encobriu cadáveres
qual perene e profunda sepultura

Amante do inverno rigoroso
com os miseráveis claudicantes
refugiados nas marquises do tempo
também não lembrou da ternura
deu guarida para o tirano
que no casebre simples e sem mata-juntas
derramou pânico, dor e amargura

Para depois charmosa e deslumbrante
no seu longo vestido azul escuro
cravado de diamantes
tornar doce os sonhos pueris
e intenso & balbuciante
os amores febris

Fez-se fonte maviosa de repouso e reparação
mas teima em não mudar de face no calabouço
e nas grotas do mundo e submundo
da prisão
o choro intenso do nenê
rasgou seu e-charpe sereno
mas pela dócil mãe lactante
foi contido o mimoso pequeno

viu uma chuvinha generosa e imparcial
cantante, massagear costas & sonhos
de derrotados e vitoriosos
viu jovens em titânica truculência hormonal
enlear-se loucamente,
nos seus cabelos sedosos

em fim
despiu-se do seu vestido
com suavidade & languidez
mostrando todas as facetas da sensualidade
do amor, da maldade, da humanidade

de uma polifonia sob volume baixo
do homem que se cansa de ser humano
da força do repouso, da renovação
da matizes da insensatez
do homem sonhador, sob sobriedade
ou embriaguez.
e pouco antes do amanhecer, ela se foi.

DAVI CARTES ALVES - poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de LuizFalcao

Rios de Gente!

De LuizFalcão

Centro da cidade!
Rios de gente ganham as ruas!
Rostos em quantidade!
Em quantidade, bocas... olhos... pernas...

Bocas em silêncio!
Bocas em conflitos!
Bocas que metralham palavras perdidas!
Bocas que falam o que não sabem!
Bocas que sabem e que não falam!

Olhos!
Olhos que sorriem!
Olhos que choram!
Olhos que se fecham!
Olhos que se olham!
Olhos que se negam!
Olhos que seguem os desenhos das calçadas!

Membros!
Membros que se agitam!
Braços que se acotovelam nas entradas!
Pernas que tropeçam nas saídas!
Tantos braços!...
Tantas pernas!...
Em movimentos frenéticos no balanço do andar.

A grande massa de gente se multiplica com o passar das horas.
“Formigueiros” humanos!
Sobem e descem os arranha-céus com pressa!... Tanta pressa!
O tempo não espera!... Os ponteiros dos relógios não param!
E mais pressa!...

Pensamentos voam longe!...Atravessam fronteiras!...
Viajam o mundo na face dos caminhantes.
Muitos rostos nos olhando nos olhos,
Espelhos da alma dos viajantes!

Tristezas, alegrias, decepções!... Amores!... Paixões!
Mundos em meio a outros mundos, satélites de si mesmos!
Universos únicos em expansão!

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