Existência

Foto de Marta Peres

Amigo

Tu me ofertas o perfume
E ajuda-me trilhar a vida,
Tu faze-me bem,
Em troca dou-te uma rosa.

Tu que entrabre os lábios num sorriso
Para comigo
E compartilhas lágrimas
E sabes de minha existência,
Oferto-te uma rosa!

Tu que és nobre nos sentimentos
rico no viver
e imperas no amor,
oferto-te uma rosa!

Tu que és pessoa amiga
Fazendo ternamente do silêncio sair sons
E que canta comigo
Oferto-te uma rosa!

Tu que parastes para ouvir meus queixumes
E lamentos
Tendo palavras doces e certas,
Esta rosa é para ti
Com meu eterno obrigado!
Marta Peres

Foto de neiaxitah

Crónica do mar...

Com uma vida superior, ao superior que a capacidade humana acarreta, sei hoje o que significa o menos e o mais infinito. Menos infinito é o lugar de onde sou originário, suor ou lágrima de uma existência metafísica que, também, causa desvios na crença da humanidade. E o mais infinito é a sina da minha existência com a qual terei eternamente de viver. Sou quem nasceu para jamais morrer, no fundo sou quem sofre, sou quem vê, sou quem chora, sou quem vive. Sou o melhor indicador da idade humana. Vejo nascer no nevoeiro e no orvalho da manhã, na chuva miudinha da tarde, ou entre uma chuva incansável da noite, aquele que tal como eu é ser, aquela criança que irei acompanhar durante todo o trajecto da sua curta existência. E assim sendo, prezo todos os da sua espécie e protejo os que em mim buscam protecção. E acreditem, ou não, são muitos, apesar de grande parte nunca me ter visto, sonha comigo e, nesses sonhos, eu espalho a espuma, a lágrima do meu corpo e ouço também atentamente os seus júbilos e pesares.
Inicio todos os dias, senão a todas as horas, jornadas diferentes com o ser humano.

Não há ser mais robusto e complicado, mais sábio e ignorante, mas divertido e envolvente. O ser humano enquanto ser pequeno, bebé ou criança, vê a minha angústia, consegue perceber se estou triste ou feliz e, por isso consegue distinguir uma lágrima num oceano inteiro, o que m deixa deveras surpreso e inibido. Inacreditavelmente, num acto de facto humano de ser ingénuo e puro, a criança brinca comigo, recupera o meu sorriso; faz o seu splash-splash, que me faz cócegas; corre para mim espalhando o seu sorriso estridente entre gritos apaixonantes de alma intocável; tudo isso, nas praias que me dão abrigo e, por tal vejo-me na obrigação de lhe beijar os pés. Perante tal tolice minha, a criança grita mais, ri e corre numa alegria imensa enchendo-me o coração que é de sangue azul, mas não aristocrata, que imaginando um mundo sem crianças entristece; e chora lágrimas tal salgadas que até me sinto agoniado com o péssimo sabor da inexistência dos pequenos. São eles que me fazem viver, nunca duvidei de tal. Mas o tempo passa, e o que ontem foi criança morena a quem eu beijei o corpo, hoje é miúdo, pré-adolescente, com manias de rebeldia e actos encantadores revolucionários. Desse pobre, eu tenho pena, nada mais que isso. É alguém que sem saber a pequenez dos seus actos tenta acordar os mais crescidos.
Em má fase se encontra, revolta-se pela incompreensão das novas obrigações que até então não existiam e da incompreensão dos pais. Mas a idade passa e dizem os humanos mais velhos que aquilo também há-de passar; no entanto eu digo que não passa, mas adormece, e com o passar dos anos vai morrendo no coração, ou acorda pelas razões erradas, todos sabemos. Eu também me revolto, mas as minhas revoluções já vão fazendo alguns estragos, quando me vejo com os nervos a flor da pele devido às guerras desumanas, às discussões sem fundamento, ao ferimento que me causa quem me esquece e me tenta destruir, quando me cortam a respiração, são gotas de agua a mais e revolto-me. Vou continente adentro, desbasto, grito, discuto, magoou. Vejo o mal que fiz, mas não e por isso que não o volto a fazer; no entanto, no momento, assombrado pela minha pertinácia, recolho as tropas e volto com as tropas para o vasto território que me foi consagrado. Passo dias ou anos, em sossego e quieto entre lágrimas e arrependimentos, porém, se me voltam a ferir o orgulho, reviro o coração de criança mimada, choro e faço quem me magoa chorar comigo. Não. Não me orgulho de ser assim, mas é feitio, e apesar de tudo, baseio-me naquela máxima de que feitio não é defeito. Às vezes paro, penso e questiono-me que idade teria na idade humana? Nunca cheguei a uma conclusão valida. Mas mesmo assim vou procurando no seu crescimento semelhanças com a minha pessoa.
Tal como a criança é feliz, o pré-adolescente revoltado, o adolescente ou jovem é inseguro ou em contrapartida, seguro demais; assim como eu. Há dias em que acordo com devaneios de conquistar mundos e fundos, de espalhar os meus feitos numa Europa senhora ou num África criança; porem toda a minha segurança se vai dissipando com o tempo, e perco as minhas oportunidades por medo de falhar desperdiçando se calhar boas oportunidades. Sou um jovem velho, tenho sonhos largos e medos amplos, pobre de mim e pobres dos adolescentes. Não há um jovem que me tenha passado nas mãos equilibrado; aliás o equilíbrio é uma utopia. Dá-me um prazer infinito escutar o drama duvidoso de um garoto ou a glória daquele que me vem falar das suas façanhas. Jamais o considero presunçoso. Gosto da capacidade, vontade, nem sei bem definir o que o ser humano possui no seu código genético que nem cientistas reparam que os ligam a mim. O ser humano tende sempre em vir falar comigo, no fundo sabe que mais ninguém lhes irá escutar as glórias, duvidas, medos com tanta atenção e tanta capacidade em ouvir como eu, no fim,
gosto de dar o meu palpitezinho, a minha opinião de mar sábio e sabido. Gosto, também, de ver nascer o amor juvenil que passa por mim e a quem eu pisco o olho e dito um murmuro de boa sorte que só os corações sentem, levando os apaixonados a visitarem-me e a contarem-me os desacatos e boas bonanças. Por vezes aparecem-me descontrolados e desejam mais que outra coisa nas suas curtas vidas, virem viver mais perto do meu coração do que do coração já aglutinado ao seu, do que do coração que amam por uma mera discussão por vezes insignificante ou mesmo porque o amor se esgotou ou acabou. Claro é que dou os meus concelhos mais uma vez, e humilde à parte, por vezes vejo nascer uma esperança de quem me apareceu em retalhos; contudo, é evidente, que me sinto muito mais feliz com os que vêm celebrar o seu amor para a minha beira. Aqueles que unem laços de amor eterno, ou se não for eterno que dure muito tempo, vestidos de branco, de chinelo na areia num dia em que eu mesmo mexo os cordelinhos e como prenda de padrinho que sou, apresento um dia celestial. Céu azul límpido, sol amarelo brilhante e tudo o que os meus afilhados desejarem e merecerem. Em prol daquela união sagrada, pelo menos para mim, recebo de ondas abertas os recém casados. E feliz me sinto ao ver o jovem passar a adulto, porque é nas grandes e verdadeiras decisões que se vê esta transição melhor que nunca. O ser adulto é uma fase bastante intensa, de renovação, cíclica. Existem cinco tipos de adultos na minha eterna vida. O adulto solteiro que vem correr para a praia de manhã, e na sua corrida continua denoto um vazio, ouço a musica tristonha a entrar-lhe pelo ouvido e a penetrar-lhe o coração. O ser humano tem atitudes estranhas, porque quando está triste ouve músicas tristes, quando se sente sozinho procura a solidão. De facto, este adulto solteiro apela-me ao sentimento, e não sei que posso fazer eu por eles se eu mesmo sinto uma semelhança entre a minha vida e a vida deles, pois também eu corro nas praias, com músicas tristes como som de fundo. Com vista a debater este negro pensamento descrevo outro tipo de adulto. O adulto que vem passear a namorada ou namorado acompanhado pelo cão. É aquele que namora anos e anos e mais uns anos com a mesma pessoa, sendo, ou não fiel e acolhedor a esta, mas que em contra partilha repudia casamentos e só permite a entrada do cão na sua vida pessoal. Uma escolha que, por vezes, lhe compromete a vida toda. Se é ou não feliz, nem eu sei, parece ser, mas será totalmente feliz, mesmo que não se sinta bem com as escolhas que faz?
O terceiro tipo de ser adulto é o adulto casado com vida de solteiro que não quer ter filhos nem animais. É aquele que não sabe viver a dois, é alguém que precisa do seu espaço sem perceber que quanto mais espaço tem mais precisa, afastando aqueles, que no fundo, quer por perto, arriscando-se por vezes a perde-los e deixando sempre um vazio na sua vida. Ao menos o outro tem o cão como companhia.
O quarto é o divorciado, adulto que todas as semanas vêm para a minha beira contar que já não sabe o que há-de fazer da vida. Coitado! O personagem bem vai tentando arranjar companhia, mas as que arranja duram pouco e ele percorre a sua vida com o filho do primeiro casamento, o cão de segundo, e assim vida fora.
Por fim, e aquele que prolonga os bons momentos da minha existência é o adulto pai. Aquele que me traz as crianças iniciando um novo ciclo e ocupando os meus dias. Aquele que vem jantar, fazer piqueniques e mais um enorme leque de coisas para perto do Mar, ou seja, de mim. Sinceramente os dias, as gerações vão passando e quanto mais vivo, mais vontade sinto em viver. A eternidade não é boa, nunca o foi nem há-de ser, pois ela é maçadora, sem sabor; no entanto encontrei neste mundo que tanto crítico, que tanto me fere, o que sempre procurei, a vida. Dá-me uma alegria tremenda e uma vontade de viver suprema ver nascer as crianças, vê-las crescer e revoltar perante a insensatez do mundo que um dia se ergueu, tenho um gosto fantástico em vê-los crescer, embora em entristeça ver que eles perdem muitas vezes o desejo de luta por um mundo melhor e até ajudem as más pessoas, que existem em toda a parte, a tentar arruinar, e quem sabe um dia a conseguir, a minha eterna existência; contudo alegra-me as suas aventuras, as suas histórias, as suas esperanças. É admirável ver o evoluir de uma raça. A juventude é a fase mais curta e mais complexa, e é entre todas as fases a que mais gosto, pois também é a que mais companhia me faz e alegrias, e até tristezas me dá; em suma é aquela que me dá o complemento essencial de uma vida. Os adultos também me fazem uma mediana companhia; porém só me aparecem com as crianças ou então para chorar as mágoas, muitas vezes completamente embriagados, raro é aquele que aparece no estado dito normal apenas para dar um simples passeio a olhar para mim. Gosto que olhem para mim confesso, disso não me envergonho, um pouco de vaidade nunca fez mal a ninguém. Mas agora sim chegou a altura de falar a idade que mais admiro. Pura admiração nutro pela velhice.
São os mais velhos, os idosos, que se levantam de manhã e vêem tomar os seus banhos de ouro, que vêem molhar os pulsos e tornozelos no meu corpo ensopado ou apenas o passeio matinal perto de mim. Gosto de os ver a jogar a canastra, tardes ao sol, brindando saúdes. Admiro os que confessam as diletantes vidas e se arrependem e tentam remediar qualquer coisinha no final de vida e admiro principalmente o amor daqueles que passeiam com o companheiro de uma vida inteira de braço dado. É uma sensação estrondosa que graças a Deus, ou graças a alguém que me pôs no mundo, eu possuo e apesar de saber que o que a eternidade não é boa, é bom saber que há seres não perenes que me fazem sentir uma perpétua felicidade com as suas vidinhas simples, complexas, felizes, infelizes, desgraças ou quase perfeitas, e é por tudo isso que eu, todas as manhãs me levanto com o amigo Sol, com a amiga Chuva, ou com o amigo Nevoeiro e abraço este ingrato e saboroso mundo, levantando os braços para ver os surfistas se erguerem no esplendor. Beijo a acolhedora areia agradecendo diariamente o abrigo que esta me dá em cada praia que abraço e dou palmadinhas nas Rochas com um desejo de bom dia. Prolongo a minha tarde viajando pelos cantos do mundo, ouvindo as deslumbrantes e apaixonantes vidas, e à noitinha o sol despede-se sempre de mim, mesmo que nem sempre o veja a despedir-se, e sinto o manto de estrelas abraçarem-me enquanto cobre todo o céu, e penso que só me posso sentir bem com os amigos eternos que tenho.
A querida Lua vem sempre toda espevitada com a sua tão terna voz dizer: “Tio Mar conta, conta o que aprendeste de nojo hoje, o que ouviste.” E sento-me eu a contar as histórias do meu dia à Luazinha, e ela fica bela, encantada, e eu desejo ter mais para lhe contar. Desejo um novo dia, enquanto ela deseja uma nova noite e uma nova noite… desejo uma evolução nesta humanidade, desejo ver as pessoas repletas de felicidade. E o novo dia nasce, e eu observo atentamente cada pessoa que me aparece, ouço as histórias com os ouvidos bem abertos, primeiro porque quero aconselhar de forma correcta as almas que me aparecem e segundo, porque a Lua nunca me perdoaria uma noite sem história. E por mim vão passando vidas simples, complexas, felizes, infelizes, desgraçadas, perfeitas, ou pelo menos quase perfeitas que cobrem os pedaços de terra, que alguém habitou para preencher os dias.
Esta é a minha vida, eterna vida, e assim é e assim será a eternidade, preenchida de defeitos, e com poucas qualidades, mas cada qualidade sobrepõe-se a muitos defeitos, fazendo com que esses sejam quase nulos.
A.C.

Foto de Cecília Santos

ILUSÓRIA MIRAGEM

ILUSÓRIA MIRAGEM
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Na seda fria e macia, da saudade
sozinha me deito.
Contemplo o vazio, não mais te avisto.
Desenho seu rosto no sonho,
que é tão real, pra mim.
Ilusória miragem, que faz o irreal,
se tornar presente.
Tudo retorna, cai o véu do tempo,
nada mais é esquecimento.
Meu pensamento, é só contentamento.
Mas nada disso é real...!
Tudo é miragem, é só imagem.
É fantasia, que tira a magia, e minha alegria.
Que se transforma, em um mar de lágrimas.
Que rastejam, como serpentes sinuosas,
à procura do amor, que é só saudade.
Querendo a existência, mas sabendo,
que é só ausência.
E nessa ausência, procuro uma forma.
pra te dizer, que nada mudou,
Sou a mesma pessoa, com meu amor
feito cristal transparente.
Que me aprisionei no tempo da sua
ausência, e te esperei.
Esperei como quem espera, as voltas
que o mundo dá.
E nessa eternidade de espera.
Quem sabe, um dia nós passaremos.
Pela existência sem ausência...!

Direitos reservados*
Cecília-SP/07/2007*

Foto de anonimo_envergonhado

Desabafo

Desabafo

Vida doce e vaga
Cheia de risos, choros e dor
Vazia de existência
Chora livre e sem palavras

Meu recado é indolor
Sofro por elas
Nunca saberei, amor
Bebo, escrevo e vivo
Aquento a dor

Sou alegre, tenho amigos
Amantes, donzelas sem pudor
Digo com jeito de conquistador
Sou cheio, mas vazio de amor

Sou perdido nelas por um segundo
No outro, sou louco
Um perdido
Escrevendo meu louvor
Te quero, onde estás ?
Venha por favor

Sofro, sorrio sou rio
Quero o mar
Sou piegas
Mais rimo, quero amar

Também sou orgulhoso
Me largo, deito em teu colo
Outro dia, outro lugar

Sou tímido, bebo muito
Do seu jeito, quero amar

Outro dia, outra...outra
Apaixonado brinco de amar

Mas me digo, com respeito
Tenha pena, seu coração não bate
Só apanha !!!

Estrago a rima,
Brinco com a vida
E do meu jeito
Tento me levar

Por aqui, vou despedindo
Porque o dia
Vai acabar

Anônimo 22/08/2007

Foto de Shiri

Mulher

Bela criação é a mulher,
porque nela escreveram o mundo,
a ela deram o poder da vida,
porque ela veio em segundo,
tal como a mãe só é lembrada depois do filho,
que sem ela jamais existiria
Porque ela é o Vento, e o Sol, e a Lua, e tudo,
no nada da existência humana,
que começa no absoluto
É o caminho, a porta para a realidade das coisas
É dor e portanto o guia,
do grande Consolador
Mulher e o seu calor,
Seu nome é…

Amor

Foto de angela lugo

Imaginação

Posso te imaginar na luz da minha existência
Sentir tua presença a inebriar minha alma
Sentir a fragrância do teu perfume
Escutar o palpitar distante de um coração
Posso sentir o som das lágrimas caindo
Escutar passos que vem em minha direção
Mas que nunca me alcançam...
Se correr ou se andar apenas ouço os teus passos
A me acompanhar durante o meu trajeto pela vida
É como se estivéssemos lado a lado no mesmo universo
Abro e fecho os olhos na esperança de te ver
Procuro-te em todas as direções e nada de ver você
Pergunto-me porque existe esta sensação de tê-lo
É como magia que vem preencher este meu vazio
Por mais que não te encontre pelas quebradas da vida
Vou andando pelas metades até que te encontre
E você seja a parte que me completa por inteiro
Enquanto não te encontro vou te imaginando na mente
E te alcançando em meus sonhos levemente

Foto de HELDER-DUARTE

DAR-TE-EI O MUNDO

I-JOSÉ SIMÃO

Como habitualmente José Simão, fazia, desde Outubro do ano de 1984, também naquele dia de Agosto de 1985, dia quente e torrido de Verão, em que o jovem se dirigia para o seu emprego, ocorreu o que vou contar. José tinha 22 anos de idade, era fransino no seu aspecto, sua vida tinha sido, vida sofrida sob vários aspectos. Apesar de tal sofrimento, cujas causas do mesmo, umas foram por sua culpa e outras da própria existência humana, neste existir que a todos nos faz sofrer. Ele era uma pessoa que nem todos o conseguiam compreender, por seu modo de ser. O motivo era porque naquele fim do século xx, havia este jovem, um pouco diferente de tantos outros daqueles tempos. É porque ele tinha fé em Jesus Cristo e nele confiava, ainda que não ia à missa usualmente. Tinha uma bíblia, a qual lia, sempre que podia. Ela falava-lhe de uma pessoa que para ele era a mais maravilhosa de toda a existência. Pois para José Jesus era o Deus verdadeiro e não somente um homem, que passara com o devir temporal. Jesus era diferente de todos os homens: "O QUE É, ERA, E HÁ-DE VIR; O salvador do mundo, que vençera a morte e está vivo para todo sempre. Como trabalhava num hotel perto de sua casa, naquele dia também se deslocou a pé, para o hotel D. João II em Alvor. Com um gesto simpático, pois por natureza era afável e meigo, ia cumprimentando os vizinhos que encontrava, ao longo da caminhada. O seu vizinho Alberto que se cruzara com ele indagou-o: - Olá José! Como estás?! Como sempre andando a pé. Tens que tirar a carta, para comprares um carro. - É verdade senhor Alberto! Se Deus quiser hei-de tirar brevemente. Pois está a fazer-me falta um carro... estou cansado de andar a pé. (continua...)

Foto de Gaivota

____ LIQUEFEITO ____

*

LIQUEFEITO

Líquido sol
derrama tua cor
na liquefeita vida.
Agarra os dedos enormes,
na tortura da existência
que perfura
corações.

Líquido astro
em cetim
bordado
quero um sorriso
em ouro formado,
sugando
sangue
da garganta azul.

Lava mãos
cravadas,
cravejadas
em raízes
calejadas
deste dia.

Com boca macia,
beija meu dia
desenhado
em palavras..
Abre a porta
e grita.
Liberdade!

RJ – 17/06/2006
** Gaivota **

*

Foto de Fernanda Queiroz

Epílogo de Mulher

Epílogo de Mulher

Estou aqui
Trancada em minha existência
Sem pedir clemência
Coração estagnado
Momentos lembrados
Alma que chora
Lucidez que aflora
Se escondendo no medo
De não mais te encontrar
Estou aqui
Sem janela ou porta
No cárcere privado
Em minha calma morta
Onde o amor estocado
Não vive emoção
Alçapão conquistado
Sem estar a teu lado
Refém de meu coração
Lá fora
Minha dor se mistura a multidão
Perdida em meu desespero
De não te encontrar
Esperança vazia
Não acalma meus dias
Cravejado de amor
Intenso sangrar
Por onde quer que eu vá
Estarei aqui
Velando tua ausência
Aguardando com paciência
Que como um grito forte
Mudará minha sorte
Do náufrago a salvação
Tocarás em minha mão
Dirá que não fui esquecida.
Epílogo de minha vida

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de LordRocha®

Filha...

Estrutura singela;
Delicada, pura, fina;
Como a seda é tua pele;
Olhos de um anjo;
Nariz de boneca;
Lábios de sereia;
Face de uma deusa Grega.

Personalidade única;
Marcada por atitudes;
Decisões individuais;
Pro ativas e independentes;
Opiniões formadas;
E defendidas com a;
Certeza da razão.

Ora, meiga e delicada;
Ora, enérgica e impetuosa;
Ora, carinhosa e dócil;
Ora, imperativa;
Menina, moça, mulher;
Ainda que uma criança;
Tem atitudes acima da média.

Assim é você;
Meu amor;
Minha vida;
Minha existência;
Assim é você;
Minha menina;
Minha “FILHA”.

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