Exílio

Foto de Marta Peres

Viagem

Viajo
Nem mais sei quanto tempo
Estou fora, longe,
Vago navio
O que me carrega
Por um mar sombrio
Triste e que me cega.

Não há estrelas no céu
Tudo é nebuloso
E nem sinto a aragem
Percorrer a bruma
Vejo-me num deserto.

Tudo ao meu redor é mistério.
Sinto selar cada poro
Que a vida me entregara.
Meu mar, meu império
Está cada vez mais distante.

Não tenho lar nem amigos
No exílio onde moro
Sinto apenas o peso da terra
sobre meu corpo.
Tudo tive, tudo perdi
Tudo hoje é igual a nada
Apenas sei que morri.
Marta Peres

Foto de Ednaschneider

Hoje quero ficar só comigo

Hoje quero ficar só comigo
Não quero com ninguém falar.
Hoje só o travesseiro será meu amigo
E meu companheiro quando eu me deitar.

Quero poder sentir a sabedoria
No silêncio da madrugada
Onde nesses momentos de melancolia
Encontro algumas respostas difíceis de serem decifradas.

Hoje quero pensar e refletir
Estou precisando desse tempo.
Este amor que não deixa de existir
E junto com amor um pouco de sofrimento.

Hoje quero pensar em como sou
Como fui e como serei.
Em função deste louco amor
A minha própria vida, eu anulei.

Preciso levantar o meu ego
A minha vida tenho que valorizar
Deixar de ter este amor cego.
Preciso antes de tudo me amar.

Por que se eu não me amar primeiro
Tudo será em vão
Esse amor por ti está sendo um desespero
E se tornará apenas uma ilusão.

Por isso hoje vou me refugiar.
No exílio do meu silêncio e minha quietude,
Preciso ali permanecer.
Pois preciso pensar
E depois tomar uma atitude:
Serenamente te amar, ou te esquecer.

30/04/07 Joana Darc

(Este poema é registrado.Copyright: Todos os direitos reservados à autora dos mesmos,não devendo ser reproduzido total ou parcialmente sem a prévia permissão da respectiva autora, estando protegido pela lei, ao abrigo do Código dos Direitos Autorais)

Foto de Lou Poulit

Ao Largo

Ao largo, o veleiro se desabriga

Do sonho frágil do cais viçoso

Olhando a lua, em seu caminho vicioso

Ao rés dos telhados da vila antiga;

Suas lonas, de estrelas abarrotadas

Túmidas vergam amadeirados mastros

Porque não são estrelas, são astros

Que lhes esgarçam de canções desatadas.

Mas são imensos os perigos insuspeitos

De se amar ao largo assim, e tanto

Os olhares plenos vagueiam estreitos

E a boca beijosa já basta ao espanto.

Então, ao cair da lua sobrevem o escuro

No chão da rua, de destino incerto

O poeta mendiga d’alma o pão duro

E uma gota de orvalho que sacie o deserto.

O silêncio da madrugada é soberano

E sob a clava transita a alma em julgado

Pois vem ao mundo para amar, humano

Mas nem tanto, por ser humano, é amado.

O rosto antes plácido agora lateja

O golpe súbito, que à dignidade exila

Mas o mar revolto, de água ainda beija...

O exílio é melhor que a mágoa de ferí-la.

Ao largo, o poeta trama a amada em prece

Se fortalece, recompondo areias suas;

Abarrota de céu suas veias, exíguas

Que o galo já canta... Em breve amanhece.

Foto de Enise

meia locura...

Que tal trocarmos de loucura
você sobrevoa com a minha e eu me extravaso com a sua?
Que tal unirmos aquelas nossas mentes sãs,
que por mais vãs,
se misturam numa loucura madura
você com a sua, e eu com a minha
que ainda procura, num veio de água limpa
um seio de alma pura?
Que tal trocarmos a nossa loucura
você se propaga com a minha,
e eu me enriqueço com a sua?
Que tal espalharmos silenciosos aos quatro cantos,
que não houve nenhum processo podado,
que ninguém foi mal acabado,
que não houve nenhum pranto ou lisura
porque você tem a loucura mais pura
a loucura mais consciente,
própria do ser inocente,
mas redunda numa amargura?
Que tal trocarmos nossa loucura
você fica com a minha e eu me libero com a sua?
Que tal trocarmos de exílio,
fazendo do auxílio,
um asilado da lucidez?
Que tal experimentarmos a sua covardia,
trocando a sintonia,
e fingindo sensatez?
Que tal abandonarmos as regras,
fazendo-nos de contente,
porque um ser só é meio louco
quando a outra meia parte só é mais um pouco?
Que tal trocarmos nossas loucuras,
você sobrevive com as minhas,
e eu, vou vivendo com as suas...

Foto de Fernanda Queiroz

Caminhando

Quero caminhar por outros horizontes
Onde a palavra não venha ser um conjunto de vogais como uma adaga a ferir, para doer bastas saudades....
Quero caminhar mesmo que sem rumo e sem saber por onde ir
Onde o crer é fato tão simples como a existência, sem ter que provar a cada instante minha diferença, para provar já basta às leis.
Quero caminhar pela praça correr cansar e sonhar ao adormecer, para pesadelos já basta a realidade da incredibilidade.
Quero levantar disposta e meu caminho seguir
Onde os carma se tornaram amarguras de momentos por onde a infância passou e não levou, para isto existe o exílio, onde minha dor não se extinguira..
Quero ser adulta, sem deixar de ser criança
Onde a beleza não lança preferências, em pensamentos ou esperanças que não poderão ser vividas, para isto bastam minhas lembranças.
Quero ajudar, integrar sem ser prepotente
Onde habitar é uma forma de ser gente, de levar um pouco de mim onde aceitação se faz presente, para isto basta poder tocar junto aos pássaros a cantar.
Quero chorar de tristeza de voltar a meu mundo imaginário, florido colorido onde tudo é entendido, para isto basta meu habitat
Quero unicamente ser, sem dor ou poder, para isto basta que eu me vá, pois estando aqui, ninguém me encontrará.
E de tudo que quero, sei o que não quero, ser um todo, um globo ou um podium, por isto quis ser grande, mas grande em momentos e não em ornamentos, para isto ramifiquei e postei por todos por onde passei.

Fernanda Queiroz
(Direitos autorais reservados)

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