Estranhos

Foto de Raiblue

VELHA SAGA

.
Asfalto
Transações
Movimento
Partida
Chegada
Estradas
Estações
Cidade de ilusões
Lixo urbano
No luxo cotidiano
Da burguesia
Cristais de dor
Nas casas
Sem calmaria...
Alta tensão
Fios do destino
Rompidos
Por um tiro
Por um grito
Gemidos de medo
De aflição
E o dia nasce
E continua
A viagem
O mesmo trem
Na contramão
A mesma estação
Velha saga
Karma
Mandalas do tempo
Em cada rosto
Uma multidão
De estranhos...
Nas entranhas
Solidão....

Raiblue

Foto de du coral

eterno é o amor

Os anos passam de uma forma estranha:
o nascimento, a vida, a morte e o pó;
depois as teias e os sons de aranhas,
e a alma, no inferno, quase sempre só.

Depois o choro de um recém-nascido,
no ano três mil, no meio de uma guerra,
que quando cresce fica bem sabido
em distrações que a um pobre homem ferra.

Vasos de vidro com milhões de flores,
mulher dos sonhos, você é linda assim?,
que surge nua na manhã com cores.

E os anos passam novamente estranhos,
o nascimento, a vida, a morte e o pó;
é lindo o amor, eterno amor tamanho!

Foto de NiKKo

Uma confissão.. um pedido.

Volto aqui após tanto tempo ter passado,
confesso que nas estradas que eu passei eu senti
que mesmo tentando te esquecer você estava tão presente
que era inútil eu tentar para todos mentir.

Eu vaguei por caminhos incertos e escuros,
confesso que a solidão era a minha companheira fiel.
Que muitas vezes eu me peguei soluçando teu nome,
porquê na minha alma o vazio que eu sentia era cruel.

E hoje volto aqui contando meus passos,
trago meu corpo cansado e o rosto mais envelhecido.
Mas meu coração reencontrou uma antiga calma,
talvez por ter aceitado que eu não tinha lhe esquecido.

Eu confesso que entreguei meu corpo sem paixão,
que por vezes me deixei levar por falsas promessas de amor.
Pois buscava em corpos estranhos matar em mim o desejo
que fazia sentir meu coração vazio de alegrias e cheio de dor.

Eu busquei em vão trilhar minha estrada solitária
em meu vôo vi terras e mares distantes e belos.
Mas as belezas lá não tinham nenhum significado pra mim,
afinal aqui está tudo o que sonho e o que mais quero.

Por isso eu estou aqui na sua frente e me confesso
tal qual um pecador carente de consolo e perdão,
confesso-te que sem você sou menos que nada.
sem você não tenho rumo, norte ou chão.

Por isso mesmo que você não me queira,
eu não vou esconder o amor que sinto em mim.
Confesso que estou aqui por te amar demais
e para te pedir....... volte amor..... volte pra mim.

Foto de HELDER-DUARTE

Verdes pomares

Oh vós verdes pomares,

E verdes serras de Lamego!

Provai me amares,

Pois eu amor por vós tive cedo.

Escondei-me por entre vós,

De ventos do litoral vindos!

Eles com o seu soprar, querem que fiqueis sós,

Do meu amor privados!

Mas ficai sabendo!

Vento estranhos,

Que eu e os bosques de Lamego, não estamos de vós medo tendo!

Pois aqui os nossos bosques,

Têm a ajuda de outros ventos tamanhos,

Do alto vindos, e mais que os vossos, estes são fortes!

HELDER DUARTE

Foto de Sirlei Passolongo

Um dia comum

vai chegar um dia em que a gente vai se ver,
se olhar, e nem irá pensar em nada,
nem lembrar de nada
nem se importar
com nada
nada existirá
o desejo
o gosto do beijo
o cheiro
nada,
teremos nos perdido
por inteiro
seremos estranhos
a olharem-se
num dia comum

até lá...
terá sido cruel
a sua ausência.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Agamenon Troyan

"ESTOU VOLTANDO..."

“ESTOU VOLTANDO...”
(Um conto africano)

De: Agamenon Troyan

Um jovem angolano caminhava solitário pela praia. Parou por alguns instantes para agradecer aos deuses por aquele momento milagroso: o deslumbramento de sua terra natal. O silêncio o fez adormecer em seu âmago, despertando inesperadamente com o bater das ondas sobre as pedras. De repente, surgiram das matas homens estranhos e pálidos que o agarraram e o acorrentaram. Sua coragem e o medo travaram naquele momento uma longa batalha... Ele chamou pelos seus pais e clamou pelo seu Deus. Mas ninguém o ouviu. Subitamente mais e mais rostos estranhos e pálidos se uniram para rirem de sua humilhação. Vendo que não havia saída, o jovem angolano atacou um deles, mas foi impedido por um golpe. Tudo se transformou em trevas...
Um balanço interminável o fez despertar dentro do estômago de uma criatura. Ainda zonzo, ele notou a presença de guerreiros de outras tribos. Todos se demonstraram incrédulos no que estava acontecendo. Seus olhos cheios de medo se indagavam. Passos e risos de seus algozes foram ouvidos acima. Durante a viagem muitos guerreiros morreram, sendo seus corpos lançados ao mar. Dias depois, já em terra firme, o jovem angolano é tratado e vendido como a um animal. Com o coração cheio de “banzo” Ele e outros negros foram levados para um engenho bem longe dali. Foram recebidos pelo proprietário (senhor do engenho) e pelo feitor que, com o estalar do seu chicote não precisou expressar uma só palavra. Um dia, em meio ao trabalho, o jovem angolano fugiu. Mas não foi muito longe, pois fora capturado por um capitão do mato. Como castigo foi levado ao tronco onde recebeu não duas, mas cinqüenta chibatadas. Seu sangue se uniu ao solo bastardo que não o viu nascer.
Os anos se passaram, mas a sua sede por liberdade era insaciável. Várias vezes foi testemunha dos maus tratos que o senhor aplicava sobre as negras, obrigando-as a se entregarem. Quando uma recusava era imediatamente açoitada pelo seu atrevimento. A Sinhá, desonrada, vingava-se sobre uma delas, mandando que cortassem-lhe os mamilos para que não pudesse aleitar... O jovem angolano não suportando mais aquilo fugiu novamente. No meio do caminho encontrou outros negros fugidos que o conduziram ao topo de uma colina onde uma aldeia fortificada – um quilombo –, estava sendo mantida e protegida por escravos.
Ali ele aprendeu a manejar armas e, principalmente a ensinar as crianças o valor da cultura africana. Também foi ali que conheceu a sua esposa, a mãe de seu filho. Com o menino nos braços, ele o ergue diante as estrelas mostrando-o a Olorum, o deus supremo... Surgem novos rostos estranhos e pálidos, mas de coração puro, os abolicionistas. Eram pessoas que há anos vinham lutando pelo fim do cativeiro. Suas pressões surtiram efeito. Leis começaram a vigorar, embora lentamente, para o fim da escravatura: A Lei Eusébio Queiroz; A do Ventre-Livre, A do Sexagenário e, finalmente a Lei Áurea. A juventude se foi. O velho angolano agora observa seus netos correndo livremente pelos campos. Aprenderam com o pai a zelarem pelas velhas tradições e andarem de cabeça erguida. Um dia o velho ouviu o clamor do seu coração: com dificuldade, caminhou solitário até a praia. Olhou compenetrado para o horizonte. Agora podia ouvir as vozes de seus pais e avós sendo trazidas pelas ondas do mar. A noite caiu cobrindo o velho angolano com o seu manto... Os tambores se calaram... No coração do silêncio, suas palavras lentamente ecoaram: “Estou voltando... Estou voltando”.

Carlostvcdr@gmail.com

Foto de angela lugo

Viva para todas as mulheres

Viva para todas as mulheres
De todas as raças de todas as cores
Com seus amores e desamores
Cada uma na sua maneira de ser
Mulheres do Ocidente ou do Oriente
Da Europa ou das Américas
Todas merecem uma homenagem
Por suas lutas por seus trabalhos
Pelo seu choro nas horas tristes
Pelo seu sorriso nas alegrias
Pelas mãos calejadas pelo trabalho
Pelas mãos delicadas por salvar vidas
Por todas as mãos que acarinham, afagam...
Seus filhos, esposos, irmãos, pais.
Ou mesmo os estranhos nos hospitais
Todas são mãos de mulheres abençoadas
Que acima de tudo não esquecem de amar
Lá trás meninas moças que sorriam
Hoje mulheres crescidas que ainda choram
Com rosas nas mãos imploram
Para Deus por dias melhores
Onde não percam seus filhos
Nas guerras urbanas ou balas perdidas
Nas guerras dos homens por pedaços de terra
Por ideologias jamais compreendidas
Viva para todas as mulheres
Mesmo cansadas de serem traídas
Ainda tem uma palavra amiga
De afeição de perdão pela união
Viva para todas as mulheres guerreiras
Que não cansam de lutar por seus ideais
Que não desistem de serem mães
Que procuram incansavelmente pela paz
Que jamais a exaustão as fará deixar de amar
Flores de todas as cores para celebrar este amor
Que adormece e desperta em seus corações
Viva para todas as mulheres
Do ontem, do hoje e do amanhã.
Que todas unidas façam a realeza do futuro
Unindo a força o trabalho as lutas e os sonhos
Porque a união faz a força
A força dá coragem de se permitir sonhar
Sonhar com um mundo melhor
De reconhecimento destas guerreiras chamadas
Mulheres!

1° lugar mensagens do concurso Relâmpago de Poemas de Amor

Foto de Gaivota

NÃO VÁ!

*
*
*
NÃO VÁ!

Não vá
pois que me partes
como
gelo triturado
no verão.
Não vá!
Não me deixes com palavras roucas
pois que és
brilho
incandescente.
Fagulha
que estoura miolos
e os deixa
em agonia
Não vá!
Deixe que suas
madeixas
olhem-me com ternura.
Não vá!
Sua saia de margaridas
falantes
estão em prantos
porque
querem
a brisa do campo.
Pensa bem..
Pássaros são seres estranhos
mergulham na água fria
deslizam no negro véu.
A noite me engole
abrançando
o dia que já passou.
Não vá!

RJ – 18/08/2006
** Gaivota **

*******************************************

Foto de Ricardo felipe

Loucura

Translúcida é água e nas ladeiras desse suave branda e leve que o vento leve que tudo se releve na relva desta selva vá e me tenha nos planos campos como nos meus sonhos mais estranhos e belos não trema pelo frio da noite não me tema pois nosso amor é meu tema e é pra ti que canto meu poema vá como a água leve qual pena meu amor nos encontraremos na próxima cena lava teus olhos roxos que meu peito seja teu encosto que lindo rosto as razões são canções de sentimento grita geme corre tome seu porre vai te desespera foge tudo você pode morde lambe o sangue do teu amante a morte é sorte pra quem nada pode salvação deste coração seja a visão as palavras a canção minha prece oração loucura ódio prazer raiva desejo fazer ensejo pra tirana vida vai fica minha querida vês que louco sou solto bicho do mato quase morto por dentro meu remédio seu alento vem meu alimento mãe avó e filha e tudo a família brilha nessa trilha do caminho companheiro desatino desespero perca sem eira nem beira de nada só a cascata indecifrável louvável e amável geme treme eu sou teu amor monstro bicho solto filho pai irmão e toldo segura meu rosto que eu estou ficando louco,
Sem você.

Foto de Ane Monteiro

LÁGRIMAS DE LEMBRANÇAS

RECORDANDO A HISTORIA DA MINHA VIDA
PASSO A PASSO DADO, CAMINHEI
ANOS E VIDAS QUE FICARAM PRA TRAS
LEMBREI-ME DE VC

INESQUECIVEL,
INEVITALVEL NÃO LEMBRAR
DEPOIS DE TUDO QUE PASSAMOS JUNTOS
MARCANDO MINHA VIDA PROFUNDAMENTE

AINDA MUITO JOVENS, CORRIA-MOS CHUVA OU SOL
ABRAÇOS, CARINHOS E BEIJOS TÃO SUAVES.
INOCENTEMENTE, NOS DESCOBRIA-MOS
ERA TUDO MUITO BOM, MAS...

PROXIMOS DE OUTRAS PESSOAS
PARECIAMOS ESTRANHOS UM AO OUTRO
ERA KILOMETROS DE DISTANCIA
NEM UM SORRISO ERA CAPAZ DE APROXIMAR-ME DE VOCE

LÁGRIMAS QUE ROLAM DESLIZANDO
POR MEU ROSTO
REFLETINDO SENTIMENTOS, REVELANDO TUDO QUE PENSO

LEMBRANÇAS GUARDADAS NA MEMÓRIAS
MOMENTOS TRISTES QUE PRETENDO ESQUECER
LEMBRANÇAS TÃO FELIZES, COLORIDAS, DIVERTIDAS, MARES DE AMOR.
LEMBRANÇAS QUE NÃO SE APAGAM
LEMBRANÇAS LEMBRANÇAS LEMBRAÇAS DE VOCÊ

HOJE SÃO LÁGRIMAS
LÁGRIMAS QUE ROLAM, DESLIZANDO PELO MEU ROSTO
REFLETIDO SENTIMENTOS, REVELANDO TUDO QUE EU PENSO
DEDICADAS A VC QUE ME FEZ SOFRER
MAS A VC QUE ME ENSINOU A VIVER
A VOCE QUE AMEI
LÁGRIMAS POR VC
LAGRIMAS POR AMAR...

LÁGRIMAS POR JAMAIS TE ESQUECER... TE AMO

(ANE MONTEIRO - RIBEIRÃO PRETO,09 DEZEMBRO 2006 )

Páginas

Subscrever Estranhos

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma