Estradas

Foto de Sonia Delsin

DESENCONTRO

DESENCONTRO

Pétalas espalhadas.
Rosa vermelha...
Chão atapetado.
Vidro espelhado.
Pecado.
Ao lado.
Pétalas espalhadas.
Estradas desencontradas.
Estórias não contadas.
Risadas, gargalhadas.
Crises de choro sufocadas.
Pétalas esparramadas.

Foto de Carmen Lúcia

Arquitetando sonhos...

Meu projeto é arquitetar os sonhos
Mudar caminhos para um transitar risonho
Tornar meu canto, aconchego e recanto
E mais poético... Revelar que estou amando.
Calçar as ruas onde passo em compasso,
De pedras lapidadas, rimas incrustadas,
Onde versos se levantam... contos de fadas,
Seguindo estradas conduzindo seu lirismo.

E cada flor forme beiral, de toda cor
E seu perfume impregnado de calor,
Pra que se alastre de magia a poesia
E que seus versos sejam trilhas ao amor...
Pra cada atalho, uma palavra de alento
E que se espalhe onde lhe aprouver, ao vento.
Em cada canto, acervo de fantasia,
E a inspiração, o ar que se respira.

Que o telhado mostre um céu iluminado
E cada telha a fagulha de uma estrela
E pela fresta uma festa enluarada
Por onde a luz transpasse sua cor de prata.

_Carmen Lúcia_

Foto de Henrique Fernandes

PELO CAMINHO DA EVIDÊNCIA

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Por ter o privilégio da capacidade de raciocínio
E não esquecendo que também sou animal
Sigo as estradas sempre até ao fim ou quase
Porque penso que depois do fim da estrada
O fim continua pela profundidade da verdade
A verdade só pode ser uma única versão
E ela está por toda a parte, ela está em nós
Mas ás vezes sem que nos demos conta
Loucos procuramo-nos de tão longe
E a verdade, a nossa verdade rodeia-nos
Nem sempre é a verdade que mais gostamos
Mas essa verdade é nossa, somos nós
E se a ambição que domina é de querer evoluir
O primeiro passo é superar a nós próprios
O segundo é estar atento á opinião dos outros
Pois alguns pareceres são professores mentais
Sorrimos pelos elogios e alguns são falsos
Mas também aceitar com um sorriso as criticas
Que nos apontam o erro ou o menos errado
Na lógica da rotina da vida de cada um de si
O orgulho é quase sempre o nosso impedimento
E deixamos de ter consideração pela dignidade
Da nossa essência enquanto pessoas decentes
Se reduzirmos desejos ás nossas necessidades
É respeitar o corpo e observar o mundo
E duplicar o prazer na superfície da alma
A opção pela simplicidade é chegar ao infinito
De uma alegria a que os sábios chamam loucura
E então aí sim, somos capazes de nos aproximar
Da nossa verdade pelo caminho da evidência

Foto de NiKKo

O frio da saudade.

Sinto saudade de você e minha alma chora.
Quando olhando da janela, vejo a noite a terra dominar
no meu peito meu coração sangra relembrando
os dias onde a fantasia e o sonho me fizeram voar.

Fechando os olhos deixo-me guiar pela saudade
que carrega meu pensamento para junto do infinito.
Através do vento eu ouço uma musica suave
que embala meu choro e sufoca meu grito.

Olho as estrelas que brilham no céu tão distante
que mesmo com o clarão da lua, não conseguem iluminar
as ruas e as estradas desta minha vida,
que deixam meu céu noturno, triste e sem luar.

E vou buscando motivos para sobreviver
mesmo longe de você, que é a minha razão do meu existir.
Mas não consigo sufocar em minha alma essa dor
que me rouba o sono, a alegria e o sorrir.

Hoje eu estou muito diferente do que era.
Reconheço que perdi o viço e a minha mocidade.
Vivo somente de lembranças do que você me deu,
hoje a saudade e a dor, são a minha realidade.

Sei que viver só do passado não é vida
e ficar só te recordando, não te faz voltar para mim.
Mas minha alma por sentir saudades chora,
não sente alegria pela vida que parece chegar ao fim.

Sinto-me sem animo para vida e presa ao passado,
e fico te recordo pela noite a fora, ate o amanhecer.
Mas deixo que o frio da saudade embale minha alma solitária
e saio às ruas fingindo que consegui te esquecer.

Foto de Carmen Lúcia

Florada

Sinto um novo sol a me aquecer,
Luz intensa a me guiar,
Um lindo dia renascer,
Brisa suave a me tocar,
Beijar meu rosto, acariciar,
Como canção a embalar...
Meus pés descalços a percorrer
Estradas orvalhadas de manhãs,
Que se abrem exaltando amanhãs,
Qual florada no alto da serra
Que desponta bendizendo a Terra...
Me fazendo crer, compreender,viver,
Diante da beleza do reflorescer
Pincelando a vida de todas as cores,
Reacendendo todos os amores...

(Carmen Lúcia)

Foto de Ednaschneider

Caminhos

Quando em estradas espinhosas eu passei
Eu chorei
Quando em pedregulhos eu pisei
Eu chorei
Quando em estradas desertas eu andei
Eu chorei
Quando em falsos amigos eu confiei
Eu me decepcionei

Os espinhos, meus pés furaram
Os pedregulhos calejaram
As estradas desertas me amendrotaram
Os falsos amigos me decepcionaram...

Porém

Aprendi a dar valor aos caminhos estreitos
E que não podemos viver só
As estradas já pisadas por terceiros
Pisotearam os espinhos,
Os pedregulhos viraram pó.

Os verdadeiros amigos são escassos
Os melhores caminhos também
Peço a Deus que proteja nossos passos
Que assim seja: AMÉM.

Joana Darc Brasil*
*Direitos autorais reservados

Foto de Teresa Cordioli

NÃO TENHAS MEDO!

NÃO TENHAS MEDO!

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No silêncio da noite, li e reli tua carta
Na tentativa de decifrar teus enigmas...
Com lápis e papel nas mãos
Fui me desenhando...enquanto te lia...
Quando vi, era um mapa!
Transformei-me em um país
Dividido em varios estados.
Estados de Amor!
Enquanto lia tuas palavras
Fui me colorindo com carinho,
Cada espaço, cada estado, cada tempo...
Pintei-me com uma cor especial
Com o verde da esperança
Pintei minha espera...
Com a cor prata
Pintei cachoeiras
Quedas d’águas
Para banhar-te em mim...
Com a cor marrom
Pintei montanhas
Para enfeitar o sol...
Com a cor grafite
Pintei estradas,
Para que não se perca...
Com todas as cores,
Pintei jardins
Para receber meu beija-flor...
Direcionei-me com bússola
Marquei: Leste/Oeste
Norte/Sul...
MEU PAÍS FICOU PRONTO!!!
Venha, viaja em mim!
Não tenhas medo
Desvenda meus segredos
Terás aqui proteção...
Não ficarás sozinho
Terás em tuas mãos a minha mão
Em teu peito, minha paixão!
Não tenhas medo!
Em meu corpo encontrará
proteção...
Proteja-se em meu coração!!!

Foto de Ana Botelho

AMADA AMIGA ( presente de um grande amigo, o poeta Albino Mello)

Amada Amiga
Andei por belos e verdes prados,
Alimentei pobres, ajudei necessitados,
Ouvi muitos sons angelicais.
Enveredei por cerradas florestas,
Na vida, aparei tantas arestas,
Aqueles sons, eu quero ouvir mais.

Caminhei solitário pelo deserto,
O que era errado, virou certo,
As harpas me iluminaram.
Mergulhei em águas profundas,
Limpei algumas mentes imundas,
Os anjos me acompanharam.

Escalei altos paredões rochosos,
Consolei amigos e pessoas chorosas,
Com a realidade me identifiquei.
Passei por perigosas corredeiras,
Pessoas mentirosas e verdadeiras,
Mas, com os anjos, sempre andei.

Percorri muitas e longas estradas,
Encontrei pessoas encantadas,
Que me encantaram também.
Passando por essas paragens,
Percebi em todas minhas viagens,
Que me faltava o carinho de alguém.

Ela veio, me aconselhava, ouvia,
Acordou-me com linda poesia,
Trouxe aquela esperança antiga.
Anjos amigos, flores, trombetas,
Caminhos divinos, cheio de facetas,
Obrigado, amada poetisa amiga.

15/09/07 Albino S. S. Mello

Foto de Ana Botelho

AMIGO É MESMO PARA SEMPRE

AMIGO É MESMO PARA SEMPRE...
Passar a infância no interior do Estado do Rio de Janeiro, com vida pacata, bucólica, como tantas outras crianças, que ali puderam conhecer a simplicidade e aprender o amar a essência que existe em cada ser humano, fez, definitivamente, a diferença para mim.
Quando chegava a época da adolescência, tínhamos que estudar das formas mais estranhas possíveis, ou saíamos para longe, em casas de parentes e amigos, ou ficávamos em sistema interno, em instituições particulares para jovens. E foi lá, justamente às margens do rio Paraíba do Sul,que conheci alguém muito especial, com uma gama de características incomuns, que vieram de encontro às minhas. Tornamo-nos grandes cúmplices em assuntos relacionados a poesias, músicas e a tantas outras afinidades, que só mesmo quem conseguiu se harmonizar com a natureza rústica e intocada, poderá entender o que preencheu cada minuto dos anos que lá estivemos. Uma lástima não termos guardado tantos poemas e registros que fizemos de situações inusitadas e muitas vezes até cômicas, ou trágicas...
À tardinha, quando ficávamos, as minhas amigas e eu, no pátio do referido internato, chovia aviõezinhos e outras dobraduras, com recadinhos carinhosos, através do gradil de madeira, que cercava o nosso espaço físico. Eram poemas lindos e bem trabalhados, que voavam do Clube de Futebol, onde os atletas da cidade treinavam( acho que até muito mais vezes que realmente necessitavam...rsrsrs). Aos fundos do internato, ficava a tal estrada fluvial cheia de corredeiras, que o meu especial a conhecia em suas detalhadas curvas, de tanto ir e vir entre remos e nados.
Chegara a época do vestibular, nos separamos... Os anos se passaram e cada um seguiu o seu curso natural, assim como as águas do velho Paraíba, que a tudo assistiram, mas foi observando o curso do rio, suas voltas , as pedras e as quedas, que aprendemos ver em nossa vida, para que servem e como elas nos colocam, a cada momento, diante dos nossos afins.
Como é bom ter isso tudo na lembrança e sentir agora as mesmas emoções, tal qual aconteceram.
Sempre apareciam notícias ou comentários saudosos e conjecturávamos onde estaria cada um morando e se ocupando do quê.
Os filhos nos chegaram e o tempo, senhor implacável e poderoso transformador da vida, atingiu a muitos com os seus sacodes, testes e até resgates desafiadores. E mais uma década se passou...Eu, a essa altura, já me encontrava cuidando sozinha de três filhos, que tinham entre seis e dez anos de idade, quando numa linda manhã de sol, o interfone tocou e o porteiro anunciou o nome do meu amigo tão lembrado em minhas constantes horas de poesias e divagações...cujo arquivo mental veio à tona imediatamente, era aquele companheiro do passado, que com um calhambeque ou uma vespa, percorria toda a distância entre as nossas cidadezinhas em estradas de terra, para nos vermos nos finais-de-semana, ou para passarmos as tardes e as domingueiras no clube onde nos dias que não tinham "feira", era um cinema de piso em declive, terrível para dançar, mas que achávamos tudo de bom (afinal, era aquele o nosso mundo e que mundo maravilhoso...) Respondi ao porteiro , entre palpitações e descompassos respiratíorios, que ele subisse, momentos preciosos esses... Estávamos de saída para a praia e ele achou ótima a idéia, só que não havia sequer uma sunga de adulto em minha casa. Brinquei, oferecendo uma das peças dos meus biquinis e foi com uma naturalidade ímpar que ele aceitou e se pôs a escolher ... Fui cuidar dos meus filhos e o deixei à vontade. Ao chegarmos à prainha de Itaquatiara em Niterói, nos acomodamos , cadeiras, cangas, brinquedos, foi quando ele tirou a roupa , fez alguns alongamentos e partiu correndo na areia com as tirinhas laterais se agitando ao vento ( só faltaram as bolinhas amarelinhas...rsrsrs).
-Olhem só, dizia eu aos meus filhos naquele instante, esse é um amigo de alma pura, tanto, que nem está aí para o que possam pensar ou falar dele com essa roupa esquisita, se dedicou à psiquiatria por entender a vida sob a ótica do amor.
Rimos muito e ele, definitivamente, caiu nas graças dos meninos também.
Hoje, como se tivéssemos planejado, moramos no mesmo balneário, num remanso onde a natureza, sempre presente, nos brinda a todo instante com uma vida iluminada. Ele é um respeitado profissional e excelente escritor e eu uma sonhadora incorrigível, entre os meus poemas, pinturas e leituras sem fim, mas conservamos ainda os traços que nos uniram: os versos e os "causos" do cotidiano. Quando nos encontramos, rimos muito ao falarmos do passado. Valeu à pena tudo o que aconteceu...
E ao ouvir, em qualquer ocasião, citações como " de médico , poeta e louco todo o mundo tem um pouco", imediatamente, a minha mente passa a caricaturá-lo como agora faço, aqui, em palavras de carinho a você, Zeus, meu doce amigo e parceiro pela eternidade...

Foto de Ana Botelho

QUAL UMA VELHA CANÇÃO

QUAL UMA VELHA CANÇÃO

Quem é você que passeia nos meus sonhos,
Transeunte disperso, nessas estradas virtuais,
Pisando tão forte, como se marcasse o compasso
De uma infindável canção, com seus bemóis colossais.
Que tem você nesses olhos, que me despem,
Quando pousam sobre os meus pensamentos
E me levam a cantar, no mesmo tom que o seu,
Os acordes trazidos pelas ondas dos tempos.
E por que eu sempre quero a essas teias voltar ...
Já sei... é que em êxtase, sinto que a vida se aspira,
E é irremediável a vontade de não mais acordar,
De novo, isenta das alegorias, desprovida de liras.
Fechemos então as janelas da alma para sermos um só,
Deixando que apenas a chuva, lá fora, se lamente
Num tristonho, mas balsamizante noturno de Chopin,
Pois que nesse devaneio viajo...sinto-me muito bem...
Vem o sol, que reluz como se bordasse em ouro
As cortinas do meu quarto, e, desperto ao ver
A minha realidade...nas paredes, os ecos me ensurdecem,
São ainda os seus passos atordoando o meu ser.

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