Esperança

Foto de Zaruquita

Minha infância

Minha infância

Comecei de pequenina,
A enfrentar o destino,
Ainda eu era menina,
Ainda quase não tinha tino.
Era frágil e indefesa,
Para viver em conflitos,
Mas resisti à tristeza,
Com meus irmãos pequenitos.

Tinha sete anos de idade,
De manhã ia pra escola,
Depois na parte da tarde,
Tinha de ir pedir esmola,
A minha mãe trabalhava,
Mas mesmo assim não chegava,
Para nos dar de comer.

Meu pai nos abandonou,
A mim e mais três irmãos,
A minha mãe nos criou,
E educou como cristãos.
Meu irmão mais velho tinha,
Oito anos, coitadinho
Como para a escola não vinha,
Arranjou um trabalhinho.

Mal vestido e com pés nus,
Por entre matos e tojos,
Andava a guardar perús,
Por esses matos a rojos.
Lembro quanto ele ganhava,
Só quinze escudos por mês,
O patrão,comer lhe dava,
Minha mãe,aos outros três.

Eu era tão pequenina,
E como era rapariga,
Ia pedindo a esmolinha,
Para encher a barriga.
A minha mãe trabalhava,
Do nascer do sol ao pôr,
Parece que não se cansava,
E nos dava todo o amor.

Foram três anos assim,
Mas todos sobrevivemos,
Mesmo com a vida ruim,
Muito ou pouco nós comemos.
Muito tempo não tardou,
Sem que meu pai regressasse,
Minha mãe o aceitou,
Na esperança que ele mudasse.

Meu Deus,como se enganou,
Logo andou em desacatos,
Desde que em casa ele entrou,
Começaram os maus tratos.
A nós ele maltratava,
Sem ter dó da nossa pele,
O pouco que trabalhava,
Ou ganhava ,era para ele.

Se a minha mãe lhe pedia,
Dinheiro ele resmungava,
E se ela um pouco insistia,
Dois ou três murros lhe dava.
Com tanta força batia,
Que ela ficava a sangrar,
E depois,no outro dia,
Não se queria levantar.

A minha mãe coitadinha,
Lá ia para a sua lida,
Não parava a pobrezinha,
Para ganhar a comida.
Desde que o meu pai voltou,
A vida não melhorava,
E mais um filho arranjou,
Era assim que ele ajudava.

Esse filho veio trazer,
Para mim muita alegria,
Porque afinal veio a ser,
A irmã que eu tanto queria.
Já eu tinha onze anos,
E aquela criancinha,
Foi nesta vida de enganos,
A boneca que eu não tinha.

Arlete Anjos

Foto de Marsoalex

Além

Você existe inexplicavelmente na minha vida.
Além do meu ontem;
Além do meu hoje;
Além do meu amanhã;
Além, muito além dos sonhos...

Você existe em uma dimensão de mim, que não existe.
Sempre estiveste onde nunca estiveste.
Além da realidade;
Além do impossível;
Além do mundo comum;
Além, muito além da vida...

Eu te sonho,
Nos sonhos que nunca sonhei;
Eu te amo,
No amor que nunca amei;
Eu te vivo,
Na vida que nunca vivi...

Tu és o que nunca foste,
E o que nunca deixaste de ser,
Por não ter sido.
O meu além de tudo.
Além da minha tristeza;
Além da minha saudade;
Além da minha esperança;
Além, muito além de mim...

Eu não saberia explicar o que representas,
Ou o que este amor representa em minha vida.
É impossível explicar o inexplicável.
E vives, em mim, inexplicavelmente.
Além do meu pensamento;
Além dos meus sentimentos;
Além da vida e da morte;
Talvez, na minha eternidade,
Onde nunca existi...

Foto de Marsoalex

Estou só

Ando de mãos dadas
Com a tua lembrança,
E estou só.
Somente as recordações
Acompanham-me.
Mas lembrar não é presença,
E esperar não é esperança.

Ando de mãos dadas,
Com a saudade
E estou só.
Só, como só um só,
Pode compreender...

Mesmo quando
Todas as lembranças
Invadem-me,
Eu só queria dormir,
Esquecer...

Ando de mãos dadas
Com o passado,
Enquanto o meu presente
Passa e eu não vejo.
E continuo só.

Porque não tenho
Quem eu quero
Ao meu lado,
E ele insiste em viver
No meu desejo.

Foto de carlosmustang

APENAS DEIXEI DE NÃO À TE IMPLORAR

Sou apenas charme, porque sei do que lhe interessa
Mesmo que um bom amante, um dia mais nada
Por isso te amo agora, apenas demais
E um dia nem, vou brilhar.

Mesmo quente, só lembrarei de você
Uma juventude a te compreender
Apesar de que você injustiça fez
Meus olhos entenderam mais uma vez.

E as lagrimas nada serviram
Sem sabietudo sumiram
Deixa a brasa ao menos!

Do jeito que estou, só lembranças
Ao menos deixe
A esperança! Antes de eu VIVER.

Foto de MarioC

A tua vida num livro...

Se contasses num livro teu
Tudo aquilo que já viveste
Tocaria, algures no céu,
O volume do que escreveste.

Personagens lindas, ou nem tanto.
Enredo por vezes surpreendente.
Houve ocasiões de encanto
Que ficaram na tua mente.

Escritas pela caneta da esperança
Que sabe bem daquilo que trata.
Por isso, pede sua vingança
De uma existência tão ingrata.
Letra inclinada, vida tremida
Que nunca te mostrou a paz,
Mas se ela pensa que tem saída
Engana-se, pois aqui estás!

Capítulos longos, já terminados
São tempos perdidos na imensidão.
Momentos felizes, um dia roubados
A alguém que viveu na escuridão:
Foi tua pessoa de outrora,
Quem de muito já se arrependeu!
Mas levanta-te e pensa: “Agora,
Quem escreve meu futuro serei eu”.

Foto de Jonas Melo

MEDO

MEDO

Sentimento esquisito

Que nos deixa aflito...

O qual muitas vezes se personifica...

Grito de dor

Grito de amor

Grito de jaz

Grito de paz

O medo sempre traz seus irmãos: nervosismo, insegurança...

Mas o mesmo sempre é vencido pela esperança

Afinal a esperança é a última que foge

A fé sim, é a última que morre.

Jonas Melo !

Foto de maria guimaraes

emoções

Ali naquele mesmo lugar soltei
Palavras que tinha para te dar.
Falei de silêncios correndo entre nuvens
Negras ao anoitecer.
Em laivos de ventos espalhando o céu
Em cores tardias do dia a morrer...
Falei de mitos e lendas antigas presas a nós
Com correntes de saudades,
Com fúrias de não ter...
Falei de castelos de esperança,
De guerreiros da verdade...
De espadas loucas desembainhadas
Nos caminhos largos da liberdade...
Falei de cânticos góticos serenos,
De notas povoando a alma,
Formando armorias de desejos
Quentes, loucos, como vendavais
Em desertos de areias escaldantes pelo sol do meio dia....
Falei do nada, do vazio
Do fim, do precipício da alma acabando na morte ....
Falei de tudo, Do Deus supremo do amor...
Das asas douradas do sonho...
Falei no riso e na força do olhar....
Falei de nós com todas as palavras
Que tinha para te dar....

EMOÇÕES

Trago comigo emoções que se soltam ao por do sol.
Sento-me na beira da vida,
Desfraldo a bandeira dos sonhos,
E corro em cavalgadas de esperança.
Crio o infinito ,invento um dia de sol
Numa manhã de temporal...
Sonho com rios mágicos que me levam
A navegar por caminhos inventados,
Que ninguém ousou sonhar...
Sonho inventando uma canção para te dar,
A ti que real ou inventado,
Trago preso ao peito como jóia, como penar...
Sonho inventando tudo o que quero inventar...

Foto de Athayde

Espelho

Quão belo você parece ?
Pela noite que te esconde,
pela alma que empobrece...
Só me responda,
És tu ou tua veste?

Se ontem era ouro
Com intenso brilho,
Resplandece o louro..
Hoje sou pó umidecido
Que se agrega sem libido,
Nas faces da feiura sem o amar..

Quão belo você parece ?
Se tua mãe te nega o colo,
Teu país te tira o solo
E teu espelho é gargalhar..

Pense,Tu és bonito o quanto pode...
A poesia te socorre,
Feito urubú a planar...
Pense comigo num instante...
A lama é relaxante,
O desprezo até vibrante!
Ser invisível pode o salvar!

Dance com a amargura,
Tire o belo da feiura
Sugue o osso e expire manjar...

Porque te digo,desprezível menino,
o impossível é para o belo,
Cujo caminho é ladrilhar..
Para tu,que nasce pelo avesso,
A tua luta é desde o berço..
Mas a esperança infinita,
De Brilhar e Brilhar...

Foto de Athayde

Última tinta

Abro agora os olhos,
Liberto a noite...guardo a aurora...
Oh lua que beijas minha dor,
Oh peito que é brasa e ardor...

Peço ao mar...
Não me priva de vento e esperança,
Da sensibilidade de criança,
Deixes-me voar!

Que o verde de teus olhos...
Que me traga e me envolve,
Me libertes pra voar...
Pois minhas asas são tinta,
Minhas palavras brisa...
Meu sentimento turbilhão.

Escuta com a alma!
É que palavra chorada por poeta,
Lava o espírito...aquece...acalma...
Talvez seja meu último suspiro,
O pote de tinta...tão vazio!
E a caneta teima em não dançar...

Não cravejo,pois,jóias em minha arte...
Só banho de sangue...
A sinceridade que pra ti guardas-te

Salva-me virgem...com teus olhos de verde oceano
Tua boca ...de sol no fim da tarde..
E teu colo que é leito da vaidade,
Suplico-te..me aguarde..

Vejam! O último suspiro de um poeta!
A tua alma vegeta?
Que espetáculo para a incrédula minerva..
A minha poesia está certa?
Deixes apenas eu voar...

Dou a ti o vazio...
Que em meu peito se acostumou,
Seu sorriso acalenta minha dor...
Sou pó,viro tinta...bato as asas com furor!

Despertas-te,virgem,a detestável esperança...
Rainha dos povos desesperados,
Conforto dos mal-amados,
E inspiração de um poeta apaixonado...

Abra seu peito e escute..
Não és tua dádiva...é só um bater de asas
O vôo da verdade..o acalento da vaidade,
O salto do torpor...

Sinto as memórias cortando meu rosto,
No vento gélido do sofrimento..
Mas aproveito o vôo..
E te dou meu último amor.

Foto de Carmen Lúcia

Ainda te espero, amor...

Ainda te espero, amor...
Assim como as manhãs esperam pelo sol
que pincela de alegria o arrebol
e de esperança a circundar recomeços...

Ainda te espero, amor...
Assim como o belo, seu expectador,
a olhar extasiado o que sua alma encantou
e como relicário, dentro de si guardou.

Ainda te espero, amor...
Assim como o estio, pela chuva que virá
calando a cigarra que a seca vem agourar
quando o cheiro de terra molhada inundar...

Ainda te espero, amor...
Ainda que em outra vida...
Nosso amor sempre será assim,
sem planos ou trajetórias traçadas,
sem fronteiras demarcadas,
sem previsão de fim.

Carmen Lúcia

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