Escuro

Foto de Henrique Fernandes

LAMAÇAL DE PAIXÕES PERDIDAS

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É permanente a voz solta no meu escuro
Um vulto invoca o amor que desconheço
O destino contra a vontade deixa de ser puro
Acorrentando-me aos desejos que confesso

O silêncio é um pântano de ansiedade
Um lamaçal de paixões perdidas
Adormecido no pesadelo da realidade
Deambulo sonâmbulo em fantasias ardidas

O luar mancha de vida o meu peito
A madrugada é carimbo de que existo
Colecciono estrelas que iluminem meu leito
Rebolando-me sobre espinhos não desisto

Uma lágrima aplaude a minha emoção
Um arrepio na pele indica-me o caminho
No labirinto que separa o corpo do coração
Enquanto perseguir o sonho não estarei sozinho

Foto de Henrique Fernandes

SAUDADE DE AMOR

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O meu relógio em silêncio da madrugada
Alimenta-se da minha rude insónia imposta
Por uma falta imensa de ti no meu nada
Nas perguntas que faço ao escuro sem resposta
Vasculho meu espaço oco pelo teu toque
Com apenas tua presença nos meus sentimentos
Lamentando tua ausência em estado de choque
E realça desejo de te tocar nos meus momentos
Ao mesmo tempo neste remoinho de saudade
Evolui certeza que desmente esta distância
Que o destino nos proporciona com maldade
Dos impossíveis aos possíveis da consciência
Uma viagem a passo lento na alma que chora
Sem consolo nesta vontade de te amar
Faminto em jejum de conforto que devora
Meu rosto com desejo de agora te beijar
Neste nós longe ao invés de enfraquecer
Fortalece a razão do nosso cruzamento
Num nada frio de agora difícil de viver
Que superaremos após nosso momento
Envergando esperança perfumada de paixão
Um todo de uma reviravolta na nossa vida
Cheia de tristeza acorrentada ao coração
Mas próximos recompensaremos as feridas
Provocadas pela falta imensa de nós
E em breve nossa união brotará das fontes
Dizimando a saudade que dá luto da voz
Findando em amor esta viagem sem pontes

Foto de Henrique Fernandes

SURGE DE UM POEMA

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Surge do silêncio
Espanto a palpitar
Névoa com anuncio
Que singela meu estar

Surge resplandecente
Um clarão sem luz
Focando o presente
De um amor que reluz

Surge do escuro
Nódoa de revolta
Esconde meu puro
Na paixão á solta

Surge de um poema
Melodia de um sonho
Paz de quem ama
Nos versos que componho

Foto de Darsham

Vieste tarde...

Porque vieste?
Cansaste-te de correr o mundo?
De viver a tua vida
Sem pensar um segundo?

Lembras-te de mim?
Sabes quem sou?
Já não sou o benjamim
Que seu pai abandonou…

Vinte anos contam
De solidão e ausência
Vinte anos contam
Que me levaram a inocência

Hoje surges
Vindo não sei de onde
Indo não sei pra onde
E em grande aflição
Dizes que o tempo urge!!!

Não vês que já não sou eu
Que tu já não és tu?
Que estranhos somos
E que aquele tempo morreu…

Outrora menina
Hoje mulher
A quem a vida ensina
E sabe o que quer

Noites em branco
Olhando o escuro
Implorando, rezando
Que não fosses tão duro

Pai?
Assim queres que te chame
Como queres que te ame
Se o amor se esvai

Não sou trapo
Sou humana
E de ti me escapo
Dizendo sempre a verdade
Não sou eu quem engana

Que queres de mim agora?
Se nada te posso dar
Se não te consigo amar
Se tantas vezes gritei
Que me viesses salvar

Trazes de volta o brilho de meu ver?
Se não porque quiseste voltar
Desculpa…
Mas hoje não te quero
Hoje não sei te querer

Apenas te peço que partas
O meu coração não se irá render
Mas não sem antes me explicar
Como fizeste para me esquecer
E sem mim a vida enfrentar…

Foto de Henrique Fernandes

ORQUESTRA DA VIDA

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Ao longe um som de violino acompanha o meu olhar
Pousando leve como uma pluma no horizonte
Suspiro confiança como quem tecla um piano no escuro
Produzindo sons afinados para que rimem com a vida
Um violão tocado lentamente por de trás de uma nuvem
Traduz a falta solar que compõe a minha tristeza
Censurando a limpidez dos meus sentimentos escondidos
Entre um rufar de tambores num longo silêncio quebrado
A vida é orquestra de dias fonéticos em tempo maestro
Um musical por avenidas reféns do passado
Iluminadas por esperança ao toque alegre de um clarinete
Fazendo os reflexos da alma saltarem em notas soltas
Num sorriso que sopra timidamente o saxofone da certeza
E uma harpa cantante faz-me deslizar atento até amanhã
Em sinfonias relaxantes de rosas que bailam no meu peito
Perfumado de amor lembrando de como é bom estar vivo
Paixão é jovem cantora que interpreta o meu personagem
Encenado por um elenco de emoções aplaudidas pela alma
Um rock and roll suave misturado num clássico estrondoso
O tempo maestro não se cansa de ser director musical
E a orquestra da vida passeia de mão dada com o destino
Saído do Sol nascente que iluminou as grutas sombrias
Com sintonias de amor e narrativas verdadeiras
Recrutando novas melodias para a minha dança de gente

Foto de Miraene

Quando a poesia nasceu em mim

Quando a Poesia nasceu em mim
Não sabia explicar o acaso
Não sei se ela já existia e eu não tinha reparado
Ela me mostrou todos os sentimentos que jamais pensei em conhecer
Mostrou que o mundo tem várias formas de se ver
Que o sol brilha pra mim, pra você e pra todos que o querem ter
Era a luz que no escuro brilhava
O som que no amanhecer eu escutava
A água que me banhava.
A poesia virou tudo
O fácil e o Difícil
O doce e o Amargo
O bem e o Mal
Porque ela tudo expressava
Não existia nada dentro de mim que a poesia não sabia explicar
As vezes eu não sabia o que eu sentia e as palavras saiam sem eu ao menos pensar
Exatamente como devia, tudo ficava mais fácil ao meu olhar
Escrever, andar, falar, amar
A poesia foi o Inicio o Meio e Jamais será o Fim
Eu sei que não é só pra mim
Mas para todos que conseguem ouvir, a voz do coração
E mostram o que sentem e como são
Dançando ao Som de uma Canção, chamada poesia.
Minha tristeza e minha alegria, o que me mantem viva e me da forças pra crescer.

Foto de Teresa Cordioli

Estações...

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Estações...

Olho pela janela
Vejo o céu escuro
Tudo esta negro... Lá fora,
São apenas os relâmpagos que clareiam
O céu...
Dentro de mim, o sol brilha, tudo é luz
Com teu sorriso...
Tuas palavras, teus carinhos,
Tua voz em meu ouvido,
Calam nosso silêncio!
Enquanto não chegas,
O céu lá fora continua negro...
A chuva começa a cair
São chuvas de verão
Em final de primavera!
A chuva cai
Torrencialmente lá fora...
São sinais de novas estações,
O vento bate forte,
Levará o pólem
Para germinação do fruto
Que colherei
Na próxima estação!...
Enquanto as folhas de outono caem,
A primavera florescerá,
Em outros jardins...
Gotas batem e escorrem pela janela
Parecendo lágrimas,
Mas meus olhos apenas sorriem...
Então é apenas a chuva
Que molha o solo...
Nessa estação
De outono primaveril.

Foto de Paulo Gondim

Estrada

ESTRADA
Paulo Gondim
15/02/2008

Assim, dirijo todos os meus passos
Nessa estrada longa, de incerteza
De muita encruzilhada
Em busca do nada
Sem surpresa

E deixo marcas no caminho
Do solar gasto de meus pés cansados
Escuto gritos e sons descompassados
Vozes encantadas
De almas penadas

E a estrada segue sua rota cega
E cada fez mais se afunila
No horizonte escuro
No fim do mundo
No fim de tudo

E no meio dela, eu
Mero passageiro errante
Perdido, na busca constante
Do saber quem sou
Do saber de mim
Do saber do amor

Foto de Boemio

Estoria de amor às avessas

ESTÓRIA DE AMOR AS AVESSAS

Amei-a como se fosse a mim

mesmo
Cuidei dela como se cuida de um
anjo,
Abracei-a como se fosse minha
filha,
Reguei sentimentos como se fosse
flor,
Acreditei nela como se fosse
pai,
Dei forças como se fosse
braço,
Alimentei ego como se fosse
egoísta,
Quis o mundo pra ela como se fosse
ditador,
Engoli o choro como se não sentisse
dor,
Comprei a ela um carro como se fosse
rico,
Acreditei que me amava como se fosse
besta,
Fiquei com medo do escuro como se fosse
criança,
Sugou tudo de mim como se fosse
praga,
Saiu no meio da noite como se fosse
ladra.
Dormi na solidão como sempre
ultimo.
Foto de Minnie Sevla

Sonho fugaz

Quando o véu negro da noite se descortina sobre mim.
O silêncio desce gritando em notas musicais afugentadas.
As luzes se apagam suavemente, recolho-me exausta em lençóis de cetim.
Meus olhos dançam no escuro beco das lembranças e meu
coração aflito te rastreia em meio a orquídeas sedentas
de iluminada esperança.
Busco-te meu tesouro inacessível e encontro-te no sonho fugaz.
Neste não adorna
no horizonte os braços longos do mar da distância.
Posso sentir a sua presença e contemplar:
Teu cheiro
Teu beijo
Teu sabor...
Meu único e inefável amor!

Minnie Sevla

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