Coração pensativo, cabeça obstinada, doente, olhar insistente e compenetrado;
Alma perfurada, sonhos sem corpo, pelo ardor do calor da minha ferida;
Vida desacreditada, vida desencantada de desejos seleccionados e premeditados,
Objectivos desmoronados, pelos percalços de uma vida magoada, sofrida e perdida.
Conceitos de vida, com estratagema desenhado, encantado de harmonia e sonhado;
Projectos com croquis elaborados, e com laços de amor branco e de verde esperançado;
Sonhos em família, união enlaçada como num acto célebre, majestoso e matrimonial…
Desencanto desfeito, feito em lágrimas humilhadas, escorregando pela face corporal.
Triste sorriso, à força escorrido, nesta face que desaprendeu mas sempre tenta rir;
Pensamento molhado, pinga a pinga que desenrola em tom salgado neste triste olhar…
Vida madrasta, não me deixa erguer, seguro-me a muletas de sonhos que querem existir,
Mas o equilíbrio é frágil, débil, tenta resistir, mas o meu eu, insiste sempre em chorar.