Teu dia se aproxima...
Aquele no calendário marcado.
Mas, na verdade, deveria ser todo dia.
Um só é muito pouco
pelo muito que deve ser comemorado.
Mãe, mesmo não estando aqui
de corpo presente,
vejo-te a todo momento, em qualquer tempo...
Onipotente!
Estás em tudo que faço, sinto e falo
porque sou parte de ti...
Eternamente!
Te fazes presente em minha inspiração,
nas rimas de minha poesia,
naquela nossa canção
que cantávamos em sintonia
e gargalhávamos inventando a melodia...
Nas tardes de primavera
em que tua beleza se confundia à dela,
nas flores que colho de nosso jardim,
rosas , hortênsias, lírios, jasmins,
postas num vaso da sala
onde teu perfume exala.
Como crer que não mais existes
se a tudo tu me assistes...
Quando chego da rua,
gelada de frio, molhada da chuva
e em minha mão sinto a tua
é teu calor a me esquentar...
Ao fazer aquele bolo de fubá,
o cheirinho de café a se espalhar...
Outro como o teu não há!
E mesmo quando estou triste
sinto teu colo, teu amparo,
tua canção de ninar, teu embalo...
Meu coração se consola,
minha alma se revigora
e volto a sorrir, reconfortada agora...
Mãe, mudaste de patamar, de andar,
sem nunca deixar nosso lar...
E ao mesmo tempo em mim ficaste,
senão como explicar toda sensibilidade,
tanto amor que me invade,
que em mim sinto vibrar,
se não é teu ser, teu coração
que me fazem seguir em tua direção?
Mãe, neste dia
em que se reverencia
o símbolo do amor em profusão,
aceite esta minha poesia
como se fosse uma oração!
(Carmen Lúcia)
Carmen Lúcia Carvalho de Souza
03/05/2008