Enviado por delicate_ro em Sáb, 29/08/2009 - 02:54
Desejos antigos
Em rascunhos nas páginas da memória
Ternos como as madrugadas
Bordadas a sedas e carícias.
Nestas minhas indefesas madrugadas
Cesso sonhos [adormecidos]
Nos caminhos bordados a palavras e certezas
Na voz dos teus olhos entrelaçados de promessas.
No silêncio à espera do alívio [imediato]
Em minhas madrugadas peregrinas
A noite cai de uma altura [im]possível
Quebrando insanos desejos e delírios.
Quimica cheiro e pele
Doce tormenta que cega os meus sentidos
Porque a cada dia [Eu] te preciso mais e além
E transbordo em lágrimas se [Tu] não vens.
Estou me preparando para uma viagem... Sabe esse já não é mais um bom lugar não vejo as definições das cores, tudo está preto e branco, não escuto os sons da vida... Irei aproveitar e contar um pouco de minha historia... Desconhecia a palavra amor ate encontrar a mulher de minha vida. Ela ainda não sabia o quanto já era tão importante para mim... Tão linda, tão carinhosa, tão sensível, tão especial... Começamos a namorar passaram-se meses, completaram-se anos. Lembro-me dos três primeiros anos no decorrer deles havia alguns desentendimentos, mas passageiros. Começaram as crises de ciúmes em excesso, qualquer ação, qualquer razão era motivo fútil para discussão. Eu não queria aquilo, “Eu amo ela” Isso mesmo amo ela, por que nunca deixarei de amá-la. Bom... Fui percebendo que não era bem vindo por todos na família dela, havia várias complicações, e agressões em palavras a minha pessoa. Aquilo tudo me deixava muito triste, não queria que houvesse problemas que pudesse impedisse nosso futuro juntos. Mesmo com algumas dificuldades nunca terminamos. Fico pensando agora se houvesse uma separação entre nós se isso faria com que sentíssemos que não podemos viver um longe do outro... Mas não foi isso que aconteceu... Eu parti sem dizer adeus, sem motivos aparente, sem razões, parti sem brigas, quando estava tudo tranqüilo sem haver discussões... Os dias longe do meu amor eram longos, as noites solitárias apertavam meu coração de saudade e com uma interrogação que me perguntava é isso realmente o que devo fazer?
O telefone tocava a todo instante... Queria o ouvir ele tocar por que sabia que seria ela, e o telefone tocava nunca parou de tocar durante meses... Completa-se um ano e nos últimos meses o telefone já não tocava frequentemente... Não conseguia conter as lagrimas... Comecei a pensar e imaginar uma vida sem ela... Aquilo me causou uma angustia e dor que palavras não podem descrever, digo que por sorte de todos por que não quero machucar ninguém com minha própria dor que eu mesmo busquei senti-la. Sabe quando fiz isso esqueci o amor que ela sentia por mim, aquela garota era a mulher de minha vida... Disse algumas vezes para ela que nada volta a ser como era antes, em erros alguém sempre perde... Hoje não sinto meu coração bater, não consigo ouvir minha própria voz, não vejo meu reflexo no espelho e não posso pegar o telefone para retorna suas ligações... Vejo que não passaram-se um dia se quer depois que comecei a escrever uma carta onde nela falava sobre meu adeus... Lembro que estava chorando muito, e acho que ainda não tinha escrito nada... Além de “Eu te amo e eternamente irei te amar”
Lembranças perdidas do dia que se finda..
Lembranças dos beijos tão esperados,
do toque da pele sensível que estará guardada na memória como alimento da alma.
A respiração ofegante, o gemido que teimou em sair do peito deixando transparecer em palavras ocultas a explosão do prazer sentido.
O dia se foi... a lembrança permanece e com ela a esperança de um novo encontro... O encontro de almas que se anseiam, que se desejam... que se amam antes mesmo de se tocarem... que necessitam ardentemente de mais um toque.
Um dia encontrei uma bolsinha
Era a mais despojada que já havia visto
Pensei por que não , toda mulher precisa
De uma bolsa.
Por um tempo eu me apeguei aquela bolsinha
Não sabia viver sem ela, ela combinava com tudo
Um dia quis caminhar e vi que a bolsinha não combinava, por isso não a levei.
Minha bolsinha ficou chateada, ressecou, ficou feia e desbotada
E com meu estilo em nada combinava... Então eu vi que a bolsinha
Era uma tremenda mala sem alça.
Enviado por cafezambeze em Qui, 27/08/2009 - 22:03
PANDORO - INCULO E OS HOMENS LEÃO
NA SERRA DA MURRUMBALA, A NOITE NA PEQUENA ALDEIA SE AGITOU.
LUZES DE TOCHAS E CANDEEIROS SURGIRAM NA ESCURIDÃO,
ZANZANDO DE UM LADO PARA OUTRO, QUAL VAGA-LUMES.
O LEÃO BATERA NA PORTA!
ELE ARRANHARA A PORTA!
O LEÃO LEVARA A VELHA MULHER!
OS HOMENS SE REUNIRAM ARMADOS COM AS SUAS AZAGAIAS.
DE MANHÃ NÓS VAI E PEGA ELE! NÓS PEGA ELE!
NÃO! AGORA! TEM QUE SER AGORA!
GRITAVA, IMPLORAVA DESESPERADO INCULO, O FILHO DA VELHA SENHORA.
MAS A NOITE ESTAVA ESCURA COMO BREU...AMANHÃ NÓS VAI! INSISTIAM.
INCULO CHAMOU SEUS DOIS FILHOS.
NÓS VAI SÓZINHO! PEGA O CANHANGULO E AS AZAGAIAS!
INCULO E SEUS FILHOS SE EMBRENHARAM NA MATA QUE LOGO ENCOBRIU A
CHAMA DAS SUAS TOCHAS.
DEVAGAR, ATENTOS A UM RAMO QUEBRADO, UMA PEDRA VIRADA, UM FARRAPO
DA CAPULANA DA SUA MÃE...
HAVIA UMA TRILHA RECENTE SIM, MAS DE LEÃO?
INCULO ACREDITAVA EM FANTASMAS, MAS ERA A SUA MÃE E NÃO SERIA
FANTASMA OU O TEMÍVEL PANDORO QUE O FARIAM PARAR.
HORAS DE AGONIA SE PASSARAM. INCULO, NÃO SÓ DE NOME, TEMIA O PIOR.
NA SUA MENTE SE FORMAVA UMA IMAGEM DE HORROR. OS HOMENS LEÃO!
GENTE QUE COMIA GENTE. ELE JÁ OUVIRA FALAR E NÃO ACREDITARA.
JÁ RAIAVA O DIA, QUANDO ELE FINALMENTE OS AVISTOU NUMA PEQUENA CLAREIRA.
ERAM CINCO, OS DESALMADOS REUNIDOS À VOLTA DOS RESTOS DE UMA FOGUEIRA.
O CORPO DESCARNADO DE SUA MÃE, JAZIA ABANDONADO PERTO DELES.
INCULO SOFOCOU O CHORO. CHAMOU SEUS FILHOS E TIROU-LHES
DA MÃO O VELHO CANHANGULO. A ARMA ESTAVA PRONTA.
MIRANDO CUIDADOSAMENTE, ELE DISPAROU UMA CHUVA DE
METRALHA NOS FAMIGERADOS BANDIDOS.
DE PRONTO, ELE E SEUS FILHOS SE LEVANTARAM URRANDO E
ARREMESSANDO SUAS AZAGAIAS.
OS COVARDES HOMENS LEÃO, FORAM TRUCIDADOS SEM PIEDADE.
ENTÃO, INCULO CHOROU COMO UMA CRIANÇA.
RECOLHEU CARINHOSAMENTE OS RESTOS MORTAIS DE SUA MÃE
E VOLTOU PARA A ALDEIA. NÃO FALOU COM NINGUÉM.
NO MESMO DIA, ENTERROU SUA VELHA MÃE E FOI EMBORA COM
TODA A SUA FAMÍLIA. DO INCULO, NINGUÉM MAIS NA ALDEIA FALOU.
A VERGONHA QUE SENTIAM OS IMPEDIA.
NOTAS:
PANDORO = LEÃO
INCULO = GRANDE
AZAGAIA = ARMA DE ARREMESSO
CANHANGULO = ARMA DE FOGO DE CARREGAR PELA BOCA, NORMALMENTE DE GRANDES DIMENSÕES
CAPULANA = PANOS COLORIDOS QUE AS MULHERES ENROLAVAM NO CORPO À LAIA DE VESTIMENTA
Hoje a tarde está silenciosa, calma,
Apenas a água da cachoeira que cai
Lindamente em forma de véu
é que faz o seu barulho habitual.
Lá fora os pássaros presos gorjeiam
em seus ninhos contemplando a beleza
que para eles, vem do céu.
Com meus pensamentos,
os delírios se apresentam ardentes
cheios de saudades, de lembranças
Que me perco ao lembrar-me
do quanto amei do quanto esperei.
Hoje, só restam passagens
de um momento feliz
de um tempo que foi crucial,
para viver plenamente este amor.
E este amor não me deixa esquecer
o quanto você é importante.
Não se esqueça, que a aurora
do dia anda sempre junta
com a brisa do amanhecer!
O Som "Is This Love" de Bob Marley me levava ao meu destino.
Tudo igual... Como sempre fora, tudo acontecia conforme o programado.
Como tudo na minha vida era marcado com horários regiamente pré-definidos. Horários de entrada e Saída, horário da volta pra casa, esse sim não podia falhar em hipótese alguma, nada podia fugir do padrão.
Nenhuma ocorrência poderia ser tão urgente a ponto de me tirar desse cronograma tétrico e macabro.
Do lado de fora as árvores vinham no sentido contrário, correndo, atrasadas para cumprirem seus próprios cronogramas e eu ali, em meio àquelas imagens esporádicas que passavam apressadamente, pela janela do meu carro.
Não havia espaço ali, para o belo. As imagens desesperada que via passar correndo por mim, como insights de uma vida, era a prova que tinha de que eu fazia parte daquela história contada em lágrimas silenciosa e triste.
A chuva repentina começou a cair... Acariciavam a pele de parte do meu braço que descançava n a janela do carro, só assim podia senti-la, não podia parar, as horas não se estancariam no relógio invisível que me lembravam a todo instante, com seu TIC TAC insistente, que era momento de correr, de seguir em frente... Não, elas não parariam para eu poder sentir a chuva em todo o meu corpo, não haveria tempo para “coisas fúteis” assim.
Ele estava lá, junto com a chuva, “correndo” da chuva... Voando rápido. Seus olhos fixos em um ponto distante, onde eu não podia enxergar. Ele tinha pressa também, mas como pode ter pressa se ele estava livre, tinha toda a vida para ir onde bem entendesse, não haviam relógios que pudessem marcar seu tempo. Mas ele queria continuar em sua “corrida” aérea, próximo a minha janela, sequer notou que eu o observava, sequer percebeu minha presença ali.
Cheguei a desejar tocá-lo, mas não podia interromper aquele momento. Queria congelar a imagem, oferecer uma carona, mas não podia fazê-lo. Nossos caminhos eram diferentes, ele seguiria em frente, rumo ao sol, fora da chuva, a procura de uma caminho cheio de luz e eu? Eu permaneceria ali, contando as horas, calculando o tempo preciso e quem sabe, no dia seguinte, poder encontrá-lo novamente.
O Som "Is This Love" de Bob Marley, me levava ao meu destino.
Tudo igual... Como sempre fora, tudo acontecia conforme o programado. Como tudo na minha vida era marcado com horários regiamente pré-definidos. Horários de entrada e Saída, horário da volta pra casa, esse sim não podia falhar em hipótese alguma, nada podia fugir do padrão.
Nenhuma ocorrência poderia ser tão urgente a ponto de me tirar desse cronograma tétrico e macabro.
Do lado de fora as árvores vinham no sentido contrário, correndo, atrasadas para cumprirem seus próprios cronogramas e eu ali, em meio àquelas imagens esporádicas que passavam apressadamente, pela janela do meu carro.
Não havia espaço ali, para o belo. As imagens desesperada que via passar correndo por mim, como insights de uma vida, era a prova que tinha de que eu fazia parte daquela história contada em lágrimas silenciosa e triste.
A chuva repentina começou a cair... Acariciavam a pele de parte do meu braço que descançava n a janela do carro, só assim podia senti-la, não podia parar, as horas não se estancariam no relógio invisível que me lembravam a todo instante, com seu TIC TAC insistente, que era momento de correr, de seguir em frente... Não, elas não parariam para eu poder sentir a chuva em todo o meu corpo, não haveria tempo para “coisas fúteis” assim.
Ele estava lá, junto com a chuva, “correndo” da chuva... Voando rápido. Seus olhos fixos em um ponto distante, onde eu não podia enxergar. Ele tinha pressa também, mas como pode ter pressa se ele estava livre, tinha toda a vida para ir onde bem entendesse, não haviam relógios que pudessem marcar seu tempo. Mas ele queria continuar em sua “corrida” aérea, próximo a minha janela, sequer notou que eu o observava, sequer percebeu minha presença ali.
Cheguei a desejar tocá-lo, mas não podia interromper aquele momento. Queria congelar a imagem, oferecer uma carona, mas não podia fazê-lo. Nossos caminhos eram diferentes, ele seguiria em frente, rumo ao sol, fora da chuva, a procura de uma caminho cheio de luz e eu? Eu permaneceria ali, contando as horas, calculando o tempo preciso e quem sabe, no dia seguinte, poder encontrá-lo novamente.