Surgiu no horizonte... luz!
Aos sonhos deu vida, e qual fonte,
sem regra, sentida, olhar tristonho,
libertou a alegria, tornou-se guia.
Brotou do nada... efêmera!
E à gente ignara, mostrou-se rara,
Pura, sua, dona do desejo que tarda,
Madrinha do princípio de tudo
Senhora do mundo.
Feiticeira de olhos de águia
movimentos de serpente,
Corpo de encantador, feiticeira
Dona da boca mais linda,
Á qual contemplaram uns olhos,
Que uma vez se abriram.
Moldura de Rafael
Em quadro de Da Vinci!
Se pudesse o pintor mor
O sorriso reproduzir... Mona Lisa.
Perfeição de olhos, boca, nariz
E pele. Sorrisos certos, lábios incertos
Doces, de mel e álcool.
Lábios que embebedam.
E, de te olhar, parasse o mundo?
Surgisse o fim? Desvirtuasse o destino?
Importa pouco. Importa mais te olhar,
Ver-te passar, te esperar voltar...
Importa saber que existes,
Em algum lugar, importa
Saber que, se existes, é bela a vida
E vale a pena acordar, para sonhar...