Escrever uma carta de despedida é uma tarefa inglória , sem o charme de uma conquista, sem o glamour de uma proposta, só com o lado obscuro da solidão que antevê, onde sufocados no silêncio das palavras que não foram ditas, os sentimentos engolem seus desejos não satisfeitos.
Ficam as lacunas , os hiatos de vontades não realizadas e de quimeras que lentamente se apagam quando confrontadas com a realidade.
Espero que você guarde os momentos felizes, os sorrisos, as declarações, os desejos incontroláveis, a loucura das ligações secretas, as expectativas seguidas das realizações e principalmente todo amor que trocamos, lindo, eterno ...
Não tente entender o que houve, amor e razão jamais conseguiram viver harmonicamente e mesmo que digam o contrário, o amor é sempre uma flor de deliciosa loucura num jardim amplo onde a razão travestida de jardineiro tenta podá-la pelo simples facto de ela ser diferente num jardim repletos de amorfas e inodoras flores iguais.
Liberemos então a paixão e a loucura para que estas sejam utilizadas por futuros amantes, e estes se vivenciarem uma pequena parcela do que sentimos já podem dizer que viveram um grande e verdadeiro amor.
De certa forma sempre seremos um do outro e o sentimento não morreu, apenas se retirou de forma sábia para hibernar num momento em que ele não tinha como se alimentar ou sobreviver, para quem sabe, um dia, acordar e voltar a viver sem restrições.
Seja feliz, se vc estiver assim, onde quer que eu esteja.....também estarei assim.
Se cuida.
Adeus
Leonardo Andrade