Desigualdade

Foto de CarmenCecilia

VIDEOPOEMA NOSSO ETERNO CANTO - HOMENAGEM A CHE GUEVARA

VIDEOPOEMA:NOSSO ETERNO CANTO

POESIA:

Salomé & Hildebrando Menezes

Edição: CARMEN CECILIA

Música: Hasta Siempre

http://br.youtube.com/watch?v=kSYiYuLTzv8

Nosso eterno canto

Ao som dessa melodia que... Hoje sacia o tempo
Vislumbramos a tua solene e mágica presença
Na batalha eterna entre o sangue e a liberdade...
Fluindo por nossas veias... Jorrando com intensidade

Um canto invadindo a nossa alma e o nosso corpo

A nos colocar vestindo a tua farda de solidariedade
Melancolia da tua história... Nossa única verdade
Ao ver que o mundo de lá para cá nada mudou
Teu nome entre o grito de angústia das guitarras

É cantado e declamado para sempre Comandante

Vertendo sua dor no nosso olhar, lágrimas amargas
De saudades pela tua partida que ficou marcada
Desde o dia que ainda criança... Ouvimos o teu clamor,
Ainda hoje está em nossos ouvidos como um eco de amor

Desde que descobrimos o suor e a ilusão deste mundo

Pervertido pelo consumo e o uso invadindo tudo
Seguimos a tua trilha na transparência do teu caminho,
Buscando a obediência ideológica aos teus princípios
Sentimos o gosto do teu sangue e ardor no nosso corpo

Que nos dá forças para continuar e seguir nessa tua luta

Que não conseguimos viver sem a eterna simplicidade
Ensinada um dia pelo teu exemplo de austeridade...
Que do teu olhar profundo, descobrimos no nosso interior
Todas as dores do mundo a nos incendiar e a chamar

Pela tua voz... Denunciando a pobreza e a desigualdade

A nos fazer e impulsionar como discípulos rebeldes
Essa sublime missão de construir a fraternidade
Sem preconceito, nem medo nesta batalha da vida,
Vamos entoando a palavra poética da tua profética

Voz que levamos tatuadas no coração, à nossa maneira.

Ao ouvir-te e ao ler teus escritos, não existe temor...
Estamos prontos para cumprir ao teu ardente clamor
Neles vemos a transparência da tua sublime presença
A incendiar às nossas entranhas sentindo a tua chama

Saciando-nos... Instigando-nos... a seguir com valor
Pelas estradas da vida... Rasgando pelas selvas e atalhos
Nessa chamada à liberdade e à execução da verdade
Com o peito aberto e a fronte erguida até a eternidade
Por ti comandante... Despimos o nosso corpo e nossa alma
Preparados para o que der e vier sem temer às encruzilhadas

Frente à tua eterna paixão e às leis da verdadeira igualdade

Duo: Salomé & Hilde
Inspirado em Salomé... Essays “Liberdade, Verdade & Igualdade”
Dedicados a “Ernesto Che Guevara”
----- Original Message -----

Foto de Norma Bri

Se meus sonhos fossem realidade

Eu queria tanto que o mundo fosse diferente!
Assim como nos meus sonhos,
onde fico imaginando tudo do meu jeito,
sem preconceito, egoísmo, ódio e dissabor.
Governado por uma força chamada Amor!
Poucos sabem o que é isso...
E muitos morrem sem nunca tê-lo conhecido.
Vejo na traição, no interesse e na dor.
No ciúme desmedido e na teoria pobre
de quem não conhece o seu valor.
O amor está em Deus, na sua grandeza,
quando inspirado criou a natureza.
Na lealdade entre um homem e uma mulher.
Na amizade unida pelo elo da fé.
Está em cada ser.
Em todo o amanhecer!
Ah! Se todos acordassem a tempo
e pudessem dar as mãos!
Se muitos não fossem vítimas
da desigualdade, miséria e desunião.
Crianças não seriam abandonadas,
idosos não seriam asilados,
a fome não existiria...
e o crime não teria mais razão!
Lamentável é o mundo que eu vivo,
persuasivo e cheio de pretensão.
Infestado de falsos profetas,
que fazem de suas doutrinas
um comércio de ilusão!
Onde o dinheiro é um aliado sujo,
do poder do homem que corrompe o mundo.
Onde todos os esforços parecem em vão.
Onde tudo parece não existir mais solução.
Ah! Se tudo isso não fosse verdade!
Se meus sonhos se tornassem realidade!
(Norma Bri)

Foto de Graciele Gessner

As Pessoas Sem Perspectivas. (Graciele_Gessner)

As pessoas só perdem as perspectivas de futuro,
Quando não param para analisar/pensar na melhor solução de seus problemas;
Quando nunca fazem planos de imediato, a médio e longo prazo;
Quando jamais correm atrás de seus verdadeiros valores;
Quando perdem o seu amor-próprio pela vida;
Quando desconhecem as suas habilidades funcionais;
Quando desaprendem a arte de questionar (...);
Quando uma resposta negativa se torna um monstro em seu consciente;
Quando a batalha é perdida pela injustiça;
Quando a desigualdade fala mais alto do que a pequena oportunidade.

“As pessoas só se perdem no caminho da razão e da emoção”.

12.12.2006

Escrito por Graciele Gessner.

1* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

2* Agradecimento ao ao docente universitário e amigo Ozinil Martins de Souza, que com suas questões pertinentes, me inspiraram valiosas reflexões. Obrigada!

Foto de Carmen Vervloet

HOMENAGEM A VIRGEM DA PENHA, NO SEU DIA

Oração a Nossa Senhora da Penha

Lá, no alto pico da montanha,
Em seu convento envolto em luz,
Cheia de encantamento, vela por nós,
A Santa Mãe de Jesus!

Contempla toda a cidade de Vitória
Cravada nesta ilha,
Guardada pelo mar...
Vê de cada um de seus filhos
A triste ou feliz história...
Pássaros, peregrinos, anjos a voar!

Senhora Nossa da Penha,
Do povo capixaba, padroeira,
Nossa amiga e companheira
Dê-nos sua mão, venha...
Ajude-nos a expandir sua luz,
Mostre-nos o caminho de Jesus!
Diminua a carência de amor,
Acabe com a gritante desigualdade,
Aniquile a maldade,
Enxugue as lágrimas de dor!

O povo está cansado de correr...
E ainda mais cansado de sofrer...
Eu te suplico Mãe de Jesus,
Saia do seu convento... Suba outras penhas,
Ajude-nos a carregar a cruz!...
Entre sem chave, sem senha,
Pacifique a cidade com sua paz!
Apague o fogo da violência
E dos poderosos a demência!

Tenha piedade de nós!
Tão machucados pela vida!
Ouça do povo a voz sentida...
Seque todas as feridas!
Dê-nos o seu alento...
E do alto do seu convento
Abrace cada um de seus filhos,
Seja rico ou maltrapilho!
Mas abrace com mais calor
O pobre sem cobertor!
Abrace a Maria,
A da panela vazia...
No seu barraco pendurado no morro
Gritando por socorro!...
Amém!

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados ao autor

Foto de Carmen Lúcia

Viaduto (in memoriam)

Nível divisório (e ilusório) entre dois mundos,
Que não se encontram, mesmo perto, sempre juntos,
Realidades paralelas, não se cruzam, se recusam,
A apoteose e o apocalipse, a discrepância, a discordância.

Em cima o sol, a passarela, a vida bela,
Poder sonhar, a ostentação, a ambição.
Embaixo a escória, restos de vida, degradação,
O submundo, o escracho, a solidão.

No alto, a vida indo ao encontro do sucesso;
Debaixo, escorrendo ao retrocesso.
Passa o burguês, indiferente à desigualdade,
E indiferente, o indigente...o que perdeu a identidade.

Muitos despencam lá de cima, lá do luxo,
Feitos suicidas, enclausurados pela dor...
Sombras que assombram, que retratam o desamor
São bichos-homens, vira-latas, degustam lixo.

E permanece lá em cima, a indiferença.
Todo o glamour, a arrogância, a burguesia,
E os maltrapilhos, recolhidos, embevecidos,
Com os out doors, os pisca-piscas...Zombaria!

Até quando esse cenário revoltante?
Só se aproximam pra tirar fotografias,
Virar manchete nas colunas de jornais,
Tão cordiais com tais problemas sociais!
E as soluções? Ora, quanta hipocrisia!

Quando acolhido pelo abraço maternal
E acarinhado pela morte, o indigente,
Seu corpo jaz, caído ao chão, sobre um jornal,
Do pedestal (aí se cruzam), a sociedade
Vem dissecá-lo para o bem da Humanidade.

(Carmen Lúcia)

Obs:Já havia postado essa poesia, mas não a encontro.

Foto de Carmen Vervloet

EU AINDANÃO ENCONTREI O QUE PREGUEI

EU AINDA NÃO ENCONTREI O QUE PREGUEI

Eu caminhei de um lado a outro...
Atravessei continentes...
Procurei nas aldeias distantes...
E também no centro das metrópoles...

Mas ainda não encontrei o que preguei...
Procurei no sorriso da criança...
Ou na consciência do adulto...
Em cada vulto... Um indulto...
Uma esperança...

Mas ainda não encontrei o que preguei...

Viajei... Naveguei...
E novamente solucei...
Pelo que não encontrei...
Uma paz em uníssono...

E ainda não encontrei o que preguei...

Voltei em silêncio...
Vi tantas guerras... Tanto calafrio...
Tanta morte anunciada em vida...
Vestida de Midas...

E ainda não encontrei o que preguei...

Vasculhei as cidades...
Vi tanta desigualdade...
Mesas cheias, frutas importadas...
Árvores coloridas, tão iluminadas...
Enquanto em tantas casas falta
O pão de cada dia...
Morrendo de fome tantos Josés e Marias...

E ainda não encontrei o que preguei...

Percorri todos os distritos...
Vi crianças pedindo esmolas...
Crianças sem escolas...
Rostos contritos... Pais aflitos...

E ainda não encontrei o que preguei...

Procurei por todas as ruas...
Vi tantas almas nuas...
Adolescentes drogados, abandonados...
Idosos nas calçadas jogados...

E ainda não encontrei o que preguei...

Fotografei cada coração...
No lugar da alegria e do perdão
Só enxerguei mágoa e tristeza...
Vi muita dureza e aspereza...

E ainda não encontrei o que preguei...

Ainda não encontrei o que procurei...
Um eco constante a cada ano...
Que ressoa aos meus ouvidos...
Vem-me o desânimo...

Os ideais de fraternidade...
Irmãos dêem-se as mãos...
Não fiquem na contramão do amor...
Semeando angústia e dor...

Porque o que preguei...

Foi à festa da libertação...
A igualdade entre os homens
Sem discriminação...
O direito à vida...

Toda gente por mim foi redimida!

Porque o que preguei...

Foi o direito a conscientização...
A luta para extinguir o mal...
E o desejo de um mundo ideal...

Porque o que preguei...

Foi o grito de protesto a opressão...
O dia a dia lutando com ardor...
Para a morte da miséria...
Para a ressurreição do amor...

Eu preguei a paz... O respeito... O amor...

E como nada disso
Entre os homens encontrei...
Continuo procurando o que preguei...

Carmen Cecília & Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Eu creio...

Eu creio...
No azul sereno do céu
Mesmo ao anunciar tempestade...

Eu creio...
Na calma que traz o mar
Mesmo quando um furacão o invade...

Eu creio...
No amor entre os homens...
Que o ódio é uma estranha forma de amar.

Eu creio...
Que a distância não mais persiste,
Que o longe não mais existe...

Eu creio...
Que a paz há de reinar
Mesmo em tempo de turbulência,
Em que a violência se estampa no ar...

Eu creio...
Na conscientização global,
No fim da desigualdade social...

Eu creio...
Nos sonhos e na esperança
No sorriso ingênuo de uma criança...

Eu creio...
Na luta perseverante e eficaz
Por um mundo melhor e capaz...

Eu creio no bem que vence o mal.
Eu creio na vida, afinal...

Foto de Sirlei Passolongo

Menina do Brasil

Era uma menina linda
Olhos cheios de esperança
Queria pouco da vida
Apenas uma criança

Era uma menina sapeca
Revestida de alegria
Só desejava uma boneca
Pra lhe fazer companhia

Era uma menina pura
Sonhava os contos de fadas
Alma cheia de ternura
Ainda brincava de mãos dadas

Era menina faceira
Coração doce e apaixonado
Só pensava em brincadeira
Vivia num mundo encantado

Era menina tão bela
Sorriso cheio de amor
Sonhava ser cinderela
Desabrochava em flor

Era menina da favela
Pés no chão, sonhos na lua
Triste sorte da bela
Só queria sair da rua

Era menina de tantos brasis
Filha do sertão e da cidade
Só queria ser feliz
Num lar sem frio e maldade

Era menina brasileira
Filha da desigualdade
Sonhava pra vida inteira
Apenas a felicidade

Era menina inocente
Acreditava nos homens
E tudo que tinha na mente
Era matar sua fome

Era menina esperança
Continuava a sonhar
Só queria ser criança
Sem fome poder brincar

Era menina do noticiário
Vendida por algum dinheiro
Por mais um salafrário
A um gringo estrangeiro.

É , agora, uma menina triste...

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Osmar Fernandes

O interpretador de sonhos

E, tendo-se levantado muito cedo naquele dia, partiu iluminado para o Santuário que ficava no quintal de sua casa. Lá, ajoelhou-se diante da imagem santa de Nosso Senhor Jesus Cristo, e espiritualizado, entrou em profundo estado de meditação. Seu espírito imaculado em transe, totalmente voltado para o sonho que tivera durante a noite.
Naquela noite apareceu-lhe em sonho, um mensageiro que lhe falava de dentro de um facho de luz divino, dizendo:
- O que vês, escreve-o no canto sagrado de teu coração, porque, a partir de hoje em diante, eu serei o teu Anjo da Guarda, o teu Guia Espiritual e o teu Guardião de Sonhos. As tuas preces, agora, foram ouvidas, e eu fui enviado a ti.
E em sonho, e já transfigurado, o Iluminado respondeu ao mensageiro, dizendo:
- Mas Senhor! eu nunca acreditei em Anjo da Guarda, nem em Guia Espiritual e nem tão pouco em Guardião de Sonhos. Aliás, sou um homem cético no que diz respeito aos assuntos sobrenaturais.
Então o mensageiro, disse-lhe:
- Conheço-te muito antes de tornar-te semente no ventre puro de tua mãe, acompanhei todas às etapas do teu desenvolvimento e desde o teu nascimento vigio-te. E, em verdade, te digo, que, todo ser humano tem o seu Anjo da Guarda, o seu Guia Espiritual e o seu Guardião de Sonhos, independentemente, de acreditar ou não.
E, o Iluminado, boquiaberto e pasmo, estupefato, interpelou-o, dizendo:
- Mas, Senhor, eu não acredito nessa história de protetor do além. Sou um homem solitário e cheio de pecados e dúvidas. Não concordo com a desigualdade entre os homens. Uns tomam cálice de mel, outros de fel. O poder e a riqueza estão nas mãos de poucos, enquanto, o sofrimento e a pobreza estão dominando a humanidade... A fome, a doença e a guerra são fatores preponderantes de humilhação para a maioria absoluta dos homens na terra. Além disso, falsos profetas, superlotam igrejas de fiéis desesperados e descrentes da existência da vida após a morte. A maioria não acredita mais em salvação... Devido ao estado de miserabilidade em que passa, muita gente, hoje, já não acredita em Deus... Muita gente idolatra um profeta ou um alguém que lhe dê esperança de vida terrena. Assim caminha a humanidade... Eu acredito piamente em Deus e em Jesus Cristo, mas, também, vivo sob tensão e desesperado. Estou aflito e precisando nascer de novo, preciso de socorro! Se você é mesmo essa Trindade especial, que me diz ser, onde estava quando em minhas orações implorei por um caminho de luz a seguir?
E, o mensageiro lhe respondeu:
- Foi-me dado o poder de cultivar-te, de vigiar-te, mas, não de interferir em teu livre-arbítrio. Um escultor só vai esculpir e lapidar uma pedra bruta, quando essa lhe chama à atenção pela simplicidade e pureza... Pela humildade e beleza... Deus só entra no coração de alguém quando é convidado, e tu o convidaste a entrar na tua casa com fé, por isso, estou aqui perante ti, porque, hoje, nasceste de novo. Afirmo-te que a partir deste dia, verás o mundo, não com os olhos do desejo, mas, com os olhos da alma; e, ouvirás, não com os ouvidos da carne, mas, com os ouvidos da sabedoria; e desvendarás os mistérios e os segredos dos sonhos de muitos que hão de te procurar. Por isso, o que Vês não é uma visão fictí-cia... O que vês é a tua Estrela Guia que te conduzirá a cumprir a tua nova missão; ela é a luz do conhecimento. E, deste dia em diante, tu serás um novo homem, e ao acordar, lembrarás de tudo que te digo, e num lugar sagrado meditarás, e jamais esquecerás deste momento, porque, a partir deste instante, eu te batizo, te crismo e te registro, como: O INTERPRETADOR DE SONHOS.
E o Iluminado, assustado, de supetão, respondeu-lhe:
- O Senhor só pode estar brincando comigo! Eu já lhe disse que sou como São Tomé, só acredito naquilo que vejo. Como vou interpretar sonhos? Eu não consigo interpretar nem os textos mais simples, que, o professor de literatura passa na Escola.
Calmamente, de forma sombria e sábia, o mensageiro respondeu dizendo:
- Tu saberás, tu fostes preparado por Deus. Não te esqueças jamais do que te disse antes: Lembras-te sempre de ouvir com os ouvidos da sabedoria e entender a tua missão com coração e alma.
Em verdade, te digo que, o sonho é a chave do futuro... E, por isto, muitos te ouvirão e poucos te acreditarão. Mas, nunca, em hipótese alguma te desanimes, porque este é o mistério.
O homem iluminado, mais um vez, intercedeu dizendo:
- Mas Senhor! se eu tiver realmente este poder mágico, este dom divino de interpretar sonhos, por ventura, não estarei interferindo no destino?
O mensageiro foi enfático ao responder:
- Não!!! Porque qualquer que seja a porta que se abrir... desvendarás somente o que for concebido a cumprir em tua missão. O que está escrito no livro da vida de cada um, não poderá ser mudado nem por ti, nem por mim, nem por ninguém... Somente por Deus. Confesso-te, que, todo sonho é uma premonição... Tem um sentido, um mistério, um segredo. "Nenhuma folha cai de uma árvore sem a permissão de Deus", imagine então os sonhos... Assim foi o sonho de Jacó, que viu em sonhos uma escada posta sobre a terra, cujo cimo tocava o céu, e os anjos de Deus subindo e descendo por ela... Assim foram os sonhos de José, filho de Jacó, que previu seu próprio futuro e salvou o povo do Egito da miséria da fome... O próprio nascimento de Jesus Cristo, foi anunciado à Virgem Maria através de sonho. Portanto, não tenhas medo, tenhas fé, pois, tu és um ser iluminado, e imaculado, e abençoado no céu. A tua hora chegou, faças merecimento dela.
E o iluminado cumpriu piamente as orientações do mensageiro, que ao acordar bem cedo foi imediatamente para o lugar sagrado de sua casa meditar, e ao despertar, sentiu-se espiritualizado, e creu; e transfigurado, e cheio de fé e paz espiritual voltou a sua vida normal, e passou a ver o mundo e as pessoas com os olhos de Deus.

Foto de Carmen Lúcia

Segundo Concurso Literário-2007 Tema:Esperar...Até quando?"Viaduto"(In memorian)

Nível divisório (e ilusório) entre dois mundos,
Que não se encontram, mesmo perto, sempre juntos,
Realidades paralelas, não se cruzam, se recusam,
A apoteose e o apocalipse, a discrepância, a discordância.

Em cima o sol, a passarela, a vida bela,
Poder sonhar, a ostentação, a ambição.
Embaixo a escória, restos de vida, degradação,
O submundo, o escracho, a solidão.

No alto, a vida indo ao encontro do sucesso;
Debaixo... escorrendo ao retrocesso.
Passa o burguês, indiferente à desigualdade,
E indiferente, o indigente...o que perdeu a identidade.

Muitos despencam lá de cima, lá do luxo,
Feitos suicidas,os "kamikases"a detonar o desamor...
Sombras que assombram, que retratam o prolixo,
São bichos-homens, vira-latas, degustam lixo.

E permanece lá em cima, a indiferença.
Todo o glamour, a arrogância, a burguesia,
E os maltrapilhos, recolhidos, embevecidos,
Com os out doors, os pisca-piscas...Zombaria!

Até quando esse cenário revoltante?
Só se aproximam pra tirar fotografias,
Virar manchete nas colunas de jornais,
Tão cordiais com tais problemas sociais!
E as soluções? Ora, quanta hipocrisia!

Quando acolhido pelo abraço maternal
E acarinhado pela morte, o indigente,
Seu corpo jaz, caído ao chão, sobre um jornal,
Do pedestal (aí se cruzam), a sociedade
Vem dissecá-lo para o bem da Humanidade.

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