Eu que via o mundo de uma maneira tão conseqüente,
Que podia transformar o simples em algo grandioso,
Que fui tolerante e passiva diante do inconveniente,
Que fiz da amarga iniqüidade o sumo mais saboroso;
Eu que tive fé na importância de uma existência,
Na força da virtude de transfigurar a perversidade,
Na compunção atingida pela dor da consciência,
Na infundada promessa que julguei ser verdade,
Eu que acreditei na integridade de um sublime amor,
Nos sentimentos que fazem das pessoas seres racionais,
Tudo que na vida considerei ser o efeito de grande valor,
Hoje percebi que, infelizmente, não acredito mais!
(Norma Bri)