Dedos

Foto de Xaverloo

Dedos

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...houve quem manifestasse um mínimo sentimento
Transcrevendo emoções outrora pouco manifestas
Professando-as em diversas
Em tenras
E Sucintas
Um mínimo de adeus nos olhos

Eram frases mudas de por favor, não vá!
E expressões de “sentirei saudades”
Nada explicito, mas sei que estavam lá.

Não que fora como a descoberta tardia da cura no próprio quintal
Não se tratava de ironia
lições vazias de final de um conto
Era mesmo um retrato de Canção da América com voz Nascimento e tudo.

Foram poucos, eu sei.
Mas fora desvendado que o que outrora parecera ser um oceano de amigos
Mal se estendia às dimensões de um pequeno lago

Os amigos eram nada qual areia da praia
Eram os amigos apenas poucos dedos da mão contados
Que ainda guardo em minhas mãos.

Xaverloo

Foto de Daany

**Se eu pudesse ...

*Se eu pudesse ...

* se eu pudesse voltar no tempo e poder te abraçar mais uma vez,
*se eu pudesse estar contigo mais um minuto um segundo eu queria
*se eu pudesse parar o tempo, quebrar o relogio e naum ir embora
*eu estaria contigo novamente
*voltaria para teus braços e abraços
*teria seus beijos com mais intensidade
*olharia nos teus olhos por mais tempo
*te admiraria o tempo todo
*segueria o contorno do seu rosto com a ponta dos meus dedos
* e sorrir do teu sorriso
*te amaria intensamente com o nosso amor que é único e imenso
*sem comparações ou já sentido no meu e seu coração
* e como naum consigo ter o don de parar o tempo
*fico aqui a contar os minutos que parecem horas, os dias que parecem meses para mais um encontro contigo
*e ter a difrentes sensações e emoções de cada encontro de dois apaixonados ...

Eu & Você ...

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Foto de Melquizedeque

‎:::: CONSELHEIRO DA MORTE ::::

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Acordei com o cheiro da criança morta
Que, outrora, sonhara permanecer viva.
Essa morte criminosa e encomendada,
Castiga todos que não lhe reverencia.
Diafragma atrofia quando sente a peçonha;
Não é um sonho lúcido de cinema mudo!
É lúcifer a libertar sua doce e amada filha.

Ser orgânico dos mais ignotos lugares...
- Teu medo atroz é minha bússola guia!
Ser pensante e geográfico nos quatro ventos,
Necessito da tua sombra como alimento;
Tua lágrima humana sara minha melancolia.
A planta dos teus pés destrói a o belo...
Levanta muros invisíveis – Guerra fria!

Tu és sombria, oh morte mensageira!
Já fui catequizado com o medo humano...
Já senti o cheiro do teu hálito dormente.
Hoje penso na vida dos caramujos esmagados,
Vejo as horas no relógio de parede, parado.
Feri meu corpo com a tua minúcia mágica.
Morte! Não quero ser humano – Ser inconsequente.

Filho meu, sinto teu corpo cair no abandono...
Levanta-te de dentro de si e atire a primeira pedra!
Silencie a voz dos que clamam no deserto,
Onde as madres parem carcaças de gente.
Teus dedos será a foice que decapita os reis;
Mastigue a carne do teu corpo, os resíduos da mente...
Seja exegeta vagabundo... Sem trabalho, sem parente.

Charles Von Dorff, 19 de janeiro de 2012.

Foto de JORMAR

Hoje ...

Faz hoje dois anos
Que separados por uma janela digital
Estando frente a frente
Nos conhecemos num clique
Nossos dedos percorreram o teclado
Pronunciando palavras em silêncio
E fomos nos revelando um ao outro
Tentando, quem sabe, mostrar os nossos valores
Talvez dizendo o que nos animava e nos aproximava
Nesse universo inanimado, porém não estático
Depois, passados dias, vejo-te e sou visto por ti, mas nunca nos tocamos
Tu estavas aí e eu aqui
E fizemos companhia um ao outro
Noites inteiras trocamos palavras, ideias, elogios, atracções e gostos
Depois trocamos carinhos, fantasias e prazer
E decidimos num clique
Que queríamos conhecer-nos
Depois de nos conhecermos
Trocámos beijos, beijos intensos,
Como aqueles que as imagens recordam,
Beijos desejado,
Beijos que nos completou aos dois,
Os beijos da forma adequada,
Os beijos com o sabor do desejo na flor da nossa pele,
Os beijos da nossa vontade,
Os beijos que fazem o nosso pensamento,
Os beijos que fizeram as nossas bocas e o nosso corpo querer um novo beijo outra vez.
O melhor beijo foi o beijo sem tempo, que hoje ainda perdura,
O tempo não conta, enquanto se beija o tempo para,
E nesta inércia do tempo só sinto a louca vontade de mais um beijo.
Sinto a tua língua que de encontro com a minha,
Faz um passeio suave e excitante, humedecendo a minha libido.
Posso sentir a língua que viaja na minha boca.
Sinto a língua que acarinha os meus lábios.
A língua, que me percorre, que me navega e que me lambe...
O melhor beijo é o beijo em que a língua faz o beijo.
E o beijo faz o sexo
E o sexo a paixão
E a paixão o amor
E o amor para sempre
E para sempre nesse amor a amizade perene
Hoje festejo esse divino amor, recordando os beijos……

Foto de Oliveira Santos

Virtual

Separados por uma janela digital
Estando frente a frente
Nos conhecemos num clique

Nossos dedos percorrem o teclado
Pronunciando palavras em silêncio
E vamos nos revelando ao nosso gosto

Tentando, quem sabe, nos impressionar um ao outro
Talvez dizendo o que nos convém
Nesse universo inanimado, porém não estático

Vejo você e sou visto, nunca nos tocamos
Você está aqui e eu também
E nos fazemos companhia

A noite inteira trocamos elogios, carinhos
Fantasiamos nosso prazer
E nos despedimos num clique

25/11/11

Foto de wenderson amaral

Quem sou eu?!

Um homem em construção, vítima de um novo teorema, um objeto fraco e extraordinariamente incompativel com as novas linhas escritas pelos dedos do tempo, no livro da vida apenas mais uma exclamação entre parenteses. Infindavel oração que se constitui pelos esquadros clínicos do arquiteto divino e não tão obstante, uma lembrança efemera de paixões corriqueiras e incendiantes. Uma poesia concreta lamentando por lágrimas risonhas que se proliferam nas casas alheias. Um grito de lamentação em salmos romanticos e mundos epicentrais. Uma interrogação onisciente e virginalmente competente. Um sobro de alivio de ectoplasma penalmente indiciado e não culpado. Uma dor nos inimigos da HP por desilusão precoce de infelicidade constante e programada. Eu não sei quem sou, estou me descobrindo, estou me escrevendo, estou reconstruindo os pilares em Roma destruido e em mascaras escondido. Sou apenas mais um louco sem ideia concreta, mas apaixonadamente abatido e contemplado para um tempo onde as dores da alma geram poesias abstratas e paradoxalmente felizes!

Disponível em: http://poemaescuro.blogspot.com

Foto de wenderson amaral

O que o homem de carne quer?!

E ando a caminhar por entre as veredas íngremes de tua sorte, pois tudo que tínhamos já não mais vive, já não há mais. Se de lembranças me tomo, é pelos sonhos que a teu lado não vivi, é pelos destinos que não segui. Ando a caminhar, sem norte e sem abrigo, sem momentos de êxtases profundos ou sem pensamentos inconstantes. Eu me escondo no amargo escudo dos meus vícios paternais, na cama ao lado vejo a nudez do pecado se entrelaçar nas juvenis curvas de meus desejos, e que desejos! Vejo o teu corpo a chamar-me em viril declaração e no meu coração um turbilhão de ansejos eróticos repousa. Nos teus lábios vejo um tempo que não cansa de existir e não aguento mais a ilusão de viver por amores infinitos! Eu me debruço em seus braços, em teu corpo me deleito e nos seus seios ponho meu pecado mais capital. O cigarro queima por entre meus dedos, e nos meus pulmões a fumaça dos mais insanos momentos vibra e nele se projeta em limiar futurístico. Se amor é fogo que arde sem se ver, então não preciso mais vê-lo, não preciso mesmo dele. Em doses alcóolicas sinto o prazer de minhas entranhas ao gozo de suas sinuosas curvas e em seus mais sórdidos gemidos minhas mãos a te tocar. E não tem limites o prazer! Se é pecado tudo isso, então que seja condenado, pois é pela justa condenação do amor que o homem em carne nasce e se sou de carne, já não mais vivo para injusto Amor...

Foto de Eveline Andrade

Corações Animais (Zé Ramalho)

Não me vejo feito fera
Muito menos anjo
Eu quem faço o meu destino
Traço os meus planos
Sei que meu sexto sentido
Não vai me trair…

Troco o riso pelo pranto
Em qualquer negócio
Sei que tem olhos do medo
No fundo do poço
Estou sempre maquiado
Quando vou sorrir…

As leis dos meus olhos
São feitas por mim
Até na mesma mão
Os dedos não são iguais
Tem loucos
Que se olham no espelho
E se acham normais
Ninguém ganha o jogo
Sem ter ambição
Não se apaga o fogo
Com fogo na mão
Os gritos no silêncio
Não assustam
Corações Animais…

Eu me escondo num segredo
Sem qualquer mistério
Aqui se faz, aqui se paga
Pode acreditar…

Não me vejo feito fera
Muito menos anjo
Eu quem faço o meu destino
Traço os meus planos
Sei que meu sexto sentido
Não vai me trair…

Troco o riso pelo pranto
Em qualquer negócio
Sei que tem olhos do medo
No fundo do poço
Estou sempre maquiado
Quando vou sorrir…

As leis dos meus olhos
São feitas por mim
Até na mesma mão
Os dedos não são iguais
Tem loucos
Que se olham no espelho
E se acham normais
Ninguém ganha o jogo
Sem ter ambição
Não se apaga o fogo
Com fogo na mão
Os gritos no silêncio
Não assustam
Corações Animais…

Eu me escondo num segredo
Sem qualquer mistério
Aqui se faz, aqui se paga
Pode acreditar…

Foto de cnicolau

Começar de novo

Preciso escrever,
Mas novamente a idéia não quer passar para o papel.
A dificuldade de transmitir o que estou sentido torna-se clara.

Indefinições tomam conta da mente,
definições tomam conta da alma,
palpitações descontrolam o coração,
e a ansiedade apodera-se do corpo...

Sento, me aconchego no som que sai de meu violão...
Toco, fecho os olhos e somente tento ouvir a melodia...
Os dedos correm pelo braço, dançam por sobre as cordas...
A música me acalma...

Deito, tento descansar, mas milhões de
pensamentos me rodeiam, tornam a virar minha
mente de cabeça pra baixo...
Uma montanha russa de agitos, encontros e
desencontros, sensações que a tempos não tinha ou vivia.

Sou obrigado a sair, tentar apagar a memória
como um simples quadro negro.
O difícil é que a lousa é minha história e EU
represento o que esta escrito nela...

Paro, e vejo que por mais que tente, o que
esta escrito não pode ser redigido, quiçá apagado.

Fecho novamente os olhos, respiro fundo,
sinto a calamidade interna que me abate,
tento não demonstrar o conflito interno que
me corrói vivo, solto o ar, abro os olhos e
torno a caminhar...

Olho para os lados, vejo as pessoas, me
distraio observando-as, sozinhas ou
acompanhadas, lendo um livro, brincando com
seus filhos e continuo andando...

Porque comigo tem que ser diferente?
Porque a recíproca comigo não tende a ser
verdadeira?
Porque não consigo ser, ver ou sentir como
todos?

Porque?

O que acontece com esse EU interno que não me permite...

Espero que um dia eu consiga entender, que eu
consiga vizualizar, sentir...

Enquanto esse dia não chega, não poderei
viver como um simples mortal, continuarei a
ser EU mesmo, com minhas dores e meus amores,
mas na certeza absoluta, que um dia me
entenderão e não duvidarão de minha
honestidade, de meu caráter e do meu modo de
ser, agir ou pensar...

23/10/2011
Cleverson Luiz Nicolau

Foto de Ricky Bar

Escrevo

Escrevendo em você!
Não quero escrever
Poesias no papel
Quero escrever com meu corpo
No teu e traçar o teu desejo
Te marcando em mim
Adornar teus seios
Com letras traçadas por meus dedos
Desenhar com meus lábios tua boca
Perdida e entregue a minha
Tuas mãos selvagens em meu corpo
As minhas como pena do poeta
Ávidas te percorrendo
Poesia do meu corpo no teu corpo nu
Na superfície da tua carne
Nas profundas fendas do teu sexo
Fazendo as palavras serem sentidas
Em espasmos e nos orgasmos
De nossas poesias e no nosso prazer

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