I -
Esse amor que encontrei,
na forma subtil do teu corpo...
na subtileza das tuas formas,
na inspiração divina da tua alma
que absorvi em êxtase.
Deste-me a respirar
a tua essência nectarina
doce, afável
e na tua pele melódica
me transcendi,
limpo de mácula.
II -
Apaixonei-me, confesso...
quando finalmente descansei
no teu regaço...
quando a minha cabeça
acaricias-te, enquanto me
sussurravas ao ouvido as
palavras que te iam
na alma...
pura...!
Os deuses espelharam-se em ti...
perfeita...!
III -
Corremos então...
mão na mão, pela praia
da imaginação etérea
e fundida das nossas mentes,
pelos mundos que criámos
os dois, onde o meu horizonte
eras tu.
Mundo palpitante esse,
formado por arco-íris
de cores garridas, mares
de azul celestial, onde a
chuva era seca e morna,
e o tempo não existia.
O tempo éramos nós...
IV -
Poeticamente metamorfoseados
de juras, nos saboreámos
em algodão abrangente e doce,
desfeitos em pequenos
pedaços de açúcar
e mel, que provámos
ansiosos como crianças pequenas.
Endiabrados fomos então,
na fusão inequívoca
dos nossos invólucros
terrenos e humanos,
em plena descoberta mútua,
numa ânsia infinita pela
procura dos nosso eus.
V –
Encontrámo-nos enfim,
juntos em plena comunhão,
num sorriso aberto, escancarando
a porta da alma...
feliz e gracioso.
Penetrei-te os olhos e o que
vi lá dentro, foi exactamente
o que tu viste quando penetras-te
dentro dos meus,
amor, carinho e harmonia...!