Coração

Foto de Gideon

Frio, chocolate e saudade

A saudade esfria o meu coração
triste como é o sabor da solidão.
Como é amarga a saudade de você
que faz o meu coração gelado tremer.

Meus pés congelaram ontem,
zero grau subiu ao coração já frio,
meus olhos tinham preguiça de chorar.

As luvas pretas de algodão
tentavam barrar, em vão, as correntes geladas
que irrompiam nas minhas mãos.

Graças ao bom Deus congelar não permitiu
pois, para aquecer, eu esfregava
os meus pensamentos aos seus.

Logo estarei no fim da barra de chocolate
aí quero deixar o gostinho amargo bem guardado
prá beijar os seus doces lábios melados
e esquentar de vêz o meu coração gelado.

Quisera poder mexer no tempo
e fazer uma máquina de nuvens quentes
prá levar-me até você.
Tentarei hoje à noite
quando os meus olhos em sono profundo cerrarem-se.

Ah, mas não é assim, os devaneios da madrugada
não seguem as ordens de nosso coração
por mais vontade e saudades
que tenhamos de nosso amor.

Mas eu descobri um jeito de ficar perto de ti
por mais longe que estejas, farei poesias brancas,
coloridas, altas, baixas, cheias, vazias, alegres e tristes...

Os versos da poesia acariciam a minh'alma
como se as suas suaves mãos
cá estivessem ninando o meu coração.

Foto de Gideon

Hotel de solidão

A noite cinzenta no hotel de solidão
A foz do Iguaçu que não ecoa na escuridão
O frio do Sul que sufoca o meu coração
Os pés trepados um no outro, protegidos, no chão.

O filho no MSN pedindo explicação
A sobrinha adolescente exigindo uma benção
Uma amiga solitária pedindo atenção
E o meu coração, esse, bem, sofrendo de solidão.

Ao fundo um smooth jazz tocando uma bela canção
Que me faz murchar de saudades do meu violão.
A distância de casa, dos filhos, amor, amigos e do cão,
Quero voltar correndo pro meu Rio, pisar no meu chão.

Escrevo sempre que estou triste
Melhor isso que ficar remexendo na cama.
Há tempo não sei como sorrir.
O afago de um beijo e o aperto de mão.
O som de meu sax, flauta, violino, latido de meu cão.

A saudade veio escondida na bagagem, no avião
Intrometeu-se no 206, em baixo de meu colchão
Ainda bem que não trouxe a sua irmã, a decepção.
Dias desses a vi escondida, telefone na mão.

Deixa estar, se desconfiar que chama a sua irmã
A despacho de volta pro Rio, sem compaixão.
Também vou, claro, em outro vôo, correndo pro meu violão.
Não quero a companhia da Decepção.
Em Foz do Iguaçu, não.

O som das águas que abundam por aqui
Não chegaram ainda ao meu coração.
Ledo engano, pois dissera a uma amiga
Que, cá, tocaria meu violino, na escuridão.

Olhando pro manancial de águas turvas
Misturaria os sons vindos da imensidão
Com a minha débil música, sofrida.
Pois bem, não vieram o sax, o violino e nem o violão.

E cá estou eu, MSN, estudando com meu filho
Que insiste não precisar do Inglês.
E nada de música, som, alegria e criação.
Sobra-me, somente, a melancolia
Nesse hotel de solidão.

Foto de Gideon

O Trem da minha sina

O sentido da vida
jamais poderemos saber,
os dias corridos e apressados
jamais poderemos reter.

Observo os outros, próximos,
que ao meu lado movem-se
pelo instinto do viver.
Vão e vêm sem perceberem
que uma sina oculta
cumprem sem merecerem.

Eu também da minha sina
não consigo fugir,
de tudo fiz, de tudo aprendi.
Faculdade de gente rica,
como diziam lá na vila,
profissão de família boa,
que não se consegue à toa.

Pois bem, por mais que tentasse
e tudo fizesse ao meu alcance,
cá estou em pé no trem parador
seguindo obediente pro meu labor.

A trilha do ruído dos trilhos
remete-me às histórias de meu pai,
que cumprindo por si também a sua sina
nos mesmos trens paradores e diretos
apertado e inconformado subia e descia.

Não, não entrego os pontos assim facilmente,
da bolsa de couro macio
saco a caneta e o caderno, paciente.
Anoto as expressões dos pobres coitados
e transformo-os em atores,
essa gente de recursos tão parcos.

Pelo vagão procuro feições tristes
prá rechear os meus tristes escritos,
mas sorrisos ingênuos e olhares candentes
surpreende a minh’alma de poeta reticente.

Volto-me para a minha própria condição,
passageiro desta tão pobre e nobre condução.
Na chupeta pendente agarro a minha mão,
pro balanço do trem não jogar-me na solidão.

Por de trás de meus óculos, disfarçado,
observo Maria de cabelos ondulados
e tosca roupa na moda dos rebolados.
Mastiga um chiclete já meio deformado.

Ela serve, quem sabe,
prá ser a minha heroína dum conto qualquer,
que insisto escondido ali existir,
e naquele cenário tão pobre
tento ainda alguma arte produzir.

Com uma das mãos sustento o caderno
com a outra a caneta retiro do terno.
Próximo à porta apoio as minhas costas.
As histórias de Maria
vou tentando dar forma
com letras tortas.

A sina da vida sofrida de Maria
insisto incluir no meu conto,
mas ela é bonita demais
e distraio-me com o seu encanto.

Um lugar prá Maria, enfim,
não encontro no meu conto.
Contudo logo percebo,
que o personagem que descrevo
sou eu mesmo,
que do trem da Central do Brasil
ainda é prisioneiro.

A sina da vida, insisto,
ainda quero incluir no meu conto.
Mas não é a realidade que de fato vivo?
Pergunto-me com desencanto.

O sofrimento do enredo
que sobrepõe a minha inspiração
vai desfazendo daquele conto
que não consigo continuação.

A minha sina parece que segue
no trem da minha vida
e cá estou de caderno fechado,
caneta no bolso borrado,
observando Maria que com charme
o chiclete ainda mastiga.

O balanço desse sofrimento
atormenta o meu coração
que é solitário de paixão,
Maria, quem me dera,
que prá ter o seu olhar tudo faria
mesmo que fosse por compaixão!

Na estação da Central
o meu sofrimento fita o chão.
O olhar de Maria se foi na multidão.
Meu caderno de escritos agora
descansa triste na minha mão.
Ainda ouço, ao longe, com emoção
o clamor da última pregação.

Anúncios saindo dos alto-falantes da estação
ecoam agora inundando o saguão.
Eu caminho apressado
esbarrando nos braços
de tantas marias
e em tantas mãos.

O poeta desce pro Metrô, frustrado,
e na escada rolante, agarrado.
desvia-se dos braços de esmola, esticados,
pendendo o seu corpo pro lado.

O conto sobre Maria
e o trem dos amontoados
ficarão prá outra viagem.
Quem sabe um dia sem esperar
a inspiração virá
e outras marias com outros penteados
serão heroínas do poeta,
que segue a sua sina
no trem dos desafortunados.

Foto de Sonia Delsin

MEUS VINTE ANOS

MEUS VINTE ANOS

Não tenho mais vinte anos...
Ah, quanto tempo faz.
Que eu tive vinte anos.
Não tenho mais a mocidade.
Mas o que significa a idade?
Se eu tenho um coração menino e vejo tantos jovens amargos, maduros demais...
Tenho esta idade do corpo que o mundo me diz.
Mas lá no fundo sou ainda tão jovem e sou feliz.
Meu coração não envelheceu.
O seu ritmo ele nunca perdeu.
Então...
Não tenho mais vinte anos...
Mas tenho.
Me sinto jovem. É o que importa de fato.

Foto de Dirceu Marcelino

POESIAS SUAVES COMO MELODIAS

*
* Esta poesia é resposta a poesias suaves como melodias que aqui tenho lido e que me fazem sonhar
*

Acordo outra vez neste frio amanhecer
Pensando em ti e vou ler a tua poesia.
Sonhei com ela desde meu adormecer
Eis que ela é a pura arte que me extasia.

Versos sensuais que alegram o meu viver.
Agora eles soam como melodia,
Fazem-me sentir a força e o renascer
Da energia e alegria neste novo dia.

Senti as sensações do que estais a escrever.
Vários ais eu dei e como tu eu sentia
O teu corpo junto ao meu a enternecer

Meu coração que suave irrigaria,
Todo meu corpo e faria intumescer
Meu membro com o qual te satisfaria.

Foto de Graciele Gessner

Orvalho da Solidão. (Graciele_Gessner)

O clima mudou, o orvalho desta noite gelada está fazendo sofrer o meu coração de saudade. Gostaria muito de chegar ao meu pequeno refúgio e ter a grande certeza de te encontrar adormecido na minha cama. Queria que você estivesse no meu quarto, te encontrar debaixo dos meus cobertores para me aquecer com o seu amor.

A saudade, esta distância, os nossos sentimentos são os meus ingredientes de minha inspiração. O frio desta noite de outono é a minha única companhia solitária, aumentando a saudade que estou sentindo de você.

O orvalho da noite que congela o meu corpo, a ausência de seus beijos que gelam meu coração, é um pacote misto dos sintomas da solidão que vivo.

Venha logo ao meu encontro, para me aquecer deste orvalho da infinita solidão.

04.05.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Graciele Gessner

Nada Restou. (Graciele_Gessner)

NADA RESTOU.
“Trago um coração sofrido,
Machucado pelas decepções.
Nada restou do nosso sentimento.
Deixe-me aqui,
Solitária com meus versos.
Preciso ficar aqui, quieta”.

04.05.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Graciele Gessner

Infinita Solidão (Graciele_Gessner)

Nesta noite silenciosa de brilhante constelação,
A solidão inquieta o meu singelo coração.
Até quando suportarei a sua falta de comunicação?
Será que terei fôlego para tanta solidão?

Esta solidão que gera esta distância entre nós;
A solidão da sua fala, dos seus gestos, dos seus carinhos...
É uma insuportável dor da sua ausência,
O intrigante silêncio que surge nesta noite solitária.

Uma dor intensamente dolorida,
A saudade misturada com solidão destrói meu coração.
Estou aqui sozinha nesta imensa e solitária solidão.

Um sentimento de infinitos sintomas,
A solidão nos consome sem pedir permissão.
E, vamos vivendo com esta inquietação.

23.04.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Graciele Gessner

Caminhos Trilhados. (Graciele_Gessner)

Caminhos sem fim, você e eu frente a frente.
Rastros seus, deixados no passado, perante o meu presente.
Ao te ver, muitas lembranças virão à tona, sem pedir permissão.
Quem me dera tê-lo aqui nos meus braços neste instante.

Pegadas deixadas na areia, seus últimos vestígios.
Agora, vejo seus rastros, uma pista da sua existência.
Nestes caminhos que trilhamos e jamais nos encontramos.
Quanto sofrimento, recheada de nossa ausência.

Devo escutar o meu coração suplicando que eu vá ao seu encontro.
Será uma colisão ao encontro do amor que suportou ao tempo.
Caminhos trilhados, eu acompanharei o seu último rastro.

Nosso caminho pode ter feito rota diferente,
Mas agora tenho seus vestígios para seguir.
Nosso caminho se cruzará e será um lindo presente.

23.04.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de von buchman

Uma saudade insaciável de você..

Hoje acordei com uma saudade insaciável de você..
Faminto estou do teu amor.
Como te desejo agora, busco-te em todos os momentos ...
És meu objetivo , sonho e prazer...
És um raio de sol, na primavera do meu coração...
A brisa suave de teu amor toca meu corpo mui delicadamente ...
Quero navegar lentamente nos teus sentimentos,
E realizar os sonhos de meu amor.

Deixa-me sugar-te, minha eterna paixão.
Vem pra saciar-me,
Quero ter tua carne,
Pois só vivo sonhando em ti...
Eu estou faminto do teu corpo,
que é um mar de perdição...

Que tenho de ti ?
Tuas músicas, teus poemas e tuas ligações...
Meu coração sai pela boca toda vez que meu celular toca...
Não sei quando vou poder te escutar mais uma vez,
Ou voltar a te tocar por mais uma vez...

Que posso fazer para voltar a te ver...
Para te sentir ....
Para te amar...
És um vago na minha vida...
Não consigo viver sem te amar...

Lembro ainda do primeiro beijo que te dei...
Dos primeiros carinhos...
E da primeira noite de amor...
Não consigo te esquecer, meu amor...

AS SEMENTES DO MEU PURO AMOR,
SÃO COMO FLOCOS DE NEVE...
ELAS SÃO REGADAS COM AS LÁGRIMAS DO MEU CORAÇÃO,
POR VOCÊ MINHA ETERNA PAIXÃO . . .

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